Cobranças sem vergonha: seguradoras enviam avisos depois do pagamento
Chegaram cartas. Este mês, duas seguradoras de saúde na Suíça, Helsana e CSS, enviaram avisos de pagamento em atraso (Mahnung) a vários segurados. O mais grave: os avisos dizem respeito a prémios já vencidos e já pagos — no caso, do mês de Junho. As cartas foram recebidas no início de Julho, ou seja, depois de os pagamentos terem sido feitos, sem motivo nem justificação.
A Revista Repórter X teve conhecimento de vários casos em toda a Suíça. São milhares de cartas recebidas indevidamente. Não é possível saber exactamente quem tem sido afectado e faz silêncio, mas esta prática não é pontual, nem isolada. Muitos terão sido tratados como devedores sem nunca o terem sido.
Os vossos clientes têm o direito de pagar mais tarde por diversos motivos: doença, esquecimento, férias, entre outros. Essa realidade não vos dá o direito de os pressionar constantemente.
Não se trata apenas de um erro técnico. Trata-se de um desrespeito pelo cidadão, num sistema onde o seguro é obrigatório e onde o segurado é frequentemente tratado como número, não como pessoa.
Além da pressão ilegítima, estas acções acarretam custos inúteis: papel, impressão, envelopes, selos, expedição. Dinheiro mal gasto, recursos desperdiçados — num país onde nada é barato e tudo é controlado até ao cêntimo, excepto o absurdo institucional. Mais grave ainda: cada uma dessas notificações representa um custo em papel, envelope, impressão, selo e transporte. Quantas refeições, quantas ajudas sociais caberiam nesse desperdício em série? Quantos milhões se gastam em avisos que poderiam ser evitados com uma gestão mais humana e flexível?
Pergunta-se: quem fiscaliza estas práticas? E quantos mais foram pressionados este mês, sem necessidade, sem aviso, sem razão?
A quem servem estes métodos? Quem controla estas entidades? Quem protege os cidadãos de serem injustamente acusados de incumprimento? Quando o erro parte de cima e recai sempre sobre quem está em baixo, não é apenas um erro — é abuso.
A Revista Repórter X continuará a expor estas práticas e a exigir respeito pelos segurados, que já pagam demais — em francos e em paciência.
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