Levin; O que o mar separa a net une
a festa começa no coração
Levin foi de férias, para lá do oceano,
e o mar levou-o por uns dias do nosso colo.
Mas a internet, essa ponte invisível,
trouxe-o de volta ao nosso peito,
porque tudo o que a água separa,
o coração e a voz juntam.
É o teu primeiro aniversário, Levin,
e a festa faz-se mesmo à distância.
Cantamos os parabéns em ecrãs,
mas os sorrisos são reais,
e os desejos cabem todos num beijo virtual.
Tu ainda não entendes,
mas entendes mais do que parece.
Quando te digo:
“Levin, deita a cabecinha para nanar”,
tu obedeces com ternura,
aninhado no ombro da mãe,
ou sobre o travesseiro,
porque aprendeste a descansar no meu peito,
quando aqui estavas, e eras só silêncio e olhar.
O amor deixa raízes que não se veem,
mas sustentam a alma.
E mesmo que não estejamos juntos,
o nosso amor por ti não tem fronteiras,
não precisa de avião para chegar.
Quando voltares, Levin,
vais encontrar o bolo,
a belinha acesa,
e o número 1 a sorrir-te no açúcar.
E nove abraços à tua espera,
guardados com paciência e ternura.
Hás-de conhecer o teu priminho,
que nasceu dois dias depois de ti.
Hão-de crescer lado a lado,
com os outros dois primos como trilho.
Hão-de levar sacola para a escola,
irão correr, rir, namorar,
e aprender que a vida é feita
de quem nos ama desde sempre.
Porque nós cá estamos.
Sempre estivemos.
E a festa, Levin,
começa no coração.
Mesmo antes de chegares.
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