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segunda-feira, 4 de agosto de 2025

INCÊNDIO DESTRÓI EIRA EM OBERHASLI E MOBILIZA MEIOS DE TRÊS CONCELHOS:

INCÊNDIO DESTRÓI EIRA EM OBERHASLI E MOBILIZA MEIOS DE TRÊS CONCELHOS:


Um incêndio deflagrou ao início da manhã desta Segunda-feira, 4 de Agosto de 2025, numa eira situada no centro da aldeia de Oberhasli, concelho de Niederhasli. Apesar da violência das chamas, não houve feridos a lamentar. O episódio mobilizou rapidamente forças de socorro dos concelhos vizinhos.

O alerta chegou por volta das 7h30 à central de operações de «Schutz & Rettung Zürich», e as equipas de intervenção controlaram o fogo com rapidez e eficácia. A forte emissão de fumo levou à evacuação preventiva dos moradores de uma casa próxima, acompanhada de um aviso Alertswiss que recomendava manter portas e janelas fechadas. Cerca de uma hora depois, a situação voltou à normalidade e os evacuados regressaram.

A eira, utilizada para armazenar maquinaria e veículos agrícolas, estava vazia no momento do incêndio, sem pessoas ou animais em seu interior. As causas do fogo permanecem por apurar, com investigação a cargo da Brigada de Incêndios da Polícia Cantonal de Zurique.

Nos trabalhos de socorro participaram os bombeiros de Niederhasli, Niederglatt e Dielsdorf, a Polícia RONN, o Inspector de Incêndios, o Hospital de Bülach em prontidão e o representante do Estado.

As informações sobre estes incidentes chegam à Revista Repórter X através das publicações oficiais da polícia do Cantão de Zurique nas redes sociais — incluindo X, Twitter, Facebook e Instagram — onde a polícia marca a página da Repórter X para que esta leia e publique aquilo que considera pertinente. Esta forma de divulgação revela um controlo direto das autoridades sobre o fluxo informativo, deixando ao órgão de comunicação a decisão condicionada do que difundir.

Este episódio reforça a atenção sobre a zona Oberhasli–Dielsdorf–Bülach, onde a presença conjunta destas forças tem sido frequente. A vigilância e o compromisso com a verdade permanecem essenciais para cumprir o dever de informar.

autor: quelhas.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

JOÃO CARLOS QUELHAS: A HORA DE MUDAR PORTUGAL É AGORA

JOÃO CARLOS QUELHAS: A HORA DE MUDAR PORTUGAL É AGORA:



Portugueses, residentes e emigrantes,
Dizei com verdade no coração:
Estais contentes com os governantes do passado?

Estais satisfeitos com Luís Marques Mendes, figura do PSD, partido do sistema, sempre fiel ao poder instalado? 

Com António José Seguro, também ele do sistema, apoiado pelos mesmos que conduziram Portugal à ruína? 

E com Gouveia e Melo, que serviu a Armada Portuguesa, mas que agora se apresenta apoiado pelos indivíduos de partidos que passaram pelo poder e nada fizeram, com os mesmos interesses de sempre?

Além disso todos os três apoiaram a vacina do Covid, principalmente o Almirante evoluiu para a culpa de muitas coisas que aconteceram...

Não viveram e sustentaram todos eles o mesmo sistema corrupto que esvaziou as aldeias, empobreceu as famílias, expulsou milhões de portugueses para o estrangeiro e destruiu o orgulho nacional?

Não será chegada a hora de mudar Portugal pelos residentes e pelos emigrantes?

Portugal precisa de um Presidente da República que não seja político, que seja isento, com ideias claras e conhecimento de vida real. Um Presidente que traga o povo para dentro de Belém, que convoque como assessores os conselheiros das comunidades, os deputados da emigração, os presidentes de câmara, das associações, dos sindicatos, a verdadeira representação popular. Porque não aqueles que estiverem disponíveis fazer parte da minha equipa técnica no Palácio de Belém!?

Eu, Quelhas, emigrante português, homem livre, trabalhador, escritor, conhecedor das dores do povo, serei o melhor Presidente da República Portuguesa de sempre.

Mas para isso, preciso de vós.
Assinai o formulário para que eu possa reunir as 7 500 assinaturas exigidas por lei, e assim ser oficialmente nomeado como candidato à Presidência da República Portuguesa.

Portugal é de todos, e todos juntos o podemos mudar.
A coragem está em erguer a voz. A esperança está em assinar.

autor: Quelhas.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

domingo, 3 de agosto de 2025

À Autoridade Tributária e Aduaneira; Exijo a devolução imediata do valor indevidamente cobrado

À Autoridade Tributária e Aduaneira

Assunto: Reclamação Final — Exijo a devolução imediata do valor indevidamente cobrado

Exmos. Senhores,

É com total indignação que vos escrevo, pela enésima vez, a propósito do valor de IMI pago em excesso.

Já enviei tudo o que me foi pedido, comprovativos, explicações, pedidos formais, e o que recebo de volta são respostas automáticas e pedidos redundantes. Não brinquem comigo.

Receberam o dinheiro sem qualquer dificuldade. Para sacar a metade do IMI que vos interessava, não precisaram de cartas nem de comprovativos. Pois agora, devolvam a outra metade, que receberam indevidamente, e deixem-se de manobras dilatórias, automatismos e respostas vazias.

O que está em causa é um direito meu e um dever vosso. Não aceito mais uma única desculpa. Quero o dinheiro de volta e uma resposta clara e definitiva.

Se continuar esta palhaçada, seguem reclamações formais à Provedoria de Justiça, à Inspecção-Geral de Finanças e ao Ministério das Finanças, acompanhadas da denúncia pública desta vossa incompetência.

Aguardo resposta — mas desta vez, a resposta certa: a devolução do dinheiro.

Com a consideração estritamente necessária,


França, 18 de Julho de 2025


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Carta / Sindicato Unia: entre leis e abusos contra quem trabalha

Carta / Sindicato Unia: entre leis e abusos contra quem trabalha












por autor: Quelhas 


Exmíssimos Senhores,

Acuso a recepção da vossa comunicação de 31 de Julho de 2025, relativa à impugnação que apresentei contra a decisão de 18 de Julho. Respeito os prazos, embora considere inaceitável impor apenas 15 dias a uma pessoa que trabalha, possa estar doente ou de férias. Trata-se de mais um exemplo de pressão administrativa desnecessária.

Gostaria de referir que já enviei documentos referentes aos anos de 2024 e 2025 para a UNIA de Bülach, incluindo comprovativos dos meus vínculos laborais e descontos. Fiquei surpreendido por ver a vossa carta datada de 31 de Julho, quando, anteriormente, uma carta minha enviada por correio registado foi devolvida, apesar de estar correctamente dirigida à morada indicada.

Esclareço mais uma vez que trabalhei nove meses em 2024 e mais de três meses em 2025 até à presente data, encontrando-me actualmente a trabalhar através de contrato temporário. O meu objectivo é manter-me activo profissionalmente e com rendimento próprio. No entanto, caso não consiga assegurar trabalho seguido, devido à natureza intermitente do emprego temporário, compreendo que a lei prevê a possibilidade de solicitar o subsídio de desemprego com base nos descontos já efectuados. Nesse caso, cumpro os critérios legais para abrir um novo período de direito, conforme estabelecido pela própria regulamentação do seguro de desemprego.

Informo ainda que dirigi pedidos de esclarecimento à Amt für Arbeit Beratung e à SECO, e aguardo resposta. Tenho dúvidas legítimas sobre o modo como o meu processo está a ser tratado e recuso aceitar a permanência dessas dúvidas sem obter explicações claras. A impugnação apresentada resulta da necessidade de esclarecimento, não de oposição gratuita.

Gostaria de perguntar com clareza: caso se verifique que não tenho mais direito ao subsídio de desemprego referente ao período de 2022 e 2023 e o processo deva ser encerrado, reconhecem ou não que o tempo de trabalho cumprido entre 2024 e 2025 permite o início de um novo período de direito? Esta é a questão central, que nunca foi respondida, e que tem sido constantemente ignorada.

Peço que o processo seja analisado com base nos dados reais já enviados e que me seja comunicada uma decisão clara, justa e devidamente fundamentada.

Como cidadão que trabalha, desconta e cumpre os seus deveres, exijo ser tratado com seriedade, rigor e respeito.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sábado, 2 de agosto de 2025

DENÚNCIA GRAVE: DOMÍCIO R. GOMES ACUSA FUNCIONÁRIOS DO OFFICE CANTONAL DES ASSURANCES DE MANIPULAÇÃO E NEGLIGÊNCIA

DENÚNCIA GRAVE: DOMÍCIO R. GOMES ACUSA FUNCIONÁRIOS DO OFFICE CANTONAL DES ASSURANCES DE MANIPULAÇÃO E NEGLIGÊNCIA: 

Extraido da carta de: Domício Gomes 

Carta enviada por cidadão português expõe sistema de encobrimento e recusa de reavaliação médica na Suíça

O cidadão português Domício R. Gomes, residente em Meyrin, Genebra, presentou uma denúncia formal dirigida ao Office Cantonal des Assurances, acusando vários dos seus funcionários de má conduta profissional, manipulação de informação e participação num sistema institucional de encobrimento.

A carta, enviada em resposta à comunicação oficial datada de 23 de Julho de 2025, critica duramente o que descreve como uma “postura de indiferença e cobardia” por parte do organismo, face à gravidade dos factos relatados nas suas anteriores correspondências, datadas de 20 e 25 de Junho.

Entre os nomes visados encontram-se Mme Poncet, acusada de exercer “comportamento profundamente hostil e persecutório”, e Mr. Christophe, que segundo o denunciante, terá distorcido de forma intencional os relatórios de avaliação funcional realizados na ORIF entre Janeiro e Julho de 2019. Domício refere ainda que, apesar de lhe ter enviado um resumo pormenorizado dos exercícios efectuados, o mesmo nunca obteve qualquer resposta.

“As acusações lançadas contra mim foram falsas e visaram justificar o corte abrupto de todos os apoios, com base em propostas inapropriadas que recusei por razões de saúde, nunca por dificuldades linguísticas”, declara.

Ainda mais graves são as acusações dirigidas a outros intervenientes do sistema: o Dr. Gautheron, descrito como “um elemento central, com todas as artimanhas para destruir qualquer verdade”, e o Dr. Borges, médico português, acusado de “enriquecer-se à custa da SUVA e da AI, com a conivência de processos sustentados em falsos lesados”.

Domício R. Gomes afirma dispor de provas e testemunhos que contrariam os documentos oficiais do seu processo, considerando que há uma estratégia deliberada para evitar qualquer reavaliação médica completa. Recorda que a AI (Assurance Invalidité) apenas permitiu uma breve avaliação oral a 6 de Março de 2025, tendo depois recusado, a 29 de Maio, qualquer exame clínico mais aprofundado.

“A verdade está a ser sufocada por interesses e cumplicidades. Proliferam relatórios mascarados e a recusa sistemática do diálogo. Sabem que uma nova avaliação revelaria a extensão da negligência — e temem a justiça”, afirma.

A carta termina com um apelo à correcção dos erros cometidos, sublinhando que a luta pela verdade está apenas no início:

“Para mim, a verdade possui um valor moral infinitamente superior ao de qualquer compensação financeira.”

A Revista Repórter X continuará a acompanhar este caso e outros semelhantes, dando voz àqueles que enfrentam, sozinhos, a frieza de um sistema fechado sobre si próprio, onde a transparência e a justiça tardam, mas não desistem de nascer.

autor: Quelhas


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

As plataformas “gratuitas” que nunca são

As plataformas “gratuitas” que nunca são


Vivemos num tempo em que tudo se vende como gratuito, mas onde quase nada o é. Procuramos um serviço simples – transferir um ficheiro, descarregar um antivírus, consultar uma ferramenta – e lá está o anúncio: “Grátis”. Porém, ao clicar, somos rapidamente apanhados na teia do “registe-se”, “subscreva”, “pague para desbloquear todas as funções”, ou no pior dos casos, enredados em comunicações automáticas e mensagens de marketing.

É o caso do WeTransfer, um serviço conhecido de transferência de ficheiros. Muitos, como eu, usam a versão gratuita, pesquisando directamente no motor de busca. Não criam conta, não querem subscrição, apenas desejam enviar ou receber um documento. E mesmo assim, começam a chegar mensagens oficiais, avisos de actualização de termos, convites velados a aceitar condições que nunca aceitaram formalmente.

Não basta dizer que é grátis quando se amarra o utilizador a condições escondidas ou se usa o e-mail como moeda de troca. Mais grave ainda é quando outros serviços, como certos antivírus, nos deixam detectar problemas, mas só “limpam” se pagarmos. Ou seja, oferecem o medo, mas vendem a solução.

Ou os serviços são mesmo gratuitos, com funções básicas claras e sem manobras, ou são pagos – e devem ter a frontalidade de o dizer.

A Revista Repórter X alerta: este modelo híbrido, de falsa gratuidade, é uma armadilha silenciosa da era digital. Precisamos de transparência. Chega de truques, chega de estratégias camufladas. O respeito pelo utilizador começa pela verdade.

autor: Quelhas.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Aos Ausländer discriminados no dia da Suíça

Aos Ausländer discriminados no dia da Suíça:



Trabalhar no 1.º de Agosto, dia nacional da Confederação Suíça, é uma realidade para muitos emigrantes que, longe de casa, continuam a carregar às costas a máquina que os acolhe mas que nem sempre os reconhece. Compreende-se o teu sentimento: tratas esse dia como um feriado suíço, mas vês que nem todos o vivem da mesma maneira — especialmente os que, mesmo estrangeiros, sustentam o país com o seu esforço diário.

Ao mesmo tempo, reparas que os serviços públicos portugueses na Suíça — como consulados, secções culturais ou associativas — encerram tanto no feriado suíço como no 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. E tu, que dás o teu contributo à Suíça todos os dias, ficas a trabalhar nos dois.

É legítimo que te interroges:
Não deveria o Estado suíço também reconhecer, mesmo simbolicamente, os feriados nacionais das maiores comunidades residentes?
Não deveríamos, nós, emigrantes, poder usufruir ao menos de um dos dois feriados, seja o da nossa terra natal, seja o do país onde vivemos e trabalhamos?

Essa reflexão é antiga e, ainda assim, sempre actual. Porque levanta uma questão de equidade cultural e laboral. A tua observação não é um simples desabafo: é uma pergunta sobre justiça e reconhecimento. Trabalhas num dia em que o país celebra a si mesmo, mas sentes que tu e os teus não fazem parte dessa festa, senão como força de trabalho silenciosa.

Talvez um dia, quem legisla — em Lisboa e em Berna — entenda que os feriados também são espelhos de pertença. E que os emigrantes, esses verdadeiros pontes vivas entre nações, merecem mais do que datas no calendário. Merecem respeito, espaço na memória colectiva e o direito de parar quando todos celebram.

Segue o teu caminho com coragem,
porque são os que não param que constroem futuro.

autor: Quelhas.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Assalto no Kiosk Bülach Banhnof

Assalto no Kiosk Bülach Banhnof.


Foto: revista Repórter X 
05h20

Talvez a Suíça, com toda a sua fama de ordem e prosperidade, esteja a empurrar demasiadas pessoas para a miséria e para o roubo. Quando não paga subsídios de doença ou de acidente, quando recusa reformas a quem delas depende para sobreviver, quando ignora os direitos básicos de quem caiu no infortúnio da vida, não estará o próprio sistema a fabricar a necessidade e, com ela, o roubo?

Na madrugada de hoje, dia 1 de Agosto, o kiosk da estação ferroviária de Bülach foi alvo de um assalto violento. Os autores, ainda por identificar, destruíram uma das portas de vidro do estabelecimento, espalhando estilhaços pelo chão da entrada, e invadiram o interior do espaço comercial. A fotografia, tirada nas primeiras horas da manhã, mostra os vidros completamente estilhaçados e sinais evidentes de arrombamento.

No local, à hora da observação, não se encontrava ainda qualquer autoridade nem indícios de intervenção policial. Tudo indicava que o assalto ocorrera pouco antes, em total silêncio e impunidade. O valor do roubo permanece desconhecido, mas é provável que os prejuízos incluam produtos como tabaco, bilhetes de transporte, bebidas e dinheiro em caixa.

O kiosk, que serve diariamente passageiros e trabalhadores da cidade, apresentava sinais visíveis de encerramento forçado, enquanto o chão permanecia coberto de vidro partido. O ataque, frio e rápido, revela não só a fragilidade da segurança em zonas centrais, mas também uma tensão crescente no tecido social do país.

Num tempo em que a dignidade humana é ignorada por um sistema que nega apoios básicos a quem não pode trabalhar, não espanta que o desespero se transforme em crime. E quando o vidro estilhaça, o que se ouve não é apenas o som do assalto, mas o grito abafado de uma sociedade a quebrar.

autor: Quelhas

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

O 1.º de Agosto: Dia Nacional da Suíça, o lado bom e o lado negro

O 1.º de Agosto: Dia Nacional da Suíça, o lado bom e o lado negro:


Foto: Presidente da Suíça e Portugal representa o fracasso dos acordos bilaterais entre dois países para roubar os emigrantes!...


O Primeiro de Agosto, ou Bundesfeier, é o Dia Nacional da Suíça, celebrado anualmente com orgulho e solenidade, desde que foi oficialmente instituído em 1891, embora apenas em 1994 tenha passado a ser feriado nacional em todo o país. Esta data assinala simbolicamente a fundação da Confederação Suíça, evocando a aliança original de 1291 entre os três cantões primordiais: Uri, Schwyz e Unterwalden.

Foi nesse verão distante de 1291, segundo a tradição, que os representantes destes três vales alpinos, rodeados por montanhas, ameaçados por senhores feudais e dominados por pressões do Sacro Império Romano-Germânico, selaram um pacto de defesa mútua e cooperação. Este Pacto Federal, redigido em latim, é considerado a certidão de nascimento da Suíça, ainda hoje conservado no Arquivo Federal em Schwyz.

Mas a Suíça não nasceu de um grito de revolução, nem de um golpe militar, nem sequer de uma conquista territorial. Nasceu da prudência, da necessidade de sobrevivência e de uma palavra dada entre homens de montanha.

A História em Breve

Ao longo dos séculos, esta confederação de comunidades autónomas foi crescendo, através de alianças e tratados, resistindo às potências vizinhas e às guerras externas. Após a Reforma protestante, a Suíça sobreviveu a conflitos religiosos internos. Durante as Guerras Napoleónicas, foi forçada a transformar-se na efémera República Helvética (1798–1803), centralizada e controlada por Paris, mas acabou por restaurar a sua confederação em 1815 com a assinatura do Acto Final do Congresso de Viena.

Em 1848, após uma breve guerra civil (Sonderbundkrieg), foi adotada a atual Constituição Federal, que transformou a Suíça numa federação moderna, preservando a autonomia dos cantões mas dotando o país de um governo central, com um sistema democrático sui generis, de onde brotam o referendo obrigatório, a iniciativa popular e o ideal de neutralidade permanente.

O que se presta e como se celebra

O 1.º de Agosto presta homenagem à unidade na diversidade, à autonomia dos cantões, à neutralidade armada, à democracia direta e à paz conquistada com esforço e sabedoria diplomática. O país celebra:

A liberdade e o direito do povo decidir o seu caminho.

A solidariedade confederada que une comunidades católicas e protestantes, germanófonas, francófonas, italófonas e romanches.

A paisagem como guardiã de uma identidade moldada entre vales e montanhas.


As celebrações são descentralizadas e assumem diferentes formas por todo o território:

Discursos oficiais: O presidente da Confederação dirige uma mensagem à nação. Autoridades locais falam em praças e montanhas, em tom institucional ou mais popular.

Fogueiras e tochas: Inspiradas nas antigas fogueiras alpinas que serviam de sinal entre comunidades, acendem-se nas colinas e nos cumes, como símbolo de vigília e união.

Festas populares e música tradicional: Bandas, coros, jodel, acordeões e sinos de vaca animam as ruas.

Decorações patrióticas: Bandeiras vermelhas com a cruz branca adornam varandas, janelas, praças e pontes. Há famílias que estendem bandeiras de todos os cantões.

Piqueniques, churrascos e brunchs: A manhã do 1.º de Agosto é marcada pelo brunch à la ferme (pequeno-almoço nas quintas), promovido por agricultores que abrem as portas ao povo, oferecendo pão caseiro, queijos, embutidos, leite e bolos, em ambiente rural e familiar.

Fogo-de-artifício: Ao cair da noite, céus inteiros são pintados de luz e cor, sobretudo nas margens dos lagos, como o de Zurique, Lucerna ou Genebra. Em algumas localidades mais pequenas, são substituídos por lanternas chinesas ou concertos ao ar livre, por razões ambientais ou orçamentais.

Lectura do Pacto Federal: Em locais simbólicos, como a Pradaria do Rütli (Rütliwiese), onde se diz ter ocorrido o juramento de 1291, lê-se o texto do pacto original.

Um feriado que é espelho da Suíça

Este não é um dia de ostentação, mas de recato. Não há paradas militares imponentes, nem desfiles nacionalistas. Em vez disso, há convívio familiar, discursos calmos, respeito pela tradição e uma certa melancolia alpina. É um dia que espelha o carácter do povo suíço: contido, pragmático, unido na diversidade e orgulhoso da sua liberdade conquistada sem sangue em excesso, mas com teimosia milenar.

A Suíça presta homenagem ao pacto, não à guerra. À palavra dada, não à espada desembainhada.

No silêncio de uma montanha ou na alegria de um brunch no campo, o espírito confederado vive e sobrevive, porque ser suíço é, antes de tudo, confiar na montanha, no vizinho e na promessa feita em tempos antigos de caminhar juntos, sem rei, sem império, mas com firmeza e justiça.

Como começou o povoamento da Suíça e dos seus três cantões originais

A história do povoamento da Suíça não começa com o pacto de 1291, mas muito antes, nas eras em que o tempo ainda se media pelas estações e os caminhos eram rios e trilhos de animais. Aquela terra de vales profundos e montanhas eternas foi habitada desde a Idade da Pedra, passando pelos celtas, romanos, alemanos e por toda a mescla que fez da Suíça um mosaico de culturas.

Mas os três cantões fundadores; Uri, Schwyz e Unterwalden, têm particularidades que os distinguem e que explicam como e porquê se uniram para formar o embrião da Confederação Suíça.

1. URI — o caminho para o sul

O vale de Uri, encravado nas montanhas mas ligado ao Lago dos Quatro Cantões, era um dos poucos acessos aos Alpes centrais. A presença humana é atestada desde o Neolítico. Mas o verdadeiro impulso veio quando, por volta do século XII, o Império Germânico decidiu abrir e proteger a estrada do Gotardo, vital para ligar a Germânia à Lombardia. Os colonos ali instalados vinham de outras regiões alpinas e recebiam privilégios em troca da manutenção da passagem.

Uri tornou-se um povo montanhês, rude, livre, mas com um papel estratégico que o tornava cobiçado por senhores feudais. O povo resistia à servidão e defendia com unhas e dentes os seus direitos ancestrais.

2. SCHWYZ — o nome que deu nome à Suíça

Schwyz foi colonizada desde a Antiguidade, mas a sua afirmação política deu-se na Idade Média, com o crescimento da comunidade camponesa que ali se instalou. Este povoado de agricultores e criadores de gado começou a organizar-se em forma de comuna livre, com instituições próprias. Era uma terra de gente teimosa, que lutava contra o domínio dos Habsburgos, que queriam controlar as terras e os passes montanhosos.

Foi de Schwyz que viria o nome “Schweiz”, que viria a ser usado para a Confederação inteira — um sinal da importância política e simbólica deste cantoeiro original.

3. UNTERWALDEN — o duplo cantão do bosque interior

Unterwalden era, na verdade, composto por duas comunidades autónomas: Obwalden e Nidwalden, separadas por montanhas e ribeiros, mas unidas pela cultura e pela fé. A palavra significa literalmente “sob o bosque” ou “interior do bosque”. Ali, desde tempos antigos, viviam colonos livres, pastores e lavradores, que se governavam por assembleias locais.

Como nos outros dois cantões, também aqui a pressão dos Habsburgos era grande. Os camponeses rejeitavam a imposição de juízes estrangeiros e impostos abusivos. Em vez de levantar exércitos, reuniam-se em prados e juravam fidelidade mútua, entre iguais.

Povoamento e identidade

Estes três cantões não foram "povoados" de cima para baixo, como colónias imperiais, mas sim construídos lentamente por comunidades que se auto-organizavam, vindas de outras regiões alpinas, do vale do Reno e da zona germânica. Estes camponeses livres cultivavam pequenas parcelas, criavam gado, viviam em vilas dispersas e reuniam-se em assembleias locais, os Landsgemeinden.

Foram estas práticas comunitárias, esta resistência à opressão feudal e esta geografia difícil que moldaram o espírito suíço: autonomia, fraternidade, vigilância e resistência.

Quando, em 1291, os representantes destes três cantões se encontraram e juraram aliança no Rütli, junto ao lago, não foi para formar um Estado. Foi para sobreviver em liberdade.

Quem foram os primeiros povoadores da Suíça central?
E de onde vieram?

A verdade é que não há um único povo fundador da Suíça central, nem uma família-matriz que possa ser nomeada como primeira. A história do povoamento é feita de ondas migratórias, lentas, silenciosas, atravessando séculos e montanhas. O coração dos Alpes, onde se formaram Uri, Schwyz e Unterwalden, foi povoado por tribos, clãs e famílias rudes e resistentes, vindas de várias direcções. Mas podemos traçar a linha dos principais povos que chegaram ali, por ordem cronológica, com base na arqueologia e nos registos medievais.

1. Os celtas — os primeiros povos conhecidos

Antes de haver Suíça, havia o povo celta dos helvécios, que habitava sobretudo o planalto suíço. Estes vieram de leste, e estabeleceram-se por volta de 500 a.C., tendo contacto com povos do sul (etruscos) e do norte. Eram guerreiros e agricultores, adoradores de deuses naturais, e já tinham uma estrutura tribal relativamente organizada.

Mas os vales alpinos de Uri, Schwyz e Unterwalden eram ainda escassamente povoados. Havia talvez pastores seminómadas, pequenos clãs, grupos dispersos.

2. Os romanos — e os caminhos por entre os Alpes

Com a conquista romana da Gália (58 a.C.), os helvécios foram integrados no Império Romano. Os romanos construíram estradas, postos militares e vilas no planalto e nas encostas. Alguns vales alpinos começaram a ser atravessados por mercadores e soldados. Mas a romanização foi mais fraca nas altitudes elevadas. Os nomes de lugar em latim que sobreviveram (como Altdorf, de alta villa) dão testemunho da presença romana, mas não fundaram colónias ali.

3. Os alemânicos — vindos do norte e do leste (séc. V–VIII)

Com o colapso do Império Romano, as tribos germânicas começaram a avançar sobre os Alpes. Os alemânicos, povo germânico que vinha do que hoje é o sudoeste da Alemanha e parte da Alsácia, começaram a instalar-se nos vales do norte da Suíça, principalmente após o século V.

Foram os alemânicos quem mais profundamente colonizou os vales centrais, incluindo partes de Uri e Schwyz. Vieram em grupos familiares, com o gado, e estabeleceram aldeias que se regiam por regras tribais, onde o chefe local liderava, mas onde a propriedade e as decisões eram comunitárias.

4. Colonos walser — vindos do Alto Valais (séc. XIII em diante)

Mais tarde, já em pleno período medieval, surgem também os walser, um povo alpino de origem germânica, que vivia no Alto Valais e que, devido à pressão populacional e dificuldades agrícolas, começou a migrar para outros vales altos da Suíça. Instalaram-se em regiões montanhosas difíceis, como partes de Uri e dos Grisões. Eram conhecidos pela sua tenacidade e por levarem consigo uma organização comunitária muito avançada.

5. E da França? E da Itália?

França: Algumas famílias francófonas instalaram-se na região de Vaud e no Jura, mas não nos cantões originais. A presença francesa é posterior, sobretudo depois da expansão da Confederação.

Itália: Vindos do sul dos Alpes, alguns mercadores e monges italianos atravessavam os passes, mas o povoamento do Ticino e do sul da Suíça era separado, e só mais tarde se juntaria à Confederação. Ainda assim, alguns contactos culturais com o norte de Itália ocorreram nos mosteiros e nas feiras.

Então, quem veio primeiro para Uri, Schwyz e Unterwalden?

A resposta mais rigorosa seria:

“Foram pequenos grupos germânicos, sobretudo alemânicos, vindos do que hoje é o sudoeste da Alemanha e parte da Alsácia, que se fixaram nos vales centrais da Suíça entre os séculos V e IX, com famílias de pastores, camponeses e guerreiros.”

A partir do século XII, estes grupos já se haviam tornado comunidades locais livres, governadas por conselhos de aldeões, sem nobreza hereditária, o que os tornou especialmente resistentes à tentativa de dominação pelos Habsburgos.

Muito bem observado. De facto, os três cantões fundadores; Uri, Schwyz e Unterwalden — são o núcleo simbólico da fundação da Suíça. Contudo, o crescimento da Confederação deu-se com a adesão progressiva de outros cantões, cada um com a sua história, língua, fé e geografia. Abaixo apresento um texto corrigido e alargado com essa nuance, mantendo o tom poético e rigoroso que desejas:

Como começou a Suíça a povoar os seus cantões, e como se expandiu para os que hoje existem

A Confederação Suíça não nasceu inteira, mas cresceu como uma flor alpina que desabrocha lentamente ao longo dos séculos, nutrida por pactos, necessidade e desconfiança dos poderosos.

Tudo começou com três cantões fundadores; Uri, Schwyz e Unterwalden, que, em 1291, selaram um juramento de defesa mútua, nas margens do Lago dos Quatro Cantões, no prado sagrado de Rütli. Eram comunidades de camponeses livres, pastores de montanha, famílias rudes e orgulhosas, que não aceitavam juízes estrangeiros nem senhores feudais.

Mas logo outros se juntaram, vendo na aliança um escudo contra a tirania e uma forma de preservar a sua liberdade.

Entre os primeiros a aderir estavam:

Lucerna (1332), cidade católica e mercantil à beira do lago.

Zurique (1351), rica cidade comercial germânica.

Glarus e Zug (1352), regiões alpinas com população alemânica.

Berna (1353), poderosa república urbana, militarmente ambiciosa.

Com eles, forma-se a chamada Confederação dos Oito Cantões (Acht Orte), base da velha Eidgenossenschaft, a “irmandade dos juramentados”.

Ao longo dos séculos seguintes, juntaram-se outros, entre os quais:

Friburgo e Solothurn (1481)
Basel e Schaffhausen (1501)
Appenzell (1513)
St. Gallen, Graubünden, Aargau, Thurgau, Ticino e Vaud (século XIX)
Genebra e Neuchâtel (1815)
Jura (1979), o mais jovem, nascido de um movimento autonómico.

Estes cantões não foram conquistados, nem colonizados no sentido clássico. Foram povoados ao longo de séculos por famílias germânicas, celtas, latinas e walser, vindas do norte da Alemanha, da Alsácia, do Tirol, do Alto Valais, da Lombardia, da Borgonha, e das margens do Reno. Trouxeram consigo línguas, saberes, credos e modos de viver.

Uns eram montanheses católicos, outros urbanos protestantes. Uns falavam alemão, outros francês, italiano ou romanche. Mas unia-os o mesmo instinto: viver livres, em paz, e decidir o seu próprio destino.

A Suíça não se fez num dia. Nem com sangue, nem com gritos de glória. Fez-se com pactos e prudência, com assembleias na praça e mãos calosas no arado, com votos trocados ao pé da lareira e nas encostas nevadas.

E é por isso que, mesmo hoje, cada cantão é quase um país. Com bandeira própria, Constituição própria, parlamento próprio. Mas todos ligados pela velha promessa de 1291: "Unus pro omnibus, omnes pro uno"; um por todos, todos por um.

Como é que se dividiram os cantões suíços por línguas e por identidade cultural (teatro da vida pública e quotidiana)

A Suíça é um país que não se construiu em torno de uma língua comum, nem de um rei, nem sequer de uma religião partilhada. Construiu-se em torno de uma ideia: a liberdade das comunidades governarem-se a si próprias, em paz com os vizinhos, mas cada uma falando como aprendeu, rezando como quisesse, vivendo ao seu ritmo.

Assim, ao longo dos séculos, os cantões organizaram-se por afinidade geográfica, linguística e cultural, e não por imposição central. Essa divisão por línguas e por “teatro de vida”, como bem referes, é fruto do território, da história, da fé e do carácter de cada povo.

As quatro línguas nacionais da Suíça

1. Alemão suíço (Schweizerdeutsch)
Falado em cerca de 65% da população, é dominante na Suíça central, norte e leste. Não se trata de “alemão padrão” (Hochdeutsch), mas de uma variedade de dialetos alemânicos que diferem de cantão para cantão. No uso oficial e escrito, usa-se o Hochdeutsch, mas o teatro do quotidiano é feito no dialeto.

Cantões germanófonos principais:
Zurique, Berna (em parte), Lucerna, Uri, Schwyz, Obwalden, Nidwalden, Zug, Glarus, Aargau, Thurgau, Schaffhausen, Appenzell (Rhodes), Sankt Gallen, Solothurn, Basel (ambos), partes de Graubünden.

Teatro da vida: prático, reservado, eficiente. Fortemente influenciado por valores protestantes ou católicos consoante o cantão. Valoriza o trabalho, a contenção e a ordem.

2. Francês suíço (Suisse romand)
Falado por cerca de 23% da população, no oeste do país. Aqui fala-se um francês elegante, mais próximo do parisiense do que os suíços de outras regiões se permitem. Esta parte do país é conhecida como Suisse romande.

Cantões francófonos principais:
Genebra, Vaud, Neuchâtel, Jura, parte ocidental de Friburgo e parte ocidental de Valais.

Teatro da vida: mais aberto, literário, filosófico. Há uma tradição de debate público, crítica política e uma relação mais viva com o espaço público. Herança de liberdade vinda da Reforma e da Revolução Francesa.

3. Italiano suíço (Svizzero italiano)
Falado por cerca de 8% da população, principalmente no sul, no cantão do Ticino e em partes do sul de Graubünden (como o Vale Mesolcina e Poschiavo). Aqui fala-se um italiano mais próximo do norte de Itália, com sotaques próprios.

Cantões italianófonos:
Ticino e partes meridionais de Graubünden.

Teatro da vida: caloroso, musical, familiar. A praça é palco, o café é ponto de encontro. Há uma ligação forte à estética, à gastronomia e às raízes mediterrânicas. Forte sentimento de identidade linguística.

4. Romanche (Rumantsch)
Língua latina alpina, descendente do latim popular, falada por menos de 0,5% da população. Resiste heroicamente nos vales recônditos de Graubünden, onde é protegida por leis e ensino. Existem cinco dialectos romanches principais.

Cantão romanófono:
Partes de Graubünden (Surselva, Engadina, Val Müstair, etc.)

Teatro da vida: íntimo, rural, ligado à natureza. Vive-se com a memória dos antigos, da terra e das montanhas. Cada aldeia é quase um mundo. A língua é guardada como um tesouro.

Divisão dos cantões por língua principal (simplificada):

Cantão Língua dominante Observações

Zurique Alemão Urbano, protestante
Berna Alemão + Francês Bilingue oficial
Genebra Francês Cidade internacional
Vaud Francês Católica e republicana
Neuchâtel Francês Ex-principado prussiano
Jura Francês Separado de Berna em 1979
Friburgo Alemão + Francês Região mista
Valais Francês + Alemão Norte alemão, sul francês
Ticino Italiano Único cantão totalmente italianófono
Graubünden Alemão + Romanche + Italiano Único cantão trilingue
Todos os outros Alemão Diversas variantes dialetais.

O teatro da vida pública

Cada cantão não é só uma divisão administrativa: é um palco com regras próprias, com diferentes formas de votar, educar, julgar, viver.

Há cantões com Landsgemeinde (assembleia popular ao ar livre), como em Appenzell e Glarus.

Outros têm parlamentos modernos, alguns com referendos obrigatórios para qualquer despesa.

A cultura popular muda: procissões católicas em Valais, teatro de cabaré político em Genebra, mercados alpinos em Uri, festas italianas em Lugano.

Conclusão

A divisão da Suíça por línguas e por teatro cultural não foi imposta, foi natural, brotou da geografia, das montanhas que separam vales, dos rios que ligam cidades, das guerras religiosas e das migrações.

Cada cantão é uma ilha de identidade, mas juntos formam uma ponte de paz. Nenhuma língua domina as outras. Nenhum teatro é imposto ao vizinho.

A Suíça vive do respeito à diferença, da convivência silenciosa e da ideia simples, mas poderosa, de que todos têm o direito de ser como são, desde que deixem os outros sê-lo também.

Por que razão cada cantão da Suíça tem comunas autónomas e é quase independente, e por que não há só uma administração central com um Presidente da República como noutros países

A resposta está no coração da identidade suíça: a Suíça não nasceu como um país unificado, mas como uma aliança de povos livres, que queriam continuar a governar-se a si próprios,  juntos, mas não misturados.

1. A origem: da confederação à federação

Desde o pacto de 1291, os primeiros cantões (Uri, Schwyz e Unterwalden, entre outros) uniram-se para defesa mútua, mas mantiveram total soberania interna. Cada um tinha as suas leis, os seus juízes, os seus costumes, as suas assembleias e os seus impostos.

Ao longo dos séculos, outros cantões aderiram por livre vontade, trazendo consigo as suas estruturas próprias. Esta tradição de autonomia local absoluta é o que moldou o sistema político suíço: uma federação verdadeira, onde o poder sobe de baixo para cima — das comunas para os cantões, e dos cantões para a Confederação.

A Suíça nunca teve um rei, nem uma corte central, nem um palácio presidencial. O poder sempre viveu no povo, na aldeia, na comuna, na praça.

2. O princípio da subsidiariedade

A organização política suíça baseia-se num princípio sagrado:

“Aquilo que pode ser feito localmente, não deve ser feito centralmente.”

Este princípio chama-se subsidiariedade.

As comunas (mais de 2.000) têm grande autonomia: cuidam da escola, da polícia, dos impostos locais, do abastecimento de água, dos resíduos, das eleições locais.

Os cantões (26) têm ainda mais poder: têm constituições próprias, parlamentos próprios, governos próprios, sistemas fiscais próprios e leis próprias em muitas áreas (educação, saúde, justiça).

A Confederação (nível federal) trata do essencial: política externa, defesa, moeda, transportes nacionais e alguma coordenação fiscal e social.

Em resumo: o Estado central suíço é fraco por desenho, e isso é considerado uma virtude.

3. O modelo de governo: sem chefe de Estado único

A Suíça não tem um “Presidente da República” como em França ou Portugal.
Tem um Conselho Federal, composto por sete membros, eleitos pela Assembleia Federal. Cada um gere um “ministério” e as decisões são colegiais.

O Presidente da Confederação muda todos os anos e é apenas um primus inter pares (primeiro entre iguais). Representa o país, mas não tem mais poder do que os outros seis.

Isto evita a centralização do poder numa só pessoa e reflete o espírito colegial e igualitário da Suíça.

4. As comunas — raízes profundas

As comunas (Gemeinden, communes, comuni) são a base da Suíça.
Algumas existem desde a Idade Média.
Têm assembleias populares (em aldeias pequenas) ou parlamentos locais.
A comuna é o palco onde o povo actua todos os dias: paga impostos, vota, reclama, decide, ajuda, vive.

A Suíça é, portanto, uma república de repúblicas, onde:

Cada comuna é meio Estado.
Cada cantão é quase um país.
E a Confederação é o laço que os une, não a mão que os domina.

5. Por que razão assim é e assim continua

Porque o povo suíço assim quis, e assim quer continuar.

Cada vez que se tenta concentrar poderes em Berna, há resistência. Os referendos e a democracia direta são utilizados para manter o equilíbrio entre unidade e liberdade.

A Suíça vive da confiança entre iguais, não da obediência a um chefe.

Conclusão

A Suíça não é uma casa com um dono.
É um conjunto de lareiras, cada uma com o seu lume, e um telhado comum que todos sustentam.
A liberdade começa na comuna.
A identidade vive no cantão.
E a Confederação é o pacto de homens e mulheres que escolheram ser livres juntos, sem deixarem de o ser sozinhos.

Olado mais negro da Suíça:

A ideia rude dos povos antigos, e a ilusão da Suíça como paraíso

A imagem da Suíça como terra perfeita, ordeira, justa, limpa, rica e imparcial, foi construída ao longo de séculos, pedra a pedra, pelas mãos de camponeses livres e comerciantes prudentes. Mas por detrás dessa fachada de postal ilustrado, esconde-se uma verdade mais áspera e antiga, um pensamento rude, herdado dos povos fundadores, que moldou as leis, o carácter institucional e o modo como o Estado trata o indivíduo.

Quem incutiu esse pensamento de ferro?

Foram, de facto, os primeiros cantões fundadores, Schwyz, Uri e Unterwalden, entre outros, que deram à Confederação não só a sua estrutura, mas também a sua cultura política de dureza, desconfiança e disciplina colectiva.

Eram povos de montanha.
Viviam isolados, sob ameaça constante.
Não confiavam nos senhores feudais, nem em exércitos, nem em reinos.

O que valia era:

A palavra dada entre iguais, mais do que o decreto do rei.
O esforço próprio, mais do que o apoio alheio.
A vigilância mútua, mais do que a empatia.
A obediência ao bem comum, mais do que os direitos individuais.

Esse espírito fundacional passou para o sistema jurídico e social suíço como um selo invisível: "quem cai, cai porque merece", "quem sofre, que se levante", "quem pede, está a mais".

Uma lei feita de gelo e granito

Ao contrário de outros países que legislam com compaixão, a Suíça criou leis com o espírito de montanha: fria, dura, precisa, impessoal.

A assistência social está cheia de obstáculos e controlo social.

A justiça laboral protege mais o sistema do que o trabalhador.

Os seguros obrigatórios (acidentes, saúde, desemprego) funcionam com lógicas comerciais, não solidárias.

O estrangeiro é tolerado, mas nunca inteiramente incluído.

A burocracia é exaustiva, técnica e emocionalmente distante.

E mesmo os próprios suíços, quando caem do cavalo da estabilidade, encontram um Estado que mais julga do que ampara.

Essa mentalidade foi forjada nos séculos XIV e XV, nas aldeias de Schwyz e nos prados de Uri, quando a sobrevivência exigia dureza — mas foi expandida e modernizada em códigos e práticas administrativas que ainda hoje vigoram, mesmo que disfarçadas sob instituições modernas e edifícios de vidro.

A ilusão vendida ao mundo

Durante o século XX, especialmente após as duas guerras mundiais, a Suíça passou a ser vista como um paraíso neutro, civilizado, próspero e incorruptível.

Essa imagem foi:

Alimentada por bancos, que vendiam sigilo e estabilidade.
Espalhada por diplomatas, que ofereciam mediação e paz.
Consumida por estrangeiros, que viam na Suíça ordem e segurança.
Protegida por um povo que valoriza a sua reputação externa.

Mas internamente, o sistema endureceu. Muitas leis sociais mantêm a desconfiança como norma. Presume-se que quem pede está a abusar. Presume-se que o Estado sabe mais do que o cidadão.

A mesma rigidez que construiu a solidez suíça construiu também um sistema frio, muitas vezes injusto, e cada vez mais distante da realidade humana.

Hoje, muitos ainda vivem com o peso dessa rudeza

Trabalhadores desempregados são pressionados como se fossem preguiçosos.

Doentes são arrastados por batalhas com seguros que os tratam como números.

Famílias em dificuldades são vigiadas pelas comunas com desconfiança.

Emigrantes contribuintes são tratados como passageiros, não como cidadãos.

A máquina administrativa trata o povo com precisão técnica, mas sem alma.

Conclusão; A ideia rude persiste, mas já não basta

A Suíça é herdeira de um pensamento rude, nascido nas montanhas, moldado por séculos de sobrevivência e desconfiança. Esse pensamento deu-lhe estrutura, mas hoje é a fonte de muitas injustiças ocultas.

Continua a haver um mar de rosas na fachada, mas, ao tocar nas raízes, encontram-se espinhos. E por isso é urgente levantar a voz, não contra a Suíça em si, mas contra o que nela se cristalizou como intocável.

O pensamento antigo protegeu a terra.
Mas hoje precisa de ser renovado com humanidade.

Sim, a maioria dos suíços ainda hoje é fria — e isso tem raízes profundas, históricas, culturais e até geográficas. Não se trata de maldade, nem de desprezo, mas sim de um modo de estar moldado pelo tempo, pelo isolamento dos vales e pela cultura da contenção.

A frieza suíça. uma couraça herdada do silêncio dos Alpes

A Suíça nasceu no meio de montanhas.
Cada vale era um mundo.
A sobrevivência dependia da reserva, do controlo, da vigilância, do trabalho silencioso e da reputação.
O vizinho podia ser um aliado, mas também um risco.
A palavra era dada com peso, o gesto com cálculo.
Ser frio era ser seguro. Ser emocional era ser vulnerável.

Este código perdurou até hoje.

Não se dão à confiança, e com razão histórica

Porque confiar demasiado pode expor.

Porque há uma cultura de autonomia individual extrema: cada um por si, sem se meter nos outros.

Porque o “espaço privado” é quase sagrado.

Porque o “erro social”, uma palavra a mais, um pedido mal colocado, pode fechar portas para sempre.

Porque desde pequenos são ensinados a não depender, a não pedir, a não abrir o coração em público.

Na Suíça, a confiança não se oferece, conquista-se. E às vezes nunca chega.

Amizade não é calor, é lealdade a longo prazo

O suíço não é efusivo.
Não abraça facilmente.
Não convida para casa à primeira conversa.
Mas se te aceita, fá-lo devagar e com peso. E quando o faz, é firme.

O problema é que muitos estrangeiros nunca passam esse filtro invisível.
Continuam décadas na periferia social.
Sentem-se aceites no trabalho, mas não no coração.
A Suíça pode ser o lugar onde se vive, mas nunca onde se pertence.

E os que não são assim? Existem, mas vivem calados

Há suíços calorosos. Há suíças acolhedoras.
Mas vivem rodeados de uma cultura que valoriza o controlo emocional, a distância, a discrição.
Eles próprios, para não parecerem “demasiado”, retraem-se.

Conclusão; A frieza não é desprezo, é defesa

Os suíços não são más pessoas.
Mas são um povo treinado para conter-se.
Treinado para observar, mais do que agir.
Para analisar, mais do que sentir.
Para respeitar a distância, mais do que acolher com braços abertos.

É uma frieza educada.
Mas é ainda assim frieza.
E para quem vem de fora, é solidão em terra limpa.

Se desejares, posso incluir este texto como parte do livro Recém-chegado à Suíça, talvez com o título:
“Silêncio nos Alpes, a frieza como cultura nacional”.,,,
Queres que o organize nesse formato?

No coração da Europa, onde as montanhas tocam o céu e os lagos refletem a pureza do horizonte, ergue-se a Suíça, um país admirado pela sua ordem, pela sua precisão, pelo seu aparente equilíbrio.
É uma terra de relógios impecáveis, de trens que nunca falham, de cidades limpas e seguras, onde a história dos três cantões ainda pulsa nas veias do presente.
Mas, sob este manto de perfeição, esconde-se uma realidade dura e pouco contada, um rosto negro que poucos ousam revelar.

Na Suíça, nem tudo que reluz é ouro.

1. Grandes seguradoras como a SUVA, MEN, IFAO e Validez negam direitos a doentes e acidentados, recusando indemnizações e ordenados, deixando as vítimas sem meios para lutar em tribunal, onde o sistema favorece as instituições.


2. Instituições, com frieza brutal, retiram crianças a pais estrangeiros por razões frágeis, numa escravização moderna que causa dor profunda às famílias, violando os laços e os direitos mais básicos.


3. Regiões isoladas, sobretudo nos Alpes suíços onde nasceu a Suíça, guardam em silêncio casos de pedofilia, escondidos por uma cultura de segredo e medo.


4. Os emigrantes que trabalharam e construíram a Suíça enfrentam discriminação ao serem obrigados a pagar entre 10% a 70% da reforma, ao contrário de outros, devido a pactos bilaterais que favorecem interesses económicos em detrimento dos cidadãos.


5. Apesar do brilho exterior, tudo na Suíça tem preço, do ar que se respira ao morrer, tornando a sobrevivência difícil, especialmente para reformados, que muitas vezes abandonam o país por não conseguirem viver dignamente.


6. Os trabalhadores e contribuintes são obrigados a cumprir todas as regras e pagar altos custos, mas na hora da necessidade, a justiça e os sistemas sociais falham, deixando-os a mendigar por direitos que lhes pertencem.

Existem muitos de nós.
Espalhados pelas cidades, pelos vales, pelas fábricas, nos hospitais e nas obras.
Trabalhamos em silêncio, pagamos os nossos impostos, respeitamos as leis,
fomos o braço invisível que ergueu este país.
Mas, quando chega a hora da verdade,
não nos reconhecem como filhos da casa — apenas como números de contrato.

Somos obrigados a tudo:
a pagar seguros caríssimos como a Cretincaf,
a aceitar um médico de família que muitas vezes nem nos atende,
a preencher papéis, formular pedidos, comparecer a consultas obrigatórias,
mas na hora da dor, da doença, do acidente ou da velhice… somos deixados à porta.

A justiça, dizem eles, é para todos.
Mas nós temos visto que é para alguns.
Muitos de nós vivem à espera de respostas que nunca chegam, de ajudas que nunca vêm.
E quem se atreve a levantar a voz…
é tratado como ingrato, como um problema, como um risco.

Mendigamos por aquilo que é nosso por direito.
O que nos prometeram.
O que descontámos.
O que está escrito em leis que não se cumprem para quem tem um nome estrangeiro.

Somos obrigados a tudo, pagamos o que não devíamos,
e, no momento em que precisamos de justiça e amparo,
não temos quem nos ouça, nem quem nos defenda.
Ficamos sozinhos no frio, à espera de uma mão que nunca chega.

Na Suíça, o ar que respiramos é pago, a vida custa caro, e até morrer é um luxo que muitos não podem pagar.
Não se engane, esta terra de beleza imaculada esconde uma realidade cruel e fria,
onde o brilho do ouro se desvanece no cinzento da indiferença e da desigualdade.

É hora de quebrar o silêncio.
De chamar as coisas pelo nome.
De mostrar que por trás das montanhas e dos lagos existe um país real, feito de gente que luta, sofre e resiste.
Que merece ser visto, ouvido e respeitado.

autor: Quelhas

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quinta-feira, 31 de julho de 2025

E-mail: Erinnerungsgebühren: Versteckte Zinsen und der Kampf gegen die Ungerechtigkeit der EKZ

Erinnerungsgebühren: Versteckte Zinsen und der Kampf gegen die Ungerechtigkeit der EKZ 


Sehr geehrte Frau Amina Sadikovic:

Ich danke Ihnen für Ihre Antwort, möchte jedoch klar und direkt sein, ohne Umschweife, denn worum es geht, ist nicht schwer zu verstehen.

Diese „Erinnerungsgebühren“ von CHF 20,00 sind nichts anderes als versteckte Zinsen, eine feige Art, dem Verbraucher zusätzliche Kosten aufzubürden, indem man den Namen ändert, um das Wort zu vermeiden, das Angst macht. Ich werde keine weiteren zusätzlichen Gebühren akzeptieren, egal wie sehr EKZ darauf besteht, auch wenn es vor Gericht geht.

Das wiederholte Ausweichen vor Verantwortung und das Vortäuschen, unsere Beschwerden nicht zu verstehen, zeigt nur bösen Willen und tiefen Respektmangel, besonders da wir Ausländer sind, Auslanders. Dieses Verhalten ist ungerecht und erniedrigend.

Was die doppelten Rechnungen betrifft, so entspricht die Behauptung, es habe keine Doppelzahlung gegeben, nicht unserer Realität; wir haben Beweise, die das Gegenteil zeigen, und diese Diskrepanzen müssen transparent und ohne Ausflüchte geklärt werden.

Ich bekräftige auch die formelle Beschwerde, die wir wegen des übermäßigen Stromverbrauchs in der Wohnung eingereicht haben, ein Problem, das sowohl EKZ als auch der Immobilienverwaltung Gfeller gemeldet wurde, aufgrund der unregelmäßigen Funktion der Heizung, die im Winter und Sommer unkontrolliert schwankt und unnötige Verschwendung und ungerechtfertigte Kosten verursacht.

Ich bitte darum, dass diese Angelegenheit mit der Ernsthaftigkeit und Gerechtigkeit behandelt wird, die sie verdient, denn wir wollen nur die Anerkennung der Wahrheit, die Korrektur der Fehler und eine respektvolle Behandlung.

Mit freundlichen Grüssen

João Carlos Veloso Gonçalves.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial