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sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Aos Ausländer discriminados no dia da Suíça

Aos Ausländer discriminados no dia da Suíça:



Trabalhar no 1.º de Agosto, dia nacional da Confederação Suíça, é uma realidade para muitos emigrantes que, longe de casa, continuam a carregar às costas a máquina que os acolhe mas que nem sempre os reconhece. Compreende-se o teu sentimento: tratas esse dia como um feriado suíço, mas vês que nem todos o vivem da mesma maneira — especialmente os que, mesmo estrangeiros, sustentam o país com o seu esforço diário.

Ao mesmo tempo, reparas que os serviços públicos portugueses na Suíça — como consulados, secções culturais ou associativas — encerram tanto no feriado suíço como no 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. E tu, que dás o teu contributo à Suíça todos os dias, ficas a trabalhar nos dois.

É legítimo que te interroges:
Não deveria o Estado suíço também reconhecer, mesmo simbolicamente, os feriados nacionais das maiores comunidades residentes?
Não deveríamos, nós, emigrantes, poder usufruir ao menos de um dos dois feriados, seja o da nossa terra natal, seja o do país onde vivemos e trabalhamos?

Essa reflexão é antiga e, ainda assim, sempre actual. Porque levanta uma questão de equidade cultural e laboral. A tua observação não é um simples desabafo: é uma pergunta sobre justiça e reconhecimento. Trabalhas num dia em que o país celebra a si mesmo, mas sentes que tu e os teus não fazem parte dessa festa, senão como força de trabalho silenciosa.

Talvez um dia, quem legisla — em Lisboa e em Berna — entenda que os feriados também são espelhos de pertença. E que os emigrantes, esses verdadeiros pontes vivas entre nações, merecem mais do que datas no calendário. Merecem respeito, espaço na memória colectiva e o direito de parar quando todos celebram.

Segue o teu caminho com coragem,
porque são os que não param que constroem futuro.

autor: Quelhas.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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