O ESTADO EXCLUI OS SEUS PRÓPRIOS SERVIDORES: QUEM JÁ LÁ TRABALHA É POSTO FORA COMO SE NUNCA TIVESSE EXISTIDO
A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) publicou, com a frieza de quem preenche tabelas e assina despachos em série, a lista provisória de candidatos excluídos do concurso para a carreira de Inspeção e Auditoria Tributária e Aduaneira. Entre os nomes varridos do processo, encontram-se trabalhadores que já prestam serviço à própria instituição, muitos deles há largos anos, alguns há décadas. Foram apagados com um clique, como se nunca ali tivessem estado.
A justificação? 
Falta de habilitação académica formal.
A realidade? 
Experiência acumulada, competência comprovada, dedicação a um Estado que agora os rejeita sem pudor.
Trabalhadores internos, com provas dadas, foram excluídos por não apresentarem o curso certo ou o diploma com o nome certo. E, no entanto, todos os dias continuam a executar tarefas que muitos recém-licenciados ainda nem compreendem. São estes que formam os mais novos, corrigem os erros dos chefes, seguram os sistemas. Agora, o Estado diz-lhes que não servem. Que não são qualificados. Que a sua existência vale menos que um papel timbrado.
Isto não é selecção, é limpeza.
Pessoas com mais de cinquenta anos, que já deram tudo, vêem-se empurradas para o desemprego ou para o desespero. O Estado escolhe ignorar o conhecimento feito na prática, a memória viva da instituição, o profissionalismo que não se aprende nos manuais.
É a tecnocracia fria a matar o mérito verdadeiro.
O regulamento diz que o concurso exige licenciatura.
Mas o bom senso diria que quem já lá trabalha deve ser automaticamente admitido.
A justiça diria que a experiência conta.
A humanidade diria que não se lança ninguém ao lixo, muito menos aos que servem há anos sem falhar.
Esta exclusão
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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