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segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Um emigrante na Suíça: direitos, trabalho e desafios pessoais

Um emigrante na Suíça: direitos, trabalho e desafios pessoais

Um emigrante na Suíça envia, através de e-mail, uma das cartas corrigidas, retirando qualquer referência à RAV. Esclarece que não enviará a carta duas vezes e que esta representa apenas uma amostra do formato que usará para contactar as empresas. Caso a comunicação seja dirigida exclusivamente a este tipo de empresas, seguirá este modelo; caso contrário, fará um novo texto para outro tipo de emprego, e não admite ser contrariado quanto ao que pretende transmitir às firmas.

Não retirou nenhum Inserat, tendo obtido os contactos directamente pelo Google. Afirma que, em muitos anos, nenhum responsável de empresa o colocou a trabalhar com pedido de Arbeitsbemühungen por carta ou e-mail, considerando esse procedimento uma formalidade inútil. Todos os empregos que teve até hoje foram obtidos por solicitação verbal, método que continua a usar. Apenas raramente regista os trabalhos solicitados oralmente, porque a RAV é complicada ao ponto de questionar a veracidade desses pedidos, embora sejam verdadeiros. Foi assim que conseguiu todos os seus empregos.

Sabe o que deve escrever às firmas. Afirmar que está inscrito na RAV não é mentira, pois encontra-se inscrito e a trabalhar como temporário. Caso não mencione no e-mail, já o comunicou várias vezes por telefone. Explica que, quando a empresa onde trabalha tem muito trabalho e surge um Termin na RAV, é necessário adiar ou outro trabalhador ocupar o seu lugar, ponto assente entre ambas as partes. O novo Termin deve ser marcado em concordância com ambos. Quer ter clareza sobre se deve priorizar o Termine na RAV ou o trabalho, mesmo sendo temporário.

Os seus e-mails podem parecer agressivos, mas atribui a distorções de tradução, embora sempre expresse as suas ideias com educação. Quanto ao alemão, prenuncia-se mal, mas compreende muito melhor; pede que lhe falem devagar e que reformulem caso não entenda. A sua forma de falar é alta, sempre foi assim; para ele, é falar normal. Realiza também discursos públicos, mantendo a voz elevada.

Sobre o direito ao Fundo-Desemprego, já respondeu diversas vezes à UNIA, RAV e Amt Für Arbeiten. A decisão de suspender ou não o Fundo-Desemprego não cabe à RAV; cabe-lhe a si decidir. Procura cumprir o seu dever, e considera que o funcionário da RAV tem obrigação de cooperar com a situação de trabalhador temporário. Caso estivesse em casa, a intervenção poderia ser maior, mas como temporário, deve haver harmonia entre as partes.

Raramente atende telefonemas de números não registados, devido a spam, e quando trabalha é proibido atender chamadas. Portanto, a RAV deve sempre escrever por e-mail, sem telefonar, assim como os empregadores devem responder por e-mail. Ele cumpre a obrigação de enviar e-mails, enquanto outros evitam responder.

Em termos de saúde, sempre trabalhou, mas possui limitações físicas: peso, altura, sensibilidade a temperaturas, cheiros fortes, calor, humidade, entre outros entraves. A língua e a saúde são os maiores obstáculos. Se falasse melhor alemão, poderia trabalhar num escritório, num supermercado ou em chefia, mas, tal como está, encontra-se condenado, sem possibilidade de buscar trabalho mais adaptado. A saúde define a sua capacidade de manter alguma vida.

Confessa ter sido maltratado ao longo da carreira, não pessoalmente, mas em termos de empregabilidade: abusos no trabalho, falta de segurança, manipulação de cargas pesadas com o seu problema de saúde, subir e descer escadas com aspirador às costas, tarefas de limpeza em ambientes de pó, mudanças de temperaturas entre o frio e o calor e mudanças constantes de turnos, horários de refeição e sono que afectam a imunidade. Queixa-se de empresas que abusam dos trabalhadores e ignoram os limites de cada um; recusa abandonar postos de trabalho voluntariamente, embora o pensasse fazer.

O maior problema é a falta de segurança: trabalhadores cumprem o dobro do que outros não fazem, sem que os chefes intervenham. Observou colegas a serem maltratados, verbal e fisicamente, até com objectos atirados. Felizmente, nunca foi alvo de abuso intelectual ou psicológico, mas testemunhou comportamentos graves contra jovens.

Ama o seu trabalho, embora com mudança constante de turno que o afectam corporalmente. Só considera mudar se surgir uma posição adaptável, fixa e com salário maior; caso contrário, permanece onde está. Prefere trabalhar oito, nove ou dez meses por ano do que perder esta empresa para sempre ao aceitar outro emprego temporário. Considera melhor garantir o que tem do que arriscar perder, reconhecendo que, de momento, sem direito à RAV, embora lutando pelo prolongamento do Fundo-Desemprego, deve decidir o que é melhor para si.

Prof. Ângela Tinoco

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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