Póvoa de Lanhoso: a escolha entre continuidade e mudança nas próximas autárquicas:
Nos últimos quatro anos, a vida política da Póvoa de Lanhoso foi marcada por um modelo de governação centrado em eventos, comemorações e iniciativas festivas, que, embora possam ter um papel social, levantam a questão sobre a prioridade dada a obras e serviços essenciais.
O actual presidente, Frederico, destacou-se como promotor de convívios, festas e actividades públicas. No entanto, áreas estruturais como creches, lares, ensino superior, redes de abastecimento de água e saneamento básico continuam sem resposta. Promessas feitas desde 2021, como a expansão do saneamento em várias freguesias, permanecem por concretizar.
As intervenções no espaço público têm sido pontuais, como a remodelação de uma fonte ou a instalação de jardins em rotundas, contrastando com a ausência de investimentos de maior envergadura nas infra-estruturas locais. Acresce a contratação significativa de pessoal a recibos verdes para a Câmara Municipal, prática que levanta dúvidas sobre critérios e sustentabilidade, assim como um número elevado de assessores que reforça a imagem de uma máquina política pesada.
Do ponto de vista urbanístico, subsistem preocupações quanto a alegadas negociações pouco transparentes relacionadas com terrenos, bem como ao arrastamento de obras públicas prometidas, incluindo o anunciado complexo desportivo. A gestão política tem sido caracterizada por uma forte componente mediática e relacional, mas com fraca concretização material no campo das necessidades básicas da população.
A oposição, agora com a candidatura de Fátima Alves, apresenta um discurso que apela à “verdade” e à mudança, embora ainda não tenha detalhado um plano de acção concreto para o concelho. A disputa eleitoral coloca assim o eleitorado perante uma escolha: manter a actual gestão, apostada na proximidade social através de eventos e iniciativas culturais, ou optar por uma nova liderança que se comprometa com uma estratégia mais orientada para as infra-estruturas e serviços essenciais.
Quanto a outras forças políticas, e falando politicamente, surge mais uma vez uma equipa vinda de Braga, quando o povo local não se entendeu. A terra da Maria da Fonte poderá perder por isso. Um candidato da Póvoa faria toda a diferença. Um não avançou por medo de perder o tacho que guarda noutro partido. Outro nunca foi verdadeiramente aceite na Póvoa para alcançar o tacho. Ainda outro, expulso de um partido, continua a sonhar com o tacho. Outro foi excluído noutro partido, onde nada fez nem deixou fazer, e assim não consegue tacho. Alguns, indecisos, diziam querer preparar as pessoas para vencer a Câmara. Não criaram um novo partido, nem formaram uma equipa do Chega, mesmo quando o partido abriu as portas aos da Póvoa. Assim, foi preciso que, mais uma vez, viessem de Braga, porque os da terra não souberam, ou não quiseram, agarrar a oportunidade.
Em Outubro, os munícipes decidirão se o rumo dos últimos quatro anos deve continuar ou se é tempo de alterar prioridades, focando a política local nas carências reais do concelho e não apenas na calendarização festiva.
autor: Quelhas
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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