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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Alexandra Cardoso, tudo o que quero é ser feliz a cantar o Fado


Alexandra Cardoso, tudo o que quero é ser feliz a cantar o Fado


"Alexandra Cardoso" cresceu no Bairro do Outeiro, na Cidade do Porto, na Freguesia de Paranhos. É assistente Técnica de Arquivo do Tribunal Judicial de Gondomar. Aos cinco anos nasceu o seu maior amor até hoje, a irmã "Patrícia", que veio ao mundo a "1 de Janeiro de 1982", tornando-se a melhor prenda de anos que podia receber. O seu bairro, como tantos outros, enfrentava os problemas sociais normais, e os pais sentiram sempre a necessidade de ocupar os tempos livres dos filhos.

Aos dez anos, integrou a equipa de Futebol Feminino do Grupo Desportivo Recreativo de Paranhos. Foi também nesse ano que nasceu o "Grupo Arte e Juventude", e Alexandra subiu pela primeira vez ao palco em "Dezembro de 1987". Foi amor à primeira vista: em palco, sentia-se plena e feliz.

Aos catorze anos, no aniversário da tia, o seu pai pediu à mãe para cantar o fado "Confesso". A mãe não teve coragem e encarregou Alexandra. Terrível, pois ela não gostava de fado e só sabia metade da canção, aprendida ouvindo a mãe em casa. Mesmo assim, cantou metade do fado e foi um sucesso. O Sr. Tony Gomes, que estava na viola, incentivou-a a aprender mais fados e a frequentar o "fado vadio". Seguiu o conselho, ouviu "Amália Rodrigues" nos discos dos avós e apaixonou-se pela música, sentindo, finalmente, que queria cantar fado para sempre.

Acompanhada pelo pai, começou a frequentar as casas de "fado vadio", absorvendo tudo o que podia. Aos quinze anos participou na sua primeira "Grande Noite de Fado" no Porto e conquistou o terceiro lugar. Era uma adolescente feliz a cantar fado, recebendo apenas um "Sumol de Ananás" e uma "sande mista" pelo seu talento, mas isso não lhe tirava a alegria.

Em 1995, entrou para a "Tuna Feminina da Universidade Fernando Pessoa", tornando-se solista e vivendo anos inesquecíveis, fazendo amizades para a vida. Em 1998, após cinco tentativas, venceu a "Grande Noite de Fado do Porto" no "Coliseu do Porto", concretizando um sonho. Mas rapidamente a realidade mostrou-se dura: entrevistas nas rádios, mais espetáculos, mas o pagamento continuava escasso. Confrontou a organização e ouviram-lhe que, para alcançar patamares maiores, teria de começar assim, mas nada aconteceu. O sonho de gravar um CD parecia distante, enquanto era convidada a cantar de graça.

O pai queria ajudá-la, mas era financeiramente impossível, pois a família vivia com o essencial. A mãe, sempre sua maior fã, dizia-lhe para não desistir e lutar. Alexandra lutou, mas em 2015 perdeu a mãe, a sua força e inspiração. Prometeram ir juntas ao "The Voice", mas a mãe não estava consigo quando participou nas provas cegas em 2016. A dor e a perda da força fizeram-na desistir do sonho de gravar um CD de fado.

Manteve-se ativa em palco com a "Tuna Musical de Santa Marinha" e no "Teatro de Revista", preservando a felicidade de cantar. Em 2022, uma amiga convidou-a para organizar uma noite de fado num restaurante, e este gesto levou à gravação do seu CD "O Meu Grito", realizando finalmente o sonho de uma família do Bairro do Outeiro. Participou na "Praça da Alegria" em Maio do ano passado, uma experiência linda, mas Alexandra sabe que nem tudo são rosas: a falsidade e a maldade rondam, e embora sofra, prefere não reagir na mesma moeda, apenas deixar ir.

Hoje, "Alexandra Cardoso" afirma que tudo o que deseja é ser feliz a cantar o fado.

("Texto baseado no depoimento de Alexandra Cardoso, adaptado por Quelhas")


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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