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terça-feira, 4 de maio de 2021
Plano de Capacitação PNAID começou no norte do país
domingo, 2 de maio de 2021
Revista Repórter X, assine e publicite a melhor revista internacional
Sejam bem-vindos à revista das oportunidades. Nós mudamos o conceito de fazer jornalismo... A melhor publicidade é a nossa. Pague uma publicidade em papel e receba várias publicidades grátis online. Assine a nossa revista repórter X e divulgue o que é genuinamente português. Dê valor em vez de criticar!
Revista Mensal Nº 109 Abr. 2021 - Ano X. Tiragem 3.500 Uni
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sexta-feira, 2 de abril de 2021
Aniversário revista repórter X Editora Schweiz 2012-2021
Nota Introdutória:
Director:
João Carlos Veloso Gonçalves
Caminhamos para o Ano X da revista repórter X, notando nesta altura que o primeiro nome foi, `jornal cultura de expressão portuguesa´, logo e, como o nome indica, somos um jornal cultural, abertos a todos os tipos de temas, que nos enviem para apreciação, revisão e colocação seguidamente nas suas devidas páginas formatadas. Pouco mais tarde, precisamente quando o jornal passou da versão on-line a papel impresso, passou-se a chamar Repórter em formato revista; o X significa o POVO. O Repórter tem a ver com um todo de reportagens e presença social como em Reportagens, entrevistas em vídeo e descritas com fotografias, notícias, textos! “muitas vezes, o repórter é um psicólogo para tanta gente, dando ouvidos e palavras de apreço”.
O repórter assentou bem no perfil do
Director. Um Repórter é um tipo de jornalista que pesquisa, escreve, e
relata as informações, para apresentar com fontes;
conduz entrevistas, envolve-se em pesquisas, e faz relatórios; pode ser
relações públicas, editor, revisor, redactor e correspondente.
“O repórter não é necessariamente aquele que tem
carteira profissional e exerce a função de jornalista; ser jornalista é quem
está no activo, fazendo todo o género de coisas num jornal, como polivalente; a
pessoa que como o Director, para além das diferentes actividades, também faz a
paginação e formatação da revista, antes desses temas irem para a revisão
editorial; além disso, o repórter, sendo ou não director, ou proprietário, ou
chefe de administração, pode ser a ponte entre todos e aquele que rege as
regras editoriais.”
A parte informativa do trabalho de um jornalista é, às
vezes, chamada de reportagem, em contraste com a parte de produção do
trabalho, tais como escrever artigos. Os repórteres podem dividir o seu tempo
entre trabalhar numa sala de redacção e sair para testemunhar eventos
ou entrevistar pessoas. Os repórteres podem ser designados para um tema
específico, ou área de cobertura. Dependendo do contexto, o
termo jornalista pode incluir vários tipos de editores,
escritores editoriais, colunistas e jornalistas visuais, tais
como foto jornalistas (jornalistas que usam o recurso da fotografia
e vídeo). Eu, como fundador/ director, orgulho-me de ser um bom repórter
completo; faltam-me algumas coisas académicas, como por exemplo a parte verbal
e escrita, que deveriam ser mais completas; se tivesse melhor domínio disso
poderia candidatar-me a um grande órgão de comunicação social, como por exemplo
a CNN!
NOTA DA REVISÃO EDITORIAL
Em tempo de ressacarmos do surto pandémico, é também
tempo para redefinirmos a vida e aquilo que fazemos nela.
Estamos todos em momento de reflexão sobre um futuro
incerto, que queremos melhor, para darmos renovado sentido à vida!
E tudo faremos para que seja melhor; na Revista
fazemos por adoptar novas regras mais pragmáticas, que atendam a resolver o que
nos preocupou no passado.
E o que mais preocupou o director da Revista, foi o
não cumprimento dos prazos de entrega dos textos, por parte dos redactores. No
seu temperamento extrovertido e impulsivo teve sempre aquele tom de desabafo
emocional, que não é habitual em quem tem como hábito aquela conduta diplomática
de querer deitar água na fervura em todo o lado, para poder caçar moscas com
mel.
O que é facto é que não devemos perder tempo e atacar
o problema, que é a falta de estabelecimento de regras e critérios inflexíveis,
pois que os leitores não são flexíveis. Em função disso, só devemos ter a regra
de determinar um dia limite do mês, para receber textos a revisão, a partir do
qual mais nenhum será aceite para publicação nesse mês.
Poderá determinar um número variável de páginas da
revista, de mês para mês, mas também pode fazer surgir novos conceitos de
paginação, para cumprir formatos.
Eu costumo dizer que menos é mais, e será muito mais,
se formos racionais, objectivos e assertivos, poupando estados de alma, que em
nada acrescentam ao cumprir da nossa obrigação perante o leitor. Como pessoas,
temos de ser máquinas, para podermos usufruir de uma obra melhorada, que nos
deleite a todos, quando pegamos no resultado do que fazemos e nos colocamos na
pele de quem é o nosso público cliente!
Vou tudo fazer, para dar esse prazer aos nossos
leitores e a mim mesmo, quando pegar na Revista e a ler! O meu cumprimento a
todos e votos de que consigamos fazer uma revista que cresça, seja muito
rentável, capaz de remunerar justamente os contributos, e possa ser escolhida,
um dia, como canal de comunicação entre as nossas autoridades administrativas
de Portugal e os nossos emigrantes, recebendo subvenções de serviço público
estatalmente reconhecido!
Pelo menos eu, defendo que os órgãos de comunicação
social devem fazer a ponte entre a necessidade de informação do emigrante de
língua oficial portuguesa e o que as autoridades políticas vão determinando,
para ser Lei.
Revisor
Editorial
Dr.
José Macedo de Barros,
Sociólogo
político
Barros
Obrigado, continuamos juntos.
Todos por Todos, a Repórter X
· Doutora. Lídia Silvestre – Correspondente/ Contador de estórias, Portugal
· José Cavalinhos, Marketing, Portugal
· Sociólogo político Dr. José Macedo de Barros – Conselheiro/ Revisor, Portugal
· Patrícia Antunes – Transcrição de Vídeos/ Textos, Revisão, Portugal
· Maria Kosemund – Correspondente/ Entrevistador, Alemanha
· Fernando Leão – Correspondente/ Entrevistador, Autor, França
· Catarina Gonçalves – Assistente/ Transcrição de textos, França
· José Maria Ramada – Correspondente, Autor, Suíça
· Filipa da Silva - Entrevistadora, Suíça
· João Carlos Veloso Gonçalves – Editor/ Paginador, Entrevistador, Suíça
· Ângela Tinoco - Chefe de Administração.
· Transportes Nunes – Suíça/ Portugal
Quelhas,
director Revista Repórter X
Sindicato Unia - Kurzarbeit (Layoff)
Kurzarbeit
(Layoff)
Sindicato Unia, num
protesto, reivindica 100% do ordenado, para quem está no Kurzarbeit (Lay-off),
a receber apenas 80%, nesta crise Pandémica.
A Revista Repórter X foi convidada
para fazer a cobertura de uma acção, que decorreu numa das principais pontes de
Luzern. Esta acção realizou-se de forma a que houvesse uma reivindicação dos
direitos dos trabalhadores, ao governo suíço, nomeadamente dos apoios face à
situação pandémica.
Neste protesto estiveram presentes
mais de 100 pessoas, que manifestaram solidariedade com os trabalhadores dos
estabelecimentos encerrados devido à pandemia, principalmente a restauração,
mostrando um sentimento de injustiça perante o fecho dos seus negócios. Os
trabalhadores dos ramos afectados pelas regras de controlo da pandemia, que se
viram obrigados a encerrar as portas dos seus estabelecimentos, afirmam que o
pagamento de 80% dos seus salários não é suficiente para sobreviver e fazer
face às despesas mensais. Estas mais de 100 pessoas que participaram na
manifestação, formaram um cordão humano, devidamente protegidas com máscaras e
a respeitar a distância obrigatória entre elas. Foi uma manifestação pacifica,
e praticamente todas as pessoas se fizeram acompanhar de cartazes com frases
sentidas, mas escritas de forma educada e cordial. Esta iniciativa foi
autorizada pela polícia, que esteve presente no local, assegurando-se do
cumprimento de todas as regras de protecção individual, bem como de
distanciamento social. Os trabalhadores/ proprietários destes estabelecimentos,
e pessoas solidárias, afirmam que é necessário abrir portas para combater a
crise e a fome, pois que já há pessoas na rua com cartazes a pedir “Dêem-nos
o que tiverem”, solicitando bens essenciais.
Quem ganha 4000 CHF mensais, passa a receber 3200CHF
Esta
acção tem como objectivo mostrar que a UNIA está presente e pretende, como
sempre, zelar pelos direitos dos trabalhadores, pois a crise não pode ser paga
pelos trabalhadores que recebem ordenados mais baixos, mas sim suportada pelo
governo e pelos cantões.
O
governo suíço prometeu pagar os ordenados a 100% aos trabalhadores com
ordenados menores, nomeadamente abaixo dos 4000 CHF. O que acontece é que o governo colocou o 13º
mês no balanço anual dos salários de cada família, e dessa forma aumentou a
média mensal da maioria, ultrapassando os 4000 CHF. Assim, quem ganha 4000 CHF
mensais, passa a receber 3200CHF, o que torna um ordenado muito precário para
arcar com todos os custos mensais de rendas, alimentação de famílias inteiras,
etc. Assim, os trabalhadores dos ramos com ordenados mais baixos (hotelaria,
limpeza e lojas), afirmam que já o salário por inteiro é pouco; 80% é quase
impossível para viver. A UNIA tem recebido muitos pedidos de ajuda de famílias,
que estão a passar dificuldades.
Assim,
Giuseppe Reo, Cristiano e Ana Maria Pica, reforçam a importância da inscrição
no sindicato UNIA, para que possam recorrer a ajudas e, dessa forma, reivindicar
muitos dos seus direitos.
O
objectivo principal da UNIA é criar contratos colectivos de trabalho,
assegurando a existência de salários mínimos obrigatórios (uma vez que a lei
Suíça não tem salários mínimos obrigatórios), 13º mês obrigatório, melhores
férias e melhores seguros de saúde. Na Suíça central, a maioria dos secretários
da UNIA são portugueses, o que facilita as ajudas às nossas comunidades.
Podem contactar o número principal (0041 848 651 651), e depois selecionar o
número correspondente à língua que pretendem falar. Apenas um dia por semana,
há atendimento na língua portuguesa, mas se selecionarem a opção 1, alemão,
irão ser atendidos por alguém que fala língua portuguesa ou espanhola, e por
isso facilmente serão ajudados, em qualquer dia da semana. A Revista Repórter X
agradece o convite para esta iniciativa, e desta forma poder contribuir para a
divulgação deste serviço publico e de interesse comum a todos os emigrantes.
Transcrição Vídeos; Patrícia
Antunes
Reportagem; Quelhas
Quem quer namorar com o agricultor/a - Catarina Manique
Quem quer namorar
com o agricultor/a
Catarina
Manique, que participou no programa da Sic “Quem quer namorar com o
agricultor”, aceitou o convite da Revista Repórter X, para uma entrevista em
directo no Facebook. Desde que conheceu a revista, Catarina ficou muito
agradada com a forma como a revista destaca os emigrantes e consegue
corresponder às necessidades e gostos de cada um.
Nasceu
no Distrito de Castelo Branco, e vive agora em Joanes, no Fundão. Tem 31 anos
de idade e tem carteira profissional de Técnica de Gás e Soldador. Queria
estudar hotelaria, mas uma amiga arrastou-a para esta formação.
Mais
tarde, fez uma formação de jovem agricultora. De momento, trabalha numa empresa
agrícola e pecuária, da qual é proprietária, juntamente com a mãe, Teresa
Faísca. O padrasto também costuma trabalhar na quinta, e às vezes pedem ajuda a
um casal da zona.
Catarina gosta verdadeiramente dos
trabalhos do campo e dos animais e, depois de ter tido leucemia, não conseguia
encontrar trabalho como técnica de gás, pensa que por discriminação e por ser
mulher. Mesmo no estágio profissional, quase sempre estava em loja e por isso
nunca mais renovou as carteiras dessa área. Por não ter trabalho na área, fazia
trabalhos de agricultura e cuidou de uma senhora idosa. Entretanto, a mãe
desafiou Catarina a comprarem cabras e ela ficaria a trabalhar na quinta. Não
sabiam nada sobre esses animais, mas arriscaram e no início foi difícil, pois
nem sabiam ordenhar esses animais. Passados cerca de 2 anos, decidiu pedir um
apoio ao Estado, como jovem agricultora, para criar mais condições de trabalho,
e também para os animais. Os terrenos são apenas para os animais, não fazem
qualquer produção; somente o padrasto tem cerejeiras.
Considera
que para se ser agricultor, é mesmo essencial gostar do que se faz.
Na
quinta, têm cabras (cerca de 450) e ovelhas (cerca de 150 ovelhas) e também
algumas borregas. Têm também galinhas e porcos, que cria para estimação e cães
(cerca de 650 animais no total). Os animais alimentam-se no campo com verduras,
e têm sempre alimento seco à discrição na manjedoura. Não têm ainda maquinaria
suficiente e, por isso quando é necessário, contratam pessoas, para fazerem os
trabalhos com tractores.
Juntamente
com a mãe, tem também uma queijaria tradicional, que nasceu há cerca de 2 anos.
Os queijos são produzidos por ambas, apenas com leite das suas cabras e
ovelhas. Catarina trata também da distribuição. O queijo chama-se Queijo da Francela
Tradicional, e podem encomendar através da página de Facebook “Quinta da
Lameira”. O Marketing é feito pela Catarina e pela irmã mais velha. Quando está
na quinta, Catarina faz imensos vídeos, para dar a conhecer o seu trabalho e a
vida na quinta e, dessa forma, promover o seu negócio.
Anteriormente
ao programa, Catarina esteve casada, mas divorciou-se.
Durante
o programa em que participou, conheceu vários pretendentes e mesmo tendo uma
ligação especial com um deles (Daniel Malheiro), construíram entre todos uma
forte amizade, e não passou disso. Chegou a ser vista com Daniel em Lisboa, mas
Catarina firma, ao contrário do que foi publicado pelas revistas, que apenas
são amigos e que Daniel só a ajudou a levar as suas coisas ao hotel. Desde o
programa, todos os concorrentes mantiveram o contacto.
O António Hipólito quer namorar com a Catarina Manique; participou na edição anterior do mesmo programa, e também trabalha na agricultura.
De
momento, namora com o António Hipólito, participante da edição anterior do
mesmo programa, e que também trabalha na agricultura. António é natural de
Portel, mas tem estado com a Catarina no Fundão. Ainda não sabem se vão casar,
acham prematuro tomar essa decisão, mas de momento estão a conhecer-se e estão
felizes.
Participar no programa teve muitas
vantagens para a Catarina. Muitas pessoas quiseram provar e consumir os seus
queijos e muita gente visita a quinta. Além disso, graças a isso criou várias
amizades, tanto dentro como fora do programa. Todas as gravações que Catarina
fez, foram na sua quinta e com os seus animais. Apenas não quis mostrar a sua
casa, e por isso foram viver para outra casa, para não expor tanto a sua vida
particular e manter a sua privacidade. Estas declarações vêm desmentir as
publicações das revistas cor-de-rosa, que afirmaram que a quinta foi emprestada
para que esta pudesse entrar no programa.
Catarina
teve leucemia, como citamos acima, doença essa que a deixou com o medo de não
poder ter filhos. Devido à quimioterapia, os seus órgãos reprodutores ficaram
afectados e todos os exames dão a entender que não poderá conceber um filho sem
a ajuda da inseminação artificial. Já aceitou o facto de estar impossibilitada
de ter filhos, mas não é um assunto que de momento a incomode, e será uma
questão para ser pensada posteriormente.
Catarina
deixa um agradecimento a quem não a abandonou nos momentos difíceis, mesmo
quando as revistas cor-de-rosa a deitaram abaixo e a arrastaram para um grande
sofrimento, a pontos de se desligar do mundo social. Quando recebeu o convite
da Repórter X para esta entrevista, ficou reticente, pois estava com medo de
ser difamada novamente, mas agora enaltece a Revista Repórter X, por ser
repórter, sem pisar ninguém.
Transcrição Vídeos; Patrícia
Antunes
Entrevista; Quelhas
Fernando Leão - Escola de vida de um Barman na primeira pessoa
Escola de
vida de um Barman na primeira pessoa
Fernando Leão
Representante Repórter X, França
Colaboração; Catarina Gonçalves
Tinha eu cinco anos de idade, acabava de imigrar
“para fora cá dentro”, da terra que me viu nascer; Freamunde, Paços de
Ferreira, no qual fui obrigado, olhando ao emprego do meu pai (carteiro), que
ficou como efectivo na terra que ainda hoje vivo, que é Rebordosa, Paredes e
pretendo continuar até aos fins da minha vida. Tivemos que nos adaptar a novas
pessoas, novos amigos e a família Lopes em Santa Luzia, (nossos senhorios),
foi a primeira a entrar no nosso coração. Então fomos viver para o
rés-do-chão e logo ficou uma afinidade, porque sentíamos necessidade de nos
ligar a alguém para nos sentirmos mais em casa e desta forma, encontramos
carinho e apoio que necessitávamos e foi uma forma de nos sentirmos mais
amparados.
Aos poucos fui frequentando a casa comercial
Lopes, casa farta com mercearia, tasca, café́, casa de pasto e também uma
pequena fabrica de móveis. Então fui de pequenino acompanhando todas as lides
desta Grande casa na altura: ajudar na cozinha a descascar batatas, por a mesa
para as diárias que se serviam, principalmente aos trabalhadores, depois
arrumar e limpar, no café́ tirava cafés, servia as bebidas, lavava a loiça,
fazia a limpeza geral no bar. Recebia e dava trocos aos clientes, pois a Sra.
Tina já́ fazia confiança em mim, sendo eu uma criança, mas felizmente já tinha
bons valores, porque esta senhora e seu marido, o Sr. Lopes, fizeram de mim, um
Homem para a vida comercial e pessoal (bem como os meus queridos pais, foram
um complemento reforçando a Humildade e seriedade, diziam eles que eram os
melhores valores para chegarmos bem longe, com essa boa escola de vida).
Todos esses valores foi um bom início para a minha vida de
restauração/cafeteria, que ainda hoje continuo a trabalhar no mesmo ramo (apesar
de uma interrupção de 8 anos como empregado de escritório, mas não era com isso
que eu me identificava). Tenho um episódio que nunca irei esquecer e foi
marcante para toda a minha vida. A Sra. Tina tinha o hábito de ficar com moedas
que viriam a sair de circulação, para dar umas quantas a cada e filho e netos.
Então eu também queria ter uma dessas moedas (eram de 1 escudo e 50
centavos, diziam que eram de prata, penso eu), então eu tirei uma de cada
para mim.
Resultado; a Sra. Tina veio ter comigo e
perguntou-me por aquelas duas moedas que faltavam na gaveta (naquele tempo
em gavetas de madeira, não tão sofisticada como nos dias de hoje),
disse-lhe que tinha pegado numa de cada para mim. Então disse-me textualmente:
- Sabes Nandinho, o que tu fizeste,
inconscientemente pensas-te que não tinha mal algum, mas sim tem mal e sabes
porquê?
Isso pôde-se considerar um roubo. Eu sei que a
tua intenção eras das melhores, mas não. Que te sirva de Lição, sempre que
quiseres alguma coisa, não pegues, pede-me que eu dou-te. Assim sendo estás a
ser um Homem sério para a nossa sociedade e verás que vais ser sempre um Homem
de muito respeito e não precisas de ser rico. Hoje posso dizer que foi uma
grande Lição de vida para mim. Como diz o provérbio popular; «Não quero ser
um homem rico, mas sim um rico homem». Sinto um grade orgulho em conhecer
esta Grande Senhora Dona Albertina e seu marido António Lopes, porque toda esta
escola que me incutiram e com a dos meus queridos pais, posso dizer que cheguei
a um dos mais altos patamares da vida, os bens materiais não são os melhores,
os morais são os mais importantes. E para rematar esta história verídica, uma
pessoa que esteja à frente de um balcão, tem que adquirir este grande curso de
vida, para saber estar e sobretudo ter bastante psicologia, para saber lidar
com todo o tipo de pessoas.
Disse-me um dia um Senhor:
- O Sr. Fernando tem uma grande psicologia para
além da média, porque podem estar aqui ao redor do balcão17 pessoas e ele
consegue ir ao encontro de cada um e adapta-se a forma de ser de cada um deles.
Nós barman´s somos mais uns confidentes que propriamente empregados de balcão,
porque para funcionar bem, principalmente com pessoas alcoolizadas, nós temos
que ter essa psicologia para saber gerir tudo isso, para que tudo corra pelo
melhor para que não haja confusão. Há́ pessoas que se refugiam nos bares, quando
têm problema familiar, seja com os filhos ou com a sua mulher ou mesmo
problemas financeiros, eles procuram alguém que os saiba ouvir e saibam
guardar. Quantas vezes uma pessoa desabafa que tal pessoa que lhe fez isto ou
aquilo e vem a outra de seguida dizer o mesmo da mesma. O que temos que fazer
é ouvir ambos os lados e deitar água na fervura para que as coisas não se
compliquem.
No nosso tempo, não haviam telemóveis,
telefonavam para combinarem certas saídas e se nós fôssemos pessoas de
confusões, tínhamos estragado muitos lares e felizmente vivem muito felizes,
porque um Homem sabendo ocupar o seu lugar é uma grande virtude. O maior
orgulho que eu posso ter nesta vida amargurada e difícil, nunca tive alguém que
viesse ter comigo a dizer que eu criei qualquer tipo de confusão, seja com quem
for. Por isso a grande escola de vida que cultivei com os meus pais mais e a
dos meus segundos pais, fizeram de mim o Homem que ainda hoje sou humilde,
Generoso e educado para com a nossa sociedade.
Maria Beatriz Rocha Trindade - uma vida de trabalho académico sobre migrações
Maria Beatriz
Rocha-Trindade:
uma vida de
trabalho académico sobre migrações
No decurso das últimas décadas o estudo sobre o fenómeno migratório tem
sido profusamente enriquecido com um conjunto diversificado de atividades e
trabalhos que têm dado um importante contributo para o conhecimento da
emigração portuguesa.
Neste conjunto diversificado de atividades e trabalhos, onde se cruzam os
olhares interdisciplinares das ciências sociais, encontram-se, entre outros,
livros, artigos em revistas científicas, congressos, conferências, relatórios,
dissertações de licenciatura, mestrado e doutoramento.
Autora, prefaciadora, coordenadora e colaboradora de várias obras
relacionadas com a emigração portuguesa, Maria Beatriz Rocha-Trindade (esq.) apresentou em 2017 o
livro “Terras de Monte Longo” do historiador Daniel Bastos (dir.)
Autora de uma vasta bibliografia sobre matérias
relacionadas com as migrações, onde se destacam, entre outros, os livros Sociologia
das Migrações (1995), Migrações - Permanência e Diversidade (2009), A Serra e a Cidade - O Triângulo Dourado do
Regionalismo (2009) ou Das Migrações às Interculturalidades (2014).
E colaboradora habitual de revistas científicas internacionais neste domínio,
Maria Beatriz Rocha-Trindade, nascida
em Faro, é Doutorada pela Universidade de Paris V (Sorbonne) e Agregada
pela Universidade Nova de Lisboa (FCSH).
Professora Catedrática Aposentada na Universidade
Aberta, foi responsável pela fundação nos inícios dos anos 90, nesta
instituição de ensino superior público, do Centro de Estudos das
Migrações e das Relações Interculturais (CEMRI). Um centro pioneiro na área das
Migrações e Relações Interculturais, que conta atualmente com mais de meia
centena de investigadores, e que tem dinamizado ao longo dos últimos anos uma
intensa pesquisa interdisciplinar e formação avançada na área das migrações e
das relações interculturais em contexto nacional e internacional.
O pioneirismo da insigne académica e investigadora
está igualmente expresso na introdução em Portugal do ensino da sociologia das
migrações, primeiro na Universidade Católica, no curso de Teologia, em 1994, e
dois anos depois, na Universidade Aberta, a nível de licenciatura e de
mestrado.
Membro de diversas organizações científicas portuguesas e estrangeiras,
designadamente da Comissão Científica da Cátedra UNESCO sobre Migrações, da
Universidade de Santiago de Compostela, do Museu das Migrações e das Comunidades, criado em 2001 por
deliberação do Município de Fafe, e da
Comissão Científica do Centro de Estudos de História do Atlântico/CEHA, a Professora Maria Beatriz Rocha-Trindade, coordena
presentemente a Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de
Lisboa.
Constituída por membros oriundos de vários quadrantes da sociedade que
têm estudado e refletido sobre o fenómeno migratório, emigração/imigração, a
Comissão de Migrações da Sociedade de Geografia de Lisboa, uma
das mais relevantes instituições culturais do país, tem sido responsável pela dinamização de relevantes
iniciativas no campo do fenómeno migratório. Como por exemplo, em 2019, quando realizou o colóquio “CPLP -
que presente e que futuro?”, ou no ano anterior, o “Fórum Luso-Estudos/ Edição
2018”, o seminário “Enologia, Mobilidade e Turismo” e a conferência “Jornalismo
para a Paz em contexto de mobilidade”.
O percurso de vida singular e o trabalho académico laborioso da Professora
Catedrática Maria Beatriz Rocha-Trindade, Titular da Ordre National
du Mérite, de França, com o grau de Chevalier, da Medalha de Mérito
do Município de Fafe e da Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, de Portugal,
estão sublimemente sintetizados nas palavras do docente e investigador Jorge
Malheiros, no prefácio da obra Das Migrações às Interculturalidades: “a
investigação em migrações em Portugal não seria a mesma coisa sem a Professora
Maria Beatriz Rocha-Trindade”.
Professor; Daniel Bastos