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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Crime: O Flagelo dos nossos dias e que urge terminar com eles (chefe José Maria Ramada)

Ao longo do tempo somos bombardeados com operações das nossas forças policiais.


Crime:
O Flagelo dos nossos dias e que urge terminar com eles

Indivíduos que são detidos, centenas de quilos de diversas drogam apreendidos, milhares de euros do respectivo tráfico e milhões de euros em viaturas e outros valores manchados de sangue, miséria e muitas vezes de horror.

São milhares de doses, haxixe, cocaína, liamba, heroína e agora bloom apreendidas. Pois, os números são assustadores, milhares de doses que mais dia, menos dia entram no mercado e na desgraça de milhares de famílias, tornando muitos jovens escorria da sociedade e verdadeiras aberrações nas atitudes, actos e acções, mas acima de tudo um perigo para a sociedade em geral.

Não é necessário passear muito pelo centro do Funchal e pelas freguesias circundantes, para nos apercebermos da miséria, ao longo do dia é o perigo e a vergonha para o tão apregoado turismo, mas pior ainda é à noite em que de certa forma instala o menos a todos aqueles que têm conhecimento do que se passa no nosso dia-a-dia nesta linda Ilha.

Há um clima de certa impunidade, uma má educação generalizada entre os jovens, uma libertinagem assustadora e o consumo parece uma roda livre.

O consumo de álcool e de produtos estupefacientes é no fundo o pai-nosso de cada dia, e pouco ou nada se faz, apenas o medo continua na sociedade madeirense.

Em tempo de férias e mesmo fora delas, há jovens que já não se inibem de fazer todo o tipo de aberrações seja onde e às horas que for, à frente de toda a gente, porque é “cool dar uma passa, dar umas patadas num caixote de lixo, chegar o fogo a algo, no fundo uma irreverência em crescendo que as autoridades pouco fazem e os pais não ligam importância nenhuma, no fundo, poder beber até cair ou fumar e cheirar “aquelas cenas” é fixe. Que falta de responsabilidade da nossa sociedade!

Não quero com este texto, fazer o papel daquele adulto que diz que no seu tempo é que era bom e que estas coisas não existiam. Claro que já existiam drogas e álcool, sem houve e sempre haverá, mas na minha modesta opinião é que a libertinagem é cada vez maior, o sentido de responsabilidade quase não existe, o civismo e respeito, passa para segundo plano.


Dói a alma ver jovens, alguns deles praticamente crianças de copo de cerveja e cigarro na mão, pavoneando-se nas nossas esplanadas, praias e jardins para quem quiser ver, porque é feio ou não querem os proprietários de venda, pedir identificação para verificarem a idade o que é obrigado por lei.

Do tabaco e do álcool para a droga é um passo curto, o tabaco e álcool começam a “não bater” é preciso algo mais forte, para que seja mais “cool e fixe”, com a eterna desculpa de que são jovens, têm de viver a juventude, esquecendo que as marcas ficaram para o futuro e a saída mais tarde é muito difícil.

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Sendo certo que a primeira responsabilização deve ser aos pais, as nossas autoridades não se podem alhear da situação e as entidades governamentais devem criar uma justiça mais justa e dar meios às autoridades para que possam desenvolver o seu trabalho com a competência que lhe é exigida. Melhor dizendo alguém com responsabilidade deve centrar uma forte atenção neste flagelo da nossa sociedade actual.

 

Sei que não há uma varinha de condão para alterar o estado das coisas da noite para o dia, mas o que me parece é que as prioridades enquanto sociedade estão invertidas. Da sensibilização à fiscalização muito há ainda a fazer e, merecendo as autoridades policiais todo o meu respeito e admiração, considero que no dia-a-dia podem e devem fazer mais.

Há muitos pontos negros na nossa sociedade Madeirense e para mim parece muitas vezes um contra censo, quando os nossos políticos apelam ao investimento estrangeiro, ao aumento do turismo, esses mesmo políticos esquecem-se da sociedade madeirense em geral, habitação, saúde e segurança são os pilares de qualquer sociedade.

É habitual, nas nossas ruas ver a falta de civismo e respeito dos nossos condutores, se há peões que passam à papo-seco nas passadeiras sem olhar e ao telemóvel, também há muitos automobilistas e até condutores de autocarros que não respeitam as passadeiras. Dos Motociclistas, bem isso nem se fala, não têm qualquer respeito pela velocidade e muito menos pelo ruído a altas horas da noite e da madrugada.

Os nossos condutores estacionam em qualquer sítio, seja em cima dos passeios ou nas paragens de autocarro, para multar quem não tira o bilhete para pagar o estacionamento a câmara municipal tem pessoal, para multar os prevaricadores das passadeiras, das paragens dos autocarros, do ruído nocturno e da velocidade as autoridades competentes não têm meios. Isto é uma aberração da sociedade política em que vivemos.

Às câmaras municipais, actualmente com mais responsabilidades na área da educação, também se exige um papel mais proactivo na vertente da sensibilização, mas nunca se esqueçam, a base tem de ser feita em casa no seio familiar.

A sociedade tem de cuidar dos idosos, de proporcionar bem-estar social à população activa, mas se não acautelar as crianças e os jovens não há futuro.

De que interessa construir centenas de casas de luxo, Dubai(s), Residences e afins, quando não há habitação condigna e a valores justo para os madeirenses

Lembremo-nos bem dos números recentemente apresentados pelas autoridades, Milhões apreendidos em viaturas gama de luxo, milhares de euros e milhares de doses apreendidas, quem me diz que uma destas doses não lhe entraria em casa pelo bolso do seu filho. Pensem bem. O assunto é sério e todos nós temos de fazer a nossa parte, porque em casa começa o futuro de cada criança.

Os políticos são eleitos para governarem e não se governarem, as autoridades são para actuar contra os prevaricadores e não se alhearem, nós comuns cidadãos estamos neste mundo e em especial nesta lindíssima ilha para respeitarmos, sermos civilizados e educados, porque as nossas acções são a imagem futura dos nossos filhos e jovens.


 

Chefe, José Maria Ramada


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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