Ao longo do tempo somos bombardeados com operações das nossas forças policiais.
Indivíduos que são detidos, centenas de quilos de
diversas drogam apreendidos, milhares de euros do respectivo tráfico e milhões
de euros em viaturas e outros valores manchados de sangue, miséria e muitas
vezes de horror.
São milhares de doses, haxixe, cocaína, liamba, heroína e agora bloom
apreendidas. Pois, os números são assustadores, milhares de doses que mais dia,
menos dia entram no mercado e na desgraça de milhares de famílias, tornando
muitos jovens escorria da sociedade e verdadeiras aberrações nas atitudes,
actos e acções, mas acima de tudo um perigo para a sociedade em geral.
Não é necessário passear muito pelo centro do Funchal
e pelas freguesias circundantes, para nos apercebermos da miséria, ao longo do
dia é o perigo e a vergonha para o tão apregoado turismo, mas pior ainda é à
noite em que de certa forma instala o menos a todos aqueles que têm
conhecimento do que se passa no nosso dia-a-dia nesta linda Ilha.
Há um clima de certa impunidade, uma má educação
generalizada entre os jovens, uma libertinagem assustadora e o consumo parece
uma roda livre.
O consumo de álcool e de produtos estupefacientes é no
fundo o pai-nosso de cada dia, e pouco ou nada se faz, apenas o medo continua
na sociedade madeirense.
Em tempo de férias e mesmo fora delas, há jovens que
já não se inibem de fazer todo o tipo de aberrações seja onde e às horas que
for, à frente de toda a gente, porque é “cool dar uma passa, dar umas patadas
num caixote de lixo, chegar o fogo a algo, no fundo uma irreverência em
crescendo que as autoridades pouco fazem e os pais não ligam importância
nenhuma, no fundo, poder beber até cair ou fumar e cheirar “aquelas cenas” é
fixe. Que falta de responsabilidade da nossa sociedade!
Não quero com este texto, fazer o papel daquele adulto que diz que no seu tempo é que era bom e que estas coisas não existiam. Claro que já existiam drogas e álcool, sem houve e sempre haverá, mas na minha modesta opinião é que a libertinagem é cada vez maior, o sentido de responsabilidade quase não existe, o civismo e respeito, passa para segundo plano.
Dói a alma ver jovens, alguns deles praticamente
crianças de copo de cerveja e cigarro na mão, pavoneando-se nas nossas
esplanadas, praias e jardins para quem quiser ver, porque é feio ou não querem
os proprietários de venda, pedir identificação para verificarem a idade o que é
obrigado por lei.
Do tabaco e do álcool para a droga é um passo curto, o tabaco e álcool começam a “não bater” é preciso algo mais forte, para que seja mais “cool e fixe”, com a eterna desculpa de que são jovens, têm de viver a juventude, esquecendo que as marcas ficaram para o futuro e a saída mais tarde é muito difícil.
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Sendo certo que a primeira responsabilização deve ser
aos pais, as nossas autoridades não se podem alhear da situação e as entidades
governamentais devem criar uma justiça mais justa e dar meios às autoridades
para que possam desenvolver o seu trabalho com a competência que lhe é exigida.
Melhor dizendo alguém com responsabilidade deve centrar uma forte atenção neste
flagelo da nossa sociedade actual.
Sei que não há uma varinha de condão para alterar o
estado das coisas da noite para o dia, mas o que me parece é que as prioridades
enquanto sociedade estão invertidas. Da sensibilização à fiscalização muito há
ainda a fazer e, merecendo as autoridades policiais todo o meu respeito e
admiração, considero que no dia-a-dia podem e devem fazer mais.
Há muitos pontos negros na nossa sociedade Madeirense
e para mim parece muitas vezes um contra censo, quando os nossos políticos
apelam ao investimento estrangeiro, ao aumento do turismo, esses mesmo
políticos esquecem-se da sociedade madeirense em geral, habitação, saúde e
segurança são os pilares de qualquer sociedade.
É habitual, nas nossas ruas ver a falta de civismo e
respeito dos nossos condutores, se há peões que passam à papo-seco nas
passadeiras sem olhar e ao telemóvel, também há muitos automobilistas e até
condutores de autocarros que não respeitam as passadeiras. Dos Motociclistas,
bem isso nem se fala, não têm qualquer respeito pela velocidade e muito menos
pelo ruído a altas horas da noite e da madrugada.
Os nossos condutores estacionam em qualquer sítio,
seja em cima dos passeios ou nas paragens de autocarro, para multar quem não
tira o bilhete para pagar o estacionamento a câmara municipal tem pessoal, para
multar os prevaricadores das passadeiras, das paragens dos autocarros, do ruído
nocturno e da velocidade as autoridades competentes não têm meios. Isto é uma
aberração da sociedade política em que vivemos.
Às câmaras municipais, actualmente com mais
responsabilidades na área da educação, também se exige um papel mais proactivo
na vertente da sensibilização, mas nunca se esqueçam, a base tem de ser feita
em casa no seio familiar.
A sociedade tem de cuidar dos idosos, de proporcionar
bem-estar social à população activa, mas se não acautelar as crianças e os
jovens não há futuro.
De que interessa construir centenas de casas de luxo,
Dubai(s), Residences e afins, quando não há habitação condigna e a valores
justo para os madeirenses
Lembremo-nos bem dos números recentemente apresentados
pelas autoridades, Milhões apreendidos em viaturas gama de luxo, milhares de
euros e milhares de doses apreendidas, quem me diz que uma destas doses não lhe
entraria em casa pelo bolso do seu filho. Pensem bem. O assunto é sério e todos
nós temos de fazer a nossa parte, porque em casa começa o futuro de cada
criança.
Os políticos são eleitos para governarem e não se governarem, as autoridades são para actuar contra os prevaricadores e não se alhearem, nós comuns cidadãos estamos neste mundo e em especial nesta lindíssima ilha para respeitarmos, sermos civilizados e educados, porque as nossas acções são a imagem futura dos nossos filhos e jovens.
Chefe, José Maria Ramada
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