À conversa com Euclides
Cavaco
Foi reportado o patrocínio a esta
conversa, pela Agência César's AG.
Iniciou-se a conversa entre amigos, dando
temas para exploração pelo poeta Euclides Cavaco. Começou por dizer que a
Páscoa, na diáspora lusa, é um acontecimento visto pelos portugueses, e da sua
experiência no Canadá, como uma festa religiosa de família.
Euclides Cavaco nasceu em condições de
pobreza, numa aldeia de Mira, Coimbra (Beira Litoral). Sentiu, na sua
infância, que não havia futuro na terra e migrou para Lisboa, onde foi
trabalhador estudante.
Ao desafio da naturalidade de Quelhas,
Euclides Cavaco aproveitou para esclarecer as raízes romanas de Braga, da
Bracara Augusta e sua importância na Galécia. De seguida, referiram como se
conheceram, pelo mesmo interesse de divulgar a realidade da diáspora lusa, que
os aproximou entre o Canadá e a Suíça. Inclusivamente, já fizeram programas em
conjunto, com poemas e fado, na rádio "Clube do Emigrante", e
que ainda estão disponíveis no Youtube, já há muitos anos, embora não consigam
precisar quando.
Tocando na época festiva que se vive,
Euclides leu um poema alusivo à Semana Santa:
SEMANA SANTA
Dobram
tristes na igreja
Na
torre que se agiganta
Os
sinos p’ra quem deseja
Viver
a Semana Santa.
Morreu
Cristo numa cruz
Pela
bondade ser tanta
P’lo
martírio de Jesus
Se
evoca a Semana Santa.
Há
cânticos da paixão
Que
algum povo crente canta
Cultos
de celebração
Próprios
da Semana Santa.
Há
quem faça penitência
E
se almoça já não janta
Em
jejum e abstinência
Durante
a Semana Santa.
Neste
mundo atormentado
Que
a maldade desencanta
Devia
ser transformado
P’ra
sempre em Semana Santa.
O
mais profundo sentido
Que
tem a Semana Santa
É
quando Cristo remido
Do
sepulcro se levanta!…
autor: Euclides Cavaco
Após isto, chamou a
atenção para que tem o cuidado de indicar estas leituras no site dele, de
excelente orador e declamador; aproveitou para declamar outro poema, intitulado
de "Quaresma":
TEMPO
DE QUARESMA
Quaresma
no seu sentido
É
tempo de reflexão
De
viver mais recolhido
Penitência
e oração.
Inicia
Quarta Feira
De
cinzas, nas liturgias
Durando
a quaresma inteira
Cerca
de quarenta dias.
Relembrando
o sofrimento
E
a morte de Jesus
Do
tão cruel tormento
Que
sofreu por nós na cruz.
Quadra
de contrição
Aos
cristãos do mundo traz
Num
outorgar de perdão
Mais
bondade, amor e paz.
Tempo
de meditação
Para
todo o que tem fé
Que
crê na ressurreição
De
Jesus da Nazaré.
E
quando a Páscoa chegar
Pela
aleluia trazida
É
tempo de celebrar
A
ressurreição e vida.
E, declamou outro, de seguida, intitulado "Perdão":
PERDÃO
Ser
capaz de perdoar
É
nobilíssima acção
Tem
alma maior que o mar
O
que concede o PERDÃO.
O
outorgar do PERDÃO
É
qual gesto de humildade
Que
emana dum coração
Onde
há fecunda bondade.
Quem
sabe dar o PERDÃO
Mesmo
a quem não se arrepende
É
uma excelsa lição
Que
nos fascina e transcende.
Grande
exemplo do PERDÃO
Foi-nos
dado por Jesus
No
tormento da paixão
Antes
de expirar na cruz.
Rematou com outro poema, intitulado "Santa
Páscoa":
SANTA PÁSCOA
"Santa Páscoa em
alegria
Amigos para este dia
Neste poema hoje traço
Trazendo com simpatia.
A todos vós um abraço
Paz, saúde e bem-estar
Apraz aqui desejar
Sem muita formalidade.
Com humildade leal
O meu abraço Pascal
A todos com
amizade."
Poema
e voz de Euclides Cavaco
Continua pág. 06
“Cavaco”
poeta
de sonhos
Continuação
Pág. 05
Apesar da sua riqueza vocabular, fluidez
de discurso e alusões de críticos, Euclides Cavaco não se considera o melhor
poeta da actualidade e diz que cada um tem a sua qualidade e diferença. Não
aceita que Quelhas o considere como melhor poeta, como não aceita que ninguém
se considere tal. Considera que apenas junta palavras e dá um sentido às
mesmas. A poesia é a elegância da língua e tem vários formatos com o seu valor
específico.
Quelhas considera que as pessoas não vivem
em comunhão e há mais individualismo que no passado das aldeias, talvez em
resultado das redes sociais. Euclides Cavaco acha que a recordação das coisas
do passado, na escrita, é uma forma de regresso ao passado de bem. É a forma de
rejuvenescer e fazer novos formatos diferentes de acção, para reorientar para o
futuro. Com o que sabemos do presente, temos sempre a sensação de todos terem
uma parte boa e outra má, mas cada um deve ter cuidado na selecção de amigos, para
saber em quem depositar confianças.
Reportaram o livro de Euclides Cavaco "terras
da nossa terra", onde o poeta aprofunda o conhecimento dos locais mais
conhecidos de Portugal. Com o prefácio de José Seara Matias, que Quelhas leu "É
fácil escrever um livro, que seja difícil de perceber, mas é difícil escrever
um livro, que seja fácil de compreender. Em terras da nossa terra, Euclides
Cavaco traz-nos um sopro da epopeia lusitana, que raro, mesmo hoje, em livro se
identifica. De fácil leitura, profusa com excelentes poemas, onde adequadamente
documenta as terras da nossa terra. Euclides Cavaco conquistou o mérito de ser
um dos melhores poetas vivos da língua de Camões, com uma obra intensa
valiosa."
Quelhas quis fazer uma comparação
diferenciada entre a sua qualidade poética e a de Euclides Cavaco, lendo o seu
poema "Minho". Euclides Cavaco apenas regista que contacta com
todos os poetas e agradece também a contribuição de Quelhas, o qual considera
ser um expoente da divulgação da cultura portuguesa além-fronteiras. Assim,
rapidamente se pronunciou numa homenagem amiga, no poema "Quelhas":
QUELHAS Nobre filho da PÓVOA
DO LANHOSO
O QUELHAS, é o filho
mais famoso
Figura que me apraz
cantar em verso
Que nasceu na Póvoa do
Lanhoso
A Terra que se orgulha
ser seu berço.
Mas um dia por destino
ou opção
Não deixou qual vontade
ser omissa
Num impulso e por sua decisão
Resolveu ir viver para a
Suíça.
Levou prá Diáspora na
bagagem
Do seu Minho a semente
cultural
E funda com relevo e com
coragem
Em língua portuguesa um
JORNAL.
Exalta nos seus livros e
artigos
Sua Terra e do Minho o
horizonte
Entrevista o povo e os
seus amigos
Divulga quem foi Maria
da Fonte.
Seu portal com altruísmo
propala
Cultura, poetas e
escritores
D’artistas seus talentos
assinala
Divulga a nossa música e
cantores.
O QUELHAS, este poema
retrata
Num perfil exemplar e de
valor
Da cultura singular
diplomata
Merece ter áurea de
EMBAIXADOR!...
Neste seguimento, quis
dedicar outro poema ao Quelhas, considerando ser um dos pilares da comunidade
portuguesa emigrada, e sentindo-se norteado pela profunda admiração que nutre
por Quelhas.
AO
TALENTOSO AMIGO QUELHAS
O nosso amigo Quelhas
P'la sua nobre missão
Merece rosas vermelhas
E preito de gratidão.
Por difundir Portugal
Deve sentir-se orgulhoso
Da sua Terra Natal
Que é a Póvoa do Lanhoso.
Um verdadeiro altruísta
Mui genuíno e com arte
P’lo seu trabalho conquista
Amigos em toda a parte.
O seu empenho na Net
É a mais bela moldura
Quão notável que reflecte
Padrões da nossa cultura.
Tudo faz sem exigir
Nada por tudo o que fez
O Quelhas faz-nos sentir
Orgulho em ser Português.
Que continue a acender
Na cultura estas centelhas
P’ra sempre poder dizer
Obrigado amigo Quelhas!...
Quelhas agradece e
confirma que sente tudo o que foi dito nos poemas acima. Mais, está a explorar
uma nova veia criadora em si, no campo da elaboração de letras para músicas, a
par das galas culturais da revista Repórter X.
autor: Euclides Cavaco
Em retribuição pela
consideração que Euclides Cavaco tem por Quelhas, leu-lhe um verso de
homenagem:
Homenagem:
Euclides “Cavaco” poeta de sonhos
Locutor
de rádio, Compositor & Poeta – London, Canadá
Euclides
Cavaco, amigo
Homem
de grande valor
Faz
dos poemas declamados
Palavras
e melodias d´amor…
Euclides
Cavaco, amigo
Confunde
também corações
O
povo está contigo
E
com tuas canções…
Euclides,
Homem de talento
Contamina
os apaixonados
Com
palavras ao vento
Nos
seus Links dourados…
Euclides,
suas obras literárias
São
livros evidentes
Tem
menções honrosas
E
ideias convincentes…
Euclides
na média
E
muitas dedicatórias
Uma
rica Biografia
E
propostas calorosas…
Por
esse Mundo fora…
autor: Quelhas
Continua Pág. 07
Euclides diz que Canadá
é o seu País e Portugal a sua pátria
Continuação Pág. 06
Euclides Cavaco diz contribuir também para
divulgar a cultura portuguesa, no outro lado do atlântico, no Canadá. Diz
que Canadá é o seu País e Portugal a sua pátria.
Por isso, escreve em língua portuguesa e
tem 8 livros publicados, valorizando a diáspora portuguesa.
Faz notar que a diáspora portuguesa
representa um terço dos portugueses, ultrapassando já 5 milhões. Algo que é
ignorado pelos governantes, que considera charlatães, nada fazendo pela cultura
portuguesa no exterior e no mundo; a contrariar isso, muito tem sido feito
pelos portugueses emigrados, com o seu contributo além-fronteiras. Portugal já
devia ter um ministério para as comunidades emigradas, pelo peso das
comunidades lusas emigradas. Os políticos olham sempre do lado do caciquismo
partidário de conceder favores onde estão os apoiantes. Nesta fase da conversa
e surgindo da indignação, Euclides Cavaco declamou uma sátira:
OS POLÍTICOS
P’ra
conseguir o seu tacho
Brigam
e põem-se abaixo
Passam
o tempo a mentir
Fingem
pra nos agradar
E
depois de nela entrar
Não
querem de lá sair.
São
como um galo matreiro
Que
p’ra subir ao poleiro
Usam
suas artimanhas
Mas
depois das eleições
Transformam-se
em galifões
Deixando
tudo às aranhas.
Iguais
às faces do vento
Mudam
a cada momento
Nunca
nos inspiram fé
Mostram
sempre o que não são
Fazem
promessas em vão
E
quem se trama é o Zé.
Seu
fulcro é só aparência
Mas
a sua incompetência
É
insolente e ousada
São
apáticos à crítica
E
só vão para a política
Por
não saber fazer nada.
autor: Suele Cid
A conversa, para amenizar a ira, foi
conduzida para o Fado. Euclides Cavaco acha dar vida ao Fado, escrevendo para
os fadistas, tendo gravado 250 temas para serem musicados, e têm sido cantados
por muitas vozes. Já tem cerca de 150 fados gravados, em todo o mundo, por
fadistas, que usam as suas letras, embora nunca tenha comercializado nenhum
poema para Fado. Só exige que seja colocado o seu nome de autor do poema.
Quelhas também fez poemas para Fado. Euclides nunca faz juízos de valor do
trabalho dos outros e guarda para si a apreciação, bem como tem dificuldade em
avaliar a qualidade crítica dos seus; contudo, gosta mais de uns temas do que
de outros. Salienta, em si, o maior gosto pelo poema "Novo Mundo".
Euclides Cavaco já cantou algumas vezes o
Fado e achou que afugenta os espectadores, pelo que não mais insistiu nisso. Na
última vez, numa sala apinhada de ouvintes, cantando de olhos fechados, como
sempre fez, quando os abriu no final do fado, reparou que só uma pessoa estava
na sala. Questionando aos funcionários o que se tinha passado, ouviu que se
tinham levantado e saído, fazendo debandada geral.
Rumaram para os assuntos históricos, tendo
referido a figura histórica de Mumadona, representada numa estátua em
Guimarães; para dizer que o povo diz que há quem tem duas caras e quando vêem
um político, dizem que este tem duas caras. Segundo Euclides Cavaco, a Mumadona
Dias foi fundadora da cidade de Aveiro e nada mais sabe do que isso em relação
a essa figura lendária, que foi muito anterior à fundação de Portugal, pelo que
levou a conversa para o seu contributo ao elogio da história de Portugal.
Euclides Cavaco tem feito hino de muitas
efemérides históricas, a partir da que considera ser a primeira, a batalha de
S. Mamede. Falando de estátuas, Quelhas refere a da "Padeira de
Aljubarrota e outra a de "Maria da Fonte". Focando na de "Maria
da Fonte", Euclides Cavaco considera que o nome é simbólico e não
real, sendo o nome de um acto histórico. A questão é saber quem era a Maria da
Fonte. Iguala-a a Catarina de Eufémia, no Alentejo. Na batalha de Aljubarrota
considera haver um misticismo sobre a "Padeira" e sobre a "ala
dos namorados". Talvez estas duas lendas sejam apenas mitos aliados da
verdade, em que o protagonismo foi do condestável Nuno Álvares Pereira, pelo
engenhoso processo de tácticas de combate.
A diáspora lusa é também repleta de heróis
e é valorizada pelos próprios emigrantes e não pelos dirigentes e elites.
Porque a sociedade é de elites e que não se aproximam das bases e grupos
sociais; não os move o amor ao povo e logo nem à pátria. Quem dá vida à
portugalidade são os grupos associados de emigrantes, que dinamizam
actividades. Cada um é reconhecido pelas comunidades, onde dinamizam e
aparecem, pelo que Euclides Cavaco tem mais de 250 troféus, em reconhecimento
do seu contributo para os grupos, durante 50 anos. Reconhece que tem também
condecorações dos políticos, sobretudo no Canadá, onde a comunicação social o
declarou como rei do pequeno Portugal. Já foi agraciado pelo Presidente da
República e por intermédio de Manuela Aguiar ou José Lello, não sabe bem
precisar qual, como secretário de Estado das comunidades.
Considera que os deputados, pelo círculo
da Europa e fora da Europa, não residem junto das comunidades, sendo uma lacuna
inconcebível. Não há ninguém para proteger os portugueses perseguidos nas
comunidades estrangeiras, sobretudo quando dificultam as legalizações. Euclides
Cavaco acha que só a própria comunidade lusa da diáspora se dinamiza para
ajudar os seus conterrâneos em dificuldade, embora Euclides Cavaco ache que não
tem garra para essa tarefa. Em resposta a uma questão, de se achava ser merecedor
de medalha de comendador, diz que isso seria uma pedrada na paródia de Zé das
medalhas, em que as medalhas são dadas a quem nada merece, embora saibam do
excelente trabalho de outros não considerados. Mais facilmente os políticos
atribuem medalhas a quem nada faz pelo país, como foi o caso da atribuição da
chave de Lisboa a uma individualidade, que nada tem a ver com o nosso país e
nada faz pelo povo português e suas iniciativas comunitárias.
A este propósito de engrandecimento luso e
dinamização das comunidades emigradas, Quelhas aludiu à gala da revista
Repórter X, na Suíça, onde teve movimentação de pessoas e por quem se interessa
por falar de Portugal. Falou também da cooperação com o jornal "Bom
dia", do Luxemburgo, onde a revista Repórter X escreve sobre viagens,
reveladoras de locais agradáveis da Europa.
Terminaram com agradecimentos mútuos e Boa
Páscoa.
Quelhas fechou a conversa, promovendo o
último livro de Euclides Cavaco e a sua missão de divulgação da cultura de
Portugal, sobretudo na rádio "Amizade". Enalteceu a revista
Repórter X, no contributo de divulgação destes e todos os artistas da diáspora
lusa deixando mais uns poemas que o Quelhas desconhecia…
Continua Pág. 08
Um dos mais carismáticos
portugueses das Letras autoelogia o Quelhas e a Revista Repórter X
Continuação
Pág. 07
Dedicatória
á Revista Repórter X e ao seu autor QUELHAS
Com origem na cidade de
Zurique
É editado o jornal
REPÓRTER X
Em português p'ra que o
mundo a saber fique
Que mesmo ausentes
amamos nosso País.
O QUELHAS, é o autor
deste Jornal
Onde divulga as letras,
cultura e arte
Com relevância p'ras
coisas de Portugal
E portugueses que
existem por toda a parte.
Entre os artistas e o
povo é uma ponte
Que promove com
desmedido altruísmo
E onde evoca a nossa
Maria da Fonte
Síntese de coragem e
heroísmo
REPÓRTER X, é viva luz
no horizonte
Parabéns QUELHAS, pelo
teu portuguesismo.
AO REPÓRTER
X
Parabéns
pelos 11º aniversários
Ao nosso Repórter X
Com toda a pompa merecida
Que seja muito feliz
Nos seus onze anos de vida.
Um projecto de cultura
E tarefa nada amena
Embora por vezes dura
Decerto valeu a pena.
Desejos de anos felizes
E um futuro com progresso
Consumando directrizes
De prestígio e de sucesso.
Parabéns ao Director
O QUELHAS pela nobreza
Ser grande divulgador
Da cultura portuguesa.
Como poeta agradeço
Toda a sua simpatia
E o seu valor reconheço
Dado ao mundo da poesia.
Fazer dos meus versos quis
Um poema relicário
Auguro ao Repórter X
Um feliz Aniversário!...
autor:
Euclides Cavaco
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