À conversa com o Rancho
folclórico de St. Gallen, num dia de ensaio
Além da entrevista, o Rancho Folclórico de
St. Gallen esteve presente na Gala n° 11 da revista, a 27 de Maio no Centro
Português de Flawil.
Estavam todos trajados de roupa de
trabalho e domingueiro do norte, centro e sul, entre eles havia uma menina, que
trazia a indumentária de varina da Nazaré. O grupo representa todas as regiões
e ainda faltavam muitas pessoas no ensaio, pois foram de férias de Páscoa e que
representam outras culturas e regiões de Portugal, com outros trajes!
Começaram com uma dança de roda, cuja
letra foi cedida pelo Quelhas, o tema "Minho em Festa", e musicada
pelo Rui Alves. No intervalo desta dança, fez-se uma sessão de perguntas a
vários membros do grupo.
O rancho foi originado num grupo anterior,
que foi sendo renovado, até que formaram este actual noutro local de St.
Gallen, embora que tenham elementos de outros cantões, como Zurique, Weinfelden
de Thurgau, etc. Quando o grupo anterior se desfez, foi a família dos Santos,
Pai, Mãe e filhas, que reiniciaram com uma grande parte de elementos do rancho
anterior, e agora tem mais elementos novos, principalmente jovens. Começou por
falar com Maria da Luz, elemento dinâmico do rancho, e com a filha Lorena, que
deram as primeiras informações. Seguiu-se a cantadeira, Fernanda, que foi
aquisição nova para o actual grupo e, quando lhe perguntamos de onde veio o
gosto pelo canto, acredita que deve ter a ver com o campo! Depois deu-se a
palavra ao Ângelo, que é a voz masculina e tocador de concertina, que
acrescenta que o saber cantar nasce com a pessoa! Finalmente, chegou a vez de
Mélanie, que é a Presidente do Rancho e deu mais informações relevantes, de
como se constituiu o grupo, a 22 de Setembro de 2018. Salientou que representam
Portugal de Norte a Sul. Informou que já tem várias actuações marcadas.
Realizaram um festival, com a intervenção de Helena Correia, a 3 de Junho,
actuaram com outros grupos, tais como o rancho "Danças e cantares das
nossas terras D' Arbon" e o rancho "Maravilhas do Minho de
Zurique". A seguir, interveio o vice-Presidente, Beto Cardoso, que reforça
o papel da Presidente, que muito considera e respeita, fazendo com que todos
sejam mais solidários na ajuda ao pagamento das despesas, como aluguer de
espaço para ensaios, com um bar de apoio no recinto. No grupo, têm elementos de
Travassos, nomeadamente uma jovem descendente da d.ª "Mercedes", sua
visavó, que aqui recordou, a qual tinha um crucifixo dourado, que herdou, de
uma senhora idosa, que tinha dançado no rancho antigo. Recordaram que eram
vizinhos, divididos pelo rio Ave, e que um vinha da terra do Museu do Ouro,
Travassos, enquanto o entrevistador vem da terra da Oficina do Ouro, Sobradelo
da Goma. Há ainda pessoas de Fafe, Póvoa de Lanhoso e de várias cidades
portuguesas.
Algumas senhoras do Rancho têm adereços de
filigrana, a representar o coração do Minho, pendentes em cordões de ouro.
Inclusivamente, as crianças do grupo também os colocam. Entre perguntas e
respostas tímidas, o bom humor do entrevistador permitia algumas piadas, para
se familiarizarem e para animar, o que quebrava a timidez e originava sorrisos.
Após esta sessão de conversa, fizeram
outra dança, retomando novamente o recinto central, onde exibiram as saias de
voltas, do Minho, enquanto os homens trajam de calça e colete minhoto.
No final da dança, houve nova pausa e nova
sessão de conversa.
Mélanie, a Presidente, diz que cada
exibição dançante é puxada, de 30 minutos. Segundo ela, perde-se um pouco esta
cultura de ranchos, no seio das comunidades portuguesas emigradas. Mélanie
pensa que os ranchos das Comunidades lusas emigradas não vão extinguir, mas vão
diminuir de número; a prova é ela e a irmã, muito jovens e com interesse pela
continuação do seu Grupo, juntamente com os Pais e com muitos jovens; dois
deles tinham entrado mesmo há 2 semanas atrás. Normalmente, o interesse pelo
Rancho começa no estudo de concertina, que atrai pessoas para a arte. A Lorena
tocou concertina, para exemplificar, acompanhando a dança de pares em linha,
juntamente com outros instrumentos do rancho, bombo, ferrinhos, rabequinha,
pandeireta. Seguiram-se mais danças, a pedido do entrevistador, com as
seguintes coreografias; nomeadamente pares de voltas e rodar individual de
saias. Também chegou a vez da actuação dos homens, com a dança do chapéu em
roda. Depois o cantar de mulheres ao bombo, acompanhadas pelo homem cantador da
concertina. Finalmente, houve dança livre com todos os presentes, acompanhada
pelo cantar das cantadeiras do grupo. O Quelhas entrou também na dança
convívio, fazendo par com a Lorena e a Presidente do grupo, tendo gravado o
momento.
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