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segunda-feira, 10 de junho de 2024

Estou farto: Contra a corrupção e a exploração fiscal dos imigrantes e residentes por parte de todos os políticos

Contra a corrupção e a exploração fiscal dos imigrantes e residentes por parte de todos os políticos 

 


Estou farto:

Por Chefe, José Maria Ramada, Poeta, Escritor

 

Caros amigos, não sou um doutor daí a minha dificuldade na conjugação do verbo “ser/estar” e peço desde já a vossa ajuda para tentar conjugá-lo perfeitamente.

 

Eu estou farto de políticos mentirosos, que na oposição prometem tudo e mais alguma coisa e depois nada fazem. Estou igualmente farto de todos os políticos que ao longo da campanha eleitoral prometem e no governo falham como o dinheiro ao fim do mês na carteira da maioria dos portugueses.

Estou farto de políticos sem pudor para quem os valores nada contam, que concorrem a eleições com um programa e que, quando eleitos, o rasgam sem ponta de vergonha e fazem tudo o que lhes dá na gana sem olhar em seu redor e às dificuldades de quem os rodeia.

Estou farto desta geração de políticos que não percebem que a elevada abstenção, representa um sentimento de vergonha pelos políticos que têm assento na assembleia da república e regionais e que esta mesma abstenção representa um não ao actual sistema político e à roubalheira que mantém os governantes no poder.

 

Tu estás, farto de políticos malabaristas e gatunos que brincam com os números e com os seus concidadãos já hoje duvidosos e amanhã falsos, porque mesmo sem sermos um país de gelo e neve derrapamos todos os dias fazendo de todos nós portugueses estúpidos e ignorantes.

Tu estás farto de ministros que são nomeados não pela competência, mas pelo partidarismo e clientelismo, que depois se volatilizam, tal como o dinheiro dos contribuintes que o Estado coloca nos bancos e empresas estatais falidas.

Tu estás farto, de uma justiça lenta, inoperante e que deixa prescrever processos importantes. Estás farto, de ouvir dizer que o nosso sistema de pensões é insustentável porque o número de idosos é muito superior ao dos jovens, enquanto na Alemanha e Suíça há percentualmente mais idosos e menos jovens do que em Portugal e o sistema ali é viável e as reformas são intocáveis.

 

Ela/Ele está farto de pagar mais impostos, ver a pensão reduzida e a dívida a aumentar, de ouvir dizer que o problema são os juros, recessão no mundo etc., conversas de meia tigela e de políticos sem escrúpulos e corruptos.

Ela e ele, está farto de banqueiros e de presidentes de empresas com prejuízo, receberem milhões de indemnização e definirem para si próprios reformas obscenas, para não falar nos políticos que recebem as subvenções vitalícias que são uma aberração onde temos salários de miséria e reformas de terceiro mundo que não dão para pagar as rendas de casa e muito menos medicamentos e alimentação.

Ela / ele está farto de um sistema judicial que está estruturado para proteger os fortes e poderosos e aniquilar os fracos e desprotegidos em que tal como na gíria popular “quando a maré está má quem se lixa é o mexilhão”. Ela e ele está farta do sistema judicial que é cego, surdo e mudo, com a agravante de ser lento, que me perdoe o bichinho, mais lento que um caracol.

 

Nós estamos fartos de uma Assembleia da República cujos deputados passam parte do tempo a trabalhar para empresas privadas, com subsídios superiores a algumas reformas. Que nada fazem a não ser conversas de papagaios e discos riscados. Nós estamos fartos das juventudes partidárias que só produzem políticos incultos, arrogantes e inexperientes que ocupam lugar pela sua cor partidária e não pela competência enquanto os nossos jovens formados emigram.

Nós estamos fartos de ex-ministros muito críticos, esquecidos de que já tiveram o poder e não resolveram os problemas do País.

Temos reguladores que nada regulam, de comissões de inquérito que nada fazem e apenas servem para levar o nosso dinheiro, remunerados por nada fazerem.

Nós estamos fartos, de sermos acusados, juntamente com os outros reformados e funcionários públicos, de sermos as gorduras do Estado, de termos vivido acima das nossas possibilidades e daí arcamos com a maioria das medidas correctivas. Mas perguntamos: e as gorduras dos gabinetes de governo e empresas? E as reformas de políticos e gestores de empresas? E as subvenções vitalícias?

 

Vós estais fartos de ver o Governo corajoso a aumentar as pensões e salários abaixo da inflação, mas aumentam as rendas de casa em 6,9% o que se torna incomportável com os baixos salários e as reformas de miséria.

Vós estais fartos dos offshore, das pessoas que lá colocam o dinheiro e dos governos incapazes de travar esta fuga aos impostos. Estais fartos dos empresários que obtêm lucros em Portugal e depois os aplicam no exterior.

 

Eles/Elas estão fartos da conversa da treta dos governantes, daqueles que foram eleitos para governarem e não se governarem. Estão fartos das injustiças da roubalheira, das derrapagens de orçamentos, estão fartos da justiça que é injusta, da saúde que o não é, da cultura que gera incultos, da educação que é deficiente e gera falta de civismo. Elas e eles estão fartos da falta de segurança, que gera insegurança em qualquer parte do nosso país, onde o tráfico de droga quase se liberalizou e o roubo e agressão se tornou uma banalidade.

Senhores governantes, tal como milhões de portugueses, todos estamos fartos e a ponto de explodir, pois começamos a perder a paciência, até tenho vergonha de viver num país que, hoje, é um Estado falhado, moribundo e não é apenas o SNS. É todo um sistema que torna um país nobre e grande, ou seja, os pilares fundamentais dum país evoluído. Segurança, educação, saúde e cultura. Onde andam estes pilares?

 

Um dia segui a sugestão do senhor primeiro-ministro, emigrei. Em busca duma vida melhor é certo, mas cujo principal objectivo era levar o meu filho em busca duma oportunidade.

Hoje estou aqui de novo farto deste país, mas idade já não me permite fazer muito mais fora, ao menos, resta-me a consolação de que o meu filho tal como milhares de jovens portugueses tiveram uma oportunidade quando Portugal a negou. Os políticos hoje convidam ao regresso, com novas oportunidades e até deduções no IRS, mas esses jovens fazem-lhes a típica caricatura do Bordalo Pinheiro, um manguito, que é o que a nossa classe política actual merece.

 


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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