Júlio Vilela, embaixador de
Portugal em Berna na Suíça, e as contradições no livro "Portugal na
Suíça (150 anos de presença diplomática) e o mau usa na Rede Social"
Embora a Revista Repórter X utilize
pouco a rede social LinkedIn, ocasionalmente encontro temas de interesse.
Recentemente, deparei-me com um artigo intitulado "Portugal na Suíça
(150 anos de presença diplomática)", escrito em nome do Ex.mo Sr. Dr.
Júlio Vilela, Embaixador de Portugal na Suíça. A questão que surge é: o nosso
Embaixador usa ou não a rede social LinkedIn e o livro no qual o Senhor
Embaixador escreveu é viável enquanto história de Portugal ou é apenas uma
ficção histórica!?
Recentemente, fui confrontado com um
livro escrito pelo Ex.mo Sr. Dr. Júlio Vilela, Embaixador de Portugal em Berna na
Suíça, intitulado "Portugal na Suíça (150 anos de presença
diplomática)". Este livro, retirado de arquivos da embaixada em Berna,
apresenta várias contradições e informações históricas duvidosas que merecem
ser analisadas.
Contradições no livro do embaixador
No livro, o Embaixador menciona um
suposto tratado de extradição de criminosos celebrado a 30 de outubro de 1873,
que, segundo ele, marca o início das relações diplomáticas entre Portugal e a
Suíça. Embora o tratado possa ser historicamente correcto, a ideia de uma
significativa presença diplomática portuguesa na Suíça desde então levanta
dúvidas.
A primeira grande onda de imigração
portuguesa para a Suíça ocorreu nas décadas de 1930 e 1940. Antes disso, os
movimentos migratórios eram esporádicos e limitados. Alegar uma imigração
significativa de portugueses no século XIX parece historicamente impreciso.
Além disso, a sugestão de que o tratado de extradição de 1873 foi um marco
significativo nas relações bilaterais é questionável, considerando o contexto
histórico mais amplo.
É importante considerar que alguns
militares portugueses podem ter permanecido na Suíça após a Primeira Guerra
Mundial, especialmente após a Batalha de La Lys, na Trincheiras, em Flandres,
na França, no qual o meu Avô Paterno, Joaquim Gonçalves “Quelhas” teve presença
como Sargento. No entanto, isso não constitui uma base sólida para afirmar uma
presença diplomática robusta e contínua desde o século XIX. A narrativa do
livro parece inflacionar a importância e a continuidade da presença portuguesa
na Suíça.
O Tratado de extradição de criminosos,
30 de Outubro de 1873
(Retomando a série de notas breves
sobre os primeiros acontecimentos que marcaram, no plano da história, a relação
bilateral entre Portugal e a Suíça, cumpre hoje recordar que uma das primeiras
incumbências atribuídas ao primeiro representante diplomático de Portugal na
Suíça foi a negociação de um Tratado de Extradição de Criminosos. A outra foi a
celebração de um Tratado de Comércio, temática que deixaremos para um momento
posterior.)
(À época, coexistiam preocupações
ou interesses comuns que moviam a Coroa portuguesa e as autoridades suíças, no
mesmo sentido que outros países. No caso da Convenção para Extradição de
Criminosos, Portugal já havia estabelecido acordos semelhantes com a França e a
Espanha, e a Suíça com a Bélgica e a França.)
(Coube ao Ministro João de Andrade
Corvo instruir o Visconde de Santa Isabel sobre o essencial a ser garantido na
Convenção a negociar, tendo chegado até nós os textos com as diretrizes do
Ministério, bem como a primeira proposta de texto português. Destacava-se,
entre elas, a necessidade de a Convenção consagrar a impossibilidade de serem
extraditados cidadãos suscetíveis de aplicação da pena de morte. Portugal havia
abolido tal pena para crimes civis em 1 de julho de 1867, circunstância que a
Suíça ainda não havia adotado no seu sistema constitucional. A Suíça só aboliu
a pena de morte na Constituição Federal de 29 de maio de 1874, ou seja, após o
início do processo negocial. Apesar disso, foi possível concluir o processo com
êxito e integrar no artigo 2º uma cláusula que garantia que os indivíduos
extraditados não seriam condenados à morte.)
Abordagem telefónica ao escritor
Quelhas
Recentemente, o escritor Quelhas foi
abordado por telefone por terceiros que afirmaram agir em nome do Embaixador.
Durante a conversa, ficou claro que o perfil no LinkedIn pode ser utilizado
pelo Embaixador ou pelos serviços da embaixada. No entanto, a utilização por
terceiros, sem a devida transparência, levanta questões sérias sobre a
autenticidade das postagens e respostas e tudo começou com a história do livro:
"Portugal na Suíça (150 anos de presença diplomática)".
Foi mencionado que, embora o Sr.
Embaixador utilize o LinkedIn para publicar informações, muitas das vezes não é
ele quem responde directamente às questões levantadas pelos imigrantes
portugueses. Esta prática é preocupante, especialmente quando se considera a
seriedade dos assuntos que muitas vezes são levantados.
Conteúdo da conversa telefónica
Na conversa telefónica, os
interlocutores indicaram que o perfil do LinkedIn é gerido pelo Sr. Embaixador
e também por terceiros ou serviços da embaixada. Essa revelação levanta
preocupações sobre a autenticidade das interações online. Se a rede pode ser
usada pelo Embaixador ou pelos serviços da embaixada, a experiência para os
usuários não é a mesma quando a comunicação é realizada por terceiros.
Conclusão
A falta de resposta oficial a
questões relevantes e a possível manipulação ou uso inadequado do nome do
Embaixador no LinkedIn sugerem uma grave questão de extorsão de identidade. O
Sr. Embaixador deve confirmar pessoalmente a autenticidade do perfil no LinkedIn
e responder oficialmente às questões levantadas, caso do livro: "Portugal na Suíça (150 anos de presença
diplomática)". Além disso, como pode o Sr. Embaixador ter tempo
para estar activo nas redes sociais e escrever livros na Embaixada, mas não
atender telefonemas para tratar de assuntos sérios com os imigrantes
portugueses que querem se expor?
Cumprimentos,
João Carlos Veloso Gonçalves
Revista Repórter X Editora Schweiz
Oficial
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