Borracho
E vou eu por aí a baixo
E na Banhnof está um borracho
E não há nada que estranhar
O borracho está a delirar...
Borracho acima
Borracho a baixo
E na vindima
Está como se diz, como um cacho...
E lá nas vides ouço um borracho
Cantarolando lá no ninho
Subo a escada a despacho
Trá-lo para a gaiola, diz o
vizinho...
Ho não, deixa-o estar ao pé do cacho
O que pensas não é verdade
Um dia destes voa até cá baixo
E dará lugar á liberdade...
A liberdade é o caminho
Nesta vindima do bota-abaixo
Vamos colher algum vinho
Para todos os dias ser borracho...
De calça branca a peneirar
De cima até baixo
E lá vai a tremelicar
Olha ali, que borracho...
E trás uma nódoa na camisa
A colheita do vinho verde
vermelhinho
E borracho, no gélido tempo com
brisa
Lá aquece o coraçãozinho...
E as garrafas andam por aí
espalhadas
Cozinha, balcão e prateleira debaixo
Depois só ouço farfalhadas
Enquanto o borracho bota-abaixo...
Aí borracho, aí borrai ‘xô
Bota acima, bota abaixo
Voa e deixa o tremelique
Ou vais parecer um alambique...
Prefiro uma rosa perfumada
Aí, eu amo perfume corpo abaixo
Para te sentires amada
Deixa de ser borracho....
E eu amo-te na saudade, na saúde e
no bem-estar...
autor: Quelhas
Sem comentários:
Enviar um comentário