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Alexandra Machado
Enquanto dormia…
… Ainda se apanhavam as canas da decisão do juiz de instrução de libertar os três arguidos no caso da Madeira, dois construtores (Avelino Farinha, do grupo AFA, e Custódio Correia, da Socicorreia) e o agora ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal indicando não haver indícios para qualquer medida de coação (isto depois de terem estado 21 dias detidos à espera desta decisão). As circunstâncias alteraram-se e “todos os cenários estão em aberto”. indicava o líder parlamentar do PSD/Madeira, Jaime Filipe Ramos. O que aconteceu, no entender deste deputado regional, deve ser tido em conta pelo Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo representante da República no arquipélago, Ireneu Barreto. Os dois vão reunir-se esta sexta-feira (12h00) depois de Ireneu Barreto ter ouvido os partidos. “Dirá o que tenciona fazer nessa matéria”, disse apenas Marcelo Rebelo de Sousa ontem sobre o caso. Paulo Cafôfo, líder do PS Madeira, vai recordando que Miguel Albuquerque continua arguido em dois processos.
O caso da Madeira levou a um vasto número de pedidos para que Lucília Gago, procuradora-geral da República, dê explicações. Desde o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público até Rui Rio, ex-presidente do PSD. “Tem de haver escrutínio democrático sobre o Ministério Público, sobre a Justiça em geral. Não pode ser um estado dentro de outro estado a fazer aquilo a que nós temos vindo a assistir. Não é admissível”, declarou, clamando por um entendimento entre PS e PSD para a reforma da justiça. O ex-presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, ao Público, apela a Marcelo intervenção na Justiça, convocando o Conselho de Estado.
Miguel Alves, que se demitiu do cargo de secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro António Costa, em novembro de 2022, depois da acusação do Ministério Público por alegadamente ter beneficiado empresa de ex-mulher de ex-autarca do PS, Joaquim Couto, foi absolvido em Tribunal.O processo tinha nascido de denúncias anónimas e, agora, chegado ao Tribunal de Viana do Castelo a juíza, que o absolveu, sublinhou que não foi sustentado “por quaisquer meios de prova” o crime em coautoria, de prevaricação de titular de cargo político, de que vinham acusados o ex-autarca do PS e a empresária Manuela Sousa. À saída do tribunal, Miguel Alves apontou: “É preciso que olhemos para os que fazem sentenças de tabacaria, que tomam como definitivo qualquer tipo de suspeição porque esses, em última análise, vão acabar por deteriorar, estão a deteriorar o nosso Estado de Direito, a nossa democracia”.
Sem se falar de justiça, o debate de ontem opôs duas visões distintas para o país. Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, e Rui Rocha, da IL, estiveram frente a frentea falar de impostos, habitação e saúde. Duas visões opostas da economia que mereceram as notas dos avaliadores do Observador. Esta sexta-feira há mais dois debates: Pedro Nuno Santos com Mariana Mortágua; André Ventura contra Rui Tavares.
Pedro Nuno Santos, Mariana Mortágua, Rui Tavares são o triângulo que se torna quadrado com PCP. É a geringonça 2.0.Há vontade à esquerda mas não há certezas sobre o resultado eleitoral. Em entrevista ao Observador, Alexandra Leitão descarta acordos pré-eleitorais, mas não fecha a porta a entendimentos futuros. A atual coordenadora do programa eleitoral de Pedro Nuno Santos, no programa “Vichyssoise”, sugere que a solução nos Açores ainda não está resolvida e que é possível que PSD e Chega ainda se venham a entender e, no continente, diz não ter razão para duvidar da palavra de Luís Montenegro em relação ao “não é não” a Ventura, mas avança que, se o PSD precisar do Chega para governar, vai libertar-se de Montenegro e arranjar outro líder que faça essa aliança. Acompanhe no nosso liveblogue a atualidade política.
Com base nos programas eleitorais dos quatro partidos (o PAN apresenta o seu este fim de semana) o Observador foi ver onde a esquerda pode entender-se e onde é mais difícil.Um dos temas é o dos salários e o das leis laborais, um ponto de divergência entre PCP, BE e PS. Todos querem aumentar salários em graus diferentes. Qual é o ponto de partida? Para já e ontem ficou a saber-se que o referencial de aumento de 5,1% nos salários terá sido cumprido na generalidade dos setores da economia, mas inflação significou subida real mais modesta. Dados do INE mostram que houve, em 2023, aumentos nominais de 6,6%, mas bem inferiores se os preços forem tidos em conta (2,3%). Houve, no entanto, outros dados lançados para cima da mesa. Afinal, quanto subiram os salários em Portugal? A resposta está neste texto de Beatriz Ferreira.
Como está a correr a pré-campanha? É o que o Contra-Corrente desta sexta-feira quer debater. Para participar no programa com José Manuel Fernandes e Helena Matos ligue para o 910024185. Prepare-se para as eleições. Se tem dúvidas veja Votómetro do Observador. E para antecipar cenários, mostre o que vale no Previsómetro, o jogo em que são colocadas perguntas sobre as Legislativas 2024 com diferentes opções de resposta, e que podem render prémios.
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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