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domingo, 4 de fevereiro de 2024

Houthis estão na mira dos Estados Unidos e aliados: quem são, de onde vêm, como chegaram ao poder e que força têm?

Houthis estão na mira dos Estados Unidos e aliados: quem são, de onde vêm, como chegaram ao poder e que força têm?

 

 


Nota: Os donos do Mundo, Estados Unidos da América e Reino Unido estão a atacar os Houthis, isto porque os Houthis assumiram o controlo de grande parte do norte do Iémen – controlam o principal porto de Hudeidah, que gera até mil milhões de dólares em receitas ao Governo Houthi. Por outro lado, forçaram milhares de navios a desviar-se para contornar a África do Sul, no qual tem de fazer muitos mais milhares de milhas e custos acrescidos, então os EUA e RU, bombardeiam em ataque e em defesa desta causa os Houthis. Pergunto:

 

- Este é o caminho certo, quando os Estados Unidos da América e o Reino Unido deveriam apregoar a paz mundial ou interessa destruir armamento, para gerar milhões e fazerem mais armamento na indústria do ramo das armas e das bombas!?

 

 

 

 

o texto a seguir é de; Francisco Laranjeira 

 

 

Os Houthis, também conhecidos como Ansar Allah (ou “apoiantes de Deus”), são um grupo violento de milícias em controlo sobre grande parte do norte do Iémen. Formado na década de 1990, o grupo recebeu o nome do seu fundador, Hussein Badreddin al-Houthi, e segue o ramo Zaidi, do Islão xiita, que representa entre 20 e 30% da população do Iémen.

Tornaram-se manchete por todo o mundo na sequência dos ataques perpetrados a navios no Mar Vermelho e foram alvo já de retaliações dos Estados Unidos e Reino Unido, juntos num esforço de pacificar a zona. De acordo com Natasha Lindstaedt, professora na Universidade de Essex, num artigo no site ‘The Conversation’, há quatro coisas que é necessário saber sobre este grupo islâmico.

 

 

Por que foram formados?

A ascensão dos Houthis entronca na turbulenta história do Iémen, que tem lutado para construir um Estado unificado: no entanto, o resultado são instituições fracas, nacionalismo fraco, insurreição e separatismo desde a sua formação, em 1990. Recorde-se que a área que é agora o Iémen foi dividida em dois territórios – norte e sul – desde o séc. XIX até 1990. Após o colapso do Império Otomano, o Iémen do Norte ganhou a independência em 1918. Já o Sul ficou sob controlo britânico até 1967.

As identidades tribais permanecem fortes, especialmente no Norte, e muitos grupos diferentes mantiveram o poder. Os xiitas Zaydi lutaram pelo controlo do território que hoje conhecemos como Iémen durante milhares de anos, com algum sucesso, e sob os Houthis, controlam partes do norte do Iémen.

Se avançarmos para a era moderna, o Iémen tem enfrentado conflitos constantes e fracassos estatais. O Norte era governado pelo ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, desde 1978, que assumiu a presidência de um Iémen recém-unificado em 1990. Os familiares de Saleh controlavam partes essenciais do exército e da economia – e a corrupção era abundante. Embora o Governo central tenha mantido o país unido – Saleh chegou a afirmar que governar o Iémen era como “dançar sobre cabeças de cobras” – depois de uma tentativa de secessão do Sul em 1994, havia muitos grupos com queixas do comando de Saleh.

O grupo mais notável a desafiar o Governo central no Iémen foram os Houthis. Além de suportarem décadas de marginalização política, negligência, exclusão económica e, por vezes, terror por parte do Governo central, os Houthis estavam preocupados com a crescente influência saudita no país – e com o poder crescente do salafismo e do wahhabismo, vistos como doutrinas religiosas importadas.

O ponto de inflexão para os Houthis foi a invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003. Influenciados pelo sucesso do Hezbollah em repelir as forças ocidentais, os Houthis ganharam o apoio do grupo baseado no Líbano, assim como do Irão – embora os seus responsáveis neguem qualquer ligação.

 

 

Como ganharam o poder?

Para enfrentar o poder crescente dos Houthis, Saleh lançou uma campanha militar em 2003, com a ajuda da Arábia Saudita. Embora as forças de Saleh tenham conseguido matar o líder Houthi, Hussein al-Houthi, em 2004, os Houthis venceram frequentemente Saleh e o exército saudita.

Provaram ser uma força formidável, ousando mesmo cruzar para a Arábia Saudita em 2009, forçando o reino a mobilizar o seu exército para enfrentar a crescente ameaça Houthi.

Depois de eclosão da revolução iemenita eclodiu, em 2011, os Houthis lutaram para tirar Saleh do poder, para se juntarem a ele em 2015 – quando se desfez a aliança, os Houthis levaram a melhor, matando Saleh em dezembro de 2017.

Os Houthis também têm sido uma força importante na guerra civil iemenita em curso (que começou em 2014), que causou cerca de 377 mil mortes, muitas das quais civis. Embora seja o Governo do Sul que é reconhecido internacionalmente, os Houthis assumiram o controlo de grande parte do norte do Iémen – controlam o principal porto de Hudeidah, que gera até mil milhões de dólares em receitas ao Governo Houthi.

 

 

Qual é a sua influência regional?

Hoje, os Houthis têm cerca de 20 mil combatentes. Desde a morte de al-Houthi, o movimento tem sido liderado principalmente pelo seu irmão, Abdul-Malik al-Houthi, que afirmou que não hesitará em atacar os Estados Unidos e respetivos aliados.

Desde o início do conflito em Gaza, os Houthis têm tentado capitalizar o conflito para aumentar o seu perfil internacional e como uma demonstração de poder que lhes poderia ganhar mais influência negocial. Alegando ser solidários com o povo palestiniano, os Houthis iniciaram uma série de ataques a navios comerciais no Mar Vermelho.

 

 

Controlam o acesso ao Mar Vermelho?

Embora a maioria dos ataques Houthi no Mar Vermelho não tenham sido bem-sucedidos, forçaram milhares de navios a desviar-se para contornar a África do Sul, o que acrescentou custos e tempos significativos.

Em retaliação às dezenas de ataques no Mar Vermelho, os Estados Unidos e o Reino Unido responderam com o seu maior ataque contra os Houthis desde 2016. No entanto, os ‘avisos’ não foram recebidos e os Houthis estão mais ansiosos do que nunca para enfrentar os Estados Unidos de frente.

 

 


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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