Cidadão português apresenta
reclamação ao Procurador-Geral de Zurique por alegada acusação injusta e
tratamento humilhante
Um cidadão português, a residir na
Suíça, enviou uma carta de reclamação à Staatsanwaltschaft Zürich Sihl,
dirigida ao Ex.mo Dr. Andreas Eckert, Procurador-Geral do Cantão de Zurique,
solicitando uma revisão do seu caso, uma vez que não foi considerado culpado
pela Juíza. Ainda assim, recaíram verbas para pagar despesas resultantes do
interrogatório e de outros procedimentos a que foi submetido, no qual alega ter
sido acusado de forma injusta por um telefonema no qual não proferiu as
palavras de que foi acusado e ter passado por um tratamento profundamente
humilhante por parte das autoridades suíças.
Na sua carta, o reclamante, que se
descreve como um membro de família justo e culto, expõe em pormenor a situação
que o levou a esta queixa. O episódio começou com uma acusação de ameaças de
morte alegadamente proferidas durante uma chamada telefónica. O cidadão
português, no entanto, refuta categoricamente as alegações, afirmando que
nunca, em momento algum, ameaçou quem quer que seja. Explica que a acusação
decorre de um conflito com uma antiga colega de trabalho brasileira, que,
segundo ele, agiu por vingança, compactuando com a Chefe portuguesa, após o ter
despedido de duas empresas em que ambos trabalharam.
De acordo com o reclamante, o
incidente que deu origem à acusação foi uma chamada telefónica que ele fez para
essa Chefe portuguesa, na qual expressou descontentamento pela sua demissão e
reivindicou os seus direitos e igualdade, apelando à não discriminação social.
Contudo, afirma que jamais fez qualquer ameaça de morte pelo telefone, sendo
que as suas palavras foram distorcidas e exageradas por terceiros. A acusação
teria sido amplificada por uma segunda pessoa, que o denunciou alegando que ele
teria dito que iria "deitar uma terceira pessoa pelas escadas
abaixo", o que o reclamante confirma ser uma completa invenção. Ele
sublinha que a sua função nas empresas era exclusivamente na técnica de limpeza
de escritórios e que nunca esteve envolvido em tarefas relacionadas com
escadas. A acusação referia que ele atiraria a colega de trabalho pelas escadas
abaixo, quando na verdade o seu posto de trabalho era em escritórios de um
banco suíço, onde os ricos guardam dinheiro, ou melhor, fazem lavagem de
dinheiro.
O reclamante relata ainda que, após a
demissão na primeira empresa, onde esta mesma Chefe portuguesa era responsável
pelas limpezas, conseguiu um novo emprego numa empresa próxima. Contudo, a dita
pessoa também foi despedida da primeira empresa e, por coincidência ou má-fé,
acabou por se tornar responsável pelas limpezas na nova empresa, onde voltaram
a trabalhar juntos. Ele acredita que o ódio ou a vingança, vindos da primeira
empresa por motivos alheios, foram as motivações por trás da sua segunda demissão,
que culminou nesta acusação injusta. Na primeira empresa, encheram-lhe a cabeça
de que ele dizia mal dela, o que foi uma pura mentira, pois ele não a conhecia
de lado nenhum para tal. O reclamante ainda faz referência ao facto de que
muitos portugueses na Suíça são mal vistos por prejudicarem-se uns aos outros
para obterem melhores posições de trabalho, independentemente de prejudicarem
terceiros.
Visivelmente revoltado, o cidadão
português descreve o tratamento humilhante e envergonhador a que foi submetido
quando foi detido pelas autoridades. Conta que foi levado pela polícia para
interrogatório, sendo forçado a despir-se e mantido em detenção durante 24
horas, sem qualquer justificação plausível. Ele considera que a polícia e o
Ministério Público não tinham bases sólidas para justificar o tratamento
degradante a que foi sujeito, uma vez que, segundo o seu relato, não havia
provas que sustentassem as acusações e que um telefonema é um acto privado,
além de a acusação ser baseada em falsas palavras.
No decorrer da carta, o reclamante
expressa também a sua indignação pelo facto de estar a ser obrigado a pagar
despesas relacionadas com o processo. Inicialmente, acreditava que não seria
responsabilizado financeiramente, pois os interrogadores pareciam acreditar na
sua versão dos factos. A Juíza não o considerou culpado, e ele achou que não
teria de pagar qualquer despesa. Além disso, afirma que a verdadeira culpada, a
pessoa que o acusou, deveria ser a responsável pelos custos, pois foi ela quem,
movida por vingança, inventou a história que o colocou nesta situação. Quando
enviou a carta de reclamação à Staatsanwaltschaft Zürich Sihl, dirigida ao
Ex.mo Dr. Andreas Eckert, Procurador-Geral do Cantão de Zurique, esperava que o
processo o isentasse de qualquer pagamento. Ele julga que foi isso que ocorreu,
uma vez que ficou inibido de qualquer culpa.
Adicionalmente, o cidadão português
faz referência à discriminação que tem sentido ao longo do tempo, assim como
tem relatado vários outros casos semelhantes de outros cidadãos. Tanto no
ambiente de trabalho como na sua vida pessoal, sente que é frequentemente
julgado por estar envolvido num projecto cultural voluntário. Embora o seu
trabalho seja feito de forma gratuita, menciona que muitos assumem que, por ser
uma figura pública, teria uma vida confortável ou rica. Na realidade, explica
que este trabalho é apenas um hobby, e que, além da sua vida pública, trabalha
algumas horas por dia em serviços de limpeza como complemento, e não por
necessidade financeira.
O reclamante conclui a carta,
dirigindo-se ao Ex.mo Dr. Andreas Eckert, afirmando que foi vítima de uma
grande injustiça, resultante de mentiras e intrigas no local de trabalho.
Embora as acusações não tenham manchado a sua reputação publicamente, sente-se
frustrado e humilhado por ter sido tratado como um criminoso, quando na verdade
é um cidadão honesto, apenas a tentar reconstruir a sua vida.
A resposta do Procurador-Geral foi
aguardada com grande expectativa, e o resultado foi positivo: foi inocentado de
todas as acusações e isento de quaisquer pagamentos. Ele agora pede que as
autoridades suíças ajam com justiça e responsabilidade, garantindo que
inocentes não sejam prejudicados por acusações maldosas e sem fundamento.
"A resposta do
Procurador-Geral foi aguardada com grande expectativa, e o desfecho trouxe a
esperada justiça: o cidadão foi absolvido de todas as acusações e isento de
qualquer pagamento. O reclamante apela agora para que as autoridades suíças
actuem com justiça, garantindo que inocentes não sejam prejudicados por
situações semelhantes. Ele sublinha que as dívidas e as consequências das
falsas acusações devem recair sobre aqueles que, com malícia, fazem denúncias
infundadas, de forma a assegurar que quem mente seja devidamente
castigado."
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