Amigos:
Pus-me uma pé cedo, bem de manhãzinha, o nevoeiro cobria a terra como um véu pesado. Estrelas não havia, mas as luzes restituíam-se, tímidas, como se recordassem que o dia sempre chega, mesmo quando a noite resiste.
Vivo para a família, vivo para a Revista Repórter X. Vivo para a minha escrita, para os meus livros. Amigos, amigos, lá vai o tempo em que havia amigos sinceros. Hoje muitos são falsos, só andam atrás de ti quando precisam, e quando não precisam viram-te as costas. Enquanto tens saúde, tens emprego e falas com a sociedade, julgas que tens amigos, julgas que tens um percurso seguro. Mas os amigos caem todos, e isso não é ter amigos.
Os nossos verdadeiros amigos são a família. Amizades sinceras, vá, o diabo escolheu-las, porque nunca sabes com quem podes contar. Quando tu persistes, ficas só, mas encontras força no que és e no que tens: a fé, o trabalho, a escrita, a família.
E quando tu precisas, é essa estrela que aparece, que não existe no céu, mas que se acende nos postes de luz elétrica, aquela luz que substitui, que guia o caminho, fria e constante, mesmo quando tudo parece escuro.
autor Quelhas
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