Estação de Bülach: O brilho novo e o cheiro velho:
Na estação dos caminhos de ferro de Bülach, há agora bancos novos, modernos, de madeira curva, alinhados com rigor suíço sob o tecto de ripas e luz fria. São bonitos, confortáveis, e mostram o cuidado com a imagem, o investimento visível, o progresso que se quer mostrar, mas um o espaçopúblicoé grande e necessitade mais bancos.
Mas quem procura abrigo do frio, quem se recolhe no espaço envidraçado, encontra outra realidade. O chão está imundo, coberto de beatas e restos de lixo. As paredes e os assentos mostram sinais de uso e esquecimento. E o ar; o ar pesa;
Ali dentro não há conforto, há abandono. O que devia proteger do frio tornou-se refúgio da sujeira e do desprezo. O espaço mantém-se imundo porque alberga mendigos que ali buscam calor e esquecimento.
Assim vive a estação de Bülach, entre a aparência de modernidade e o cheiro do esquecimento.
autor: Quelhas
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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