Pesquisar neste blogue

Übersetzung in Ihre Sprache

Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Mercado dos Lavradores Um local único no Funchal – Madeira

Mercado dos Lavradores
Um local único no Funchal – Madeira


Hoje apeteceu-me escrever sobre o mercado dos lavradores quando este local icónico no Funchal ilha da madeira comemora o seu 85º aniversário da sua abertura.
 O Mercado dos Lavradores é um local único, um prédio histórico situado no centro da cidade do Funchal, na Madeira. É uma obra que preserva a arquitectura tradicional do Estado Novo, num estilo que oscila entre a Art Déco da década de 1930 e o Modernismo.
 O Mercado dos Lavradores foi inaugurado em Novembro de 1940 em plena segunda guerra mundial, o intuito era vender e trocar os produtos da agricultura madeirense, uma vez que era difícil chegarem produtos a esta ilha devido ao oceano estar infestado de submarinos alemães e ser difícil chegarem produtos vindos do continente e de outros países. Nessa altura a ilha da madeira produzia um pouco de tudo o que com mais ou menos dificuldades dava para viver, fruta, legumes, carne e o seu maior bem, peixe.
  Este belíssimo local é um projecto arquitectónico da autoria de Edmundo Tavares e, também, uma das obras de referência do período do governo camarário de Fernão de Ornelas.
 Este local, tem área coberta de cerca de 10 mil metros quadrados. A decorar a entrada principal e, também, no interior estão vários painéis de azulejos, pintados com temas regionais por João Rodrigues, produzidos na Fábrica de Loiça de Sacavém onde os produtores locais na altura expunham os seus produtos, e muitas vezes no exterior, encontrava-se de tudo e a preços acessíveis e até segundo os mais antigos faziam-se trocas de produtos.
 Aos fins-de-semana e em especial na época natalícia era um corredio de madeirenses vindos de locais mais distantes da ilha com os seus produtos para venderem e como se dizia, trocar. Uma outra característica é o traje tradicional e folclórico madeirense de muitas vendedoras, pleno de cores vivas o que pouco a pouco se veio a perder embora ainda hoje sejam vistos nos locais senhoras adornadas com estes belos e tão típicos trajes.
 Com o decorrer dos anos e com o aumento dos turistas diga-se de boa qualidade antes da pandemia a Madeira era e ainda é célebre pelos seus produtos regionais de excelência, fruto em grande parte da extraordinária fertilidade dos solos aliada ao clima subtropical de que usufrui, o que começa cada vez mais a faltar devido à construção desenfreada de habitações e hotéis e destruição das tão típicas latadas, de terrenos de bananeiras e outros frutos tropicais.
 O Mercado dos Lavradores, que ocupa um lugar destacado no centro do Funchal, pode ser definido como um museu vivo onde o protagonismo era dado à frescura, à vivacidade e à tropicalidade dos sabores do arquipélago mas hoje tão deturpado.
 Desde a sua inauguração o Mercado dos Lavradores fez parte do quotidiano dos funchalenses, hoje nem tanto a não ser na época natalícia e em especial no seu exterior, porque a verdade é que no interior a maioria das bancas, além dos produtos serem de qualidade duvidosa os preços são mais que inflacionados que até os turistas se começam a queixar, além das muitas vigarices que fazem de deitarem açúcar nos frutos tropicais para os adoçar e que muitas vezes são importados da América do Sul. De igual forma, tornou-se num ponto de passagem obrigatória para os visitantes da ilha, que aqui mergulham numa atmosfera dominada pelo rebuliço e pela alegria, mas também de gente duvidosa que aproveitando-se dos incautos turistas exploram a olhos vistos.
 O edifício, apresenta uma arquitectura típica do Estado Novo. A sua dimensão e posicionamento reflectiam desde logo a intenção de tornar o Mercado dos Lavradores no grande pólo abastecedor da cidade. A fachada, a porta principal e a peixaria são ornamentadas por grandes painéis de azulejos, de 1940, da fábrica Faiança Battistini, de Maria de Portugal, pintados com temas regionais por João Rodrigues.
 A panóplia de cores, de aromas, de gentes e de sabores que caracterizam este mercado da Madeira tornam-no singular, apenas se lamentando a falta de fiscalização à autenticidade dos produtos, o abuso nos preços praticados, que as pessoas começam a considerar um roubo descarado, podemos confirmar a discrepância de preços se verificarmos os mesmo dentro do mercado, fora nas barracas adjacentes, nas muitas barracas de fruta espalhadas pela cidade e até nos centros comerciais.
 Descubra este lindíssimo local, mas tenha cuidado com a infestação de ladrões que por lá prolifera e toda a cambada de abusadores nos preços praticados era na verdade necessário um qualquer Messias fazer no mercado dos Lavradores o que Jesus, segundo a Bíblia fez na sinagoga em Jerusalém.

José Maria Ramada


 Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Sem comentários: