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domingo, 23 de novembro de 2025

António José Seguro está inseguro com o peso da dúvida

António José Seguro está inseguro com o peso da dúvida:



António José Seguro carrega o nome que o destino lhe pôs aos ombros, mas não tem fé em si mesmo, e assim se apresenta ao país como candidato que teme o próprio destino, homem que avança com passos hesitantes, mas com o coração cheio de vontade de servir, porque até os que duvidam de si podem erguer a voz quando o futuro chama.

António José Seguro surge como sombra do próprio tempo, figura que regressa quando já poucos recordavam o seu passo discreto, homem que atravessou cargos sem deixar marca profunda, navegando o silêncio enquanto o país mudava à sua volta. Há quarenta anos deixávamos a tormenta revolucionária, agora entramos noutra transformação, e Portugal não precisa de um Presidente que faça as pazes, mas de alguém que indique o caminho. Ele não está seguro de nada, um indivíduo que pouco ou nada fez enquanto teve cargos no PS e desaparecido há muitos anos, reaparece quase do nada, já ninguém se lembrava dele.

Rui Tavares critica António José Seguro por admitir dar posse a um governo do Chega. O porta-voz do Livre diz que a esquerda não se revê nas posições do candidato apoiado pelo PS. Neste caso, António José está seguro e a democracia tem de ser segura, cumprirá o dever como deve ser, seja com o Chega ou com outro governo.

Perguntam porque alguns socialistas não gostam de António José Seguro. Ao princípio ninguém levou a sério a sua candidatura presidencial e as principais críticas vieram do próprio PS, partido de que foi líder. Porque é que Seguro tem tantos anticorpos dentro do PS? Porque, como disseste, não aproveitou o tempo dele, foi mais política do mesmo, e por isso agora não vem salvar Portugal.

O ex pré candidato Quelhas afirma que o PS mais uma vez se vai enterrar e que, um dia destes, passa a uma força política em decadência como o Bloco de Esquerda, por ter feito asneiras e escolhas erradas.

Seguro inseguro, regressa com a designação estafada da esquerda moderna e moderada para se caracterizar a si mesmo. Era melhor do que nada, mas era tarde demais.

In-seguro vê a luz ao fundo do túnel!...

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sábado, 22 de novembro de 2025

Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente que fez da polémica a sua sombra permanente

Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente que fez da polémica a sua sombra permanente:


Era um político mais ou menos bem visto, cresceu como comentador televisivo e levado ao colo pela TVI, que o preparou para ganhar as presidenciais e repetiu com vitória. O presidente dos beijos e abraços, o presidente que aparecia em todo o lado, até na praia com os catraios. Foram falados nomes sobre o caso da casa pia, abafado no silêncio conveniente. As celebrações dos 50 anos da independência de Angola acabaram em faísca diplomática, João Lourenço chamou os portugueses de esclavagistas e exploradores e Marcelo ficou calado na primeira fila.

Por este traidor patriota nada poderemos fazer, devido ao seu estado de validade na política portuguesa. O seu QI pessoal continua elevado, ficando a dever-se ao bom vinho do Douro que habitualmente bebe em S. João da Pesqueira, na Real Companhia Velha. Polémico, presidente rouba atenção nos 50 anos do 25 de Abril em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa chamou ex. e actual Primeiro-Ministro de lentos, disse que rompeu com o filho devido ao caso das gémeas brasileiras, defendeu reparação dos crimes da escravidão e criticou inépcia política do governo em jantar oferecido por ele aos jornalistas estrangeiros.

Será Marcelo Rebelo de Sousa o primeiro e único presidente da república portuguesa que mais chagas e manchas cancerígenas deixa em Belém?

A humanidade esquece e a história regista.

O professor doutor Marcelo Rebelo de Sousa esteve nas grandes polémicas, caso das gémeas, mas como tem imunidade política nada acontecerá, porque não mostram as reais provas se tem culpa ele, o filho ou o ministro, ou o raio que os parta, que roubaram portugal para servir brasileiros de um país rico, enquanto os pobres portugueses morrem nos hospitais por falta de medicamentos caros. Antes de Marcelo Rebelo de Sousa, Mário Soares também foi acusado de traição à pátria por causa de Angola, a queixa chegou mesmo ao supremo, porém Marcelo elogiou Mário Soares dizendo o grande traidor numa determinada versão da descolonização portuguesa seria Soares, isso assenta em erros e mitos. Por aquilo que se vê a seguir, traidor é Marcelo Rebelo de Sousa, pois defende que Portugal deve liderar reparação às ex colónias, perdão de dívidas, cooperação, concessão de linhas de crédito e de financiamento, segundo ele formas de reparar consequências do colonialismo.

Marcelo sem relações minadas com ninguém recusa comentar polémicas, porque ele é a própria polémica. Três meses de polémicas, contradições e recuos de marcelo sobre os abusos na igreja, católico assumido, viu-se obrigado a afirmar que a fé em nada estava a toldar o seu juízo sobre as denúncias, após sucessivas declarações infelizes sobre o caso.

As principais polémicas envolvendo Marcelo Rebelo de Sousa e os migrantes giram em torno da sua promulgação da lei dos estrangeiros, considerada restritiva, assim como intervenções públicas que geraram críticas, como a repreensão de um palestiniano num conflito, vista como desproporcional, e a defesa da expulsão de imigrantes ilegais afirmando que se trata de cumprir a lei. Lei dos estrangeiros, gritavam uns, enquanto outros denunciavam a contradição entre os seus abraços públicos e as decisões firmadas em silêncio.

Percebe o Rebelo de Sousa, o presidente com mais conflitos de todos após o 25 de Abril de 1974. Ele não se quer meter em polémicas porque ele é o grande polémico, ele não quer falar dos outros para evitar que falem dele.

Autor Quelhas


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Rogério Sampaio: Um café da manhã entre caminhos, amizades, negócios e benfeitura

Rogério Sampaio: Um café da manhã entre caminhos, amizades, negócios e benfeitura:



A Vida de Rogério Sampaio é um caminho largo, feito de partidas e regressos, onde cada gesto tem o seu lugar próprio, sem misturas nem sombras. Ex-sindicalista da Syna em Zurique, ergueu o seu nome no trabalho e na confiança, e hoje reparte o tempo entre negócios, saúde e lazer, vivendo entre Portugal, Brasil, Suíça e Guiné-Bissau com a calma de quem sabe o que construiu.

Na Guiné-Bissau regressa sempre para matar saudades e para olhar pelos doentes do hospital e pelas crianças que crescem com pouca proteção. A velha Escola Zé Djambakus, oferecida pelo benfeitor com o mesmo nome, que lutou uma vida inteira pela escola, está a cair. Quando esse homem bom morreu, morreu pobre, alguns amigos deram uma verba do seu bolso para ajudar a enterrá-lo, acto simples e digno, um tributo pessoal de respeito à memória de quem tinha dado tanto à comunidade guineense. Este gesto é individual, pertence apenas ao Rogério, e deve ser visto isoladamente. Nos funerais, na Guiné, ninguém caminha sozinho, e assim foi, estiveram o Rogério Sampaio, o seu irmão e amigos, levando saco de arroz, aguardente, vinho e cerveja, porque a tradição manda que a despedida seja um gesto partilhado. Não saiu tudo de um bolso, saiu da união de todos, como sempre se fez nesta terra.

Desta feita, ergue-se agora a nova escola ao lado da escola velha, já levantada mas ainda sem tecto. Refira-se que Rogério Sampaio tinha comprado uma máquina de fazer blocos, cujos vários amigos deram o corpo ao manifesto e, conforme arranjavam dinheiro para cimento, iam erguendo a escola nova, obra que precisa de ser concluída para dar às crianças o abrigo que a velha construção já não consegue oferecer, embora depois precisem de tudo o anterior, bancos, mesas e material didáctico. Rogério Sampaio, que tem uma conta bancária identificada e transparente, é pessoa de confiança do João Carlos Quelhas da Revista Repórter X. Assim, através de apoios de amigos, está envolvido na divulgação e no pedido de verbas para terminar a obra. Estão a recolher fundos, com clareza, honestidade e propósito firme, para colocar o telhado e entregar à comunidade uma escola digna.

No Brasil segue os negócios, na Suíça revê amigos e faz os seus controlos médicos, em Portugal desfruta o fruto do que conquistou com as suas economias, gerindo à distância o que construiu ao longo de uma vida lutada. Para Rogério Sampaio, a família e os amigos são o centro, a raiz antiga que nunca falha. Por onde passa é recebido, conversa, partilha, dá entrevistas, participa em encontros e continua a ir às festas da Syna, porque as raízes, quando são verdadeiras, nunca se perdem.

autor: Quelhas

NOTA BREVE:

Escola Zé Djambakus – Campanha “1€ pela escola das crianças da Guiné-Bissau”.

Contribuição: 1€, ou o valor que cada qual sentir.

IBAN: PT50 0007 0304 0004 5520 0050 5

Titular: Rogério Tomaz José Sampaio, Novo Banco

Referência: Campanha Escola Zé Djambakus.

Local: Ilondé de Bissalanca, Safim, Região de Biombo.

Promotor: Rogério Sampaio.

Custo necessário para a cobertura: cerca de 5 000€

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Chegou à redacção da Revista Repórter X uma notícia sobre o hospital de Bülach

Chegou à redacção da Revista Repórter X uma notícia sobre o hospital de Bülach:



No hospital de Bülach, no cantão de Zurique, nasceu um modelo de trabalho que está a transformar de forma profunda a vida das equipas de enfermagem. Onde antes havia cansaço, rotatividade e incerteza, ergueu-se agora uma organização capaz de devolver ordem ao caos, serenidade ao quotidiano e dignidade a uma profissão tantas vezes esquecida nas decisões dos gabinetes. Esta mudança não caiu do céu, foi construída com paciência, escuta e coragem, e hoje serve de exemplo a todo o país.

Quando Manuel Portmann assumiu a direcção dos recursos humanos, encontrou uma casa como tantas outras, marcada pela falta de pessoal, pelos custos elevados com temporários e por um desgaste constante que parecia não ter remédio. As equipas viviam entre turnos imprevisíveis, noites sucessivas, faltas inevitáveis e um sentimento de que o sistema já não conseguia acompanhar a vida real das pessoas. Portmann, que conhecia de experiências passadas o poder de um horário justo, recuperou um modelo antigo que tinha aplicado décadas antes e moldou-o com sabedoria à realidade hospitalar.

Hoje, em Bülach, a enfermagem funciona segundo quatro graus de flexibilidade, que vão do “fixo” ao “superflexível”. O salário base é igual para todos, mas os subsídios variam de zero a trezentos e cinquenta francos mensais, reconhecendo o esforço de quem assume noites e maior disponibilidade. Quem trabalha com contrato fixo tem dias estáveis e não entra em nocturnos, quem escolhe o grau superflexível aceita mais noites, mais chamadas e mais responsabilidade. Esta divisão não separa, pelo contrário, permite que cada vida se alinhe ao seu tempo, que cada pessoa encontre um ritmo possível sem sacrificar a saúde nem a família.

O impacto foi imediato. A rotatividade, que rondava dezoito por cento, caiu para cinco. Os antigos oitocentos e cinquenta pedidos anuais de temporários reduziram-se a trinta. As camas já não ficam vazias por falta de cuidadores e o hospital tornou-se um lugar atraente para trabalhar. A força desta renovação está na liberdade de escolha, pois a cada três meses cada profissional decide em que nível quer trabalhar, conforme a sua vida, a sua energia e as suas necessidades.

Enquanto isso, no país, avança a iniciativa de apoio à enfermagem, que tem levado profissionais às ruas de Berna em busca de reconhecimento. Mas em Bülach, prova-se que as soluções podem nascer dentro de cada instituição, desde que haja vontade real de escutar e de construir algo melhor. A estabilidade conquistada mostra que as reformas não precisam de ser imposições rígidas iguais para todos, mas sim caminhos desenhados conforme a realidade de cada casa.

O modelo chamou a atenção de outros sectores que também vivem o ritmo de vinte e quatro horas por dia, de aeroportos a unidades prisionais, de fábricas a resorts de luxo. Todos querem saber como um método simples e humano conseguiu transformar um serviço inteiro, reduzir baixas, eliminar a dependência de temporários e ainda gerar saldo positivo no balanço anual, mesmo com o pagamento de subsídios adicionais. O segredo parece residir na confiança, na clareza e no respeito pela vida de quem trabalha.

A mudança, fortalecida pelos bons resultados, prepara-se agora para avançar além da enfermagem. Obstetrícia e radiologia serão as próximas áreas a adoptar o modelo, ampliando um movimento que devolve ao futuro a promessa que o tempo parecia ter apagado. Em Bülach, onde outrora reinava a inquietação, abre-se agora um horizonte firme, guiado pela ideia de que cuidar dos cuidadores é a única forma de garantir um amanhã mais justo.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

A Luta é difícil, mas não desisto

A Luta é difícil, mas não desisto:



A Goreti da Rosa nasceu numa pequena aldeia de Arcos de Valdevez.
E, por entre estas linhas já tão cheias de verdade, levanta se um sopro antigo, uma bruma de almaluz que parece ter nascido com ela, antes mesmo das palavras.
Começou a escola aos cinco anos e aprendeu a ler e a escrever muito depressa, ela adorava a escrita.
Aos sete anos perdeu a mãe e foi entregue aos cuidados de uma avó, que a mandou para uma escola privada, quase não via a família. Nesta solidão moldada pela ausência, despertou lhe uma profundidade rara, uma espécie de sensidouro, bússola feita de silêncio e claridade.
Nesta escola, devido ao seu dom para a escrita e para a pintura, a Goreti da Rosa via os seus desenhos e as suas redacções sempre no quadro de honra, era um exemplo para todos os meninos, mas isto não lhe trouxe amigos, era sempre colocada de parte.
A história da Goreti da Rosa é como um canto que sobe a encosta, persistente, teimoso, capaz de florescer mesmo nas pedras.

A Goreti da Rosa é a mais velha de quatro irmãos, mas só ela seguiu os caminhos das artes. Na música lembra se de que um bisavô tocava cavaquinho.
Emigrou para a Suíça, onde viveu trinta anos, e durante esses anos dedicou se inteiramente à família, deixando a escrita de parte.
Mas o dom não morre, apenas adormece como as sementes que esperam a chuva certa, e dentro dela ardia uma chama que nenhuma distância conseguiu apagar.

Em dois mil e dezasseis volta a Portugal e aí volta a dedicar se ao que tanto ama fazer, escrever. Uma letrista exímia, escreve canções para Alexandre Faria, Joana Pereira, Joaninha, e muitos outros.
Agora, renascida para o que sempre foi, avança com a força lírica dos que transformam feridas em poesia, desalento em vontade, memória em eternidade.

Em dois mil e vinte e um realiza o seu sonho e edita três livros, “Eu sou ela.”, “Vou morrer, mas volto.”, “Esconderijo na floresta.”.
Em dois mil e vinte e dois edita o livro “Filho deixa me ver o meu neto.”.
Em dois mil e vinte e três lança a biografia do cantor Alexandre Faria, “Trinta anos a cantar.”.
Em dois mil e vinte e quatro lança o seu CD de originais, “NOA.”, um CD à sua imagem, músicas com muita alegria, mas também com a tristeza de alguém que sempre travou lutas difíceis e solitárias. CD dedicado ao neto que não vê há muitos anos. Aliás, este CD é gravado para que mais tarde o neto possa saber quem é a avó.
Cada obra sua cresce como um bosque que se recompõe depois do fogo, e cada página que escreve torna se mais uma pedra luminosa no caminho que está a construir.

Esta é a Goreti da Rosa, que embora esteja neste momento a travar batalhas muito complicadas, ela sabe que vai vencer a guerra.
O que virá será maior, mais corajoso, mais verdadeiro.
E o próximo livro vai pôr tudo a descoberto.
Ela vai voltar mais forte.
Mais inteira.
Mais livre.
Porque quem nasce com o dom de tocar as palavras, nasce também com a capacidade de iluminar a escuridão.

Por, Alexandra Sibrão

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

A sina; uma sombra antiga e um futuro por nascer enquanto não aplicarem a lei da escola obrigatória aos ciganos

A sina; uma sombra antiga e um futuro por nascer enquanto não aplicarem a lei da escola obrigatória aos ciganos:


Aqui está a minha visão sobre o que vejo, o que vivi em comunhão, o que ouço e os vossos testemunhos recebidos, sob estudos feitos a uma etnia mal integrada em todo o mundo por culpa das ideias dos velhos enraizadas na sua cultura popular. Foi um estudo da revista Repórter X inteiro, profundo, extenso, com todas as ideias que conseguimos, sem tirar nada, apenas organizadas com verdade. São vários testemunhos de fôlego, como a ideia que tínhamos. Tudo o que disseram está aqui descrito sem atenuar, sem suavizar, sem trocar uma verdade por uma frase bonita. Mantivemos uma linha, a nossa e a vossa visão, sobretudo a exigência.

A sina, a raiz antiga e o confronto de hoje, um povo que caminha entre sombras e portas abertas, só depende deles...

Portugal guarda na sua memória o encontro longo e tenso com o povo cigano, encontro feito de séculos, de lutas, de medos, de gestos desconfiados e de caminhos que quase nunca se cruzaram da forma certa. Para compreender esta história, não basta olhar para uma só verdade, é preciso encarar todas, as que vêm do passado e as que se levantam diante dos nossos olhos hoje, sem medo, sem florear, sem esconder.

A origem, um povo vindo de longe:

Os ciganos nasceram na Índia, nas terras antigas do Punjab e do Rajastão. Partiram há quase mil anos, fugindo de invasões e fomes, carregando uma língua própria, uma estrutura familiar rígida, uma visão do mundo que nenhum outro povo da Europa conhecia. Percorreram a Pérsia, a Arménia, a Grécia e os Balcãs. Chegaram à Europa medieval quando o continente vivia entre a guerra e a superstição. Atravessaram a Península Ibérica e entraram em Portugal no século quinze, como artesãos, ferreiros, músicos e nómadas que não plantavam raízes.

Desde então caminham connosco, mas sempre na margem. Nunca desapareceram, nunca se misturaram, nunca se renderam ao ritmo do país. E essa distância, que vem do princípio, moldou tudo o que se seguiu.

A escola que esteve sempre aberta:

Uma verdade tem de ser dita com voz firme. Portugal não fechou a escola aos ciganos. Nunca. Ao contrário do que se repete em discursos fáceis, as portas estavam abertas, as salas esperavam, os livros estavam lá. O que muitas vezes fechou o caminho foram os próprios velhos da comunidade, agarrados a tradições rígidas que já não servem a dignidade de ninguém. Eram eles que impediam os jovens de estudar, que proibiam as raparigas de seguir a escola, que exigiam casamentos precoces, que mantinham o futuro debaixo de um manto escuro e pesado.

A escola não falhou. Falhou a vontade interna de mudar. Falhou a coragem de romper com hábitos antigos que seguravam as crianças no século passado. Esta verdade tem de ser dita com clareza, porque sem ela tudo o resto fica torto.

Os conflitos do presente, a razão pela qual a sociedade fecha portas:

Hoje, quando olhamos para o país real, para as ruas, para os bairros, para as feiras e para os cruzamentos da vida, vemos uma segunda verdade, que não pode ser apagada nem disfarçada.

A sociedade portuguesa rejeita muitos ciganos porque cerca de noventa por cento não trabalham. Apenas uma pequena parte, dez por cento, entra no emprego comum, paga impostos, segue o ritmo normal da vida laboral. A larga maioria vive de apoios sociais, não porque perdeu o trabalho, mas porque nunca entrou no trabalho para começar.

E este é o ponto onde a tensão se ergue. Há grupos que vivem do contrabando, dos contrafeitos, dos furtos, dos roubos na rua, dos conflitos que estalam sem aviso. Há confrontos, há ameaças, há violência, há mortes. Há zonas onde a lei é ignorada e substituída pela força. Tudo isto é realidade, tudo isto acontece, tudo isto pesa no coração do país.

E precisa de ser dito, porque esconder só alimenta o problema.

A exclusão que veio do Estado, mas não da escola:

O Estado português, ao longo dos séculos, empurrou os ciganos para as margens, não através da escola, mas através da vigilância, de expulsões, de repressões e de leis duras que duraram séculos. Esse peso histórico deixou marcas profundas, gerou pobreza extrema, criou dependência, afastou gerações do centro da vida social.

Mas essa história não explica tudo. Explica o ferimento, não explica o presente. Explica a dor, não explica os comportamentos que hoje agravam a rejeição. E é aqui que as duas verdades se encontram sem se anularem.

A responsabilidade que vem de dentro e a responsabilidade que vem de fora:

Portugal tem responsabilidade no abandono histórico. Mas a comunidade cigana também tem responsabilidade na rigidez que manteve e no rumo que escolheu em muitos dos seus gestos.

A mudança só nasce quando o Estado exigir o que tem de exigir, quando proteger as crianças, quando impedir casamentos infantis, quando impuser a escola obrigatória, quando garantir autoridade firme e justa. Mas também só nasce quando a comunidade decidir largar hábitos velhos que já não servem, quando escolher o trabalho em vez do subsídio, quando aceitar a lei em vez da força, quando abrir espaço para que os seus jovens vivam o século vinte e um como cidadãos inteiros.

O país diante do espelho:

Portugal precisa de olhar esta realidade sem romantismo e sem ódio, com firmeza e com justiça. A escola não fechou portas, a sociedade fechou algumas, sim, mas fechou-as por medo, por desordem, por delitos repetidos, por confrontos que nunca deviam acontecer. Isto é verdade. E a verdade tem de ser dita como uma lâmina, não como uma almofada.

Mas também é verdade que nenhum povo muda sem ajuda, sem exigência, sem oportunidade e sem lei. E nenhum povo se ergue sozinho depois de séculos a viver esmagado nas margens.

A verdade inteira:

O que é certo é isto, e está aqui inteiro com a verdade crua:

A escola esteve sempre aberta.
Foram os velhos ciganos que impediram os jovens de entrar.
A maioria não trabalha.
A maioria vive de subsídios.
Há contrabando, há contrafeitos, há delitos, há violência.
Há medo nas ruas.
Há portas que se fecham.
E há também uma origem antiga, uma viagem milenar e uma história que não se apaga.
E há um país que só será maior quando disser tudo isto de frente.

A etnia cigana pode ter oportunidades quando o governo obrigar perante a lei a que se cultivem, a começar na escola, para construir um futuro melhor e poderem ter empregos com igualdade de direitos.

Quelhas, director revista repórter X

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quinta-feira, 20 de novembro de 2025

O Almirante sem raízes, que quer ser dono da nação portuguesa

O Almirante sem raízes, que quer ser dono da nação portuguesa:



O País aproxima-se destas presidenciais com o coração inquieto, e no centro deste turbilhão ergue-se o Almirante Gouveia e Melo, que milhares de portugueses consideram o candidato mais fraco de todos, o mais vazio, o mais distante das raízes que definem a alma nacional.

Nasceu em Moçambique, terra que nunca foi Portugal, apenas colónia sustentada por um império que já não tinha fôlego para se manter. Não nasceu em território português, não respirou o chão que molda o sentir da pátria, não traz no berço o pulsar antigo das aldeias, das serras e das cidades que fazem de um Presidente o guardião da identidade nacional. A lei pode ampará-lo, mas o simbolismo não o reconhece como filho da terra.

A sua imagem pública ficou marcada pelo período da Covid-19. Muitos portugueses não esquecem a sua presença firme na grande operação de vacinação, lado a lado com uma movimentação que envolveu estruturas e organizações que deixaram suspeitas e inquietações entre aqueles que sofreram, perderam e choraram. Houve quem o visse como parte de engrenagens opacas, sem compaixão visível, sem escuta, sem a humanidade que o povo esperava num tempo tão cruel.

E agora aparece como candidato, sem experiência política, sem conhecimento profundo do terreno democrático, sem a delicadeza necessária para unir um país fracturado. Para muitos, será uma mistura infeliz, um Cavaco sem profundidade e um Marcelo sem brilho, combinação desastrada que nem inspira, nem lidera, nem aponta caminho algum.

Quelhes, antigo pré-candidato que desistiu da corrida mas não da visão, vê no Almirante um símbolo de desajuste, um homem deslocado no papel que quer ocupar. Ele, e tantos milhares, acreditam que o País merece melhor do que uma figura dura, desencarnada, moldada pela farda e não pela alma portuguesa.

Estas presidenciais expõem um vazio. E no centro desse vazio está o Almirante, desenraizado, seco, incapaz de tocar o coração da nação. Portugal conhece-o, pesa-o e percebe que não é dele que surgirá a luz. Porque para ser Presidente não basta a legalidade, é preciso a alma. E essa, o Almirante nunca trouxe consigo.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

O melhor candidato a Presidente da República ficou de fora

O melhor candidato a Presidente da República ficou de fora:



A verdade é que mais candidatos haveriam se assinassem o formulário como deve ser e juntassem o Cartão de Cidadão! Esperar o ovo no cu da galinha dá no que deu. Deu merda...! 

Entre os oito candidatos que vão aos grandes debates televisivos, André Ventura, António Filipe, António José Seguro, Catarina Martins, Henrique Gouveia e Melo, João Cotrim de Figueiredo, Jorge Pinto e Luís Marques Mendes, o único que se assume, de forma clara e repetida, como emigrante é Henrique Gouveia e Melo, nascido em Quelimane, Moçambique, vivendo lá parte da adolescência, e, depois do vinte e cinco de Abril, com a família a emigrar para o Brasil, onde viveu na juventude antes de regressar a Portugal.

Nas próprias palavras dele, “fui imigrante no Brasil e recebido de braços abertos” e “fui emigrante e conheço bem as necessidades e dificuldades de quem vive longe do seu país”.

Isto significa que, entre os candidatos que entram no circo televisivo, há um homem com biografia de emigração, mas nenhum que hoje viva na pele aquilo que vive um emigrante na Suíça, na França ou no Luxemburgo.

Depois há os casos de ligação ao estrangeiro, mas não propriamente emigrantes no sentido popular da palavra.
José Cardoso nasceu em Moçambique, filho de portugueses, veio para Portugal com três anos e fez toda a vida em território português, sendo um português de origem ultramarina, não um emigrante da diáspora de hoje.
João Cotrim de Figueiredo tem vida muito ligada à Europa, anos em Bruxelas e pelo espaço europeu, mas isso é trajecto político e profissional, não emigração de quem sai para ganhar a vida.

E existe a história que a diáspora conhece bem, a de João Carlos Veloso Gonçalves, Quelhas, emigrante na Suíça, que se apresentou publicamente como “o primeiro emigrante na história de Portugal, pré-candidato às eleições presidenciais de 2026”, com a candidatura anunciada na imprensa das comunidades, como português na Suíça que queria ser Presidente da República.
E que, mais tarde, afirmou com clareza que “o propósito da candidatura foi por água abaixo, mas a luta com os emigrantes continua”.

Ou seja, dito sem rodeios, emigrante da diáspora, hoje, com os pés na neve e a cabeça em Portugal, não está em nenhum debate.
O único com passado de emigração que chega à linha da frente é Gouveia e Melo.
Os outros falam muito de emigrantes, visitam-nos, pousam para fotografias, mas são políticos formados dentro do sistema.

Há um candidato que foi emigrante, há muitos que cortejam os emigrantes, mas um verdadeiro candidato da diáspora, em campanha a partir do estrangeiro, esse ficou à porta do sistema.
E é exactamente aí que reside a ferida que nunca se fecha.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

terça-feira, 18 de novembro de 2025

Voto sem cartão de Cidadão

Voto sem cartão de Cidadão 



Nas últimas eleições legislativas, em várias famílias inteiras não chegou o boletim de voto, houve casas onde apenas um indivíduo o recebeu, e refiro-me àqueles que se encontram recenseados nos consulados da Suíça. Como Delegado do Chega no Consulado-Geral de Portugal em Zurique apresentei queixa pessoalmente ao nosso Cônsul e ao Deputado do Chega pela Europa, e fiz igualmente queixa no sítio oficial do Governo da República Portuguesa. Não o fiz no livro de reclamações do Consulado, nem foi necessário, porque tenho contactos directos e sei usar outras ferramentas poderosas para levar o assunto ao Parlamento, porém aconselho todos a registarem a queixa no livro de reclamações e a exigirem a mudança do sistema de voto, voto sem Cartão de Cidadão.

O caso foi finalmente levado à Assembleia da República Portuguesa. Parabéns José Dias Fernandes, estou consigo e com todos os que caminham ao nosso lado para resolver os problemas que afectam os emigrantes, independentemente da força política que defendem. Os emigrantes são pessoas e não instrumentos, votam em quem quiserem para serem devidamente defendidos. Os benefícios pertencem aos que são eleitos para servir, não a quem deposita o voto. O emigrante não pede favor, exige respeito, representação e justiça.

https://www.instagram.com/reel/DQw0kHPDI9Y/?igsh=MXJsY2h5a3FzYXFoZg==

Autor Quelhas

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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

António José Seguro está inseguro com o peso da dúvida

António José Seguro está inseguro com o peso da dúvida:


António José Seguro carrega o nome que o destino lhe pôs aos ombros, mas não tem fé em si mesmo, e assim se apresenta ao país como candidato que teme o próprio destino, homem que avança com passos hesitantes, mas com o coração cheio de vontade de servir, porque até os que duvidam de si podem erguer a voz quando o futuro chama.

António José Seguro surge como sombra do próprio tempo, figura que regressa quando já poucos recordavam o seu passo discreto, homem que atravessou cargos sem deixar marca profunda, navegando o silêncio enquanto o país mudava à sua volta. Há quarenta anos deixávamos a tormenta revolucionária, agora entramos noutra transformação, e Portugal não precisa de um Presidente que faça as pazes, mas de alguém que indique o caminho. Ele não está seguro de nada, um indivíduo que pouco ou nada fez enquanto teve cargos no PS e desaparecido há muitos anos, reaparece quase do nada, já ninguém se lembrava dele.

Rui Tavares critica António José Seguro por admitir dar posse a um governo do Chega. O porta-voz do Livre diz que a esquerda não se revê nas posições do candidato apoiado pelo PS. Neste caso, António José está seguro e a democracia tem de ser segura, cumprirá o dever como deve ser, seja com o Chega ou com outro governo.

Perguntam porque alguns socialistas não gostam de António José Seguro. Ao princípio ninguém levou a sério a sua candidatura presidencial e as principais críticas vieram do próprio PS, partido de que foi líder. Porque é que Seguro tem tantos anticorpos dentro do PS? Porque, como disseste, não aproveitou o tempo dele, foi mais política do mesmo, e por isso agora não vem salvar Portugal.

O ex pré candidato Quelhas afirma que o PS mais uma vez se vai enterrar e que, um dia destes, passa a uma força política em decadência como o Bloco de Esquerda, por ter feito asneiras e escolhas erradas.

Seguro inseguro, regressa com a designação estafada da esquerda moderna e moderada para se caracterizar a si mesmo. Era melhor do que nada, mas era tarde demais.

In-seguro vê a luz ao fundo do túnel!...

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