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sexta-feira, 14 de março de 2025

DEPUTADO PAULO PISCO EM CLERMONT-FERRAND E LUXEMBURGO


CLERMONT-FERRAND E LUXEMBURGO

PAULO PISCO – DEPUTADO PELO CÍRCULO DA EUROPA


Estarei em Clermont-Ferrand e no Luxemburgo, entre os dias 14 e 16 de março, para participar num encontro com empresários portugueses, em Clermont-Ferrand, e para estar no Festival das Migrações, que anualmente se realiza no Luxemburgo e em que a presença portuguesa é muito relevante.

No dia 14, encontro-me com a professora Laury Pereira, que leciona cursos de Português na Universidade de Clermont-Ferrand e com Carlos Costa e Philippe da Costa, do Grupo de Informação Luso France. O encontro será no café Português New York.

Pelas 19h00, participo no encontro mensal do Portugal Business Club de Clermont-Ferrand, onde farei uma intervenção sobre a situação política e económica e o investimento em Portugal.

No dia 15 e 16 estarei presente no Festival das Migrações, onde me encontro com membros e associações da comunidade e dos partidos políticos. No

sábado, tenho também um encontro com o representante da ASTI-Association de Soutien aux Travailleurs Immigrés, Sérgio Ferreira.

Paulo Pisco

Grupo Parlamentar do Partido Socialista

Deputado pelo Círculo da Europa

Coordenador na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Member of the National Parliament

Coordinator in the Foreign Affairs Committee

Assembleia da República - Palácio de S. Bento - 1249-068 Lisboa, Portugal

Tel: +351.21.391 7316

E-mail: ppisco@ps.parlamento.pt
http://www.ps.parlamento.pt

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Escândalo na Assembleia: PS e PSD chumbam pedido de audição sobre roubo de crianças na Suíça

Escândalo na Assembleia: PS e PSD chumbam pedido de audição sobre roubo de crianças na Suíça




O Partido Socialista e o Partido Social Democrata mostraram mais uma vez a sua verdadeira face ao chumbarem o requerimento apresentado pelo CHEGA para a audição do Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, e do Embaixador da Suíça, Denis Knobel. O objectivo era discutir as denúncias graves sobre a retirada forçada e injustificada de crianças portuguesas na Suíça, mas PS e PSD decidiram proteger o sistema em vez de defenderem os seus próprios cidadãos.

A Revista Repórter X, que há anos denuncia este escândalo, levou o caso ao deputado do PS Paulo Pisco, que sempre declinou qualquer acção com a desculpa de que "não podemos meter-nos na lei da Suíça". Agora, quando finalmente um deputado, José Dias Fernandes, do CHEGA, decidiu levar a questão ao Parlamento, PS e PSD voltaram a fechar a porta aos emigrantes portugueses que são vítimas deste sistema.

Paulo Pisco, que gosta de se apresentar como o defensor das comunidades portuguesas, acaba de mostrar que não passa de um fantoche do partido. O chumbo desta audição prova que o PS e o PSD estão mais preocupados em manter as suas carreiras políticas do que em defender os direitos dos portugueses no estrangeiro.

Se Paulo Pisco ainda tem a ousadia de pisar solo suíço, que se prepare para ser enxovalhado pelos portugueses que não esquecem a sua traição. Os emigrantes não são tolos e nas próximas eleições vão lembrar-se muito bem de quem os abandonou. A mensagem é clara: PS e PSD já não têm lugar na política das comunidades. Chegou a hora de os pôr a andar!


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quinta-feira, 13 de março de 2025

Saudades da minha terra, Medelo

Saudades da minha terra, Medelo


Por; José Maria Ramada

Porque será que de Medelo me esqueço?
E, sempre te traga a minha aldeia no coração
Talvez porque sem visitar esta terra não passo
Dos familiares, amigos e conhecidos sinto saudades
Dando-lhes um abraço ou simplesmente um aperto de mão
Saudades… Saudades que tenho de outros tempos
Das Antas, do Rio, Pinheiros, Mó, Vale, Rua nova e tantos outros
Da fruta que às escondidas apanhava-mos (roubava-mos)
Dos banhos no tanque das Paredes e na Ribeira
Das malandrices inocentes, tomando banho nus
Na poça do Vale, na ponte do Soeiro ou na Pedreira

Saudades… Tantas saudades da minha terra
Dos lugares de outrora hoje ruas
Jogar á pião, á beta, trocar cromos de futebol e cowboys.
Dos carrinhos de arame, das rodas de aros e do futebol
Ver as raparigas saltar á corda e jogar á macaca
Dos carrinhos de rolamentos e da bola de trapos
Nas ruas de terra ou no saudoso campo das Antas

Porque será que Medelo nunca esqueci?
Quando para trabalhar na Suíça 
E em Outubro de 1981 parti!
Porque será que sempre volto Medelo?
Encontro aconchego, carinho e amizade?
Que saudades do anoitecer de verão
Com fisgas atirávamos aos morcegos
Jogar ao moucha, ao lencinho e às corridas 
Á volta da velha casa de pedra 
Saudades das noites de lua cheia 
E os conselhos dos mais velhos
Hoje longe de ti como tantas vezes
Recordo com imensas saudades,
Os pássaros nas árvores, os gatos e os rafeiros dos vizinhos
Quando sentado no balcão de casa, nesta ilha encantada
Olhando o mar e pensar que do outro lado fica Medelo
Os meus olhos perdem-se no horizonte pensando na minha terra
As gargalhadas alegres das suas gentes
É tudo tão belo, fecho os olhos para te sentir dentro de mim
Inspirando a minha poesia
Envoltos no misterioso perfume das dálias, rosas e jasmim
Um copo de tinto verde, tirado da pipa
Ai Medelo de outros tempos, que saudades
Sonhando com um cozido ou a vitela assada
Entre uma feijoada ou até um estufado
Um golo da tigela de barro e um pedaço de bolo com sardinhas.

São sonhos do meu tempo de criança às vezes rebelde
São desejos de cada dia voltar
Todos os mais velhos e amigos abraçar
Saudades da minha mãe e do meu pai que tão cedo partiu
Saudades de Medelo, terra querida
Mesmo numa ilha belíssima e encantada
Tenho saudades da minha terra…. Medelo.
Mas quando a noite cai e a penumbra te abraça
És a minha terra muito mimada
Que tanto me deste e eu a ti quase nada
Entre tanta emoção e paixão
És meu porto de abrigo, esteja onde estiver
Medelo….Tenho-te sempre no coração.

 Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

A vida de Franz Liszt

A vida de Franz Liszt 


Foi uma mistura de gênio musical e cultura de celebridades, e suas experiências como o primeiro "astro do rock" da música clássica continuam a intrigar os entusiastas da música até hoje.
O termo "Lisztomania" foi cunhado para descrever a adoração frenética que ele recebia durante seus concertos no século XIX.

1. Concertos Frenéticos. Quando Liszt se apresentava, especialmente na década de 1840, seus concertos frequentemente se transformavam em eventos caóticos. Mulheres jogavam flores, cartas de amor e até mesmo joias no palco na tentativa de chamar sua atenção. A excitação era tão intensa que as salas de concerto às vezes tinham que contratar segurança extra para controlar a multidão.

2. O "Efeito Liszt". O carisma e a virtuosidade de Liszt tiveram um impacto tão profundo que criaram o que ficou conhecido como o "Efeito Liszt". Esse fenômeno se referia à maneira como suas apresentações deixavam o público em um estado de êxtase, com muitas mulheres desmaiando ou gritando de pura emoção de testemunhar seu talento. Não era incomum que os frequentadores do show ficassem tão emocionados que precisassem ser carregados por amigos ou familiares.

3. Cartas e presentes de fãs. Liszt recebeu inúmeras cartas de admiradores, algumas das quais eram bem elaboradas. Um fã teria lhe enviado um presente extravagante de um piano feito de madeira exótica, esperando ganhar seu favor. Ele frequentemente respondia graciosamente, mas o grande volume de cartas de fãs se tornou uma piada recorrente entre seus amigos, que o provocavam sobre seus seguidores devotados.

4. O fenômeno "Lisztomania". O termo "Lisztomania" foi popularizado pelo compositor Richard Wagner, que notou o frenesi em torno de Liszt. Ele até inspirou uma peça satírica e, mais tarde, um filme, ambos destacando o absurdo da idolatria que Liszt experimentou. O fenômeno foi visto como uma prova de seu talento e um reflexo das emoções intensas que a música pode evocar.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Emigrante de sucesso na Suíça, também bem-sucedido no automobilismo

Emigrante de sucesso na Suíça, também bem-sucedido no automobilismo


Equipa sediada no Porto brilha em Braga e em diferentes categorias.

Júnior Racing Team conquista Rotax Cup 2025



Na terceira edição da Rotax Cup, disputada este fim de semana no Kartódromo Internacional de Braga, a Júnior Racing Team conquistou o lugar mais alto do pódio da categoria Mini Max, por intermédio de Vicente Capela. A equipa, sediada no Porto, ainda garantiu mais quatro lugares no pódio nas categorias Micro Max, Sénior Max e DD2 Master. Boas indicações da Júnior Racing Team para a prova de abertura do Campeonato de Portugal Rotax, que arranca nos dias 22 e 23 de março, no Kartódromo Internacional do Algarve, em Portimão.

Vicente Capela – campeão em título da categoria Micro Max – não poderia ter tido melhor estreia na categoria Mini Max. O piloto da Júnior Racing Team deu logo o mote nos treinos cronometrados ao estabelecer o melhor tempo em 58,686s, tendo depois ganho a Pré-Final e batido toda a concorrência na Final.

Na categoria Micro Max, o jovem madeirense Thiago Carvalhais, apesar de ter sido desclassificado dos treinos cronometrados, fez uma excelente recuperação na Pré-Final até ao segundo lugar, tendo na Final sido novamente um honroso segundo classificado. Por sua vez, José Gonçalves, que se estreou na categoria Micro Max, também mostrou o seu talento ao ser o terceiro mais rápido nos treinos cronometrados, para depois terminar no quarto lugar tanto na Pré-Final como na Final.

Pedro Barbosa alinhou na categoria Sénior Max e começou por ser apenas o oitavo mais rápido nos treinos cronometrados. Contudo, o piloto da Júnior Racing Team fez uma prova em crescendo e, na Pré-Final, viu a bandeira xadrez na quinta posição para depois, na Final, conquistar o terceiro lugar do pódio.

Por fim, na categoria DD2 Master, cujos karts estão equipados com caixa de velocidades, António Teixeira, empresário da firma Interkran na Suíça, também foi evoluindo, dado que, depois de ser o quinto mais rápido nos ‘cronos’, terminou a Pré-Final na 4.ª posição e a Final num meritório 2.º lugar. Por sua vez, Christophe Adams também se destacou ao ser o terceiro mais rápido nos ‘cronos’ e, depois, segundo classificado na Pré-Final. Já na Final, o piloto belga garantiu o terceiro lugar do pódio.

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Carta do Grupo Parlamentar do CHEGA à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Carta do Grupo Parlamentar do CHEGA à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Assunto: Pedido de Audição Parlamentar

Exmo. Senhor Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas,

O Grupo Parlamentar do CHEGA vem, nos termos regimentais aplicáveis, requerer a audição do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Cesário, e do Senhor Embaixador da Suíça em Portugal, Denis Knobel, no âmbito das denúncias de alegadas situações de retirada de crianças portuguesas na Suíça pelo organismo KESB e pelo SPJ, que têm gerado grande preocupação entre a comunidade emigrante portuguesa.

O objetivo desta audição é obter esclarecimentos sobre as medidas que têm sido tomadas pelo Governo português para proteger os direitos das famílias portuguesas na Suíça e sobre a atuação das autoridades suíças nestes processos.

Solicitamos a V. Exa. que esta audição seja agendada com a máxima brevidade possível, dada a urgência e gravidade das denúncias apresentadas.

Com os melhores cumprimentos,

José Dias Fernandes
Deputado do CHEGA

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Resposta da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Assunto: Pedido de Audição Parlamentar – Indeferimento

Exmo. Senhor Deputado José Dias Fernandes,

Acuso a receção do requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do CHEGA, solicitando a audição do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e do Senhor Embaixador da Suíça em Portugal, sobre a questão das retiradas de crianças portuguesas na Suíça pelo KESB e pelo SPJ.

Após discussão e votação em sede da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, foi decidido indeferir o pedido de audição parlamentar.

Agradecemos o interesse demonstrado na proteção das comunidades portuguesas no estrangeiro e informamos que o Governo continua a acompanhar estas matérias no âmbito das suas competências.

Com os melhores cumprimentos,

Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quarta-feira, 12 de março de 2025

Os funcionários da ERZ denunciam condições de trabalho, mas o sistema suíço protege as grandes empresas:

Os funcionários da ERZ denunciam condições de trabalho, mas o sistema suíço protege as grandes empresas:


Os funcionários da ERZ – Entsorgung + Recycling Zürich, responsável pela gestão de resíduos e limpeza urbana na cidade de Zurique, têm vindo a denunciar más condições de trabalho e um ambiente hostil dentro da empresa. Entre as principais queixas estão a sobrecarga laboral, a falta de reconhecimento e um sistema que, segundo os trabalhadores, está estruturado para favorecer a administração em detrimento dos direitos dos empregados.

Os trabalhadores recorreram ao Provedor da Justiça e enviaram uma carta à Câmara Municipal de Zurique, expondo as suas reclamações. No entanto, a resposta das autoridades tem sido evasiva. A Direcção do ERZ e o Departamento das Infraestruturas e Gestão de Resíduos descartaram qualquer necessidade de uma investigação mais profunda, considerando que o processo de mediação interna seria suficiente para resolver os problemas relatados.

A administração da ERZ mantém uma posição firme, argumentando que a empresa cumpre com todas as normas estabelecidas e que qualquer descontentamento deve ser tratado internamente. No entanto, os funcionários relatam que os processos de mediação não passam de uma formalidade sem efeitos práticos, servindo apenas para silenciar os trabalhadores sem realmente resolver os problemas estruturais.

A Revista Repórter X vê a Suíça como um país incorrecto quando os tribunais estão sempre do lado das grandes empresas, como a ERZ, mas também entidades como a SUVA, a IV/AI, a AHB, o SVA, a EKZ, a KESB, a RAV, a Sozialamt, a Betreibungamt, a Spitex, a Strassenverkehrsamt, a Caritas, a Mobility, a Ecap, a SBB, as Redes Móveis e TV, as Telecomunicações, os Seguros, os Bancos e os Hospitais, etc. Pouco ou nada vale a pena reclamar, porque os tribunais raramente são a favor de funcionários ou clientes. Tudo o que esteja encostado ao Estado, seja empresas públicas ou entidades que beneficiam de influência estatal, acaba por ser protegido, enquanto os trabalhadores e cidadãos comuns enfrentam um sistema injusto e impenetrável.

Na prática, reclamar ou não reclamar resulta no mesmo: um sistema fechado e intocável que continua a operar sem qualquer escrutínio real. Os funcionários da ERZ acusam mesmo a empresa de assédio moral e psicológico. A Revista Repórter X reforça a ideia de que a Suíça tem um sistema injusto que mais parece uma bola de neve dos Alpes suíços, já sendo uma frase consistente no nosso vocabulário para criticar o sistema que lesa o cidadão comum e protege o país. Na Suíça, nem tudo o que reluz é ouro, pode ser luz do gelo.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

O abismo social na Suíça: Pensões de invalidez e a destruição da qualidade de vida

O abismo social na Suíça: Pensões de invalidez e a destruição da qualidade de vida


A Suíça, um país conhecido pelo seu elevado nível de vida, esconde por trás da sua imagem de prosperidade um sistema de segurança social que empurra muitas famílias para a pobreza e para a exclusão. O cálculo das pensões de invalidez, em vez de garantir uma vida digna aos seus beneficiários, tem-se revelado um mecanismo de injustiça e precariedade.

Muitos cidadãos que contribuíram regularmente para o sistema de segurança social ao longo de anos descobrem que os seus descontos não são integralmente considerados. Há casos em que, apesar de terem trabalhado em várias empresas na Suíça e descontado para a segurança social, apenas parte desses descontos é contabilizada no cálculo da pensão. Este tipo de erro ou manipulação reduz drasticamente os rendimentos das pessoas afectadas, impedindo-as de cobrir despesas básicas como habitação, alimentação e cuidados de saúde.

Além disso, o sistema insiste em incluir os rendimentos do cônjuge e de outros familiares no cálculo da pensão, mesmo quando esses rendimentos são temporários ou irregulares. Esta prática injusta ignora a realidade dos pensionistas, que deveriam receber os seus direitos independentemente da situação financeira de terceiros. O resultado é uma distribuição desigual e arbitrária das pensões, prejudicando os que mais necessitam.

O impacto desta política é devastador. Muitas pessoas são empurradas para a miséria, tornando-se sem-abrigo e recorrendo ao álcool, às drogas e até à prostituição para sobreviver e esquecer a realidade cruel que enfrentam. Casais são obrigados a divorciar-se para conseguirem um valor de pensão mais digno, criando um ciclo vicioso que destrói famílias.

A Suíça exige que as pessoas trabalhem até ao limite das suas forças, até à exaustão e, em muitos casos, até à morte. A falta de apoio empurra muitos para a depressão e, em situações extremas, para o suicídio. Apesar de se apresentar como um país de direitos e igualdade, a Suíça conduz milhares de pessoas ao abismo, levando mesmo muitos cidadãos suíços reformados a procurar outros países da Europa onde possam viver com mais dignidade.

Não se pode aceitar que um país com tantos recursos trate os seus pensionistas como um fardo descartável. A luta por justiça social na Suíça é mais urgente do que nunca, e as vítimas deste sistema não podem continuar a ser silenciadas.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

terça-feira, 11 de março de 2025

ÁGUIA E MENINA CEGA

ÁGUIA E MENINA CEGA


1. A MONTANHA E SEU SILÊNCIO

O vento sussurrava entre os pinheiros da montanha, levando consigo os ecos de um mundo distante. Sofia, uma menina de 8 anos, estava sozinha. Sua cegueira não era o único peso que carregava; tinha sido abandonada por aqueles que a deveriam proteger. Enrolada em um cobertor raído, o seu corpo pequeno tremia com cada rajada gelada.

A montanha parecia indiferente, mas não estava deserta. Sobrevoando os picos de neve, uma águia careca observava o panorama. Majestosa e poderosa, tinha testemunhado a dureza da vida, mas aquela figura minúscula, sentada à beira da ravina, capturou sua atenção.

A águia, que os moradores chamavam Falcão por seu tamanho e acuidade, desceu lentamente. Com uma batida suave, aterrissou a poucos metros de Sofia. Ela virou a cabeça sentindo o vento provocado pelas asas, mas não mostrou medo.

"Quem está aí? " murmurou a menina, sua voz apenas um sussurro na imensidão. Falcão, claro, não podia responder, mas o instinto dele o empurrou a aproximar-se.

2. UM ENCONTRO INESPERADO

Falcão deu alguns passos em direção a Sofia, seu olhar fixo nela, como se pudesse entender sua fragilidade. A menina estendeu a mão com cautela, sentindo o ar, e a águia, surpreendentemente, não se afastou. Em um ato que desafiou a própria natureza, Sofia conseguiu tocar as penas macias do seu peito.

"Você é um anjo? " perguntou com um vislumbre de esperança na sua voz. Para ela, o calor que emanava de Falcão era uma resposta. O pássaro abaixou a cabeça, como se entendesse o seu desespero.

A noite começou a cair e a temperatura baixou ainda mais. Falcão, em um movimento quase instintivo, abriu uma das suas asas e colocou-a em volta da menina. Aquela imagem era algo que nenhum humano teria acreditado possível: uma águia cuidando de uma criança cega.

Enquanto a escuridão envolvia a montanha, Sofia adormeceu, segura pela primeira vez em dias. Hawk ficou acordado, vigiando os arredores, protegendo-a como se fosse sua cria.

3. A TRAVESSIA PARA O VALE

Ao amanhecer, Sofia acordou com o canto das aves. Embora não pudesse ver, sabia que o mundo estava vivo ao seu redor. Falcão, inquieto, começou a caminhar em direção a um caminho. A menina, como se compreendesse a intenção do pássaro, levantou-se e seguiu-o, seus pezinhos apertando o chão.

O caminho era difícil, cheio de pedras e galhos. Sofia tropeçava muitas vezes, mas sempre que caía, Hawk esperava pacientemente, emitindo um leve som, como se a encorajasse a continuar.

Em um momento, ao chegar a uma clareira, Falcão deixou escapar um grito agudo. Do alto, outras águias responderam. Era como se estivesse a pedir ajuda. Momentos depois, um bando de pássaros começou a sobrevoar a área, guiando Sofia para o vale.

A viagem durou horas, mas ao cair da tarde, Sofia ouviu algo que a fez acelerar o passo: o murmúrio de um rio e vozes humanas à distância.

4. O MILAGRE NA CIDADE

Quando Sofia chegou à beira da cidade, as pessoas ficaram paralisadas ao ver a cena: uma menina cega, guiada por uma águia e seguida por outras aves. A imagem era quase sobrenatural.

Um homem, Andrés, 42 anos, correu para ela. "Estás bem, pequena? " perguntou, ajoelhando-se diante dela. Sofia sorriu pela primeira vez em dias.

"Estou bem graças a Hawk", respondeu, apontando para o pássaro, que agora estava pousada em uma rocha próxima. Andrés levantou os olhos para a águia, impressionado. Era como se o pássaro entendesse tudo o que estava acontecendo.

Os habitantes da aldeia, comovidos com a história de Sofia, decidiram cuidar dela. Ela foi acolhida por Clara, uma mulher de 50 anos que tinha perdido a filha anos atrás. Clara levou-a para casa, e a partir desse momento, Sofia encontrou não apenas um lar, mas uma família que a amava.

5. UM NOVO COMEÇO

Meses depois, a história de Sofia e Falcão tornou-se uma lenda. A águia continuava visitando-a, posando na árvore em frente à sua janela, como se quisesse ter certeza de que ela estava bem.

Com o tempo, Sofia aprendeu a se adaptar à sua cegueira. Andrés, que acabou por ser um músico, ensinou-o a tocar guitarra. Clara lia-lhe livros e ensinava-lhe sobre o mundo através das palavras.

Um dia, enquanto tocava uma melodia em frente à cidade, Hawk apareceu mais uma vez, lançando um grito que ecoou nas montanhas. Para Sofia, aquele som não era apenas um chamado; era uma promessa de que eu nunca estaria sozinha.

A menina abandonada encontrou numa montanha gelada o calor de um protetor improvável e, em uma pequena cidade, um amor que curou todas as suas feridas.

FIM 
NC
Namastê

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Consulado-Geral de Portugal em Zurique: Problema de marcação resolvido apenas após intervenção do Cônsul

Consulado-Geral de Portugal em Zurique: Problema de marcação resolvido apenas após intervenção do Cônsul


Uma família portuguesa residente na Suíça enfrentou dificuldades no Consulado-Geral de Portugal em Zurique para obter o Cartão de Cidadão e o Passaporte do seu filho menor. A impossibilidade de marcar uma consulta online impediu o início do processo burocrático, levando a família a contactar repetidamente os serviços consulares sem sucesso.

O caso só foi resolvido após a intervenção direta do Cônsul Dr. Gonçalo Motta, que, ao ser informado da situação, garantiu um agendamento para a contribuinte. Este episódio levanta uma questão preocupante: quando os cidadãos informam o Consulado de que não conseguem aceder ao portal do governo para marcação de serviços, a resposta automática deveria ser a marcação imediata da consulta, em vez de manter uma insistência no erro e criar dificuldades desnecessárias.

Burocracia impede acesso a documentos essenciais

A urgência do pedido devia-se ao facto de a criança precisar dos documentos portugueses para realizar duas viagens já programadas: uma dentro da Europa, na Páscoa, e outra para o sul da América. Sem o Passaporte e o Cartão de Cidadão, a criança não poderia viajar nem sequer ir a Portugal para resolver presencialmente a questão.

A família cumpria todos os requisitos para o registo da criança e a emissão dos documentos. No entanto, a impossibilidade de marcar a consulta online tornou-se um obstáculo intransponível. Os pais enviaram vários e-mails ao Consulado, explicando a situação e solicitando um agendamento manual, mas apenas receberam respostas evasivas.

Intervenção do Cônsul foi decisiva

Perante a falta de resposta concreta, a família recorreu ao Cônsul Dr. Gonçalo Motta, pedindo que os serviços consulares entrassem em contacto diretamente com a contribuinte para resolver a questão. Inicialmente, os serviços tentaram ligar-lhe durante o horário de trabalho, quando esta não podia atender. Foi necessário um novo contacto, solicitado pela Revista Repórter X, para que se conseguisse finalmente marcar a consulta.

O Cônsul esclareceu que o processo burocrático segue quatro passos fundamentais:

1. Registo do casamento dos pais no sistema português;


2. Registo de nascimento da criança;


3. Emissão do Cartão de Cidadão;


4. Emissão do Passaporte.



Alertou ainda que os documentos de viagem só podem ser emitidos após a conclusão dos registos necessários e recomendou que não fossem marcadas viagens sem que, pelo menos, o Cartão de Cidadão estivesse emitido.

O problema da marcação online e a necessidade de mudança

Apesar da solução encontrada para este caso em particular, a situação continua a evidenciar um problema maior: o sistema de marcação online do Consulado não funciona de forma eficiente para todos os cidadãos. Muitos emigrantes portugueses enfrentam dificuldades semelhantes, sem conseguir ultrapassar os entraves burocráticos e sem obter respostas concretas dos serviços consulares.

A Revista Repórter X tem vindo a acompanhar vários casos de cidadãos que, perante a ineficácia do portal de marcação, são obrigados a recorrer a contactos diretos e insistência prolongada para conseguir o atendimento a que têm direito.

A grande questão que se coloca é: por que motivo os funcionários não asseguram uma marcação imediata assim que recebem um pedido justificado por e-mail? A insistência em manter um sistema ineficaz causa frustração desnecessária aos cidadãos e sobrecarrega o próprio Consulado com trocas de mensagens que poderiam ser evitadas com um simples agendamento manual.

Este caso demonstra que há margem para melhorias nos serviços consulares, especialmente no que diz respeito ao atendimento de casos urgentes. A eficiência do Consulado não pode depender apenas da intervenção direta do Cônsul, mas sim de um sistema funcional que garanta respostas rápidas e eficazes para todos os cidadãos portugueses residentes no estrangeiro.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial