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quinta-feira, 13 de março de 2025

Saudades da minha terra, Medelo

Saudades da minha terra, Medelo


Por; José Maria Ramada

Porque será que de Medelo me esqueço?
E, sempre te traga a minha aldeia no coração
Talvez porque sem visitar esta terra não passo
Dos familiares, amigos e conhecidos sinto saudades
Dando-lhes um abraço ou simplesmente um aperto de mão
Saudades… Saudades que tenho de outros tempos
Das Antas, do Rio, Pinheiros, Mó, Vale, Rua nova e tantos outros
Da fruta que às escondidas apanhava-mos (roubava-mos)
Dos banhos no tanque das Paredes e na Ribeira
Das malandrices inocentes, tomando banho nus
Na poça do Vale, na ponte do Soeiro ou na Pedreira

Saudades… Tantas saudades da minha terra
Dos lugares de outrora hoje ruas
Jogar á pião, á beta, trocar cromos de futebol e cowboys.
Dos carrinhos de arame, das rodas de aros e do futebol
Ver as raparigas saltar á corda e jogar á macaca
Dos carrinhos de rolamentos e da bola de trapos
Nas ruas de terra ou no saudoso campo das Antas

Porque será que Medelo nunca esqueci?
Quando para trabalhar na Suíça 
E em Outubro de 1981 parti!
Porque será que sempre volto Medelo?
Encontro aconchego, carinho e amizade?
Que saudades do anoitecer de verão
Com fisgas atirávamos aos morcegos
Jogar ao moucha, ao lencinho e às corridas 
Á volta da velha casa de pedra 
Saudades das noites de lua cheia 
E os conselhos dos mais velhos
Hoje longe de ti como tantas vezes
Recordo com imensas saudades,
Os pássaros nas árvores, os gatos e os rafeiros dos vizinhos
Quando sentado no balcão de casa, nesta ilha encantada
Olhando o mar e pensar que do outro lado fica Medelo
Os meus olhos perdem-se no horizonte pensando na minha terra
As gargalhadas alegres das suas gentes
É tudo tão belo, fecho os olhos para te sentir dentro de mim
Inspirando a minha poesia
Envoltos no misterioso perfume das dálias, rosas e jasmim
Um copo de tinto verde, tirado da pipa
Ai Medelo de outros tempos, que saudades
Sonhando com um cozido ou a vitela assada
Entre uma feijoada ou até um estufado
Um golo da tigela de barro e um pedaço de bolo com sardinhas.

São sonhos do meu tempo de criança às vezes rebelde
São desejos de cada dia voltar
Todos os mais velhos e amigos abraçar
Saudades da minha mãe e do meu pai que tão cedo partiu
Saudades de Medelo, terra querida
Mesmo numa ilha belíssima e encantada
Tenho saudades da minha terra…. Medelo.
Mas quando a noite cai e a penumbra te abraça
És a minha terra muito mimada
Que tanto me deste e eu a ti quase nada
Entre tanta emoção e paixão
És meu porto de abrigo, esteja onde estiver
Medelo….Tenho-te sempre no coração.

 Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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