Advogados Corruptos: o silêncio que protege os fortes e abandona os fracos
Muitos advogados apresentam-se como guardiões da justiça, defensores dos direitos dos cidadãos e especialistas na resolução de problemas legais. No entanto, na realidade, muitos deles não passam de peões dentro do próprio sistema que dizem combater. Não é apenas uma questão de corrupção financeira – é também uma corrupção moral e profissional, que se manifesta através do silêncio, da omissão e da recusa em defender aqueles que realmente precisam.
A Conveniência Acima da Justiça
Na Suíça, muitos advogados portugueses, brasileiros e de outras nacionalidades, que aprenderam os idiomas locais, vendem a ideia de que são a solução para os emigrantes em apuros. Mas, na prática, a realidade é outra. Evitar processos complicados é a regra número um. Sempre que um caso envolve enfrentar uma grande seguradora, uma instituição do Estado ou um tribunal poderoso, a resposta é quase sempre a mesma: “não há nada a fazer”.
Mas será mesmo assim? Ou será que simplesmente não querem arriscar os seus privilégios?
O Medo de Enfrentar o Sistema
Quando um advogado ousa desafiar grandes instituições, como seguradoras, tribunais administrativos ou a própria Kesb (a entidade que retira filhos aos pais na Suíça), rapidamente sente a pressão. Telefonemas, ameaças veladas e até o risco de perder a licença são formas comuns de coação. O resultado? A maioria prefere não mexer no vespeiro e concentra-se em casos básicos, onde podem cobrar honorários sem enfrentar qualquer risco.
Esta postura faz com que muitos emigrantes não tenham qualquer apoio jurídico real, sendo forçados a recorrer a escritórios de apoio, amigos ou tradutores para resolver questões burocráticas.
Quem Defende os Emigrantes?
Enquanto os advogados evitam conflitos com o sistema, os verdadeiros defensores dos emigrantes são os escritórios independentes, as associações e até cidadãos comuns que prestam ajuda na tradução, no preenchimento de documentos e no cumprimento de prazos para respostas a objeções. Estes grupos, frequentemente criticados pelos advogados, acabam por ser a única salvação para muitos emigrantes que enfrentam injustiças na Suíça.
A Ilusão do Profissionalismo
Muitos advogados insistem que apenas eles podem prestar assessoria jurídica, denunciando a chamada “procuradoria ilícita”. Mas o que adianta um diploma e um título profissional se, na prática, recusam lutar pelas pessoas? Se o emigrante sabe que um advogado não quer mexer em certos processos, porque deveria confiar nele?
A verdade é que muitos advogados são apenas comerciantes de consultas jurídicas, que cobram valores elevados para ouvir o problema, mas não dão seguimento a casos difíceis.
Conclusão
A justiça deveria estar ao serviço de todos, especialmente dos mais vulneráveis. No entanto, na Suíça, muitos advogados portugueses e brasileiros só trabalham dentro dos limites seguros, sem nunca desafiar o sistema. Recusam defender vítimas de seguradoras corruptas, pais a quem a Kesb retira os filhos injustamente e emigrantes lesados em acidentes ou doenças.
O verdadeiro problema não é apenas a corrupção financeira, mas sim a corrupção moral, a omissão e o medo de enfrentar aqueles que realmente detêm o poder. Enquanto isso, são os próprios emigrantes que, com a ajuda de amigos, familiares ou escritórios independentes, continuam a lutar sozinhos.
Afinal, quem é realmente o defensor do povo?
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
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