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sábado, 4 de fevereiro de 2017

No “Glacier de la Plaine Morte” o infortúnio bateu-nos à porta


Bravos do pelotão

No “Glacier de la Plaine Morte” o infortúnio bateu-nos à porta


Começo esta crónica com um poema que muitos atribuem a Gabriel Garcia Marquez e que outros tantos, mais puristas, afirmam que o homem nunca poderia ter escrito uma “bostada” desta natureza.

Meus amigos, digam-me lá se após a leitura do “pó da Ema” conseguem ficar insensíveis a este tipo de merdas. “Of course there is shit and shit”.

“Se por um instante Deus se esquecesse que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo.

 Daria valor às coisas não pelo que valem, mas pelo que significam.


 Dormiria pouco, sonharia mais.

 Entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos 60 segundos de luz.

 Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem.

 Ouviria quando os outros falam e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate…

Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto não apenas o meu corpo, mas também a minha alma.

 Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria meu ódio sobre gelo e esperava que nascesse o sol.

 Pintaria com um sonho de Van Gogh as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que oferecia à Lua.

 Regaria as rosas com minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas.

Meu Deus, se eu tivesse um pouco mais de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas.

 Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo Amor.

 Aos Homens, provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar.

 A uma criança dar-lhe-ia asas, mas teria de aprender a voar sozinha.

 Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento.

 Tantas coisas aprendi com vocês Homens.

Aprendi que todo o mundo quer viver em cima de uma montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta.

 Aprendi que quando um recém-nascido aperta com sua pequena mão, pela 1ª vez, o dedo de seu pai, o tem agarrado para sempre.

 Aprendi que um Homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se.

 São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer”.

Esta volta merecia uma introdução deste nível pois não é todos os dias que tenho o prazer de iniciar uma volta quase perto dos 3.000 mts.

Realizei este trilho em companhia dos meus dois camaradas. Desta vez e para variar, ao invés de utilizarmos o comboio fomos no “SBBmicra” do amigo Angel. O espaço não abunda neste carro mas mesmo assim consegue-se com a ajuda de um suporte de bagageira colocar 3 biclas e 3 “mangas” com “tout ce qui va avec”.

Mal arrancamos de “Lausanne” e durante toda a viagem até chegarmos a “Crans-Montana” apanhamos dilúvios de chuva. A cada quilómetro percorrido eramos percorridos por aquela sensação de fracasso, de que íamos ter um dia de “merda”, aliás na minha mente tinha sempre a mesma frase a matracar-me a mioleira “se na net diz que vai chover, é porque vai chover, topas, oh inteligente!”. Assim dito, assim feito, a chuva não nos deu tréguas durante o dia, embora em muitas fotos até parece que o dia estava um espetáculo.

Após quase 2 horas e perto de 140 kms chegamos a Montana, apanhamos o teleférico em “Barzettes” a 1.508 mts e daí seguimos para “Les Violettes” a 2.230 mts. Aí mudamos para outro teleférico que nos conduziu ao “Glacier de la Plaine Morte” a 2.927 mts.

Enquanto subíamos fomos avistando ao longe os trilhos que dentro em breve iriamos percorrer e acreditem que havia lá descidas para todos os gostos. O único problema quando se viaja em teleférico é que quando este passa pelas torres parece que se vai desfazer, tal é a trepidação, mesmo habituado sinto sempre um friozinho na barriga.

Lá em cima, fizemos algumas poucas fotos pois o frio que se fazia sentir era tanto assim como a ventania. Parecia que alguém brincava a espetar-nos agulhas nos tímpanos.

Os meus companheiros que por natureza são amantes da descida, meteram os gases e nunca mais os vi, somente lá longe resolveram aguardar por mim (foto 14). Mal tinha iniciado a descida eis que nos bate o primeiro infortúnio, isto é, estávamos numa zona de forte declive e com muita pedra solta à mistura, nisto comecei a notar que a suspensão afunilava, isto é não fazia o retorno e a roda da frente cada vez mais a fugir-me para a direita e ainda por cima para o lado do precipício.

Imaginem a cena, o melro de peida levantada, selim à frente dos órgãos genitais e a cada metro percorrido, a pensar que ia fazer um mortal encorpado à frente. O tempo a passar e eu nas calminhas a descer até que parei e contactei os meus camaradas explicando a situação.

”À vrai dire” esta situação já não era nova para mim, pois por diversas vezes ao longo do ano tive que injetar ar e sabia de antemão que mais tarde ou mais cedo a Lei de Murphy iria entrar em ação. Sem vergonha de o afirmar e porque reconheço que sou um baldas nesse aspeto, este é pois o resultado de 10 anos sem manutenção à suspa.

Como medida preventiva tinha trazido comigo a bomba de calibrar suspensões, pelo que quando cheguei junto dos meus companheiros após aquilo que me pareceu quase uma eternidade; acabei por retirar todo o ar da suspensão e isso para aliviar a moina, pois tinha de ver claramente visto que na pior das hipóteses o pneu nunca tocaria no arco do garfo (acreditem que não sei o nome que se dá a esse arco, “sorry, mais c’est comme ça, chacun son truc”).

Já que a suspensão ia para a “poubela”, dei-lhe ar acima do limite e bloqueei-a, assim já não corria riscos de ficar outra vez sem ar.

Bem sei que vocês sabem que o que acabei de fazer foi um total disparate, mas o certo é que até ao final do dia nunca mais tive problemas com a suspensão.

Após uma multitude de subidas e descidas à mistura e fartos de apanhar chuva lá regressamos pelas 15h00 ao ponto de partida (vejam o grau de inclinação da foto 29, superior ou igual a 45°). Como tínhamos comprado o bilhete de teleférico para o dia e a pedido dos meus companheiros lá fomos via estrada até “Crans”, onde nos aguardava uma cabine que nos conduziria até “Cry-d’Er” a 2.265 mts. O objetivo era fazer a pista vermelha de “downhill”, pois a pista preta estava fora de questão.

Diz o povo e bem que “quem tem unhas, toca guitarra”, pois eu nem unhas, nem guitarra ou como diria o Hélio, “a técnica é uma cena que a mim não me assiste”.

Não me digam que não sabem quem é ou foi o Hélio!

Claro que os meus companheiros já pertencem a outra geração e mesmo sem biclas apropriadas para descidas mais complicadas, estes amandam-se por aí sem pensarem muito nas consequências, isto se a coisa der par o torto.

Como os compreendo, também numa vida anterior já assim fui.

Do alto de “Cry-d’Er”, tem-se uma vista espetacular sobre a barragem de “Tseuzier”, ponto de partida para efetuar a “Bisse du Ro”, ver crónica N°29 (post 193 da pág.20) ou 57 (post 501 da pág.51) no site BDP.

Mal saímos da cabine e como sou o elo mais fraco, combinei com os meus companheiros efetuar apenas uma descida e eles duas ou mais, enquanto os teleféricos “marchassem”. Posto isto e tamanha era a ganância (no bom sentido), os meus companheiros abalaram, claro que ainda os tentei acompanhar mas o risco de ser atropelado por trás como vim a constatar era enorme.

Atentem ao “indibiduo” todo artilhado na foto 33 (oitava a contar do fim), pois ele será o protagonista do segundo infortúnio que atingiu o nosso grupo.

Bem ou mal, com mais ou menos esforço, em cima ou ao lado da minha fiel amiga, lá fui descendo, sempre com muito receio pois o trilho apenas deixava circular em fila indiana e o risco de ser “enrabado” era uma constante.

As fotos não enganam e conseguem ver que os “experts” passavam por mim a altas velocidades.

Impávido e sereno lá fui descendo, ora parando aqui, ora parando ali, até que a certa altura (ver penúltima foto) dou de frente com o Luís e mais à frente encontro o Angel em companhia do “robocop” da foto 33.

Aquilo que eu temia ou seja um “fucking de um accident”, acabou por acontecer numa das poucas zonas em que se conseguia efetuar uma ultrapassagem. Aposto que sem grandes explicações conseguem perceber o que aconteceu, ou seja quem dos dois foi pela beira e quem atravessou por entre as árvores.


O resultado é o que se vê na última foto, uma roda para o galheiro, como se alguém a tivesse cortado com a ajuda de uma cisalha de cortar ferro. Segundo o relato do Luís, o Angel foi abalroado lateralmente, e apesar de ter caído “like a boss” ficou desmaiado por alguns momentos e mesmo à “bofetada”, demorou algum tempo a regressar a si.


O episódio serviu também para o Angel mostrar que aquela barba, aquele look “lumbersexual” ou “lumberjack” tem uma razão de ser, é que em caso de queda, como foi o caso, esta pode servir de amortecedor, para além de que nada melhor para esconder misérias (nem vos conto como o rosto estava inchado na zona dos lábios e das maças).

A queda foi apenas um contratempo menor quando comparado com os quase 3 kms que tivemos de fazer com a bicla à mão a atalhar caminho até regressar ao local de partida, onde tínhamos deixado o nosso “SBBmicra”.

Apesar dos dois infortúnios e de somente termos realizado 28 kms, este foi um dia memorável, muito bem passado e com os seguintes acumulados 2.725 mts (-) e 1.380 mts (+).


Cumprimentos betetistas e até à próxima crónica.


Alexandre Pereira
Um Bravo do Pelotão, neste caso sem.

P.S:  

1.Podem visualizar mais fotos desta crónica em www.bravosdopelotao.com ver crónica Nº071.



Receitas: Feijoada de Entrudo á Transmontana

Valpaços

Ingredientes:


  • 1 Kg de feijão branco grande
  • 400 grs de carne de porco entremeada (barriga) salgada
  • 1 Orelha
  • 500 grs de focinho
  • 1 Pé de porco (tudo fumado)
  • 1 Salpicão
  • 1 Colher de sopa de colorau
  • 4 Bagas de pimenta preta
  • 1 Malagueta picante
  • Sal
  • 1 Cebola grande
  • Azeite

Confecção:

Numa panela, põem-se o feijão demolhado de véspera, água para o cobrir largamente e todas as carnes.
Deixa-se cozer tudo, retirando as carnes à medida que forem cozendo.
Limpa-se o caldo da espuma escura.
À parte, pica-se e aloura-se a cebola com o azeite.
Deita-se este refogado na panela onde está o feijão.
Cortam-se as carnes e voltam a juntar-se ao feijão.
Tempera-se com o colorau, a pimenta preta em grão e a malagueta picante cortada em bocadinhos.
Deixa-se apurar sobre lume brando.
Rectifica-se de sal.
Acompanha-se com arroz de forno, servido à parte.
O arroz de forno, como se viu já, como que faz parte integrante das feijoadas - pelo menos das feijoadas transmontanas.

(Recolha no Livro “Festas e Comeres do Povo Português” , Editorial Verbo)


SALADA DO AMOR



·         4 Metades de pêssego em calda em cubos

·         1 Melão pequeno também em cubos

·         Gelado de baunilha q.b.

·         Canela e gengibre em pó q. b.

·         2 Merengues por cada taça

·         200 ml de natas frescas

·         4 Colheres de sopa de açúcar


Corte as metades de pêssego em calda em forma de pequenos cubos. Descasque o melão e corte-o também em cubos.

Coloque uma colher bem cheia de gelado de baunilha no funde o de cada taça. Depois coloque os frutos em cubinhos, polvilhe com canela e gengibre. Repita as camadas e termine com os merengues desfeitos, polvilhados.

Bata as natas com o açúcar em chantilly firme e decore a gosto. Pode enfeitar com cereja cristalizada, ou pepitas de chocolate ou o que a sua imaginação lhe segredar ao ouvido.

Receitas da Tia Céu

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Revista repórter X Fevereiro 2017

Revista repórter X Fevereiro 2017
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domingo, 22 de janeiro de 2017

Quelhas, participou num dos mais interessantes livros da humanidade






Quelhas, participou num dos mais interessantes livros da humanidade

Saudade

Sinto saudades das ruas empoeiradas, e de ficar contigo na praia em noites estreladas.
Sinto saudades das flores silvestres da restinga que trazias para ofertar à tua mãe.
Porque é que a gente sente saudade?
Porque essa dor, que de vez em quando nos torna tão vulneráveis a ponto de não pudermos conter as lágrimas que inundam nosso rosto?
Porque é que o homem é um ser tão sentimental?
Por que razão, na maioria das vezes queremos esconder nossos sentimentos de tristeza, dos outros?
Porque a maioria dos homens acha as lágrimas um sinal de fraqueza e quiçá de feminilidade?
São tantos os porquês, mas nenhum é definitivo.
Saudade é um sentimento humano, quem não a sente, se alguém existe, não será humano.
Contudo alguns a sentem mais que os outros e alguns a disfarçam por acharem ser um sinal
de fraqueza, de falta de masculinidade.
Se assim é, eu sou tão fraco como poucos devem ser.
Se é assim, meu coração é igual à minha alma e minha mente.
Pois, na língua portuguesa, alma e mente são femininas.
Então quem seria totalmente masculino?
Quem fosse desprovido de alma e mente, quem não pensasse.
E olhando bem, parece haver tanta gente que não pensa.
Que dá tanto valor às coisas da matéria, que é capaz de tudo para subir na vida, mesmo que os degraus da escada, sejam outros seres humanos.
Mas quem nos provoca mais saudade?
Especialmente a nós, que somos descendentes de povos que sempre tiveram a saudade por companheira: os Portugueses e Africanos. Partiam e não mais voltavam, deixando esposa e filhos os esperando com uma saudade esperançosa.
Só a esperança voltava ao lar, ou então morria com quem a gravava no coração.
E assim, de saudade em saudade, foi este Brasil crescendo no amor e na esperança. Assim este povo
foi forjando a sua personalidade.
Não sei se melhor ou pior, mas nosso povo é diferente de todos os outros povos das Américas e do Mundo.
Nosso corpo cresce, nossa mente se desenvolve, mas nossa alma, guarda sempre um quê de criança.
Sempre aquele enlevo, aquela doçura, aquele amor-aconchego, aquela postura graciosa que constitui a delícia da vida infantil.
Ah, os filhos! Os filhos, as nossas crianças, deveriam ser proibidas de morrer antes de nós.
Deus sabe muito bem que somos um povo saudoso, carinhoso e que não suporta certas angústias.
Somos capazes de vencer todas as dificuldades, contornar todos os obstáculos, lutar contra todas as adversidades, mas não somos fortes bastante para lutar contra a saudade, que no final nos vence e permanece para sempre dentro de nós.

Exclusivo para a revista Repórter X
Artigo: Cientista, Prof. Dr. António Joaquim Veloso


Quelhas, escritor internacional povoense, participou num dos mais interessantes livros da humanidade do Cientista Veloso: Memórias da infância - SOBRADELO DA GOMA, na Análise & Crítica.


















Saudade

Quelhas, participou num dos mais interessantes livros da humanidade

Quelhas, escritor internacional povoense a residir na Suíça, participou num dos mais interessantes livros da humanidade do Cientista Veloso: Memórias da infância - SOBRADELO DA GOMA, na Análise & Crítica.

A APÊNDICE DESTE SUMÁRIO, SOFREU ALGUNS ARRANJOS conforme a sua própria cultura e expressão PARA O PORTUGUÊS DO BRASIL

(aqui está consoante o original da ortografia portuguesa, tal como o autor escreve SEM Acordo ortográfico).

Resumo do Sumário:
Memórias da infância do Cientista António Veloso

Tenho o privilégio de escrever a Análise & Crítica: Memórias da Infância, do Professor, Cientista, Doutor, Escritor, António Veloso “da Mouta” sob e como diz o nome, em crítica social construtiva dos tempos que o tempo dita.
SOBRADELO DA GOMA
Na minha altura já não era como antigamente e nos tempos que correm muito menos e só voltará a ser caso a crise, a fome, o tempo da PIDE e Ditadura de Salazar voltem.
Eu, já na meia-idade, não vivi nem de perto e nem de longe o que o Doutor Veloso, “meu parente”, viveu, não tive que suportar todo o trabalho braçal, tal como refere o autodidacta António Veloso, não tive que andar descalço e frequentei escolas com melhores condições como por exemplo tinha vários WC. No meu tempo via muitas raposas e coelhos bravos, que naquele tempo não era tão frequente, pois a caça grossa era praticada devido aos níveis de pobreza acentuada.
Nesse tempo os partos ainda eram feitos em casa e as parteiras eram simplesmente mulheres capazes de fazer esse trabalho, sem qualquer formação.
Na minha época, não se ia para o Seminário e sim para a Universidade. O Seminário era apenas frequentado por Padres.
Lembro-me do Santiago e das festas anuais da Igreja Velha, que para mim a mesma foi sempre Capela “dizem que as pedras da casa do “Chedas” eram da Igreja e a Câmara Municipal quer se apoderar dela por esse motivo histórico”.
Entre as festas da Senhora do Pilar em Vilarinho, as festas de Santo António em Várzeas e a festa do Senhor e da Senhora da Goma “padroeira da freguesia” nas Penas.
A luz que iluminava a noite era a do pneu de borracha e da candeia.
O Ribeiro Queimado, esse nunca ardeu, hoje faz-se por lá caminhadas pedestres e de guia turístico, onde a água corre límpida entre colinas e calçadas.
Lagares e Prensas de vinho conheci, assim como Moinhos a água, mas ao contrário do Veloso, não conheci Alambiques nem Lagares de azeite, porque o homem destruiu (tal como a Capela da Igreja velha ou o Castelo de Lanhoso).
A Quarta-Classe era feita na freguesia. Mais tarde, já no meu tempo, houve Escolas preparatórias, TV, enquanto freguesias grandes e povoadas nunca tiveram.
Os bancos de merendas começaram a existir e fazem parte da rota turística da aldeia de Carreira e do Ribeiro Queimado desde a barragem da Andorinha.
Existiam moleiros a distribuir farinha na freguesia de Sobradelo da Goma e nas freguesias vizinhas, pois por cá estão em extinção há muito tempo.

Os deslizamentos dos Socalcos eram frequentes pelo tempo muito chuvoso, hoje mudou totalmente por causa dos distúrbios climáticos, poluição do ar, que é o principal factor de todas as alterações do clima Terrestre.
Travassos, tal como Sobradelo, terra do ouro, porque o Marketing do Pelouro da cultura é quem o dita.
Os pinheiros eram mais raros, embora nesse tempo houvesse mais Raros, porque agora são raros à semelhança da raposa. Lavrar campos era com o arado de marca “vaca”… hoje nem com tractor.
Dantes nos Velórios não se chorava, gritava-se, até parece que queriam ir juntos com o caixão.
Roçar mato era à enxada tal como as moutas. Hoje até os campos têm silvas.
Se dantes a Páscoa era sinónimo de respeito ao acolhermos o Padre em casa, hoje qualquer pecador pega na Cruz de Cristo.
Telefone e Luz eléctrica chegou a tempo do meu namoro, tempo de escrever cartas, Os insectos e principalmente as Vespas eram bravas e as Vaca-Loura eram mais fortes dos “cornos” que nossos dedos. Malhar o milho para além do malho, havia a malhadeira e ainda hoje se malha sem malhar, ai se malha.
A poda era só feita por entendidos, hoje chamamos-lhes de artistas, mas como há poucos artistas estamos a ficar sem vinhas no concelho da Póvoa de Lanhoso.
Fruta tínhamos de toda a qualidade nos campos, hoje temos troncos de pé.
Os casamentos eram feitos de confeitos, íamos aos casamentos para lamber.
O meio ambiente era de “merda” como dizia o Doutor Veloso, faziam-se estrumeiras para adubar os campos que ficavam ali a feder.
Nos Natais, as famílias uniam-se, hoje separam-se, em vez de falarem entre elas, estão a falar no facebook.
Dantes acreditávamos em ditados populares e lendas e hoje nem nos milagres que dizem ter acontecido no passado.
Baptismo, contínua igual com o desconsolo da água-benta fria pela cabeça abaixo.
O contrabando já não é do meu tempo, agora são drogas.
O Avô do Doutor António Veloso e meu Avô Joaquim Gonçalves, Sargento Quelhas, andaram em Flandres, nas Trincheiras, na Primeira Guerra Mundial de (1914/18), na Batalha de La Lys em França, foram dos poucos sobreviventes. Nessa altura em Portugal, havia a Ditadura de Salazar ou seja a PIDE ou a polícia Fascista.

Observação:
Foi nas pequenas Aldeias onde nascem grandes homens. Mesmo de estatura baixa, são grandes homens. Homens com H GRANDE e contam-se seis autodidactas na história duma terra pacata na região do Minho espalhados pelo Mundo! “Freguesia de Sobradelo da Goma, Concelho da Póvoa de Lanhoso, (terra da Maria da Fonte) no Distrito de Braga” Quelhas, Altino do Tojal, António Veloso, José Veloso, P. Aquilino Pereira (que viveu mais de 50 anos na paróquia) e Abel Poças não fogem à excepção.
Nota Breve:
Estarei certo de que o passado foi passado e o presente é presente e o futuro o dirá, cada tempo no seu tempo e cada minuto que passa vai ficando para a história

Revisão: Patrícia Antunes
João Carlos Veloso Gonçalves
Autor: Quelhas, escritor/jornalista português

"Uma das maiores alegrias que tenho é saber que Sobradelo da Goma deixou de ser apenas exportador de mão-de-obra barata e não qualificada para o resto da Europa. Pelo visto já temos grandes homens e mulheres que se dedicam a outras atividades e não apenas ao trabalho braçal, importante, mas que não tem influência na Comunidade onde labutamos"

António Joaquim Veloso, Cientista ambiental,
Doutor em geoquímica, Escritor. Prof. Universitário aposentado







Flávio Borda d’Água, historiador, tomou Posse como Membro Académico da ALALS - Académie de Lettres et Arts Luso-Suisse, no museu Voltaire, em Genebra.


O museu Voltaire, em Genebra, no passado dia 5 de novembro, teve uma programação dedicada a Portugal, e à Língua Portuguesa: Flávio Borda d’Água é adjunto científico neste Museu, que serviu de residência de Voltaire, e tomou Posse como Membro Académico da ALALS, tendo ainda feito uma visita guiada, em língua portuguesa.

Flávio Borda d'Água é diplomado de um Master of Humanities da Universidade de Genebra, que concluiu em 2005 com uma monografia sobre a questão timorense no período da Segunda Guerra Mundial, publicada em 2007 pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. É atualmente doutorando em História Moderna na Universidade de Genebra e adjunto científico no Instituto e Museu Voltaire. Os temas sobre os quais se debruça a nível de pesquisas e investigação são principalmente a história da polícia e da justiça, a receção de Voltaire em Portugal e a história de Timor Leste.”

Flávio Borda d’Água é desde 2010, assistente de investigação, na unidade de história moderna da faculdade de Letras da Universidade de Genebra, no âmbito de um projecto do Fonds National Suisse (equivalente da FCT). É também, desde 2005, adjunto científico no Instituto e Museu Voltaire em Genebra onde desenvolve projetos para a valorização do património oitocentista através de exposições, colóquios, ciclos de conferências e diversas atividades de mediação cultural, tendo participado em vários colóquios internacionais sob a temática da polícia e da justiça no século XVIII. É ainda Conselheiro Municipal da Mairie (Câmara Municipal) de Chêne bougerie, em Genebra e deputado do Partido Radical (PR).

A cerimónia de Tomada de Posse de Flávio Borda d'Água teve início às 15h, no salão nobre do museu. Contou com a presença do Presidente da ALALS, Augusto Lopes, a Vice-Presidente Lúcia Amélia e vários outros Membros Académicos.

Durante a cerimónia foi necessário fazer o juramento Oficial, do novo Membro Académico, “comprometendo-se a respeitar e a honrar a Literatura Portuguesa”. De seguida leu um pequeno texto sobre o seu Patronato (escritor consagrado da Literatura, que mais inspira o novo Membro Académico), tendo escolhido o escritor Fernão Mendes Pinto. Foi então agraciado com a Medalha de Honra da ALALS e vestiu ainda a capa (Pelerine), que identifica esta academia de escritores e artistas plásticos.

Seguiu-se depois uma visita guiada pelo museu, que serviu de residência a Voltaire, entre os anos 1755 e 1760, e onde escreveu o poema dedicado a Portugal. Durante a visita foi lido esse poema “Poème sur le désastre de Lisbonne”, em português e também em francês, por Flávio Borda d'Água, Reto Monico e Lúcia Amélia.

O Jornal Gazeta Lusófona aproveitou e colocou umas questões ao nosso anfitrião

Artigo: Repórter X


Entrevista:
Augusto Lopes (AL): Quais as funções de Flávio Borda D’Água no Museu Voltaire, uma vez que o anterior Diretor cessou as suas funções no anterior mês de Agosto?

Flávio Borda d’Água (FBA): As minhas funções continuam a ser as mesmas, embora que agora tenha menos tempo para a investigação. Tive de facto de integrar algumas funções do anterior diretor na minha agenda quotidiana.

(AL):Que importância representa para si o facto que um dos poemas que mais consagrou Voltaire ter sido  escrito neste lugar, e dedicado a Portugal, referindo-me ao poema: “ Poème sur le désastre de Lisbonne” ?

(FBA):A importância é grande. É sempre um privilégio de poder exercer funções de historiador numa instituição que teve Voltaire como seu proprietário. Sentimos por vezes a presença dele (risos). Voltaire não escreve propriamente o poema para o dedicar a Portugal. O que está por trás deste poema é uma querela intelectual e filosófica entre Voltaire, Rousseau e as ideias de Leibniz. O facto de o terramoto ter destruído completamente Lisboa conduziu a denomina-lo como « Terramoto de Lisboa ». Voltaire aproveita a situação política e religiosa de Portugal para a colocar em perspetiva com a querela entre os defensores da ideia que o terramoto era uma punição divina e os que defendiam que era um cataclismo natural. No entanto, o facto de Voltaire ter dado como título ao poema sobre o desastre de Lisboa, inscreve esta catástrofe na agenda europeia e ajuda a torná-la uma referência cultural nesta segunda metade do Século XVIII.

(AL):Flávio Borda D’Água  é sinonimo de sucesso e empenho. Que outros projetos estão em vista para o próximo ano de 2017?

(FBA):Os projetos são sempre imensos. Tenho no entanto como objetivo para 2017 de terminar uma investigação sobre Lisboa, o terramoto e a institucionalização da polícia. Como perseguir as outras investigações em curso mas espero também lançar um estaleiro científico para elaborar daqui a alguns anos uma biografia de um político célebre. Os projetos não faltam agora é necessário entrar o tempo para poder realizar tudo isto. O que é de apaixonante na investigação é de nos lançar numa temática e de ver as ramagens que ela tem. Muitas das vezes o tempo que pensamos que é necessário triplica…

Para além destes projetos é necessário continuar a desenvolver a minha carreira profissional e espero que 2017 seja um ano benéfico para tal.

Entrevista: Augusto Lopes
Entrevistado: Flávio Borda d’Água

Festa em Campino TI, com o artista Saúl Ricardo e Os Nova Onda de Zürich

No Passado dia 3 de Dezembro 2016 em Cadempino no Ticino, o Cantão de língua Italiana da Suíça, teve lugar uma magnífica festa organizada pelo “Rancho Folclórico Saudades de Portugal”, que, como todos os eventos que este grupo organiza, estão realmente a fazer grandes coisas culturais e divertimento para a comunidade portuguesa deste Cantão.

A festa correu muito bem, com a boa gastronomia tradicional portuguesa e com a doçaria que nunca falta nas mesas. A música esteve presente com o grupo de emigrantes, “Os Nova Onda de Zürich”, que encerrou com o concerto do grande artista Saúl Ricardo.

Posso afirmar que vi no artista Saúl Ricardo, para além de um grande artista, uma pessoa muito disponível, capaz de ir à cozinha a divertir-se com as pessoas que estavam a trabalhar e com toda a sua simpatia tirar fotos e brincar com grandes e pequenos.

As pessoas divertiram-se muito e mostraram-se participantes nos acontecimentos, apreciaram quer seja o jantar como a doçaria, tal como durante o espectáculo do Saúl, este que fez com que as pessoas se divertissem imenso com grande ânimo, seja no palco ou quando ele desceu do palco junto dos emigrantes para animar o salão com as suas brincadeiras.

Foi uma noite muito bem-sucedida, as pessoas ficaram contentes e muito divertidas.

O grupo do “Rancho Folclórico Saudades de Portugal” ficou muito satisfeito, seja com a animação ou pela grande participação de público presente a este evento, pois havia realmente muitas pessoas que vinham de todas as localidades do Cantão Ticino, algumas das quais ainda fizeram bastantes quilómetros para estar presentes neste grande evento. Também haviam pessoas de outras nacionalidades, todos ficaram satisfeitos com a noite bem passada e ficam com toda a certeza à espera já do próximo evento.

Nesta festa também teve lugar uma Rifa com bons prémios, que as pessoas também aderiram e apreciaram como sempre acontece nestes eventos.

Tive ainda a oportunidade de ouvir os comentários das pessoas presentes, as quais se diziam realmente muito satisfeitas, seja pela gastronomia, como pela grande noite de música popular e dança, pois tudo foi perfeito e abrilhantado em todo o terreno, desde a organização que foi para além do espectáculo do Saul Ricardo e o grupo “Os Nova Onda de Zürich”, que animaram a festa até de madrugada.

Estão todos de parabéns

Artigo: Exclusivamente para a revista Repórter X, Hermínia Dorici
Revisão: Patrícia Antunes