Crítica aos encontros governamentais na Suíça: vaidade e descaso com os emigrantes
Os conselheiros de Genebra defenderam
apenas o estatuto RNH, no qual os políticos deram apenas ouvidos moucos, para
calar o silêncio, esqueceram-se de outros problemas muito graves que afectam os
imigrantes portugueses na Suíça!
Durante a recente visita à Suíça, onde
participaram o Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e o
Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, prometeu-se abordar questões cruciais para
os emigrantes portugueses. No entanto, as reuniões revelaram-se mais um desfile
de vaidades do que um esforço genuíno para resolver os problemas concretos
enfrentados pela comunidade. António Guerra Iria, Conselheiro das Comunidades
Portuguesas, questionou diretamente a possibilidade de reinstaurar um regime similar
ao RNH (Regime dos Emigrantes Não Residentes). Embora ele tenha expressado
gratidão pela atenção, suas palavras foram apenas um ponto no vasto mar de
formalidades que caracterizou o evento.
Os vídeos do evento deveriam ser
produzidos por alguém que realmente se importe com a comunidade, não por
aqueles que apenas buscam aparecer nas fotos. João Gonçalves criticou duramente
a falta de apoio financeiro e de marketing para os jornais portugueses na
Suíça, como o Lusitano de Zurique, a Gazeta Lusófona e a própria Revista
Repórter X, destacando que nenhum desses jornais foi convidado para cobrir o
evento em Genebra e Zurique.
No Dia de Portugal e de Camões, a 10
de junho de 2024, os Conselheiros das Comunidades Portuguesas, incluindo
António Guerra, José Bemposta e João Carvalho, defenderam o estatuto RNH.
Embora tenham percebido sinais positivos do Presidente e do Primeiro-Ministro,
as discussões foram superficiais e não abordaram os problemas críticos
enfrentados pelos emigrantes. Segundo a Revista Repórter X, os encontros foram
marcados por vaidades e interesses secundários, com políticos, sindicatos e
associações mais preocupados em aparecer nas fotos do que em resolver os
problemas dos portugueses na Suíça.
Os discursos vagos do Presidente
Marcelo Rebelo de Sousa sobre os problemas de saúde com as seguradoras na Suíça
foram insuficientes. Ele mencionou na TV que estava ciente dos problemas, mas
não foi além disso. Já os lesados na rede social manifestaram-se. Poderiam ter
feito igual aos professores que se manifestaram contra os míseros ordenados que
recebem e perderam a oportunidade, quer os lesados com as instituições ligadas
à saúde e seguradoras, quer os pais que lhes retiraram os filhos. Apesar das manifestações
nas redes sociais, questões como a redução dos dias de férias para
trabalhadores em baixa médica e a falta de proteção adequada contra acidentes
de trabalho continuam sem solução. João Gonçalves enfatizou que, após a Revista
Repórter X martelar em todos os políticos, não viu nada nos vídeos que
discursassem sobre esses problemas. Ele criticou a ausência de acções concretas
e destacou que a revista vê nesses encontros muitas vaidades e interesses
secundários.
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Queremos dizer que foi mais um evento
de vaidades, onde o povo e associações do povo não foram convidados além da
comunicação social, gente que tinha muito para expor e que esses encontros
deveriam ser livres para todos e não em recintos fechados para alguns. Não
vamos falar tudo que se passou porque não interessa, mas sabemos através dos
nossos Conselheiros que são e serão parceiros para defender os interesses do
povo.
O organizador não foi isento e
escolheu quem quis e como quis, e o Primeiro-Ministro e o Presidente da
República são quem têm culpa. Para já, esses encontros poderiam ser mais
alargados em quatro lugares distintos da Suíça, um exemplo seria o Ticino, para
dar chance a todos, e deveriam ser em um estádio aberto a todos e todos poderem
ter voz. Isso não é democracia, isso é uma palhaçada. O que se ganhou com os
políticos vindos à Suíça? O que falaram eles com a chefe de estado suíço?
Bolas!
A comitiva organizada, cujas reuniões incluíram
associativos e empresas pouco conectados com a realidade dos portugueses na
Suíça, foi criticada por João Gonçalves como um evento de vaidades, onde o povo
e associações do povo não foram convidados. Ele argumentou que os encontros
deveriam ser mais inclusivos, em lugares distintos da Suíça, e abertos a todos,
permitindo uma verdadeira democracia.
Os comentários de usuários refletiram
a frustração da comunidade. Um usuário destacou que, na Suíça, os problemas de
saúde e acidentes de trabalho são tratados de forma a favorecer os
empregadores, com leis injustas para os trabalhadores. Se alguém se aleijar ou
ficar doente, a culpa recai sobre a própria pessoa e não sobre os empregadores.
GAV e SUVA estão a favor dos empregadores, não dos trabalhadores. Quando um
trabalhador sofre um acidente de trabalho ou adoece devido ao trabalho, perde
1,04 dias de férias por mês de baixa médica, o que resulta em quase 15 dias de
férias a menos por ano, além de não receber os primeiros dois dias de baixa
médica a 100%.
Outro usuário mencionou que o
Presidente Marcelo Rebelo de Sousa apenas se lembra dos emigrantes quando lhe
convém, criticando a falta de empenho do Presidente em questões importantes,
como os abusos do sistema suíço contra os emigrantes portugueses. O caso das
gémeas que começou em 2019 e a denúncia sobre os abusos do sistema suíço
refletem a falta de ação do Presidente. Infelizmente, não obtive o mesmo
empenho do Sr. Presidente. Sinto vergonha dos públicos que nos representam.
Quelhas, outro cidadão, expressou seu
descontentamento, destacando que a vinda da comitiva à Suíça não trouxe
soluções concretas para os problemas enfrentados pelos portugueses. Ele afirmou
que sente vergonha dos públicos que nos representam e manifestou sua intenção
de tentar obter 7.500 assinaturas para se candidatar à Presidência da República
Portuguesa, visando acabar com burocracias e tratar todos por igual.
Os encontros governamentais na Suíça
foram uma oportunidade perdida para resolver problemas reais. As promessas e
discursos foram vazios, servindo apenas para alimentar a vaidade dos políticos.
Os verdadeiros problemas dos emigrantes portugueses continuam sem solução, e a
frustração da comunidade cresce. A Revista Repórter X continuará a denunciar
essas falhas, esperando que um dia os interesses do povo sejam realmente
priorizados.
Revista Repórter X
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