A Política do Pesar: quando a homenagem não se pode tornar uma disputa partidária
A revista Repórter X reparou que os partidos estão em disputa sobre quem fez primeiro um voto de pesar no parlamento, e isso não faz sentido nenhum, pois quem morre não quer disputas políticas. Já aconteceu com o Chega, o PS e agora com o PSD. A morte de alguém não deve ser transformada numa competição entre partidos, mas sim num momento de respeito e reflexão.
Transformar um voto de pesar num campo de batalha política é uma atitude completamente insensata. O que deveria ser uma manifestação sincera de pesar, um gesto de homenagem e respeito, torna-se numa disputa de protagonismo entre os partidos. O facto de terem sido apresentados dois votos de pesar, que depois foram fundidos para garantir que apenas um fosse aprovado, revela um foco errado: o objectivo não é prestar tributo, mas sim gerir a situação para não deixar espaço para divisões políticas.
Esta prática reflecte a degradação da política, que, em vez de se centrar no respeito pela memória dos que partiram, se deixa arrastar por interesses partidários. A ética política deveria, nestes momentos, ser mais forte que qualquer cálculo eleitoral ou jogada de protagonismo. O lamento pela morte de alguém não deve ser usado como moeda de troca nas disputas políticas, mas sim como uma oportunidade para mostrar humanidade e respeito.
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