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quinta-feira, 24 de abril de 2025

Crise habitacional e reformas injustas empurram população para a pobreza e o desespero:


A cidade de Zurique vive uma crise habitacional sem precedentes, onde os mais pobres, idosos e requerentes de asilo estão a ser expulsos das suas casas para dar lugar a jovens com altos rendimentos. Segundo um estudo recente do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH), é nesta cidade que se verifica o maior número de rescisões de contrato de arrendamento em toda a Suíça. As vítimas desta política de substituição são, maioritariamente, pessoas com menos recursos, que acabam por ser forçadas a abandonar a cidade por não conseguirem encontrar uma habitação acessível.

Este fenómeno agrava-se com um outro drama menos visível, mas igualmente devastador: o sistema de reformas injusto aplicado a milhares de emigrantes portugueses na Suíça. Muitos destes cidadãos, após décadas de trabalho e contribuição para os dois países, enfrentam um sistema que lhes nega uma velhice digna. A Suíça, ao calcular o valor das reformas, junta os rendimentos do cônjuge ao valor recebido de Portugal, atribuindo frequentemente uma pensão inferior a 700 francos – montante absolutamente insuficiente para viver num dos países mais caros da Europa.

Esta prática leva muitos ao desespero. Há quem se veja forçado a divorciar-se para não ser penalizado pelos rendimentos do cônjuge e poder, assim, aceder a uma pensão justa. Outros, mergulhados na pobreza e sem perspectivas de justiça, acabam por cair na depressão ou mesmo por pôr fim à própria vida. São vítimas de um sistema cego, que em vez de proteger quem trabalhou, pune, discrimina e marginaliza.

Tanto a crise habitacional como o sistema de pensões demonstram como a Suíça, apesar da sua imagem de prosperidade, está a empurrar os mais vulneráveis para a exclusão. A falta de regulação no mercado habitacional, aliada a políticas sociais rígidas e desumanas, transforma a vida de muitos emigrantes e cidadãos locais num verdadeiro inferno burocrático.

As autoridades portuguesas e suíças têm ignorado este problema. Os acordos bilaterais deviam servir para proteger os cidadãos que contribuíram durante décadas, mas tornaram-se num instrumento de injustiça social. O valor humano foi substituído por números e regras que ignoram a realidade concreta das pessoas.

A Revista Repórter X Editora Schweiz e o Chega, André Ventura e os candidatos apoiados pelo Chega, pelo Círculo da Europa, José Dias Fernandes e Edite Teixeira, apelam a uma revisão urgente destes acordos e à criação de políticas públicas que respeitem a dignidade de quem trabalhou uma vida inteira. Viver na velhice com uma reforma digna não é um luxo – é um direito fundamental.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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