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segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

A água que nos vendem e a pureza que já não temos na Suíça:

A água que nos vendem e a pureza que já não temos na Suíça: 



 A verdade sobre o que bebemos. Há temas que passam diante dos nossos olhos como se nada fossem, mas ficam a murmurar dentro de nós. A água é um deles. Falam-nos de pureza, de montanhas limpas, de redes modernas que asseguram qualidade exemplar, porém quem observa com atenção vê que a realidade nem sempre acompanha a promessa. E para que se entenda o que está por detrás das torneiras que se abrem todos os dias, deixo a seguir um exemplo concreto, o caso de entre Altstetteten e Schlieren que retracta o resto do país. «Se visses em Altestteten/Schlieren junto do rio Limmat como fazem tratamento à água das fossas lançadas ao rio e depois canalizadas para fontes já tratadas, depois de retirar a sujidade para o lado, metendo lixívias e cloros prejudiciais à saúde, não beberíamos. Experimentei ver em casa a cafeteira de aquecer água que acumula muito calcário. Na Suíça não bebes água canalizada directamente da montanha e sim das reciclagens. O que mais me chocou foi um policial dizer que a água da Suíça é melhor do que a de Portugal, a nossa água vem de minas e poços e serras limpas. Também há água trazida por entubação de barragens que estão nas encostas e é água límpida por certeza. Creio que na Suíça a água deve depositar calcário no estômago de quem bebe diariamente da torneira, tal como deposita na caneca de ferver água. Quando um suíço nos oferece água na sua casa ou serve num café é da torneira e muitos cobram nos estabelecimentos comerciais. Muitos aceitam porque uma água de garrafa custa cerca de cinco francos cada.» A água que bebemos e a verdade que preferem não ver e não aceitam críticas. Há quem caminhe pelas margens do rio Limmat, em Altstetten/Schlieren, com a inocência de quem acredita em purezas que já não existem. Quem ali observa com olhos despertos vê a viagem escondida da água, essa mesma que corre pelas torneiras suíças com fama de ser das melhores do mundo. Vê-se o percurso que começa nos esgotos, onde o que é rejeitado é separado com pressa, como se bastasse empurrar a sujidade para o lado para que deixasse de existir. Depois surgem os químicos, as lixívias, os cloros, as mãos invisíveis que empurram para o consumo humano o que já se perdeu no fundo das fossas. Acreditam muitos que esta água cai pura das montanhas, dos rios, dos lagos, mas a verdade é que vem também das reciclagens, moldada por máquinas que enganam a vista e acalmam consciências. Basta olhar para uma cafeteira suíça, coberta de calcário como uma rocha do tempo, para entender o que desce diariamente para o estômago de quem bebe da torneira. Se assim se forma pedra num simples recipiente de metal, que dizer do corpo humano que a recebe todos os dias sem descanso e sem escolha. Aconselho a beber água mineral de garrafa. E há ainda quem jure que esta água é melhor do que a de Portugal. Ouvi um agente da polícia dizê-lo com convicção, sem saber que a nossa água nasce em minas puras, brota de poços antigos e corre desde serras que ainda guardam a dignidade do tempo. Portugal tem barragens assentes em encostas limpas, e delas desce água verdadeira, não disfarçada, não retocada por laboratórios que tentam corrigir o que a natureza nunca pediu para ser corrigido. Na Suíça, quando oferecem água em casa, é sempre da torneira, e muitos cafés cobram-na como se fosse ouro líquido. Em contrapartida, uma garrafa custa cinco francos, e assim se fabrica a crença de que a água da torneira é um luxo acessível, enquanto a água engarrafada se torna um privilégio para quem pode pagar. E o povo acredita, porque assim lho ensinaram, porque assim sempre foi dito, porque poucos olham para dentro das máquinas de ferver água e vêem ali a verdade que se deposita em silêncio. Há uma lição que vem do passado e que não devemos esquecer, a água é vida, e a vida não se engana com químicos nem se alimenta de ilusões. É preciso coragem para dizer o que se vê, para não mascarar o que está diante dos olhos. É preciso acreditar que o futuro só será digno quando a verdade deixar de ser escondida debaixo da espuma das águas tratadas. E tudo isto se escreve não para assustar, mas para despertar. Para que cada um saiba o que bebe e não se deixe embalar por histórias que nunca foram contadas pelo povo, mas sim construídas nos gabinetes onde a aparência vale mais do que a substância. Que venham dias em que a água volte a ser água, simples, limpa, transparente como a vida que queremos viver. Eu e o meu corpo sentimos que a água da torneira faz mal, não digo que não bebo de vez em quando na ausência de água de garrafa. O que faz mesmo muito mal é beber contínuo, acumula calcário nos rins tal como acumula na cafeteira lá de casa. Tem dúvidas, use a cafeteira de ferver água todos os dias e imagine o humano a beber água da torneira durante todos os dias. 

 
Autor Quelhas 

 Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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