Benefícios do xadrez na livraria traga-mundos
Nesta quadra fria em que Dezembro acende luzes breves sobre Vila Real, a velha arte do xadrez volta a sentar-se à mesa como quem regressa a casa. A livraria Traga-Mundos, guardiã de livros, vinhos e memórias do Douro, recebe no dia dez de Dezembro de dois mil e vinte e cinco, pelas vinte e uma horas, o mestre internacional Roman Chemerys, para uma conversa onde o jogo milenar se revela mais do que passatempo, antes disciplina que molda carácter e horizonte.
Diz-se que o xadrez treina a memória, afia a lógica, abre espaço na mente para ver o que os olhos ainda não alcançam. Ensina a perseverar quando tudo parece perdido, a respirar fundo antes do erro definitivo, a pensar primeiro na alma e só depois no tabuleiro. Quem o pratica aprende a surpreender, a encontrar soluções que não estavam escritas, a descobrir que cada vitória nasce muito antes de mover a primeira peça. E este saber, antigo como os reis, acompanha o homem pela vida fora, dando-lhe determinação para construir o futuro.
Hoje o xadrez já não é apenas duelo de silêncios. Em muitos países, especialmente nos Estados Unidos e no Reino Unido, tornou-se porta de entrada para universidades, companheiro de estudo, caminho para bolsas e equipas que elevam o jogo a tradição académica. Oxford e Cambridge honram-no há gerações, ao lado de Londres, Warwick e Edimburgo, todas unidas pelo mesmo espírito, porque a experiência mostra que os que dominam o tabuleiro tornam-se profissionais firmes e atentos nas mais diversas áreas.
Neste encontro são bem-vindos os que nunca tocaram num peão e desejam aprender, assim como os que trazem já marcas de batalhas antigas e querem aperfeiçoar-se. Roman Chemerys, mestre da Federação Internacional, formador de campeões, conduzirá a sessão com a simplicidade dos que sabem muito e não precisam de o dizer em voz alta. A entrada é livre, como convém ao conhecimento que deseja espalhar-se.
A Traga-Mundos continua assim o seu caminho, tecendo cultura no coração de Vila Real, anunciando ainda exposições, poesia, cinema documental e tertúlias que hão-de encher os meses vindouros. É a casa que persiste, fiel às raízes, mas sempre aberta ao que vem, como quem entende que o futuro, tal como o xadrez, começa na mente antes de se tornar gesto.
Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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