Presidenciais: na raiz do problema, o sistema dos partidos tradicionais e a falsa democracia em Portugal:
Parte Nr° 1 de 4
Portugal chega a mais um ciclo presidencial cansado a 18 de Janeiro de 2026, desconfiado e ferido. Não por falta de leis, mas pelo uso selectivo delas. O problema não nasce nos candidatos apenas, nasce no sistema político-mediático que há décadas governa, comenta, escolhe e protege. PS e PSD, com o apoio alternado de CDU, Bloco de Esquerda e PAN, ocuparam o poder desde o 25 de Abril de 1974, sustentaram governos, aprovaram orçamentos, fecharam os olhos à corrupção miúda e graúda, e deixaram o país escorrer para um estado de descrédito profundo.
Os Presidentes da República do sistema, longe de serem árbitros firmes, foram gestores do silêncio. Uns sorriram, outros comentaram, outros abraçaram, mas poucos enfrentaram. Assim se banalizou o cargo, assim se normalizou o erro, assim se deixou que a política se transformasse em espectáculo e o espectáculo em critério.
No centro desta engrenagem está a Comunicação Social, sobretudo RTP, SIC e TVI, acompanhadas pelos grandes jornais. Não informam apenas, decidem. Escolhem quem existe e quem não existe. Criam debates antes da lei, promovem candidatos sem assinaturas, fabricam sondagens, constroem inevitabilidades artificiais. Quem tem máquina aparece, quem tem apenas verdade desaparece. Isto não é democracia plena, é encenação.
A Emigração Portuguesa, espalhada pela Suíça, França, Luxemburgo e outros países, surge como vítima maior deste modelo. Votam mal, votam tarde, ou nem votam. Boletins que não chegam, direitos que não contam, silêncio político quase total. São lembrados em discursos vazios e esquecidos nas decisões reais. Cidadãos de segunda num país que se diz de todos.
É neste chão rachado que nasce toda a denúncia seguinte. Nada do que vem depois é acaso. Tudo é consequência. O sistema escolheu proteger-se, e ao fazê-lo excluiu quem não lhe pertence.
As palavras de Ossanda Liber, fundadora do movimento Nova Direita, intervém como voz política independente e crítica frontal do sistema político-mediático português, tal como o crítico e escritor Português João Carlos "Quelhas" não surgem como comentário lateral, surgem como acusação frontal ao coração do sistema político-mediático. Denuncia-se o escândalo de candidatos sem as 7.500 assinaturas legais terem acesso privilegiado a tempo de antena, enquanto outros, que cumpriram ou estavam muito próximos de cumprir a lei, foram empurrados para o silêncio. Isto não é falha técnica, é escolha política. Não é distracção, é método.
O João Carlos "Quelhas" afirma sem rodeios que não há democracia efectiva quando a comunicação social decide quem existe antes da lei decidir. Os oportunistas são identificados, PS, PSD e satélites do sistema, partidos que governaram, erraram, protegeram-se mutuamente e agora fingem pluralismo. Neste quadro, André Ventura surge como a única ruptura visível, não porque seja perfeito, mas porque é o único que fala dos emigrantes reais, não dos emigrantes decorativos. O Chega aparece como a única força que levou a emigração ao Parlamento com nome, rosto e denúncia concreta através da Revista Repórter X que denuncia e apoia os Lesados da SUVA e Pais que a KESB retira crianças para adopção. Aqui não há romantismo, há escolha dura entre sistema e ruptura.
Fala-se no voto eletrônico e todos querem ser pais do voto eletrônico para se mostrarem politicamente, disse o ex. Deputado Paulo Pisco, que foi ele que apresentou, depois surge o Deputado José Dias Fernandes e outros que apresentaram o voto eletrônico e a montanha pariu um rato! Este ponto é estrutural e fecha o arco moral de todo o trabalho. Não há eleição justa quando o voto não chega às casas. A Repórter X descreve factos concretos, famílias inteiras na Suíça sem boletim de voto, apenas um ou voto por agregado, cidadãos recenseados impedidos de exercer um direito constitucional.
Não é queixa vaga, há acção directa, contacto com o Cônsul, denúncia ao Deputado Europeu do Chega, participação formal no sítio Oficial do Governo Português, e o caso chega à Assembleia da República.
Afirma-se aqui algo essencial, o emigrante não pede favores, exige respeito. O sistema de voto postal é denunciado como falhado, injusto e ultrapassado. Defende-se a mudança, incluindo voto sem cartão de cidadão e soluções modernas. O emigrante é pessoa, não instrumento. O voto não é moeda de troca, é soberania.
Sem voto não há democracia, sem igualdade não há República, e sem respeito pelos emigrantes o país trai-se a si próprio.
O segundo pilar desta acusação assenta num facto concreto, repetido, documentado e nunca verdadeiramente resolvido, o direito de voto dos emigrantes portugueses. Nas últimas eleições legislativas, em especial no universo dos cidadãos recenseados nos consulados da Suíça, verificaram-se situações graves, famílias inteiras que não receberam o boletim de voto, casas onde apenas um elemento conseguiu votar, lares inteiros silenciados por falha administrativa que o Estado insiste em tratar como incidente isolado.
Não foi um acaso. Foi um padrão. E quando um padrão se repete, deixa de ser erro para passar a ser falha estrutural.
A denúncia não ficou no lamento nem na conversa de café. Houve intervenção directa, queixa apresentada presencialmente no Consulado-Geral de Portugal em Zurique, contacto político com o Deputado pelo Círculo da Europa, e denúncia formal através dos canais oficiais do Governo da República Portuguesa. O assunto chegou à Assembleia da República, o que prova que não se tratou de imaginação nem exagero, mas de matéria suficientemente grave para subir ao plano parlamentar.
Ainda assim, nada mudou de forma estrutural. O sistema de voto postal continua frágil, ineficaz e injusto. O Estado português continua a recusar seriamente o voto electrónico seguro, mantendo um modelo ultrapassado que exclui milhares de cidadãos que trabalham, vivem e contribuem fora do território nacional. Não é incapacidade técnica, é falta de vontade política.
Aqui nasce uma verdade dura, o emigrante é útil enquanto remessa dinheiro, enquanto aparece em fotografias de campanha, enquanto enche salas em jantares partidários. Mas quando chega o momento de garantir direitos plenos, o sistema falha, encolhe e adia. O emigrante não pede favor, exige respeito, representação e justiça, como qualquer cidadão.
Este ponto liga-se a tudo o que virá depois. Quem é excluído do voto é mais facilmente excluído do debate. Quem não decide eleições é facilmente ignorado nos estúdios. A ferida começa no envelope que não chega e acaba no candidato que nunca é convidado.
A Revista Repórter X falou ao longo de 10 textos sobre as presidenciais para 18 de Janeiro de 2026 no palco televisivo ilegítimo e da distorção deliberada da legalidade. O Quelhas falou da fraude moral que contamina estas presidenciais, o palco televisivo concedido a quem não cumpriu a lei, e negado a quem a respeitou. Aqui não há zona cinzenta, há regra escrita e há violação prática. A lei exige 7.500 assinaturas para uma candidatura presidencial. Não exige fama, não exige sondagens, não exige simpatia mediática. Exige assinaturas.
Apesar disso, assistiu-se ao escândalo de ver candidatos sem candidatura formalmente validadas ocuparem debates televisivos nacionais, como se a lei fosse um detalhe opcional. Casos concretos foram apontados e nunca desmentidos, nomes que apareceram em horário nobre enquanto ainda admitiam publicamente desistir, apoiar terceiros ou sequer duvidar da própria corrida. Isto não é pluralismo, é encenação.
O episódio mais claro desta farsa foi o confronto directo entre André Ventura, do Chega, e Jorge Pinto, do Livre. Em directo, perante o país, Ventura expôs o óbvio que muitos fingiam não ver, Jorge Pinto não tinha reunido as assinaturas exigidas por lei. Não era candidato validado. E, mesmo assim, estava ali, sentado, a falar como se fosse igual aos outros. Essa foi a banhada política que rasgou o pano e mostrou o palco por trás e assim foi com os debates de Catarina Martins do Bloco!
Enquanto isso, pré-candidatos com milhares de assinaturas reais, trabalho no terreno, estruturas montadas e cumprimento efectivo das exigências, foram empurrados para o silêncio absoluto. Sem debates, sem entrevistas, sem explicação ao público. A mensagem foi clara, quem não pertence ao sistema não existe, mesmo que cumpra a lei. Quem pertence ao sistema existe antes de a cumprir.
Aqui a responsabilidade não é apenas dos partidos, é sobretudo da comunicação social, que decidiu substituir o Tribunal Constitucional como filtro da democracia. As televisões passaram a escolher quem é candidato aos olhos do povo, criando uma legalidade paralela, mediática, arbitrária e não escrutinada.
Este ponto é decisivo, porque desmonta a narrativa da normalidade democrática. Quando a lei é aplicada a uns e ignorada para outros, não há eleição limpa, há jogo viciado. E quando isso acontece à vista de todos, sem consequência, instala-se a convicção mais perigosa de todas, a de que respeitar as regras é para ingénuos.
O Quelhas acusa os partidos do sistema e da promiscuidade com a comunicação social, pois revelam aquilo que muitos pressentem e poucos dizem sem medo, a aliança tácita entre os partidos tradicionais e a comunicação social, um pacto antigo, silencioso, mas eficaz, que decide quem entra na sala e quem fica à porta. PS, PSD, e as forças que com eles governaram, CDU, Bloco de Esquerda, PAN, e até o Livre, alternaram-se no poder, sustentaram governos, aprovaram orçamentos, partilharam responsabilidades e agora apresentam-se como se fossem novidade. Não são. São continuidade.
Estes partidos construíram um sistema onde a política se recicla em comentário televisivo e o comentário regressa à política com verniz de independência. Ministros tornam-se comentadores, comentadores tornam-se candidatos, candidatos regressam aos estúdios, e o ciclo fecha-se sobre si próprio. Belém, em vez de ruptura, passa a ser prémio de carreira. O povo assiste, mas não escolhe verdadeiramente.
A comunicação social é peça central desta engrenagem. RTP, SIC, TVI, Público, Expresso, Correio da Manhã, não actuam apenas como observadores, actuam como porteiros do regime. Definem agendas, seleccionam convidados, constroem inevitabilidades e empurram para a sombra tudo o que não encaixa. Também grave é a forma que praticam os debates, se é que aquilo são debates, a maioria atacam-se em vez de chegarem a um bom senso e ouvirem-se mutuamente e mais grave, pois o entrevistador numa entrevista ocupou mais de 50% a falar na guerra na Ucrânia em vez de falar nos problemas da emigração! Não se trata de opinião, trata-se de estrutura de poder.
Enquanto os partidos do sistema beneficiam de décadas de presença, máquinas organizadas e acesso permanente aos microfones, quem surge de fora enfrenta um deserto. Não há reportagens sobre recolha de assinaturas, não há entrevistas de enquadramento, não há espaço para explicar propostas. Distorcem os procedimentos quando um indivíduo quer ser candidato para ele desistir. O silêncio não é neutro, o silêncio mata politicamente.
É por isso que candidatos ligados ao sistema aparecem nos debates mesmo antes de cumprirem os requisitos legais, e pré-candidatos independentes, mesmo com milhares de assinaturas reais, são tratados como se não existissem. A Comunicação Social justifica-se com critérios variáveis, ora sondagens, ora relevância, ora representatividade parlamentar. Nenhum desses critérios está na lei. Todos servem para excluir.
Os partidos tradicionais sabem-no e beneficiam disso. Criticam-se em público, mas protegem o sistema em conjunto. A divergência acaba onde começa o risco de ruptura. Aí, fecham fileiras. A democracia transforma-se em teatro controlado, onde as escolhas são aparentes e o resultado é previsível.
Este ponto é fundamental porque explica tudo o resto. Explica porque certos nomes surgem em todos os ecrãs. Explica porque outros desaparecem dos motores de busca. Explica porque a emigração não tem voz. Explica porque o melhor candidato pode ficar de fora sem escândalo nacional. Não é falha, é método.
A banhada política de André Ventura a Jorge Pinto.
Este ponto fixa um momento-chave, quase pedagógico. Em directo, perante o país, André Ventura expõe aquilo que muitos sabiam e poucos ousavam dizer, Jorge Pinto não tinha reunido as assinaturas exigidas por lei. A palavra “banhada” não é insulto, é descrição factual de um desmascaramento político.
Um candidato sem legitimidade formal teve palco televisivo, enquanto outros com legitimidade material foram excluídos. Aqui o texto acusa não apenas o candidato, mas o sistema inteiro, partidos, televisões, directores de informação e reguladores silenciosos. A indignação não é pessoal, é institucional. Fala-se mesmo em responsabilidade jurídica, porque permitir isto é faltar ao respeito aos portugueses, aos que assinam, aos que acreditam, aos que ainda levam a democracia a sério. Aqui cristaliza a farsa, a lei vale para uns, o microfone vale para outros.
O Quelhas escreveu que pode acontecer a André Ventura o mesmo que aconteceu a Sá Carneiro, pois todos têm medo que o sistema lhe têm.o grande ponto incide sobre a figura que quebra o desenho previsível destas presidenciais, André Ventura, líder do Chega, jurista de formação, político por confrontação e não por herança. A sua presença altera o tabuleiro porque não nasce do consenso, nasce do conflito, e o sistema, quando não controla, teme.
Ventura não vem do circuito fechado dos comentadores reciclados, nem da longa carreira partidária acomodada. Entra na política a dizer o que não se dizia, a tocar nas feridas que foram varridas para debaixo do tapete durante décadas, corrupção tolerada, justiça lenta e selectiva, imigração tratada com hipocrisia, emigração esquecida, promiscuidade entre poder político, económico e mediático. Não pede licença, não fala para agradar, e isso explica a reacção violenta que provoca.
Para o sistema político-mediático, Ventura é perigoso, não porque seja perfeito, mas porque não pertence às famílias que governam Portugal desde o pós vinte e cinco de Abril. PS, PSD e as forças que com eles se revezaram no poder sabem que ele rompe o pacto tácito de silêncio. Por isso tentam isolá-lo, caricaturá-lo, empurrá-lo para fora da legitimidade democrática, chamando-lhe rótulos em vez de enfrentarem os temas que levanta.
Nos debates televisivos, a diferença é visível. Enquanto uns repetem fórmulas gastas e discursos decorados, Ventura entra como elemento perturbador. Não se limita a responder, expõe contradições, desmonta incoerências e, quando necessário, denuncia a fraude do próprio palco onde está. Foi isso que aconteceu quando revelou, em directo, que um dos presentes não tinha sequer as assinaturas exigidas por lei, fazendo ruir a encenação montada pelas televisões.
A ligação de Ventura à emigração não é decorativa. É uma das poucas figuras políticas que levou de forma consistente os problemas dos emigrantes à Assembleia da República, voto falhado, exclusão eleitoral, casos de famílias atingidas por sistemas estrangeiros sem defesa adequada. É neste ponto que se compreende o apoio claro e assumido de João Carlos Veloso Gonçalves, "Quelhas", ex pré-candidato independente e Delegado do Chega no Consulado-Geral de Portugal em Zurique. Não é apoio cego, é apoio político consciente, feito em nome da unidade e da ruptura.
Há também crítica interna, e ela existe. A decisão de Ventura avançar para a Presidência da República é vista como erro estratégico por quem entende que, num regime semi presidencialista, a verdadeira transformação exige Governo. Essa divergência não é escondida, é assumida. Ainda assim, a escolha foi não dividir, porque dividir favorece apenas o sistema instalado. Aqui há maturidade política, não culto da personalidade.
O medo que o sistema tem de Ventura mede-se pelo esforço para o afastar. Sondagens fabricadas, cenários artificiais de segunda volta, perguntas laterais, tentativas de o reduzir a polémica permanente. Nada disso apaga o essencial, Ventura representa, hoje, a única ruptura visível com o bloco político que governou, sustentou e protegeu o mesmo modelo durante décadas.
Este ponto é central porque explica a violência simbólica do ataque que lhe é feito. Não se ataca com tal fúria quem é irrelevante. Ataca-se quem ameaça. E o que está em causa não é apenas um homem, é a possibilidade de o povo escolher fora do guião escrito nos estúdios.
Revista Repórter X Editora Schweiz

Sem comentários:
Enviar um comentário