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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Emigrantes entre o discurso político e a realidade fiscal

Emigrantes entre o discurso político e a realidade fiscal:


O Deputado pelo Círculo Eleitoral da Europa, Carlos Gonçalves, voltou a afirmar que deseja que os portugueses deixem de emigrar e que os reformados regressem a Portugal. Um discurso repetido, gasto pelo tempo, tal como bater no ceguinho, o Deputado Paulo Pisco, que ignoraram deliberadamente a substância do problema e fixaram o olhar apenas onde sempre o fixou, no dinheiro dos emigrantes, sobretudo quando chega a idade da reforma.

A recente aprovação, no Parlamento, de um estudo sobre um novo regime fiscal para as pensões auferidas por portugueses no estrangeiro, com vista a incentivar o regresso ao interior do país, insere-se nesta lógica antiga. Primeiro foi o Regime dos Residentes Não Habituais, apresentado como solução milagrosa. Agora, ao resolverem o problema político do RNH, preparar-se-á, com a mesma serenidade de gabinete, outra engenharia fiscal que acabará por penalizar quem regressa depois de uma vida inteira de trabalho fora. Aguardamos serenamente. Depois voltaremos a conversar sobre a questão.

O estudo foi aprovado no âmbito da especialidade do Orçamento do Estado para 2026, por proposta do PSD e do CDS, com votos contra da IL, PCP e BE, abstenção do PS e votos favoráveis do PSD, CDS, Chega, JPP e PAN. Abstenção do PS, pois são os dois partidos do sistema e juntos querem fazer a caldeirada. Segundo a nota justificativa, o objectivo passa por criar mecanismos, incluindo de natureza fiscal, que promovam um regresso dito digno dos emigrantes, sobretudo para territórios de baixa densidade.

Mas o discurso político não resiste à memória. O mesmo Conselheiro, António Guerra, que hoje celebra a vitória simbólica do fim do RNH, não vê mais defeitos estruturais na emigração que defende na Suíça, Itália e Áustria. Quantas vezes lhe foram solicitados esclarecimentos sobre os Lesados da SUVA. Quantas vezes foi chamado a pronunciar-se sobre crianças retiradas aos pais na Suíça. O silêncio foi sempre a resposta, apenas acrescentou que esse é um assunto dos dois Deputados pela Europa, Carlos Gonçalves do PSD e José Dias Fernandes do Chega.

Na política, vira-se conforme sopra o vento. Ontem PS, hoje PSD, amanhã logo se verá. Está no seu direito. O que não está no direito é fingir que a emigração é um postal ilustrado e que o regresso dos reformados é apenas uma equação fiscal, ou então não tem força política nenhuma e é apenas um informador. Se informa, que repasse estes casos graves ao José Pedro Aguiar Branco, Presidente da Assembleia da República!?


Portugal não precisa apenas de estudos, nem de discursos moralistas sobre ficar ou voltar. Precisa de verdade. Precisa de assumir que expulsou os seus filhos pela falta de condições e que agora quer atraí-los apenas quando trazem consigo pensões, poupanças e consumo.

Dizer as coisas como são não é falta de patriotismo. É respeito por quem partiu, por quem ficou e por quem um dia talvez queira regressar sem armadilhas fiscais, sem promessas ocas e sem ser tratado como carteira ambulante.

O futuro constrói-se com memória, justiça e coragem. Tudo o resto são estudos, relatórios e discursos politiqueiros que o tempo acabará por desmentir.

autor: Quelhas


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Referendo: Elevação da Póvoa de Lanhoso a cidade:

Referendo: Elevação da Póvoa de Lanhoso a cidade:



A Póvoa de Lanhoso aparece hoje nas notícias como candidata a Cidade em dois mil e vinte e seis, mas antes que alguém acenda fogos, erga taças ou escreva discursos de vitória antecipada, é preciso olhar de frente para a terra real, e não para o retrcto pintado pelo Domingos Silva ou pelas notícias do gabinete de comunicação social da Câmara.

Porque uma Cidade não nasce de marketing, nem de slogans em inglês, nem de anúncios repetidos, nasce de vida, de obra, de verdade e não de tretas.

O Presidente da Câmara da Póvoa de Lanhoso, Frederico Castro, em vez de se autopromover com vazios, deve sondar os povoenses com um referendo popular.

Quem votou para as autárquicas e elegeu o Presidente não o elegeu para fazer o que quer, mas para cumprir o que o povo deseja, da mesma forma que o escolheu.

E a verdade é dura como a pedra do Castro de Lanhoso.

A Vila perdeu as fábricas que lhe davam pulso, perdeu o têxtil que sustentava famílias inteiras, perdeu indústria, perdeu comércio, perdeu clientes, perdeu movimento para fora do concelho e para a emigração.

As lojas fecham, as ruas esvaziam, os jovens partem, e o concelho transforma-se cada vez mais num dormitório de Braga e de Guimarães.

Uma Cidade não pode ser dormitório, tem de ser casa viva, com emprego dentro das suas fronteiras.

E a Póvoa não o tem.

Não tem transportes urbanos dignos, não tem ligações constantes, não tem horários que sirvam trabalhadores e estudantes, não tem central de camionagem, não tem mobilidade moderna.

Comboio então, nunca terá, quando devia ser elo natural entre Braga, Póvoa de Lanhoso, Guimarães e Fafe.

O Minho podia estar ligado por ferro, e está desligado por esquecimento.

Fafe ainda tem o leito da linha, morto, abandonado, como promessa que o país deixou morrer.

Na saúde, a ferida abre-se ainda mais.

Um hospital privado não serve uma Cidade.

Uma Cidade precisa de hospital público, de resposta para todos os doentes, não apenas para quem pode pagar.

A segurança também fica aquém, com apenas GNR, sem PSP, porque uma Vila não tem a complexidade que exige duas forças, mas uma Cidade tem.

Falta planeamento sério.

Em vez de estratégia, investem numa circulovia de meia dúzia de quilómetros que não resolve nada, que não melhora mobilidade, que não cria futuro, que apenas promete acidentes, corridas com apostas e sombras semelhantes às que já se viram em Lousada.

Estradas seguras e acessos verdadeiros são o que falta, não remendos coloridos para fotografias de campanha.

Pior ainda, a autovia ou ciclovia que querem impor arranca o coração económico da Vila, desviando carros, clientes, vida, movimento.

O centro morre quando as pessoas deixam de passar por ele.

Uma Cidade vive do seu centro, das suas lojas, dos seus cafés, do comércio que respira.

Tirar movimento ao centro é matar o pouco que resta.

O aterro sanitário cresce em silêncio, cavando túneis para esconder aquilo que ninguém quer ver.

Uma Cidade não se ergue sobre resíduos enterrados, ergue-se sobre visão e ordem.

E visão é o que falta, porque o Executivo prefere fotografias, publicidade, festas caras, notícias em catadupa, brilho passageiro.

Inventam nomes ingleses para dar ar moderno a projectos vazios, fazem marketing maior do que as obras que entregam.

Não se governa com blá, blá, governa-se com verdade.

Elevar a Póvoa de Lanhoso a Cidade não é repetir a filigrana, o castelo ou a estátua da Maria da Fonte.

É olhar para o povo inteiro.

Para os pequenos agricultores, para o vinho caseiro, para o que se perdeu e devia voltar a existir.

Uma Cidade sem raiz não é Cidade, é cenário da peça de teatro do Grupo Cénico Povoense.

Elevar a Póvoa não é ajudar apenas os grandes, não é gastar milhões em concertos para meia dúzia brilhar.

Com esses milhões podiam ajudar centenas, fortalecer a cultura local, levantar comércio, apoiar quem trabalha na sombra, dar vida à terra em vez de vida ao ego.

E diante de tudo isto, é justo perguntar:

Que vantagens reais traz ser Cidade?

Melhora alguma coisa para quem vive aqui?

Ou é apenas título bonito, placa nova, discurso inflado?

Haverá desvantagens?

Aumento de custos, mais exigências, mais burocracia, mais peso no bolso de quem já paga demais?

Quem paga o futuro que anunciam?

O povo.

Não seria correcto perguntar ao povo se quer esta mudança?

Um referendo seria o mínimo.

Porque uma Cidade faz-se com o povo, não contra o povo. Não por vaidade!

Para elevar a Póvoa de Lanhoso a Cidade não basta embelezar a Vila, é preciso que todo o concelho cresça como um só corpo vivo.

O Castro de Lanhoso, maior monípulo da Península Ibérica, ergue-se no topo com o castelo onde D. Teresa foi rendida pelo próprio filho, D. Afonso Henriques.

A encosta desce com a igreja do Pilar, o restaurante e as capelas alinhadas até à estrada.

Um telesférico que ligasse a Vila a este monte histórico traria turismo verdadeiro, renovaria movimento e daria vida económica a quem trabalha na terra da Maria da Fonte.

Os rios do concelho são riqueza esquecida.

O Cávado e o Ave podiam renascer em parques aquáticos e zonas de lazer.

A barragem das Andorinhas tem potencial para se tornar referência regional, capaz de atrair visitantes, criar emprego e fortalecer a economia.

O aeródromo é outra peça que falta.

Serviria urgências médicas, apoio à polícia, ligações rápidas a Braga, Bragança e outras terras, abrindo caminho ao turismo, à saúde e aos serviços modernos que hoje não existem.

E é preciso dizer o essencial:

Uma Cidade só nasce quando todas as freguesias crescem com ela.

No Alto e no Baixo concelho existem hotéis que lutam para sobreviver, com poucos clientes, porque a Vila não gera movimento suficiente para os alimentar.

O desenvolvimento não é só da Vila, é de cada aldeia, de cada povoação, de cada freguesia.

Só quando todas forem fortes, unidas num só corpo, o concelho inteiro se tornará bolo gigante, capaz de sustentar o nome de Cidade com verdade e dignidade.

Enquanto não houver respostas claras, transparentes e verdadeiras, a sensação é esta, simples como uma pedra que cai do camião do Sanfão num charco de água: este estatuto serve mais o ego de quem governa do que a necessidade de quem aqui vive.

A Póvoa de Lanhoso merece mais do que um título, merece verdade, trabalho, justiça e futuro.

E o futuro só começa quando deixarem de maquilhar a Vila e começarem realmente a construí-la.

autor: Quelhas

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

domingo, 14 de dezembro de 2025

Família de Genebra denuncia falhas graves em seguradora de saúde

Família de Genebra denuncia falhas graves em seguradora de saúde:

Família de Genebra denuncia falhas graves em seguradora de saúde:



Genebra, Suíça; Uma família residente em Genebra enfrenta uma situação preocupante envolvendo a seguradora Assura, após tentarem unificar seus planos de saúde e se depararem com graves falhas no atendimento, atrasos e duplicação de seguros. O caso, revelado à nossa redação, evidencia problemas de comunicação, falhas na execução de pedidos de cancelamento e atrasos em pagamentos devidos.

Segundo relato da cliente, identificada apenas como Sra. R., a família estava anteriormente segurada da seguinte forma:

Seguro básico: KPT

Seguro suplementar: INNOVA

O marido e o filho estavam inscritos em outro plano, Helsana. Em 2024, a família decidiu centralizar todos os seguros na Assura, sendo auxiliada por um consultor de seguros.

1. Problemas com cancelamentos e mudanças de seguro

Cancelamento do seguro básico (KPT) não aceito: A cliente já tinha consciência de pendências financeiras, mas confiou nas garantias do consultor de que ele resolveria a situação. Após meses de espera e diversas tentativas de esclarecimento, o cancelamento não foi processado, mantendo a família em KPT mesmo após solicitar a mudança.

Cancelamento de seguros suplementares não realizado: A Sra. R. informou explicitamente que os planos INNOVA, Helsana do marido e do filho também deveriam ser cancelados, fornecendo todos os dados necessários. O consultor não executou os pedidos e agora alega não ter sido informado. Como resultado, os contratos permanecem ativos e foram perdidos os prazos de cancelamento, gerando duplicação de seguros.

Consultor prometeu soluções que não se concretizaram: Apesar de saber que os cancelamentos não seriam aceites, o consultor continuou a afirmar que tudo seria resolvido, com o único objetivo de vender a nova apólice.

2. Falhas na comunicação e profissionalismo

Informações contraditórias e atrasadas foram fornecidas repetidamente.

A cliente teve de insistir diversas vezes para obter respostas.

Erros não foram assumidos e as soluções apresentadas nunca correspondiam ao solicitado.

Promessas de pagamento de uma prémia de indicação foram adiadas e não cumpridas.

Em contato telefônico, a seguradora pediu desculpas, explicando que o consultor enfrentava dificuldades pessoais, sem, no entanto, resolver a situação.

3. Contato com o superior do consultor

A cliente tentou resolver o problema com o superior do consultor, Sr. B., sem sucesso:

Propostas de adiar a resolução para 2026 ou cancelar contratos sem pagamento da prémia foram oferecidas, mas não atendiam às necessidades da família.

Solicitações de confirmação oficial por escrito de que o marido e o filho não estavam segurados na Assura foram recusadas, sendo emitida apenas uma mensagem de WhatsApp, considerada insuficiente.

4. Prémia de recomendação pendente

O consultor havia prometido que o pagamento seria feito diretamente à cliente, mas enviou o valor à irmã da cliente, causando transtornos e atrasos. Até o momento, a prémia de 980 CHF não foi paga.

5. Situação atual (desde março de 2025)

O seguro KPT manteve a família ativa, impedindo a migração completa para Assura.

Grandes faturas foram emitidas para a família, incluindo seguro básico e suplementares, mesmo que alguns já estivessem ativos em outros planos.

O contrato da cliente com Assura foi rescindido sem aviso prévio, sem compensação ou justificativa.

A duplicação de seguros permanece, resultando em custos elevados.

A prémia de indicação continua pendente.

6. Demandas da família

Emissão de confirmação oficial de que o marido e o filho não estão segurados na Assura.

Pagamento imediato da prémia de 980 CHF.

Correção das duplicações de seguro.

Resumo do caso

Apesar de inúmeras tentativas de resolução direta com o consultor e seu superior, nenhuma solução satisfatória foi oferecida. O caso resultou em:

Cancelamentos não realizados e seguros indevidamente ativos

Duplicação de seguros suplementares

Faturas elevadas e inesperadas

Rescisão contratual sem compensação

Prémia de 980 CHF não paga

Falta de confirmação oficial do status de seguros da família

O episódio em Genebra evidencia falhas graves no atendimento ao cliente e alerta para a necessidade de maior supervisão e clareza nos processos das seguradoras suíças.




Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial
Genebra, Suíça; Uma família residente em Genebra enfrenta uma situação preocupante envolvendo a seguradora Assura, após tentarem unificar seus planos de saúde e se depararem com graves falhas no atendimento, atrasos e duplicação de seguros. O caso, revelado à nossa redação, evidencia problemas de comunicação, falhas na execução de pedidos de cancelamento e atrasos em pagamentos devidos.

Segundo relato da cliente, identificada apenas como Sra. R., a família estava anteriormente segurada da seguinte forma:

Seguro básico: KPT

Seguro suplementar: INNOVA

O marido e o filho estavam inscritos em outro plano, Helsana. Em 2024, a família decidiu centralizar todos os seguros na Assura, sendo auxiliada por um consultor de seguros.

1. Problemas com cancelamentos e mudanças de seguro

Cancelamento do seguro básico (KPT) não aceito: A cliente já tinha consciência de pendências financeiras, mas confiou nas garantias do consultor de que ele resolveria a situação. Após meses de espera e diversas tentativas de esclarecimento, o cancelamento não foi processado, mantendo a família em KPT mesmo após solicitar a mudança.

Cancelamento de seguros suplementares não realizado: A Sra. R. informou explicitamente que os planos INNOVA, Helsana do marido e do filho também deveriam ser cancelados, fornecendo todos os dados necessários. O consultor não executou os pedidos e agora alega não ter sido informado. Como resultado, os contratos permanecem ativos e foram perdidos os prazos de cancelamento, gerando duplicação de seguros.

Consultor prometeu soluções que não se concretizaram: Apesar de saber que os cancelamentos não seriam aceites, o consultor continuou a afirmar que tudo seria resolvido, com o único objetivo de vender a nova apólice.

2. Falhas na comunicação e profissionalismo

Informações contraditórias e atrasadas foram fornecidas repetidamente.

A cliente teve de insistir diversas vezes para obter respostas.

Erros não foram assumidos e as soluções apresentadas nunca correspondiam ao solicitado.

Promessas de pagamento de uma prémia de indicação foram adiadas e não cumpridas.

Em contato telefônico, a seguradora pediu desculpas, explicando que o consultor enfrentava dificuldades pessoais, sem, no entanto, resolver a situação.

3. Contato com o superior do consultor

A cliente tentou resolver o problema com o superior do consultor, Sr. B., sem sucesso:

Propostas de adiar a resolução para 2026 ou cancelar contratos sem pagamento da prémia foram oferecidas, mas não atendiam às necessidades da família.

Solicitações de confirmação oficial por escrito de que o marido e o filho não estavam segurados na Assura foram recusadas, sendo emitida apenas uma mensagem de WhatsApp, considerada insuficiente.

4. Prémia de recomendação pendente

O consultor havia prometido que o pagamento seria feito diretamente à cliente, mas enviou o valor à irmã da cliente, causando transtornos e atrasos. Até o momento, a prémia de 980 CHF não foi paga.

5. Situação atual (desde março de 2025)

O seguro KPT manteve a família ativa, impedindo a migração completa para Assura.

Grandes faturas foram emitidas para a família, incluindo seguro básico e suplementares, mesmo que alguns já estivessem ativos em outros planos.

O contrato da cliente com Assura foi rescindido sem aviso prévio, sem compensação ou justificativa.

A duplicação de seguros permanece, resultando em custos elevados.

A prémia de indicação continua pendente.

6. Demandas da família

Emissão de confirmação oficial de que o marido e o filho não estão segurados na Assura.

Pagamento imediato da prémia de 980 CHF.

Correção das duplicações de seguro.

Resumo do caso

Apesar de inúmeras tentativas de resolução direta com o consultor e seu superior, nenhuma solução satisfatória foi oferecida. O caso resultou em:

Cancelamentos não realizados e seguros indevidamente ativos

Duplicação de seguros suplementares

Faturas elevadas e inesperadas

Rescisão contratual sem compensação

Prémia de 980 CHF não paga

Falta de confirmação oficial do status de seguros da família

O episódio em Genebra evidencia falhas graves no atendimento ao cliente e alerta para a necessidade de maior supervisão e clareza nos processos das seguradoras suíças.




Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Camões era cego de um olho, não dos dois. Cego fica o ensino e a representação quando, em nome de Portugal, se escolhe não ver a língua que nos define

Camões era cego de um olho, não dos dois. Cego fica o ensino e a representação quando, em nome de Portugal, se escolhe não ver a língua que nos define:



A afirmação é do deputado José Dias Fernandes e marca o início de um episódio que não pode ser tratado como detalhe protocolar nem como mera opção académica. Na Embaixada de Portugal em Paris, durante uma conferência dedicada aos cinquenta anos das independências dos países africanos de língua portuguesa, os intervenientes optaram por falar em inglês. Não em português. Não na língua de Camões. Não na língua do país que representavam.

Trata-se de uma junção clara entre notícia e crítica. Notícia, porque o facto ocorreu, foi público e verificável. Crítica, porque é vergonhoso falar outra língua quando se representa oficialmente Portugal. Uma Embaixada não é neutra, não é abstracta, não é apenas um espaço logístico. É Portugal fora do território. E Portugal fala português.

O deputado José Dias Fernandes reagiu por escrito, enviando uma carta de repúdio directamente ao embaixador Francisco Ribeiro de Menezes. Essa carta chegou à redacção da Revista Repórter X, que a denunciou e tornou pública, assumindo a crítica jornalística do sucedido. Só depois dessa publicação é que o embaixador respondeu às críticas, resposta essa que foi divulgada no jornal BOM DIA e igualmente formalizada por carta.

Na carta, o deputado classificou a opção linguística como uma provocação e uma falta de respeito, recordando que o dever moral de quem representa o Estado português é falar e defender a língua portuguesa. Relatou igualmente o desconforto sentido por vários presentes e destacou a atitude de um jovem participante que afirmou, com simplicidade e dignidade, que estando na Embaixada de Portugal falaria na língua de Camões. Fê-lo. Foi respondido em inglês. O símbolo ficou exposto perante todos.

Na resposta pública, o embaixador invocou o enquadramento académico e internacional do evento, a colaboração com a Sciences Po e com o Instituto Camões, a conveniência dos oradores e a diversidade do público, explicando que as perguntas poderiam ser feitas em português, inglês ou francês, com tradução disponível, e que o objectivo do encontro não era a promoção da língua portuguesa enquanto tal, mas a reflexão histórica e política sobre os processos de independência.

A explicação existe. A justificação não convence.

É precisamente aqui que a crítica se impõe, sem comer palavras. Se os intervenientes se sentiam mais confortáveis noutra língua, podiam ter dupla nacionalidade, portuguesa e francesa, e representar a Embaixada de França, falando francês. Se havia convidados de vários lugares, podiam discursar em português e traduzir para inglês. Mal por mal, podiam ter falado francês, por se tratar de uma Embaixada em França. Mesmo assim, nada disso justifica o abandono da língua portuguesa num espaço que a tem como razão de ser.

Não está em causa o mérito académico dos oradores, nem a relevância do tema. Está em causa o gesto simbólico e político de renunciar à própria língua em nome da conveniência. Está em causa a normalização da ideia de que o português atrapalha quando se quer parecer internacional. Está em causa a imagem que o Estado português projecta para os seus emigrantes e para o mundo.

Estiveram presentes representantes diplomáticos de Angola, Brasil e Cabo Verde, bem como diplomatas de vários Estados africanos e europeus, membros do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês e representantes do movimento associativo português em França. Importa dizê-lo com clareza, nada disto justificava o uso da língua inglesa. Os países convidados são Estados cuja língua oficial é o português, países administrados por Portugal durante séculos, com os quais existe uma herança histórica, cultural e linguística comum. Falar inglês perante representantes de países de língua portuguesa, num espaço que é Portugal fora de portas, não é inclusão, é renúncia.

Mais ainda, impõe-se uma reflexão que poucos ousam fazer. Não se compreende porque continuamos a dar tanta atenção simbólica e política a esses países como se estivéssemos em permanente dívida. Portugal não lhes deve nada no plano da submissão linguística ou cultural. A história tem de ser estudada, sim, mas não ajoelhada. O diálogo faz-se de pé, na nossa língua, com respeito mútuo e sem complexos.

A Revista Repórter X denunciou e criticou o sucedido porque estas escolhas não são inocentes. Um país que não fala a sua língua na sua própria casa ensina os outros a desvalorizá-la. Ensina também os seus cidadãos a aceitarem menos do que lhes é devido.

Camões era cego de um olho. Não deixemos que Portugal fique cego dos dois.

Aponta o escritor português Quelhas.

autor: Quelhas


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sábado, 13 de dezembro de 2025

Autoridade de Protecção de Crianças e Adultos do Cantão de Uri na suíça transfere residência de criança para o pai após processo prolongado e contestado pela mãe

Autoridade de Protecção de Crianças e Adultos do Cantão de Uri na suíça transfere residência de criança para o pai após processo prolongado e contestado pela mãe:


Antes das decisões, dos relatórios e das palavras frias do direito, ficam as contradições. Mensagens curtas, escritas no limite da dor, onde uma mãe pede apenas tempo, escuta e humanidade. Foi assim que este caso chegou à redacção da Revista Repórter X, para em paralelo enviar à InfoSuíça, não como processo, mas como clamor silencioso de quem sente estar a perder uma filha ainda viva.

Só depois vem o resto.

Uma criança portuguesa residente na Suíça foi retirada à mãe e colocada junto do pai por decisão da Autoridade de Protecção de Crianças e Adultos do Cantão de Uri, na sequência de um longo processo, marcado por conflitos parentais, avaliações psicológicas sucessivas e medidas administrativas cada vez mais intrusivas. Assim disse a Autoridade de Protecção de Crianças e Adultos do Cantão de Uri, e o João Carlos `Quelhas´ confirma pelo motivo de ter estado ao telefone com os dois progenitores, que parecia que lutavam como o galo e a galinha, logo está na causa da KESB deitar a mão à criança. Factos que perduram e existem em 90% dos casos na Suíça, acontece quase sempre com pais solteiros ou pais divorciados, e a Revista Repórter X tem dado entrevistas, cujas estão registadas em vídeos, a cidadãos portugueses e cidadãos brasileiros, e esta probabilidade repete-se em todos, problemas entre dois adultos que fazem com que pague o corpo de uma criança inocente.

A menor, nascida em 2021, é filha de dois ex-companheiros que viveram juntos, embora solteiros, cuja relação foi descrita pelas autoridades como altamente conflituosa desde o nascimento da criança. A mãe diz mesmo ter sido violentada na gravidez pelo companheiro e que ele queria que ela fizesse um aborto, confirmou a mãe à Repórter X, portanto esta criança, a ser verdade, veio ao mundo contra a vontade do pai que hoje teve direito à criança e deixa a mãe desolada. Segundo os documentos oficiais, esse conflito teria afectado o desenvolvimento emocional da menor, justificando a intervenção precoce das autoridades de protecção. Há que dizer, com ou sem razão, a Autoridade de Protecção de Crianças e Adultos do Cantão de Uri retirou a criança à mãe, mas diga-se que este tipo de instituições são um grande negócio, comparado a negócio de droga, lavagem de dinheiro ou tráfico humano, talvez pior, porque mexem com o foro psicológico de um casal, e eles sabem que está ali uma ferida e sofrem em silêncio, ou a KESB retira o direito a ver a criança, quiçá para sempre, pois as ameaças são muitas.

Numa primeira fase, a criança foi retirada a ambos os progenitores e colocada numa família de acolhimento. À mãe foram atribuídas apenas visitas acompanhadas, enquanto o pai manteve contactos mais alargados. Logo aqui houve negligência e abuso de poder por parte da instituição. Em paralelo, foi nomeado um "Beistand", representante legal da criança, designado pela autoridade, com a função de acompanhar o processo, supervisionar contactos e reportar à instituição decisora. Debatemos isso com políticos e todos estão de acordo, pois um "Beistand", representante legal da criança, teria de ser um indivíduo neutro e fora do sistema, para não haver favores nem artimanhas a favor da KESB.

Foram igualmente ordenadas perícias psicológicas à criança e aos pais. Os relatórios produzidos identificaram sinais de sofrimento emocional na menor, enquadrados num alegado conflito de lealdades entre os progenitores. Pois é natural que uma criança sinta falta do carinho de ambos os pais. A partir dessas conclusões, as autoridades passaram a sustentar que a criança necessitava de estabilidade, previsibilidade e de um ambiente considerado livre de tensão. Livre de tensão. Estar na KESB é como estar numa cadeia onde tem visitas guiadas e fazem aquilo que dizem ser o bem da criança, o mal-estar da criança, dos pais e da família inteira.

Apesar de a mãe ter apresentado relatórios médicos que excluíam patologia psiquiátrica grave ou necessidade de internamento, tais documentos foram considerados insuficientes para contrariar a leitura pericial dominante sobre a sua capacidade parental no contexto do conflito. A Autoridade de Protecção de Crianças e Adultos do Cantão de Uri anula um relatório externo e desqualifica o médico que passou o atestado e fez valer apenas o seu próprio atestado, ora logo se vê que a manipulação está à frente dos olhos de quem quer ver. É repugnante quando acusam a mãe de estar fora de si, nervosa e com ataques de ansiedade, é normal, qualquer mãe será assim ou não ama os seus filhos. Há profissionais de saúde ou de protecção que não têm categoria para estar à frente de um serviço tão importante destes e são quase todos escolhidos a dedo, gente que teve uma criancice menos boa, discriminados pelo que são, não souberam ser bons filhos, não são pais e não têm afectos com crianças, são pessoas quase todas elas frias por natureza, e posso dizer que uma grande parte são pessoas opostas a tudo, cumprem regras gerais de um sistema e, além disso, para confirmar o meu raciocínio, são pessoas ofuscadas e diferentes de uma sociedade em geral, se me entendem.

Ao longo do processo, os períodos de permanência da criança com o pai foram sendo progressivamente alargados, incluindo pernoitas, enquanto os contactos da mãe permaneceram sempre condicionados e supervisionados. Relatórios do "Beistand", representante legal da criança, e comunicações das instituições educativas foram usados para sustentar a tese de que a criança reagia negativamente após contactos com a mãe. Reflectindo, não trataram os progenitores por igual.

Mais tarde, a própria autoridade iniciou uma revisão da decisão inicial, culminando num novo relatório pericial. Esse relatório recomendou a transferência definitiva da residência da criança para o pai, entendendo que este reunia melhores condições de estabilidade e estrutura, e que a manutenção prolongada em família de acolhimento não servia o chamado interesse superior da menor. A mãe disse à Repórter X que não devia dinheiro a ninguém, tinha as suas facturas pagas com algumas ajudas e que de momento já se encontra a trabalhar, por sua vez diz que o pai faz vista grossa, mas que poderá estar endividado. Na questão da empregabilidade, um poderá ter mais vantagem que outro e isso não é válido, há que ver que uma mãe é mãe e tem mais jeito de cuidar, enquanto o pai é mais extravasado. Pelo que se sabe, tanto um como outro vivem sozinhos, logo terão de ter uma ama para cuidar e meter a criança numa creche, e será problema para ambos.

Com base nessas conclusões, a autoridade retirou à mãe o direito de determinar o local de residência da filha e atribuiu-o ao pai. Foi igualmente determinada a manutenção do contacto entre mãe e filha apenas através de visitas acompanhadas, organizadas sob supervisão do "Beistand", representante legal(termo alemão Beistand.) Na verdade, esta mãe, além de ter comunicado várias vezes com o João Carlos `Quelhas´ da Revista Repórter X e com o Consulado de Portugal em Zurique, e de ter tido uma reunião com o Embaixador de Portugal em Berna e numa reunião em Arbon feita pela Repórter X, onde além da representação destes estiveram dois representantes do governo e o Deputado do Chega pela Europa, e de ter ido à Assembleia da República Portuguesa, foi um tiro na culatra, pois ninguém ajudou nada, apesar de o nosso cônsul ter feito das tripas coração e de este caso ter sido também comunicado ao Consulado da Suíça em Portugal, ao Presidente do Cantão de Uri e ao próprio presidente da KESB, houve uma decisão que ninguém esperava e para nós, cidadãos e humanos, bem percebemos que numa separação as crianças não podem ficar com os dois progenitores. O mínimo era ficar uma semana na casa de um e outra semana na casa de outro, no entanto também sabemos que as crianças têm de ir à escola e quando os pais vivem longínquo é de todo impossível, mas o mínimo que se pediria era que um deles tivesse a criança num fim-de-semana completo para dar afecto, amor, carinho, ou seja o que quisermos interpretar. Iremos sempre lutar por causas destas, as crianças não são objectos de instituições, e a verdade pode doer a um dos progenitores, é melhor que a criança fique com a mãe, mas se o tribunal atribuir a criança ao pai, pois está melhor que na KESB, e um deles tem de se conformar, dar-se bem e tentar entender-se sem luta de galinha e galo, até que percebam que o bem dos filhos é o melhor para todos.

Uma decisão desacertada e troca de mensagens entre a mãe e o advogado:

Pouco depois de conhecida a decisão da Autoridade de Protecção de Crianças e Adultos, surgem duas mensagens escritas que chegaram à nossa redacção, que ajudam a compreender o clima em que o processo evoluiu e o estado emocional das partes envolvidas.

Numa primeira comunicação, enviada pelo advogado que representa a mãe, é informado que a KESB decidiu a favor do pai da criança. Na mensagem, o advogado refere que a decisão se encontra em anexo e que o original seria enviado por correio. Indica ainda que estaria disponível para explicar pessoalmente os fundamentos da decisão e informa que o prazo para recurso ao Supremo Tribunal termina numa data concreta, no início de Janeiro de 2026.

Esta mensagem marca o momento formal em que a decisão administrativa é transmitida à mãe, encerrando a fase decisória da autoridade e abrindo o curto período legal para eventual recurso.

Em resposta a essa comunicação, a mãe escreve ao seu advogado num tom de forte indignação e desespero. No texto, afirma que a perspectiva de ver a filha apenas em visitas acompanhadas, por tempo indeterminado, destrói o vínculo entre mãe e filha. Considera que retirar um filho a uma mãe representa um acto de desumanidade e expressa desconfiança quanto à capacidade do pai para assumir a guarda da criança.

Na mesma mensagem, a mãe escreve que a decisão destrói a sua vida e a sua família, recusando aceitá-la. Termina pedindo expressamente ao advogado que avance com o recurso, deixando claro que pretende contestar a decisão por todas as vias legais disponíveis.

Estas duas mensagens, lidas em conjunto, ilustram o contraste entre a linguagem administrativa e jurídica com que a decisão é comunicada e a reacção humana imediata de quem se sente privada da convivência com a própria filha. Funcionam também como ponto de transição entre o encerramento do processo na esfera administrativa e o início da fase de contestação judicial.

O caso levanta questões sérias sobre o funcionamento do sistema de protecção de menores na Suíça, o peso quase absoluto das perícias psicológicas, o papel efectivo dos representantes legais nomeados pela autoridade e o equilíbrio entre protecção da criança e direitos parentais, sobretudo quando a separação entre mãe e filha se torna estrutural. O jornalista descreve, não substitui, não dramatiza, não julga. Apenas coloca as cartas diante do leitor, depois dos factos, como deve ser.

autor: Quelhas
Revista Repórter X Editora Schweiz

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Jorge Pinto é o nome que o Livre apoia e que abre esta narrativa pobre, porque é dele que tudo parte e tudo se revela fraco.

Jorge Pinto é o nome que o Livre apoia e que abre esta narrativa pobre, porque é dele que tudo parte e tudo se revela fraco. 

Nada fica de fora, talvez ele próprio, nada se perde, acharemos melhor, apenas se limpa a palha e se diz o essencial com firmeza e verdade, mas não se faz.


Jorge Pinto surge num país corroído pela corrupção, praga que atravessa governos, câmaras municipais, juntas de freguesia e o próprio Serviço Nacional de Saúde, etc... Há médicos deslocados que recebem benesses, alojamentos pagos, ajudas monetárias até em tempo de descanso, e passam longos períodos ausentes dos consultórios, enquanto a população local sofre e morre e os profissionais honestos carregam o peso do trabalho de todos. É o retracto de um sistema que se habituou ao desleixo e à injustiça, onde a impunidade floresce ao lado da conivência autárquica. Exemplos como o de S. João da Pesqueira, onde apenas duas médicas sustentam o serviço de quatro contractadas, revelam a gravidade de um país que deixou a corrupção tornar-se rotina.

É neste cenário que Jorge Pinto aparece como candidato à Presidência da República, dizendo-se homem da esquerda mas vindo do Livre, partido que se apresenta como fora do sistema, mas que não tem peso político. Era esperado que fosse voz de ruptura, combatente contra os vícios instalados do PS, PSD e coligações, defensor da transparência e da justiça. Poderia erguer-se contra o que está podre, expor os mecanismos que desviam recursos, denunciar a falta de seriedade que mata serviços públicos e esperança. Poderia, mas não o faz.

Porque Jorge Pinto tropeça nas próprias palavras. Diz o dito pelo não dito. Primeiro admite desistir a favor de António José Seguro, depois afirma que, na verdade, preferia Sampaio da Nóvoa. Confessa que esperou até à última hora por um candidato de fora dos partidos que unisse a esquerda, como se a sua própria candidatura fosse remendo de outra que nunca apareceu. E ainda acrescenta que não quis ser “pobre tolo”, frase que revela hesitação e não convicção. Depois declara que dissolveria o Parlamento se a direita avançasse para uma revisão drástica da Constituição.
Então desiste ou dissolve?
Ninguém sabe, talvez nem ele saiba. Quem promete lutar e ao mesmo tempo fala em abdicar está a brincar com a própria ideia de República.

Este candidato é um atentado à idiotice, porque não diz uma coisa com a outra. Fala em fazer, mas prepara-se para não fazer nada. Promete firmeza, mas exibe dúvida. Diz que combate o sistema, mas age como alguém que está pronto a sair pela porta ao primeiro vento. Assim não há rumo, não há força, não há autoridade moral. E um país não se guia por quem oscila como folha ao vento.

No meio disto, a comunicação social acrescenta à confusão um teatro que enfraquece a democracia. Segundo dizem, Catarina Martins aparece em debates televisivos mesmo sem ter ainda as 7.500 assinaturas entregues no Tribunal Constitucional. Portanto, esta candidata está a tirar tempo de antena a outro candidato que foi excluído dos debates. Joana Amaral Dias queixa-se de não ter sido convidada, mas ela própria não apresenta as assinaturas necessárias e, neste caso, perde a razão.
Então que critério é este?
Quem tem palco sem cumprir regras, quem cumpre regras sem ter palco?
A democracia serve a quem, afinal?

Eu, enquanto candidato independente, tinha mais de cinco mil assinaturas validadas, caminho duro percorrido, quase a tocar o limiar final. Desisti, mas por bom senso, não por teatro, não por oportunismo. Até poderia ter sido escolhido por André Ventura caso ele não avançasse, e isso teria lógica e coerência. Desisti porque a comunicação social não é isenta. Fiz site profissional, fiz uma apresentação oral, fiz uma letra original e cantada, tive morada em Lisboa, como obrigam a um candidato, construi o formulário das assinaturas e, com tanto entrave, vejo um candidato aqui no meio perdido no circo, faz-me lembrar um concorrente desistente no Big Brother que retira lugar a quem tanto queria entrar, mas isto não é um show. Infelizmente assistimos ao contrário: candidatos que brincam com a candidatura, ou a comunicação social que brinca com os candidatos. Há algo aqui que não bate bem, algo que insulta o eleitor e desonra o país. Uma democracia fraca e um jornalismo fraco alimentam-se um ao outro, até sufocarem a verdade.

Quem escreve isto sabe do que fala. O ex-candidato a Presidente da República, Quelhas, João Carlos Veloso Gonçalves, que viu por dentro o que muitos apenas suspeitam. Fala porque sabe. Porque viveu a injustiça do silêncio mediático e a incoerência dos critérios. E porque vê claramente que Jorge Pinto, com oscilações, contradições e promessas vazias, não é farol, é “névoa”, não é “seguro”. Uma figura que recebeu o privilégio dos debates televisivos, privilégio negado a quem o merecia mais, e desperdiçou-o em frases que se desmentem a si próprias, a não ser que os jornalistas mentissem.

A política não é brincadeira, a Constituição não é brinquedo, e a República não é palco de vaidades. O futuro precisa de coragem, de verdade e de firmeza. E só constrói o amanhã quem diz o que pensa e faz o que diz. Este diz que faz, mas dá e tira, não dá nada.

Assim se ergue este texto, inteiro, unido, purificado, dizendo tudo o que era para dizer, sem tirar nada do essencial, porque a verdade não aceita cortes nem conveniências. É vergonhoso desistir da corrida a Belém, seja quem for, é fazer pouco de quem assinou o formulário de assinaturas e é vergonhoso para Portugal, e o Livre deve ser castigado por isso, porque tem uma cota-parte da culpa.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial