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sábado, 28 de outubro de 2023

Desrespeito e a superioridade

Algumas pessoas não te respeitam, nem te consideram, ou não respondem às tuas mensagens, por vários factores que envolvem apelo emocional; mágoa, constrangimento, indignação e outros sentimentos desagradáveis que seriam reanimados se dessem lugar à conversa.

Desrespeito e a superioridade  

Em vez de escrever um conto, inventar um conto de ficção, ou até mesmo escrever um conto verídico de terceira pessoa, prefiro falar de um tema sob comportamento que causa constrangimentos, atitude, mal-estar ou acções que denotam falta de respeito:

 

O desrespeito à dignidade humana começa, muitas vezes, pela força executiva, complexa estrutura de poder. Poder nacional, quando o Governo desrespeita a Constituição ou o cidadão desrespeita a Lei. Poder territorial, quando uma Câmara faz Divisões Administrativas, sem que o povo aceite. Poder judicial, poderes do Estado de julgar pessoas, de acordo com a Constituição, quando tantas e tantas vezes são mal-interpretadas pelo juramento ou injustiça de testemunhas. Poder familiar, ao castigar exageradamente os filhos, mesmo que não sejam culpados do acto. Poder de grupos éticos; em religião, em política, no desporto, etc. O Líder, mesmo sendo Líder, nem sempre está certo e, se não aceita ser chamado à razão, logo está directa ou indirectamente a desrespeitar. Toda a gente desrespeita, com ou sem intenção, com ou sem interesse, por corrupção ou por inocência.

 

O desrespeito começa mesmo nas pequenas coisas, nos telefones, nas Redes Sociais, na família, na doutrina, na escola, no teatro, no cinema, no futebol, na política, na religião, no campo, na igreja; enfim, é geral e é uma epidemia! Deixa-nos nervosos e desesperados.

 

Vou começar com coisas mais comuns e mais caricatas que acabam por transtornar, tirar do sério, pensar, deixa-nos boquiabertos e sem respostas, como por exemplo algumas pessoas não respondem às suas mensagens, porque simplesmente não querem responder, ou então estão sempre ocupadas. Não gostam de despender o tempo necessário. Algumas pessoas não te respeitam, nem te consideram, ou não respondem às tuas mensagens, por vários factores que envolvem apelo emocional; mágoa, constrangimento, indignação e outros sentimentos desagradáveis que seriam reanimados se dessem lugar à conversa. Algumas pessoas são simplesmente rudes; gente idiota, invejosa e egoísta e estúpidas! As pessoas podem esquecer-se de responder, ou estarem concentradas noutras tarefas, ou então estão envolvidas noutra distracção. Há pessoas que não respondem às mensagens, porque isso aumenta o seu sentido de importância (ego) no interior do tempo em que a sua atenção é solicitada, mas perdendo os outros com isso e porque não têm vida própria. Há pessoas que não respondem às mensagens, porque talvez isso afecte a sua auto-estima de maneira negativa, o não cumprimento entre partes, etc. Muitas vezes não respondem às mensagens, porque estão a ser bombardeadas com inúmeras outras mensagens. Não respondem a mensagens porque podem estar indispostas. Não respondem às mensagens porque a bateria acabou, ou está na iminência de acabar (na maioria das vezes isso é usado como desculpa de mau pagador). Pessoas mais velhas não respondem às mensagens, pois não têm capacidade e são lentas. Finalmente, algumas pessoas não respondem às mensagens pois realmente não gostam de você e são pessoas que pensam ser melhores que você. Há pessoas que não respondem por simplesmente terem um dever perante Você e que não convém responder. Têm uma dívida para consigo e ignoram, porque são ignorantes. Não têm interesse de resolver, seja o que for. O Ignorante nunca responde. Uma pessoa justa e correcta deve responder sempre, mais cedo ou mais tarde, dar uma satisfação de sim ou sopas, pois a mensagem fica guardada no seu dispositivo electrónico.

 

Acontece o mesmo com o telefone fixo; atende a telefonista e o patrão ou entidade ou alguém lá de casa, nunca está apto a atender, dão sempre uma razão para não lhes passar a chamada. A mais comum é ´está na reunião` e então se ligarmos todos os dias, “raios me partam, estão sempre nas reuniões”. Quantas vezes ouves do outro lado da linha um memorando (esse daí não interessa. Que chato! Diz que eu não estou.) Quantas e quantas vezes o funcionário não atende, por não querer atender. Quantas negas se leva quando se quer falar com alguém, cuja pessoa que atende não vai com a sua cara. Quando se trata de uma chamada pelo telemóvel, ignora-se, porque imediatamente se vê o número registado. Quantas vezes até bloqueiam o número; é muito comum quando é para pedirmos o nosso ordenado, dinheiro que emprestamos, telefonema sob ameaças, etc!

 

Nas Redes Sociais tens uma limitação de amigos (virtuais); muitos deles são amigos pessoais, pessoas que já se cruzaram consigo; andaram consigo na escola, na catequese, jogou à bola consigo, jogou às cartas consigo, jogou à macaca consigo, saltou à corda consigo, rodopiou o peão consigo, brincou às bonecas consigo e, ignoram tudo ou quase que você faz!... Este lote de pessoas, às vezes respondem-te nas Redes Sociais, quando é para deitar abaixo, mas quando se trata de uma coisa boa estão quietas, não te admiram, não te dão louvor, não te protegem. Diminuem-te.

 

Depois, há aqueles do presente que se cruzam consigo na escola, no café, na rua, no trabalho, na vida-do-dia-a-dia e quando te avistam, viram a cara para o lado, fingindo não ver-te. Há aquele que tem sempre pressa para não falar consigo. Mas também há quem olhe e vai distraído e não vê ou aquele que enxerga mal, que não te identifica; `perdão, não te vi, quer dizer, não te identifiquei, se não falasses iria ignorar-te, pois, estou a enxergar mal´. Claramente que há os dois sentidos que podem originar algo despropositado; há realmente quem veja mal e vá distraído. Na verdade, há quem passe por si e não te vê mesmo, porque é cego, ou vê mesmo muito mal ao perto. Ignorante é aquele que vê e finge não te ver, mesmo tenha pressa, estejam mal dispostos ou qualquer outro factor. Há variadíssimas formas de comunicar; um Olá, um beijo enviado com a mão, um aceno, um sorriso, uma careta. Quando alguém te vê não precisa de se prender a um diálogo, precisa de fazer-te sentir útil e um gesto vale mais que mil palavras.

 

Depois de alguns raciocínios aqui citados, há a FAMÍLIA que causa constrangimentos sob comportamento, atitude, mal-estar ou ações que denotam falta de respeito; quando é alguém do teu sangue, ou alguém que faz ou fez parte da sua família por laços comuns, amorosos ou colegiais, amigos em comum, família e amigos próximos, dói mais que todos os outros juntos, ai se dói! Quando este leque de amigos e familiares de sangue e as suas gerações não te englobam no Grupo amado, de partilha, de familiaridade, de esperança, de apoio, de coração e não une o teu coração ao deles, é uma falta de respeito mútuo. Quando acontece uma rejeição global, pode haver alguns factores; mal-entendidos, brigas, meterem-se na vida particular uns dos outros, traições, roubos de bens materiais, tentativa de extorsão, partilhas de dinheiro, bens particulares ou bem materiais.

Num grupo há sempre uma ovelha negra; é assim na escola, é assim no trabalho, é assim em casa e é assim na família, em todos os locais. O desrespeito não escolheu lugar!

Quantas vezes, o desrespeito começa em casa, porque é em casa que aprendemos a primeira DOUTRINA da vida. Há desrespeito entre pais, filhos e avós; o assédio moral, verbal e psicológico, o espancamento, a violação, a falta de carinho, a violência doméstica. A constante pressão psicológica sobre alguém!

Na rua e nos bairrismos, nos locais estatais ou privados, onde existe a força do maior, existe o racismo, a corrupção, a falta de respeito por alguém ser visto como diferente, quando somos todos iguais. No respeito não há cores de pele diferentes, não há clubismos, não há religiões e são principalmente estes PONTOS que lideram o desrespeito humano.

 

É fácil provocar a raiva noutra pessoa; um olhar arrogante, uma boca como insulto, mas o guerreiro consegue vencer os mal-educados, aqueles que não reluzem, aqueles que não têm auto-estima, aqueles que não têm vida própria, aqueles que são fracos de espírito. Nós vencemos todos os parasitas, não pelo soco, nem pelas técnicas de luta física, vencemos sim, pelo controlo de nós próprios e pelo nosso maior civismo educacional.

 

Temos vários exemplos; O nosso relacionamento pessoal, a forma como nos vemos ou sentimos e gostamos, reflecte-se nos outros, pelo que nunca podemos gostar e respeitar alguém se não gostarmos de nós próprios. Ame-se a si próprio para depois AMAR o seu semelhante. O relacionamento interpessoal ou afectivo e as suas conquistas, a evolução pessoal, moral, cívica e profissional do ser como pessoa. Já a ignorância torna-nos ignorantes e perversos, perante os outros, e é uma das faltas de respeito que fazem doer o consciente do ser humano como pessoa inteligente. As pessoas desequilibradas desrespeitam sem saber que desrespeitam, mas há os que têm a mania que são bons e os outros diminuídos; há os que têm dinheiro hoje, que ontem lhes subiu à cabeça e não te passam patavina, que não te reconhece, não é teu colega, mas amanhã cai na desgraça e finge ser o amigo maior do mundo. Há pessoas com falta de carácter, só te ligam quando precisam, só se aproximam para te lixar, só se aproximam para ter proveito; que maior falta de respeito para aqueles que sempre te invejaram, tiveram raiva, não gostaram da tua pessoa, ignoraram-te simplesmente e, de um dia para o outro, renascem tal como o Sol todas as manhãs!

 

Desrespeito não é falar calões nem se saber pronunciar bem ou comunicar bem. O desrespeito é gritar, é acusar inocentes do que eles não cometeram. O desrespeito é não responder a uma simples pergunta. O desrespeito pode passar por vários factores materiais e imateriais, orais e físicos, gestos comuns e emocionais; um desses desrespeitos pode passar por não ajudar o próximo, tendo consciência que podia ajudar e não ajudou, tendo ficado de cabeça pesada.

 

O ser convencido perante os outros já é uma falta de respeito, uma forma de se auto-intitular um super-Homem, uma tentativa de desgastar os vulneráveis. A tentativa de convencer outra pessoa, para o bem ou para o mal, é uma falta de respeito, se bem que se a intenção for boa reduz o desrespeito e pode torná-lo uma arma de protecção. O palavrão, como citei sobre o calão, pode ser falta de respeito da forma que se usa; uma coisa é usar a expressão do calão e outra coisa é chamar ou apontar as pessoas com palavrões. Não é medíocre citar calões, tais como diz o velho ditado; “chamar os bois pelos nomes”. Uma coisa no desrespeito humano não é a falta de formação educacional nas famílias pobres (gente pobre) e sim o desrespeito moral e cívico de pessoas pobres de espírito.

 

Há o GRANDE desrespeito daqueles que se regem pela LEI, muitas vezes a Lei do maior, pela Lei em si, pelo poder absoluto que lhe atribuíram no local que ocupa, por hipocratismo, e dessa forma mostrar a todos os outros que ele é quem manda e as ovelhinhas negras são uma bosta, apenas porque têm o poder soberano na liderança individual ou colectiva, como Governamental ou numa ONG!

 

O desrespeito à natureza também é comum; poluir o Ambiente e a água com objectos sólidos, a poluição do ar, o cheiro, o ruído, cuspir no chão, urinar num canto, cortar plantas, destruir seja o que for natural ou material. O respeito cabe em qualquer lugar, é bonito, e eu gosto.

 

Há desrespeito quando estamos em determinados sítios onde se deve fazer silêncio, tais como cultos, uma sessão de fado ou uma apresentação de um livro e as pessoas cacarejam como galinhas. Inadmissível.

 

A liberdade de expressão é, por certo, a causadora da maioria dos casos sobre desobediência e desrespeito por tudo e por todos. O que é assustador é o desapego pela verdade e a falta de respeito, a omissão e os interesses de quem tem poderes de liderança.

 

Quando as pessoas têm actos anormais, metem-se em coisas proibidas por Lei, logo estão-se a desrespeitar a si mesmos e aos que com elas convivem directa ou indirectamente. O desrespeito é não aceitar a relação do outro. Desrespeitar é obrigar a fazer algo que nem sequer acontece entre um casal ou até mesmo no trabalho ou outros; tem de haver diálogo e capacidade de compreensão e uma forma de remediar.

 

Já o desrespeito pode ser evitado pelo mais comum dos mortais, pois que os nossos bisavós, os nossos avós e os nossos pais, disseram que deveríamos respeitar a Natureza, os mais velhos e o próximo.

 

Nós, na actualidade transmitimos a mesma filosofia aos nossos filhos, netos ou bisnetos e tetranetos, para quem chegar a uma idade maior. Se nós não respeitamos a Natureza, os mais velhos e o próximo é porque faltou alguma coisa importante na nossa vida, faltou ensinarem-nos o que realmente quer dizer a palavra respeito. E se ensinaram e nós deixamos cair no ridículo, então é culpa nossa. Se por algum motivo não respeitamos, é porque estamos contra esse bem ou propósito, pessoa ou coisa, pois que a natureza moral e psicológica, doentia, sóbria ou sem moderação, leva-nos a pecar no bom sentido da palavra, a fazer asneiras sem muitas vezes meditar.

 

O desrespeito pode dar lugar ao respeito, pois ele nasce em todas as famílias humildes e até nas famílias desfavorecidas; como já disse, a má-formação educacional escolar ou a falta de capacidade de memória, não tem de todo a ver com que um adulto seja mal-educado ao ponto de desrespeitar o seu semelhante. Conheço infelizmente pessoas com má formação física e mental e não desrespeitam ninguém, pois incutiram-lhes no seio familiar ou outra identidade a capacidade de no mínimo entender o que é errado. Relato este caso quase como aqueles que não estudaram, mas oralmente falam com uma filosofia invejável e até escrevem e lêem sem ter escolaridade obrigatória!

 

E, para terminar como comecei e desenvolvi este texto, que certamente alguns vão gostar, e outros declinar, exactamente pelo mesmo motivo que aqui relato, DESRESPEITO! Por ignorância, por inveja, por mau-feitio, por não gostarem de mim como critico e não atendendo aos 90% de coisas boas que faço e dou de mim o que sei para os outros gratuitamente e por amor, que vão para além da critica, mesmo esses 10% de critica seja a dizer a verdade. Há aqueles que não toleram, porque a verdade machuca e não é desrespeitar e sim ser honesto comigo mesmo como pessoa, como humano e como escritor, informador, entre quase todos os estilos de literatura que me habituei a fazer no jornalismo, peco por si, talvez por ser `verdadeiramente´ correcto, nem sempre certo, mas se estou errado, sou humano, posso pecar, errar e ter tempo de reflexão, emendar ou pedir desculpas, mas não de todo compreendido, pelo EGO de muitos que não têm EGO nenhum, só têm mania e pensam ser mais que o vizinho do lado, que o empregado que está ao seu lado, do que o colega de aula, que o advogado tal, que o jogador do lado, que o agricultor do lado, com o politico do lado, com o cozinheiro do lado, que o ZÉ-POVINHO, etc.

 

O desrespeito está nestes miseráveis, cheios de cheiro e pompa, em que a maioria não tem onde cair morta, quando lhes acaba o tacho; e, como estamos em tempo de Quarentena com esta crise do Coronavírus, esta Pandemia que nos está a assombrar e afectar a vida de todos intelectualmente e psicologicamente, dizer que muitos dos MAIORES gabaritos, chamados de elite médio-alta, que se escondem por trás de um computador, dum balcão de um banco, de uma secretaria do Estado, na chefia de muitos funcionários, à frente de uma Superfície comercial, na liderança Associativa, líder, funcionário ou patrão, estão para reflectir; vejo a minha vida estável, a vida daquele que sempre foi discriminado, daquele que sempre foi gozado, daquele que sempre foi desrespeitado, enquanto os chamados VACAS GORDAS a caírem ao charco e muitos nunca mais se vão levantar. Esta crise emocional, ambiental, comercial e paranóica vai ao encontro da frase “quantos mais graus sobes, maior é o tombo”. Ora, pobre não cai e mantém-se; este é um estado de vida real e o que valeu tu, eu, nós, vós, eles sermos cobardes ao ponto de denegrir, recusar, não ajudar e desrespeitar as Pessoas e a Natureza, o Céu e o Mar?

 

O desrespeito, seja aquele que eu citei e aquele que eu não citei, vai ao encontro da má educação moral e cívica de quem pratica tais actos insólitos. Se não gostou destas verdades, seja pelo motivo que for, aprenda pelo menos a respeitar; não tem que concordar e sim respeitar, desrespeitar é um acto de cobardia e de diminuição opressiva, por vezes com medo de perder para os outros o seu lugar que ocupa, pois se for melhor como julga, isso nunca vai acontecer, isso está na sua cabeça e está desde logo a desrespeitar-se a si próprio e a desvalorizar-se. Se reparar e interpretar bem este texto que escrevo para o “Prémio Literário Municipal António Celestino 2020”, vai entender que a sua cultura enriqueceu e vai pegar nos muitos exemplos que dei e principalmente este da crise geral que `parou´ o MUNDO, e reflectir que não vale a pena ser quem não é; tente ser aquilo que o ensinaram e vem das nossas raízes, o tempo encarrega-se do resto se houver RESPEITO.

 

Muitas vezes, o silêncio pode ser ou não falta de respeito e, para nós respeitarmos, temos de respeitar também o silêncio dos outros, mesmo não sabendo a razão, que até pode estar do nosso lado, mas porque há o desrespeito muitas vezes de terceiros, com contos e ditos, enchem a cabeça aos nossos mais próximos e eles em vez de nos chamarem nomes e apelidar de calões, respeitam com o silencio da mesma forma que interpretam seus sentimentos e por isso vamos ser prudentes.

 

O respeito de uns acaba, quando começa o desrespeito dos outros.

 

Autor; `Quelhas´ João Carlos Veloso Gonçalves

Director; Revista Repórter X Schweiz

 

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