Ao longo dos
anos afeiçoamo-nos a esta magnífica revista da diáspora, se é a melhor do mundo
não sei nem me cabe a mim tecer esse tipo de opiniões, mas que é uma belíssima
revista e inteiramente dedicada aos portugueses no estrangeiro é um facto. Sou
um defensor acérrimo da cultura portuguesa e da leitura em geral, cultura na
maioria das vezes maltratada.
A revista
Repórter X, quer se esteja de acordo ou não, é o garante de que um pouco de
cultura chegue a todos os portugueses espalhados pela diáspora. A imprensa
escrita vive momentos difíceis e era na verdade tempo dos nossos governantes
apoiarem mais o que infelizmente não acontece. A cultura vive com todos aqueles
que querem fazer dela um motor de aprendizagem, ou seja cultivarem-se. Todos
sabemos que a cultura é a parente pobre do orçamento de estado Português ao
contrário de outros países menos desenvolvidos, ou ditos de terceiro mundo.
Infelizmente,
na diáspora a cultura está mal servida:
- O
Instituto Camões, que devia ser o garante da língua de Camões, raramente
responde ao que lhes é solicitado para divulgação de livros, hora do conto ou
momentos de poesia e até através das suas escolas fazer chegar a todos os seus
alunos a imprensa escrita.
- As poucas
livrarias portuguesas que existiram pela Europa pouco a pouco fecharam e as
poucas existentes vivem momentos de angústia, tal como a Repórter X que luta
todos os anos para se manter como imprensa de qualidade.
- Os Centros
e Associações portugueses, ainda são o garante da divulgação da cultura e
língua portuguesa, seja através da gastronomia, música e até dos apoios que dão
à imprensa portuguesa através de anúncios e distribuição da mesma imprensa. E o
Governo português onde anda? O que faz?
É certo que
a cultura portuguesa, anda pelas ruas da amargura, é certos que os nossos
governantes em nada contribuem, mas, na diáspora, quem devia ajudar um pouco
mais, nada, ou quase nada faz, os emigrantes, são o garante de uma substancial
entrada de divisas no nosso país.
Todos
podemos fazer mais, todos podemos cultivar, basta querer e semear, a revista
repórter X tem algumas ferramentas mais ainda faltam muitas mais, tem-se
reinventado, passou igualmente a revista on-line com bastante sucesso, mas na
minha opinião nada substituirá o folhear de um livro ou neste caso da tão bela
revista.
Depois de
anos a fio lutando contraventos e marés a revista Repórter X passou de mensal a
bimestral, mas a crise continua a fazer mossa e os apoios a escassear,
pensarão eventualmente as entidades oficiais que prestam um bom serviço às
comunidades portuguesas não apoiar a imprensa na diáspora? Eu pessoalmente
penso que é tempo dos nossos governantes meterem a mão na consciência, pois
eles sabem que os pilares fundamentais de um País e do seu povo, são, a
Cultura, saúde, educação e segurança.
Como alguém
disse um dia “Cego não é quem não vê, é quem não quer ver”. Se o caminho se faz
caminhando, a aprendizagem também se faz com os erros, espero e desejo que os
nossos governantes não façam ouvidos moucos, nem fechem os olhos e a boca, para
que a revista Repórter X continue a levar a todos os cantos do mundo a voz de
Camões escrita como ele tão bem fazia e não apenas digital.
Se me é permitido pedir um sonho para este Natal 2023: “Que a Revista Repórter X, volte aos tempos áureos de mensal e digital diariamente, e não apenas trianual ou até digital na totalidade.”
Chefe, José
Maria Ramada
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