A Paula é uma de muitos portugueses que ainda não dorme na rua e vai buscar comida ao caixote do lixo, porque teve amigos que suportam a vida dela... A Suíça não é um el dourado!
Ex. Senhores
Embaixador Júlio Vilela
Sr. Conselheiro das Comunidades
Portuguesas António Guerra
Sr. Deputado Paulo Pisco
Dr. João Castro serviços sociais do
consulado geral de Zürich
Dr. Mota Amaral consulado Geral de
Portugal em Zürich
Secretário de estado das Comunidades
Portuguesas Paulo Cafôfo
Secretário de estado dos negócios
estrangeiros Francisco André
Ministro dos negócios estrangeiros
João Gomes Cravinho
Primeiro Ministro de Portugal ou
sucessor (António Costa - José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos / Outro)
Presidente da República portuguesa,
Prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa
PEDIDO DE AJUDA DE EXTREMA URGÊNCIA
Zürich 11 de Dezembro de 2023
Tel. 076 324 16 80
E-mail: paulaleal25@hotmail.com
Não posso mencionar morada porque
estou a viver de caridade de um casal amigo, caso contrário passava fome e
vivia na rua.
Bom dia a todos,
lamento ter que incomodar a vossa paz
de espírito através de uma carta que certamente será só mais uma que passará
para o fundo de um saco cheio de lixo, mas para mim é inevitável e tenho mesmo
a obrigação de o fazer enquanto ser humano e cidadã portuguesa residente em
Zürich.
Muito bem, os motivos que me levaram a
fazer esta carta são diversos e só não se sente quem não é filho de boa gente e
eu tenho a obrigação de reivindicar os meus direitos e vocês o dever e
obrigação de ajudar a comunidade portuguesa a encontrar uma solução para
diversos podres que acontecem aos portugueses em território Suíço.
A realidade é deplorável e o que nos
fazem passar é característico de gente sem alma, coração e escrúpulos e não
olham a meios para atingirem os objectivos deles.
A falta de carácter e dignidade de
diversas entidades suíças têm como principal objectivo destruir
psicologicamente e financeiramente o emigrante que em 95% das vezes o leva a
desistir dos seus direitos e abandonar a Suíça sem nada, apenas com mazelas físicas
e danos psicológicos irreversíveis.
Hoje nesta carta vou falar de mim, mas
quem quiser aproveitar a boleia eu estou e estarei aqui para ajudar a combater
pelos nossos direitos com ou sem a vossa ajuda, aproveito desde já para os
informar que no dia 22 de Dezembro 2023 estarei a porta da SUVA em
Zürich para reclamar aquilo que é meu e tudo será transmitido em directo com
membros de Comunicação Social e com a Repórter X.
Senhores governantes, neste momento só
não vivo na rua porque um casal amigo me deu um tecto e um prato de comida e
estão a abrir mão do pouco que tem para me ajudarem a lutar pelos meus direitos
e até mesmo para eu continuar a ver o meu filho eles pagam-me o bilhete de
comboio, caso contrário já nem isso eu conseguia fazer.
Fui obrigada a deixar a casa onde
vivia com a minha filha porque uma certa entidade (SUVA E RiMED) decidiram
omitir e minimizar a realidade do meu problema de saúde afirmando que 2 tendões
rasgado era um problema de saúde antigo e fecharam o meu caso, a realidade é
que 1 ano depois fui operada e o hospital onde o fizeram afirmaram que
isto tinha sido resultado do acidente de trabalho, mas infelizmente neste
lindo país nem tudo é fantástico para os emigrantes e a SUVA com o seu jogo do
empurra não me pagaram salários, medicamentos e tratamentos que de certa forma
foram desnecessários, quando a única solução era mesmo a operação, sendo
desnecessário afirmar que um relatório médico honesto seria a base para
resolver o meu problema muito rápido evitando múltiplas infiltrações de
cortisona que me custaram muitos danos à minha saúde, problemas de fígado,
pâncreas, excesso de peso, diabetes para não falar do estado do meu
psicológico a ter que suportar dores infernais durante 1 ano, a Suíça não tem
qualquer respeito por aquele que vem fazer o trabalho que eles não sabem ou não
querem fazer.
Depois da decisão ridícula absurda e
sem fundamento da SUVA em me pagar o que é meu de DIREITO sou obrigada a
inscrever-me no Fundo-Desemprego e neste momento eu não tenho sequer
um endereço para que possa ter o que é meu de direito ao Fundo-Desemprego e
lá se vai mais dinheiro meu para os bolsos de quem tem mais do que eu.
Vários pedidos de ajuda foram feitos à
junta de freguesia de onde eu vivia, mas a assistente social foi muito clara
comigo e disse na minha cara que os seus superiores não lhe davam mais
autorização para falar comigo em italiano uma das 4 línguas oficiais da Suíça
(italiano francês alemão e romanche) já aqui o racismo e a falta de empatia foi
notória.
Infelizmente a minha situação
económica está muito má e já estou a ponderar ter que deixar de ver o meu filho
que vive no cantão italiano, até ali brincam com os sentimentos de uma criança
e fazem o que querem com os filhos dos emigrantes e colocam sobre medicamentos
fazendo passar por doentes mentais. Eu tenho tentado defender o meu filho, mas
sou constantemente proibida de o fazer, mais de 1 ano a tentar trocar de
advogado e não deixam peço para levar o meu filho a uma segunda opinião médica
e não me deixam e eu me pergunto o que posso fazer para salvar o meu filho já
que até o próprio pai é a favor em colocar o meu filho num instituto…. triste
realidade Suíça…
Diana minha filha de 3 anos está à
minha responsabilidade e o KESB de Regensdorf queria-me colocar com a minha
filha numa num instituto e aí iria começar o meu calvário a viver como uma
prisioneira que até autorização tinha que pedir para fazer as minhas coisas,
ida às compras 1 vez por semana e organizada por eles, passear com a minha
filha só em conjunto e organizada por eles e para onde eles querem, levar a
minha filha para ver o irmão, isso era fora de questão, porque o cantão
italiano não quer que eles estejam juntos e o cantão de Zürich diz que é muito
tarde para a Diana regressar a casa, e mais regras e mais imposição que
me tornavam uma autêntica refém. Tive que tomar uma atitude e fui obrigada a
levar a minha filha para Portugal e deixar em um ambiente estável familiar e
saudável o seio da família, saliento que o que eu estou a viver não é benéfico
para o desenvolvimento psicológico da minha filha Diana e o que é mais
importante é que ela esteja salvaguardada de danos psicológicos.
Atualmente não tenho nada para viver,
nem um cêntimo, a minha sorte é este casal da minha terra que me dá abrigo e
comida e estão a fazer o sacrifício de me pagar 350.00 por mês pelo transporte
para assegurar as visitas ao meu filho.
A constante pressão vinda da parte do
controle de habitantes é sistemática porque querem uma morada nova, já chegaram
mesmo a referir que não tem uma casa para mim que está tudo ocupado, quando eu
sei que o cantão de Zürich emite em uma página da internet e todos apartamentos
estão disponíveis para alugar e mesmo assim não existe viva alma que me ajude a
preencher centenas de folhas para formalizar um pedido de ajuda.
Não sei qual será a repercussão desta
carta, mas a verdade é que não me interessa de nada ou se vou ser julgada,
criticada ou mesmo ameaçada, mas a realidade é que depois de tudo o que eu já
vivi e estou a viver não tenho medo de nada nem de ninguém e só me vou embora
com o meu filho nos braços, porque ele será o único motivo pela qual não vou
desistir, não vou virar as costas e abandonar alguém que saiu de dentro de mim.
A situação do meu braço continua a
impossibilitar-me de trabalhar e as coisas não estão fáceis, tenho muitas
dores, porque foi uma cirurgia bastante complicada e ainda tenho inflamação a
nível dos nervos de todo o braço e agora começou com uma Hipotrofia muscular,
não está fácil de lidar com esta situação e com a constante pressão para
abandonar o país, às vezes vejo-me num buraco sem saída e deparo-me com todas
as portas fechadas e sem saída para reivindicar os meus direitos,
chegando mesmo à infelicidade de ouvir de vários advogados; "senhora
não posso fazer nada para a ajudar", esta é a triste realidade do
emigrante uma luta contra um sistema de injustiça e usurpação de dinheiro
de respeito de direitos humanos e uma contínua perseguição de danos
psicológicos que jamais será irreversível.
Agora chegou a vez de bater à porta de
quem tem o dever é a obrigação de ajudar um povo que veio em busca de sonhos,
um povo que se vê obrigado a sair da sua pátria para construir uma vida
digna, um povo que sofre e luta contra racismo e descriminação um povo que
trabalha e no final tem que se submeter ao silêncio ao que nos impõem, um povo
que é obrigado a ir embora sem nada só mazelas no corpo e na alma.
Estou ao vosso dispor para quaisquer
perguntas e eventuais esclarecimentos, aguardo uma resposta da vossa parte.
Desejo-lhes a todos um santo Natal em
família já que o meu será sozinha sem aqueles que eu mais amo na vida.
Cordialmente
Paula Leal
P.S. esta carta será publicada na
revista repórter X e outros meios de Comunicação Social.
Estes e-mails seguiram no site próprio
do Governo da república:
Secretário de estado das Comunidades
Portuguesas Paulo Cafôfo
Secretário de estado dos negócios
estrangeiros Francisco André
Ministro dos negócios estrangeiros
João Gomes Cravinho
Primeiro Ministro de Portugal ou
sucessor (António Costa - José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos / Outro)
Presidente da República portuguesa,
Prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa
Revista Repórter X Editora Schweiz
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