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domingo, 8 de junho de 2025

O TEMPO QUE ESCAPA: Peça em um acto para o Dia do Pai ou do Avô

O TEMPO QUE ESCAPA
Peça em um acto para o Dia do Pai ou do Avô


Personagens:

Carlos – avô, homem trabalhador, sempre com o telemóvel na mão

Larissa – neta mais velha, sensível e criativa

Leonardo – neto do meio, inventivo e enérgico

Levin – bebé, com cerca de sete meses

Voz Off – narrador/a



CENÁRIO:
Sala de estar familiar, com uma mesa de jantar ao fundo, cadeiras e brinquedos espalhados discretamente. Uma moldura com fotos da família num canto. Um relógio de parede marca as horas...



CENA ÚNICA

(Luz suave. Carlos está sentado num sofá, concentrado no telemóvel. O som de notificações é quase constante.)

VOZ OFF:
O avô Carlos sempre foi um homem ocupado. Responsável, atento... mas sempre ligado. Ao telefone, claro.

(Larissa e Leonardo entram em cena, cada um com um caderno e lápis. Falam baixo.)

LARISSA:
Ele não olha para nós como antes, Leo. Estava ao telefone quando eu aprendi a andar...

LEONARDO:
E quando eu fiz aquele castelo com caixas? Nem viu!

LARISSA (séria):
Vamos fazer-lhe ver. Vamos mostrar-lhe o tempo que escapou.

(Luzes focam os dois irmãos enquanto começam a desenhar. Colam fotos, escrevem frases. O tempo parece passar. Sons leves de risos, páginas a virar, canetas a escrever. Fade-in de uma melodia doce.)

VOZ OFF:
Juntos, Larissa e Leonardo criaram "O Tempo Que Passou". Um livro. Um espelho. Um apelo silencioso ao coração do avô.

(Domingo. Almoço de família. Carlos está à mesa, ainda com o telemóvel ao lado. Larissa e Leonardo aproximam-se e entregam o livro.)

LARISSA E LEONARDO (em uníssono):
Fizemos isto para ti, avô!

(Carlos abre o livro. O tempo abranda. Luz suave no rosto dele, enquanto lê. Projecta-se discretamente no fundo do palco uma imagem de Larissa bebé, depois Leonardo de aniversário, depois Levin recém-nascido. As frases do livro são ouvidas em voz-off, infantis e tocantes.)

VOZES DAS CRIANÇAS (off):
"Estavas ao telefone e não viste o meu primeiro passo..."
"Queria mostrar-te o meu desenho, mas estavas ocupado..."
"Vovô, eu gosto de ti, mas queria que brincasses mais comigo."

(Carlos fecha o livro. Olha para os netos. Depois para o telefone. Toma uma decisão silenciosa. Desliga-o.)

CARLOS (baixinho, mas firme):
Acho que está na altura de eu aproveitar melhor o tempo convosco.

(Larissa e Leonardo correm e abraçam-no. Levin bate palminhas do colo da mãe, fora de cena. Luzes quentes. Silêncio emotivo.)

VOZ OFF (final):
Porque algumas chamadas podem esperar…
Mas o tempo com quem amamos, não.

(Luz fecha devagar. Fim.)


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sábado, 7 de junho de 2025

Proprietários questionam quota extra e pedem mais transparência na gestão condominial

Proprietários questionam quota extra e pedem mais transparência na gestão condominial

Numa residência colectiva portuguesa, alguns proprietários expressaram a sua discordância em relação à recente proposta de uma quota extra no valor de 150 euros, comunicada pela nova administração do condomínio. A medida, segundo a administração, visa garantir o pagamento das despesas mensais até ao final do ano e foi detalhada numa comunicação escrita enviada em Maio de 2025.

Os administradores esclarecem que os inquilinos do prédio não participam nas assembleias nem têm direito de voto nas decisões tomadas, contrariando o que terá sido alegado por alguns moradores. Acrescentam ainda que, até 19 de Maio de 2025, não foi aprovada nenhuma obra no edifício, embora se preveja uma reunião dedicada a esse tema nas próximas semanas.

A administração assume que herdou uma gestão financeira fragilizada, marcada por pagamentos informais ao antigo administrador e longos períodos sem manutenção do edifício. Face à insuficiência de fundos na conta bancária do condomínio, alegam que o reforço extraordinário solicitado é indispensável e que não irão cobrir despesas com recursos próprios.

Em resposta, alguns proprietários reconhecem o esforço da actual gestão, mas manifestam reservas quanto à solução proposta. Defendem que medidas como o aumento da quota anual seriam mais justas e que eventuais investimentos devem ser decididos com base em prioridades claras: elevadores, luz e limpeza. “Não se deve renovar o hall de entrada ou iniciar outras intervenções se não há saldo disponível. A manutenção pode ser feita de forma simples e funcional”, afirmam.

Outra questão levantada é a necessidade de dialogar com a autarquia, referindo-se a um terreno adjacente que terá sido ocupado pela Câmara Municipal. Com a aproximação das eleições autárquicas, sugerem que este seria o momento oportuno para pedir apoio ou contrapartidas.

Nos termos da lei do condomínio, apenas os proprietários têm direito de voto e legitimidade para decidir e assinar deliberações em assembleia, incluindo decisões sobre quotas extraordinárias. Os inquilinos, por sua vez, não podem assinar ou validar decisões em nome do proprietário, excepto se devidamente mandatados por escrito. Em caso de acordo, um inquilino pode assumir o compromisso de pagar individualmente uma quota extra, mas tal não substitui a obrigação e a responsabilidade do proprietário nas decisões condominiais.

A posição dos proprietários sublinha a importância de uma gestão transparente, baseada na participação e no respeito pela capacidade financeira de todos. Num contexto económico exigente, apelam ao equilíbrio entre a boa administração e o bom senso na tomada de decisões condominiais.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Multas em Glasi-Areal afugentam clientes e estrangulam o comércio local

Multas em Glasi-Areal afugentam clientes e estrangulam o comércio local


A polícia só sabe passar multas. A senhora nem sequer estacionou – apenas foi buscar uma bicicleta à loja para a colocar na mala do carro. Pergunto: por que motivo é permitido colocar dezenas de bicicletas à venda na via pública? Outra questão – e não tenho nada contra o espaço ocupado pelas bicicletas, trata-se apenas de uma reflexão – é que, ao não ser permitido estacionar, também os vários comércios na zona do Glasi ficam vazios por falta de clientes, pois estes são obrigados a estacionar longe, mesmo para simples operações de carga e descarga. Ir buscar uma bicicleta ou transportar compras é, claramente, uma operação de carga e descarga.

A realidade vivida por muitos residentes, comerciantes e visitantes do Glasi-Areal revela um problema estrutural que tem vindo a agravar-se: a falta de estacionamento prático e acessível está a afastar a clientela, sufocando o comércio local.

Existe uma necessidade urgente de mais estacionamentos gratuitos, com limite de 1 hora, na zona comercial, para que os clientes possam parar rapidamente e fazer as suas compras sem receio de multas. Os actuais parques pagos afugentam os consumidores, tornando-se um entrave ao desenvolvimento económico de um bairro que deveria ser pensado para pessoas, e não apenas para regras.

Muitos sugerem estacionamentos gratuitos para visitantes, familiares e amigos junto aos apartamentos, com limite de 4 horas durante o dia e uso prolongado à noite, controlado por cartões de residentes. Essa medida permitiria alguma flexibilidade para as famílias e, principalmente, para os pequenos negócios, que dependem do movimento local.

Os relatos de multas passadas junto a supermercados, cafés e pequenas lojas tornaram-se recorrentes. Esta actuação policial, em vez de proteger o bairro, prejudica os próprios comerciantes, que assistem, dia após dia, à queda no número de clientes.

“Sem mudanças, ninguém virá de fora para comprar na Glasi”, afirma-se no documento elaborado com base no inquérito conduzido por Dominik Bucheli, do Fussverkehr Schweiz. E essa é a grande verdade: as lojas estão a ficar vazias, não por falta de qualidade, mas por falta de acesso.

É também urgente reconhecer que trazer compras ou pegar numa bicicleta é carga e descarga. Impedir os residentes ou visitantes de pararem uns minutos para essas acções essenciais é não compreender a realidade quotidiana de quem vive ou trabalha na Glasi.

Se o objectivo é revitalizar esta zona urbana, então é essencial ouvir os lojistas e os clientes, criar medidas concretas para melhorar a mobilidade e o estacionamento, e deixar de castigar com multas quem apenas tenta viver e consumir com normalidade.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Reclamação e denúncia sobre o valor injusto de pensões atribuídas a emigrantes com longos anos de descontos na Suíça

QUEIXA FORMAL E DENÚNCIA PÚBLICA


Reclamação e denúncia sobre o valor injusto de pensões atribuídas a emigrantes com longos anos de descontos na Suíça

Exmos. Senhores,

Dirigimo-nos a V. Exas., na qualidade de representantes da cidadania, da justiça social e enquanto colaboradores da Revista Repórter X Editora Schweiz, para apresentar uma queixa formal e simultaneamente uma denúncia pública, relativa ao tratamento profundamente injusto de que têm sido alvo diversos emigrantes portugueses na Suíça, especialmente mulheres em situação de invalidez ou reforma antecipada.

Trata-se, em particular, de um caso recentemente reportado à nossa redacção, no qual foi atribuída uma pensão de apenas 700 francos suíços mensais a uma cidadã com 18 anos de descontos legais na Suíça. Este valor é manifestamente insuficiente para cobrir as despesas mínimas de sobrevivência num país onde o custo de vida exige, no mínimo, entre 2.500 a 3.000 francos mensais.

É inaceitável que, após quase duas décadas de trabalho e descontos para os sistemas sociais, uma cidadã se veja forçada a recorrer à assistência social ou à caridade para poder viver com dignidade. Esta situação viola os princípios da justiça contributiva e da dignidade humana, pilares que devem sustentar qualquer Estado de Direito.

Infelizmente, não se trata de um caso isolado. São vários os relatos de portugueses emigrados na Suíça que, depois de uma vida de trabalho árduo, são empurrados para a miséria por decisões administrativas frias e desumanas, que ignoram o esforço e a entrega com que essas pessoas contribuíram para a economia e para o bem-estar do país.

A Revista Repórter X Editora Schweiz considera que chegou o momento de exigir responsabilidade e justiça. Estes casos devem ser revistos com urgência e de forma transparente.

Solicitamos assim:

A reavaliação dos critérios utilizados na atribuição de pensões de invalidez e de reforma, sobretudo nos casos de emigrantes com longos anos de descontos;

O reconhecimento justo do esforço contributivo dos trabalhadores estrangeiros, em particular dos portugueses, com base nas leis em vigor e nos valores fundamentais dos direitos sociais;

A abertura de um processo de análise interna nos serviços competentes, com participação de juristas independentes e representantes das comunidades de emigrantes;

Uma posição pública e oficial das autoridades suíças, assegurando que estes abusos não se repetirão.


Esta queixa será publicada como artigo-denúncia na plataforma da Revista Repórter X Editora Schweiz, dando voz a quem foi silenciado e servindo como alerta a outras pessoas que enfrentam situações semelhantes.

Na esperança de uma resposta firme, justa e célere, subscrevemo-nos com respeito e firmeza,

Revista Repórter X Editora Schweiz
Zurique, 28 de Maio de 2025

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Espera-se mais de Emídio Sousa, o novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Espera-se mais de Emídio Sousa, o novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas:

 



O novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas será Emídio Sousa, espera-se mais de Emídio Sousa do que a passividade de José Cesário!

 

Emídio Sousa até agora responsável pela pasta do Ambiente no anterior Executivo. A mudança surge no âmbito da orgânica do XXV Governo, liderado por Luís Montenegro (PSD/CDS-PP), que aposta assim num novo rosto para uma pasta sensível e de extrema importância para milhões de portugueses espalhados pelo mundo.

 

Emídio Sousa, natural de Fiães, presidiu à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira entre 2013 e 2024, tendo sido eleito Deputado no ano passado. Pouco tempo permaneceu no Parlamento, pois foi rapidamente chamado ao Governo como Secretário de Estado do Ambiente, sob a tutela da Ministra Maria da Graça Carvalho. Agora, assume a responsabilidade pelas Comunidades Portuguesas, cargo que exige não apenas presença institucional, mas acção firme, coragem e justiça social.

 

Contudo, importa sublinhar que Emídio Sousa não possui, até à data, qualquer percurso ligado à diáspora portuguesa nem experiência directa com as comunidades espalhadas pelo mundo. Isso obriga-o a um esforço redobrado de adaptação, escuta e estudo profundo da realidade dos portugueses emigrados. É essencial que o novo Secretário de Estado não actue à distância, mas que se envolva directamente com os problemas reais das comunidades, onde quer que elas se encontrem.

 

Terá de trabalhar em articulação com os Deputados eleitos pelo Círculo da Europa, Carlos Gonçalves (PSD) e José Dias Fernandes (Chega), bem como com os Conselheiros das Comunidades e a comunicação social independente, que tantas vezes denuncia situações ignoradas pelo poder político, principalmente a revista repórter X. A colaboração efectiva será a chave para uma actuação credível e justa.

 

A nomeação surge na sequência da saída de José Cesário, cuja actuação, embora marcada por anos de experiência, deixou muito a desejar em áreas cruciais que afectam diariamente os emigrantes portugueses. Foi visível o seu silêncio no escandaloso caso do roubo de crianças portuguesas pela KESB a pais residentes na Suíça, mas também em França e Luxemburgo, uma realidade que envergonha os direitos humanos e que merecia uma defesa intransigente por parte do Estado português.

 

José Cesário também demonstrou passividade quanto à situação dos lesados pela SUVA, (trabalhadores portugueses acidentados ou doentes, declarados inaptos para o trabalho, que continuam à espera de justiça.) Muitos vivem em condições dramáticas, esquecidos por um sistema que deveria protegê-los.

 

O mesmo se aplica ao Regime do Residente Não Habitual (RNH), cujas alterações recentes e o Duplo Imposto aplicado sobre a riqueza dos emigrantes reformados têm penalizado quem contribuiu ao longo de décadas tanto para a Segurança Social portuguesa como para a suíça. O cúmulo da injustiça dá-se quando as autoridades suíças ainda acrescentam à fórmula de cálculo das pensões o ordenado do cônjuge, criando uma perversidade legal que retira direitos adquiridos e castiga quem mais precisa. Tudo isto contraria os princípios fundamentais da justiça social e os direitos do cidadão que descontou individualmente para garantir a sua sobrevivência futura.

 

Emídio Sousa tem, assim, nas mãos um dossiê pesado e delicado. A ele caberá demonstrar que é possível mudar o paradigma da indiferença e dar resposta aos inúmeros pedidos de auxílio de quem vive entre dois sistemas que não se entendem, ou não querem entender-se, à custa do sacrifício dos seus cidadãos. Espera-se mais firmeza, mais presença, mais justiça e, acima de tudo, mais respeito pelas Comunidades Portuguesas.

 


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

O crime e o negócio das crianças também no Luxemburgo


O crime e o negócio das crianças também no Luxemburgo

Gostaria de manifestar toda a minha solidariedade e apoio às famílias que vivem este drama de retirada abusiva dos seus filhos e corrupção no sistema de saúde e justiça. Conheço muito bem estes casos, que infelizmente se repetem em vários países, incluindo o Luxemburgo, a Suíça, a Alemanha e Portugal. Os dois últimos relatos chegaram de Portugal e Luxemburgo. São casos graves, com consequências devastadoras para as crianças e para os pais.

 

O sistema médico-hospitalar, em particular no hospital referenciado, tem vindo a actuar de forma obscura e corrupta, aplicando tratamentos experimentais e protocolos que não são transparentes e, frequentemente, baseados em relatórios médicos falsificados. Esses relatórios têm sido usados para desacreditar os pais, rotulando-os injustamente com problemas psiquiátricos graves, a fim de os afastar dos filhos e impor tratamentos contra a vontade das famílias.

 

Tenho acompanhado muitos casos onde a médica responsável por estas práticas, que chegou com uma imagem de heroína, na realidade tem promovido um esquema de abuso de poder e tráfico de dados sensíveis entre hospitais de diferentes países, sem consentimento dos pacientes. Este tipo de actuação cria uma rede de cumplicidade que atravessa as fronteiras e dificulta a defesa dos direitos das famílias. Todos os países compactuam no mesmo sistema!

 

As vítimas são sobretudo famílias estrangeiras, monoparentais, com poucos recursos e informação limitada, que são facilmente manipuladas por advogados e autoridades. Estas retiradas abusivas são um negócio lucrativo que se alimenta do medo e da falta de apoio destas famílias.

 

No Luxemburgo, tal como na Suíça, a corrupção também se estende ao meio jornalístico, onde a imprensa é censurada ou condicionada pelas subvenções estatais, impedindo que estas histórias cheguem ao público. No passado, jornais que denunciaram estas situações foram silenciados ou comprados por grupos de interesses locais, mesmo após vitórias no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Pode ser que queiram comprar a Repórter X para nos silenciar, só que o asar é que a Repórter X não é só local, tem membros em diversos países!

 

Testemunhos:

“Tentei várias vezes recorrer a instâncias judiciais e às embaixadas do meu país, mas estas recusam-se a intervir em processos judiciais estrangeiros, mesmo perante provas claras de manipulação e falsificação de documentos médicos. Esta inação institucional contribui para que os abusos continuem impunemente.”

 

“Estou a preparar uma queixa transfronteiriça junto da Comissão Europeia e das Nações Unidas, na tentativa de expor esta rede de corrupção e abuso. Contudo, antes disso, dei oportunidade ao Ministério da Saúde do meu país para abrir um inquérito que investigue o tráfico ilegal de dados sensíveis e a falsificação de relatórios médicos entre hospitais de referência.”

 

“O meu caso particular envolve uma tentativa de obrigar o meu filho a fazer quimioterapia num hospital que não escolhi, com base em relatórios falsificados para justificar essa imposição. A médica envolvida utiliza estes relatórios para me rotular como perigosa e incapaz, com o intuito de retirar o meu poder de decisão enquanto mãe.”

 

“Infelizmente, após nove anos e meio de luta, tenho esgotado todas as vias judiciais possíveis, com dezenas de decisões em diferentes jurisdições, muitas delas contraditórias ou ignorando as provas apresentadas. O Procurador da República do meu país declarou-se incompetente, alegando que os factos ocorreram no estrangeiro, mesmo quando as consequências já chegaram ao território nacional.”

 

“A Comissão Europeia comprometeu-se a intervir para evitar que o caso seja levado para outras instâncias internacionais, incluindo as americanas, onde pedi para que o tratamento fosse realizado num hospital específico. Este é um caso que ultrapassa as fronteiras nacionais e exige uma resposta coordenada e eficaz das entidades supranacionais.”

 

“A única forma de pressionar para que a verdade venha a público e as injustiças sejam reparadas é mediatizar estas situações, sempre respeitando a privacidade das crianças e das famílias envolvidas, mas dando voz a quem sofre em silêncio. A visibilidade pública é fundamental para combater estes abusos sistémicos e para que as autoridades responsáveis tomem medidas concretas.”

 

“Por fim, quero afirmar que esta luta não é só minha, mas de muitas famílias que são vítimas do mesmo sistema. A minha esperança está na justiça europeia e internacional, e no compromisso dos órgãos governamentais do meu país em proteger os direitos dos emigrantes e das suas famílias, que têm sido vítimas silenciosas deste sistema corrupto e opressor.”

 

Assim é mais um testemunho enviado à redacção da Repórter X


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quinta-feira, 5 de junho de 2025

Uma máfia Global: O rapto de crianças do Brasil para a Europa, Rafael e Murilo

Carta: a posição da SUVA é continuar a ser a recusa e o encobrimento, continuarei a lutar pela justiça com os meios ao meu alcance, nomeadamente através das entidades competentes e da comunicação social



Centro de Competência CAS SO
Centro de Serviços
Caixa Postal 6009
Lucerna

Meyrin, 2 de Junho de 2025

Assunto: Resposta à vossa carta de 2 de Maio de 2025 — Processo n.º ()

Exmos. Senhores,
Acuso a recepção da vossa carta datada de 2 de Maio de 2025, recebida no dia 8 do mesmo mês, e venho por este meio apresentar a minha resposta.

A recusa por parte da SUVA em autorizar uma nova avaliação clínica levanta sérias preocupações quanto à imparcialidade e independência de todos os profissionais e instituições envolvidos no meu processo: Polícia de Chantier, Serviço de Urgência e Ambulância, HUG, Dr. Borges, Dr. Piotton, Dra. Jenny, Dr. Michèle, Dr. Kevin, o meu advogado Dr. Roman Jaquier, e o vosso médico Dr. Gautheron. Infelizmente, identifico manipulações nos registos clínicos e administrativos que contribuíram para o agravamento do meu estado de saúde e para o meu sofrimento pessoal, originado por actos que interpreto como abuso de poder.

Apesar do tempo decorrido, continuo sob tratamento médico, com realização de exames e sessões de fisioterapia, em virtude de dores persistentes na cabeça e no pescoço. O meu estado de saúde nunca se estabilizou ou melhorou, contrariamente ao que foi indicado em relatórios assinados pelo vosso médico Dr. Gautheron.

Junto a esta carta envio um relatório recente elaborado por um neurologista independente que avaliou cuidadosamente o meu processo, incluindo exames à cabeça que, inexplicavelmente, me foram negados no dia do acidente no HUG, e mais tarde também pelo Dr. Borges e pelo Dr. Piotton. Este último chegou mesmo a levantar a hipótese de lesões cerebrais, mas não tomou quaisquer medidas para confirmar ou afastar essa possibilidade.

Posteriormente, fui alvo de confusão relativamente a uma intervenção cirúrgica inicialmente anunciada pela Dra. Jenny e depois anulada pelo Dr. Borges. Tal decisão parece ter sido tomada sob pressão externa, com vista a proteger os interesses da SUVA. Além disso, a SUVA elaborou relatórios comprometores que foram atribuídos ao Dr. Borges, levantando dúvidas sobre a sua veracidade e autoria.

Na consulta de 26 de Outubro de 2018, o vosso médico Dr. Gautheron apresentou uma postura extremamente autoritária e desconsiderou as dores severas no meu braço esquerdo, documentadas pelo meu médico assistente. Tal conduta agravou ainda mais a minha situação e culminou com o meu internamento nas urgências do HUG, logo após essa consulta.

Solicito, por isso, o envio de uma gravação áudio dessa única consulta com o Dr. Gautheron, para que possa ser analisada pelas entidades competentes, no sentido de apurar eventuais abusos e deturpações da verdade.

Lamento profundamente que a SUVA continue a desvalorizar as causas do acidente, apesar de haver documentação fotográfica da Polícia de Chantier que confirma irregularidades ocorridas a 15 de Novembro de 2017. A forma como os factos foram tratados levanta dúvidas legítimas quanto à integridade da análise feita.

Adicionalmente, foram prestadas informações incorrectas relativamente às minhas capacidades durante o período em que estive na ORIF (07.01.2019 a 27.07.2019). Foram-me atribuídas capacidades de trabalho a 100% em tarefas fisicamente exigentes, incompatíveis com as minhas limitações físicas, como está documentado pela SUVA (10 kg) e pelo meu médico (15 kg).

Finalmente, consegui realizar os exames à cabeça que tanto tempo me foram negados e confirmar a gravidade da situação ocorrida no dia do acidente. A par da negligência médica, identifico várias omissões e ocultações da verdade por parte de diversos profissionais que pretendo denunciar às autoridades competentes.

Caso haja, da vossa parte, vontade e integridade para contribuir para o apuramento completo da verdade, estarei disponível para colaborar. Se, pelo contrário, a posição da SUVA continuar a ser a recusa e o encobrimento, continuarei a lutar pela justiça com os meios ao meu alcance, nomeadamente através das entidades competentes e da comunicação social.

Apresento os meus respeitosos cumprimentos,
Domício R. Gomes

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Grave caso de negligência médica em parto expõe falhas no sistema hospitalar suíço

 

Grave caso de negligência médica em parto expõe falhas no sistema hospitalar suíço

 


Maria viveu um parto traumático que evidenciou sérias falhas no sistema de saúde, resultando em graves consequências físicas e emocionais para ela e para a filha recém-nascida. Desde a manhã até à noite, Maria aguardou com uma barriga muito grande para ter a filha, sem que lhe provocassem as dores do parto necessárias. Por falta de enfermeiros, médicos ou espaços — o motivo exacto não está claro — foi deixada para o último lugar na fila de atendimento.

 

Quando chegou ao limite e já precisava urgentemente de uma cesariana para salvar a sua vida e a da criança, os médicos e enfermeiros decidiram realizar um parto vaginal, cortando-lhe a vagina sem qualquer explicação ou pergunta, enquanto um familiar assistia a tudo. Durante essa tentativa, Maria desmaiou três ou quatro vezes devido às dores intensas e ao sofrimento extremo.

 

A filha nasceu em risco, quase sem respirar, tendo que ser assistida imediatamente. Apesar de ser uma criança de grande porte, a bebé foi levada para a incubadora porque não respirava bem. Já no quarto, tentaram colocar a filha para Maria amamentar, mas Maria não conseguiu dar leite materno por estar sem forças. Negaram-lhe o leite de biberão, e a criança, com fome, teve que voltar para a incubadora. Esta situação traumática agravou-se com a pressão para que Maria cuidasse sozinha da filha e lhe desse leite antes de estar preparada, afectando-a profundamente no plano psicológico e moral.

 

Maria acusa os médicos e enfermeiros e principalmente a parteira por agressão verbal e de negligência médica, pois o tempo prolongado de espera no parto poderia ter custado a vida a ambas. Fez uma queixa ao seguro de protecção, a Protekta, que foi recusada. Segundo Maria e o familiar que acompanhou o caso, o sistema de saúde suíço protege interesses próprios, muitas vezes à custa do ser humano, num sistema que aparenta ser corrupto e discriminatório.

 

Após o nascimento e a saída do hospital, uma assistente social visitava Maria diariamente em sua casa para dar instruções e verificar o estado de saúde de mãe e filha, o que ajudou, mas Maria nunca recuperou completamente. Voltou ao trabalho a 60%, sofrendo ataques de choro, cansaço extremo e sintomas claros de depressão pós-parto. Procurou ajuda psicológica, mas a psicóloga ignorou o seu sofrimento, afirmando que Maria estava saudável e dispensava acompanhamento, chegando mesmo a renunciar ao caso e a informar o médico de família que a paciente não necessitava de baixa médica. Maria chegou a pensar que quem deveria ter ajuda psicológica, era também a própria profissional! Este médico recusou então emitir nova baixa quando Maria a solicitou. O papel dos profissionais de saúde é ajudar e não piorar o estado moral e psicológico do seu paciente.

 

Maria viu-se obrigada a procurar uma nova psicóloga, que confirmou a necessidade de tratamento e comunicou ao médico. Ainda assim, ele manteve a recusa em emitir a baixa, numa decisão que Maria acredita estar influenciada por corrupção e pressões dentro do sistema de saúde. Contudo, a nova psicóloga contactou o médico novamente, que em princípio vai emitir uma baixa médica de 100% para que Maria possa descansar, pois não é normal que, quase um ano depois do parto, a situação se agrave em vez de melhorar.

 

Durante este período, Maria matriculou-se num curso profissional para melhorar as suas qualificações e conseguiu conciliar o trabalho a 60% com o curso, apresentando melhorias enquanto estudava. Contudo, após ter pedido um aumento pelas equivalências acrescidas nos estudos, que foi negado, acabou por ser despedida, o que agravou ainda mais a sua condição psicológica.

 

Além das consequências emocionais, Maria enfrenta dores físicas intensas, especialmente durante as relações sexuais, que podem resultar de uma cozedura inadequada após o parto. Estes sintomas são comuns em mulheres que sofreram traumas graves no parto ou experiências negativas no pós-parto.

 

Maria está actualmente a trabalhar apenas a 60%, sob acompanhamento médico especializado, e poderá precisar de baixa médica total caso não melhore. O acompanhamento é realizado pelo médico de família, ginecologista, psicóloga e parteira que prestou serviços em casa. Os relatórios destes profissionais serão enviados para análise e tomada das providências necessárias.

 

A família e Maria exigem não só respeito e respostas pelos danos sofridos, mas também mudanças urgentes no sistema hospitalar para evitar que casos semelhantes voltem a acontecer. Solicita-se uma resposta formal com pedido de desculpas e a atribuição das responsabilidades pelas falhas cometidas durante o parto.

 

Por fim, a resposta da Protekta, entidade responsável pela defesa dos direitos dos segurados, revelou um desinteresse preocupante e uma postura que favorece as instituições em detrimento dos clientes. A família sente-se desrespeitada, sem o devido apoio humano e atenção que mereciam. Este caso revela não apenas falhas médicas, mas também negligência e falta de compromisso das instituições responsáveis.

 

Este alerta vem reforçar a necessidade urgente de reformar o sistema de saúde, combater a negligência médica e a corrupção, e garantir que as mulheres tenham o apoio necessário no pós-parto para cuidarem de si e das suas crianças, sem sofrerem abusos ou serem ignoradas.



Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quarta-feira, 4 de junho de 2025

O Sal da Suíça: Um Tesouro Escondido nas Profundezas de Bex

O Sal da Suíça: Um Tesouro Escondido nas Profundezas de Bex


Muitos emigrantes vivem na Suíça sem saber que, apesar de ser um país sem litoral, a Suíça extrai milhões de quilos de sal todos os anos. Este sal não vem do mar, mas sim das profundezas das suas montanhas, nomeadamente das históricas minas de sal de Bex, no cantão de Vaud.

Nas visitas e entrevistas da Repórter X às minas de Bex, ficou claro o papel fundamental que esta extracção tem na economia e no dia-a-dia suíço. Há mais de 500 anos, estas minas fornecem sal puro, extraído de forma artesanal e industrial, numa combinação que mantém viva uma tradição centenária.

Anualmente, a Suíça produz cerca de 600 mil toneladas de sal. Mas qual é a sua utilidade? A maior parte vai para uso alimentar, como o sal iodado que encontramos nas nossas cozinhas. Uma parte essencial é usada para espalhar nas estradas no inverno, garantindo a segurança de condutores e peões, evitando acidentes devido ao gelo. Além disso, o sal tem aplicações na indústria farmacêutica, química e na purificação da água.

A empresa responsável pela extracção é a Salines Suisses SA, detida pelo Estado, que garante a gestão sustentável e controlada deste recurso natural valioso.

Para os emigrantes, é importante conhecer esta riqueza escondida. O sal suíço está presente no nosso quotidiano de várias formas, e as minas de Bex são um símbolo do que a Suíça produz e protege, mesmo longe do mar.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial