Grave caso de negligência médica em parto expõe
falhas no sistema hospitalar suíço
Maria viveu um parto traumático que evidenciou
sérias falhas no sistema de saúde, resultando em graves consequências físicas e
emocionais para ela e para a filha recém-nascida. Desde a manhã até à noite,
Maria aguardou com uma barriga muito grande para ter a filha, sem que lhe
provocassem as dores do parto necessárias. Por falta de enfermeiros, médicos ou
espaços — o motivo exacto não está claro — foi deixada para o último lugar na
fila de atendimento.
Quando chegou ao limite e já precisava
urgentemente de uma cesariana para salvar a sua vida e a da criança, os médicos
e enfermeiros decidiram realizar um parto vaginal, cortando-lhe a vagina sem
qualquer explicação ou pergunta, enquanto um familiar assistia a tudo. Durante
essa tentativa, Maria desmaiou três ou quatro vezes devido às dores intensas e
ao sofrimento extremo.
A filha nasceu em risco, quase sem respirar,
tendo que ser assistida imediatamente. Apesar de ser uma criança de grande
porte, a bebé foi levada para a incubadora porque não respirava bem. Já no
quarto, tentaram colocar a filha para Maria amamentar, mas Maria não conseguiu
dar leite materno por estar sem forças. Negaram-lhe o leite de biberão, e a
criança, com fome, teve que voltar para a incubadora. Esta situação traumática
agravou-se com a pressão para que Maria cuidasse sozinha da filha e lhe desse
leite antes de estar preparada, afectando-a profundamente no plano psicológico
e moral.
Maria acusa os médicos e enfermeiros e
principalmente a parteira por agressão verbal e de negligência médica, pois o
tempo prolongado de espera no parto poderia ter custado a vida a ambas. Fez uma
queixa ao seguro de protecção, a Protekta, que foi recusada. Segundo Maria e o
familiar que acompanhou o caso, o sistema de saúde suíço protege interesses
próprios, muitas vezes à custa do ser humano, num sistema que aparenta ser
corrupto e discriminatório.
Após o nascimento e a saída do hospital, uma
assistente social visitava Maria diariamente em sua casa para dar instruções e
verificar o estado de saúde de mãe e filha, o que ajudou, mas Maria nunca
recuperou completamente. Voltou ao trabalho a 60%, sofrendo ataques de choro,
cansaço extremo e sintomas claros de depressão pós-parto. Procurou ajuda psicológica,
mas a psicóloga ignorou o seu sofrimento, afirmando que Maria estava saudável e
dispensava acompanhamento, chegando mesmo a renunciar ao caso e a informar o
médico de família que a paciente não necessitava de baixa médica. Maria chegou
a pensar que quem deveria ter ajuda psicológica, era também a própria profissional!
Este médico recusou então emitir nova baixa quando Maria a solicitou. O papel
dos profissionais de saúde é ajudar e não piorar o estado moral e psicológico
do seu paciente.
Maria viu-se obrigada a procurar uma nova
psicóloga, que confirmou a necessidade de tratamento e comunicou ao médico.
Ainda assim, ele manteve a recusa em emitir a baixa, numa decisão que Maria
acredita estar influenciada por corrupção e pressões dentro do sistema de
saúde. Contudo, a nova psicóloga contactou o médico novamente, que em princípio
vai emitir uma baixa médica de 100% para que Maria possa descansar, pois não é
normal que, quase um ano depois do parto, a situação se agrave em vez de
melhorar.
Durante este período, Maria matriculou-se num
curso profissional para melhorar as suas qualificações e conseguiu conciliar o
trabalho a 60% com o curso, apresentando melhorias enquanto estudava. Contudo,
após ter pedido um aumento pelas equivalências acrescidas nos estudos, que foi
negado, acabou por ser despedida, o que agravou ainda mais a sua condição
psicológica.
Além das consequências emocionais, Maria
enfrenta dores físicas intensas, especialmente durante as relações sexuais, que
podem resultar de uma cozedura inadequada após o parto. Estes sintomas são
comuns em mulheres que sofreram traumas graves no parto ou experiências
negativas no pós-parto.
Maria está actualmente a trabalhar apenas a 60%,
sob acompanhamento médico especializado, e poderá precisar de baixa médica
total caso não melhore. O acompanhamento é realizado pelo médico de família,
ginecologista, psicóloga e parteira que prestou serviços em casa. Os relatórios
destes profissionais serão enviados para análise e tomada das providências
necessárias.
A família e Maria exigem não só respeito e
respostas pelos danos sofridos, mas também mudanças urgentes no sistema
hospitalar para evitar que casos semelhantes voltem a acontecer. Solicita-se
uma resposta formal com pedido de desculpas e a atribuição das
responsabilidades pelas falhas cometidas durante o parto.
Por fim, a resposta da Protekta, entidade
responsável pela defesa dos direitos dos segurados, revelou um desinteresse
preocupante e uma postura que favorece as instituições em detrimento dos
clientes. A família sente-se desrespeitada, sem o devido apoio humano e atenção
que mereciam. Este caso revela não apenas falhas médicas, mas também
negligência e falta de compromisso das instituições responsáveis.
Este alerta vem reforçar a necessidade urgente
de reformar o sistema de saúde, combater a negligência médica e a corrupção, e
garantir que as mulheres tenham o apoio necessário no pós-parto para cuidarem
de si e das suas crianças, sem sofrerem abusos ou serem ignoradas.
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