“Uma Máfia Global: O Rapto Invisível das Crianças do Brasil para a Europa”
Este é o retrato doloroso de uma rede
internacional que rouba não só crianças, mas o direito de milhares de famílias
de encontrarem os seus filhos. Casos de crianças brasileiras desaparecidas,
levadas para países como Itália e Suíça, ocultadas sob falsas adoções, mudando
nomes e apagando identidades, uma verdadeira doença silenciosa do século XXI.
Por trás desses desaparecimentos está uma
máquina poderosa e implacável, que escapa aos olhos da justiça, isto é, se a
justiça também não for complique, espalhando sofrimento e angústia em cada
família que perdeu um filho.
Este texto é um grito, uma tentativa de
abrir as cortinas desta rede oculta que não escolhe fronteiras, mas destrói
vidas. É um chamado para que o mundo veja, ouça e reaja. Porque enquanto essas
histórias ficarem no silêncio, a impunidade continuará a crescer.
Márcia, uma mulher
brasileira, entrou em contacto desesperada com a Repórter X na Suíça,
procurando ajuda para reencontrar os seus filhos desaparecidos. A mãe conta que
vive um pesadelo desde 2008, quando teve que sair da casa do pai para morar num
barraco de aluguel com seus dois filhos, Murilo e Rafael, devido à falta de
apoio familiar e condições financeiras precárias.
Ela relata que, enfrentando
dificuldades extremas, chegou a trabalhar como prostituta para sustentar os
filhos, e que a vida nem sempre foi fácil, conheceu muitas pessoas boas, mas
também muitas más. Com o tempo, passou a fumar maconha para se sentir mais
forte para enfrentar a vida.
O drama de Márcia piorou
quando o filho mais velho, Murilo, adoecera com coreia, uma doença rara e pouco
conhecida no Brasil. Enquanto Murilo esteve internado, Rafael foi levado pelo
Conselho Tutelar para um abrigo, sob a promessa de que, ao receber alta, Márcia
poderia buscá-lo de volta. Contudo, ao tentar reunir a família, descobriu que
as autoridades já tinham iniciado um processo para tomar a guarda das crianças,
acusando-a de negligência e de uso de drogas, o que ela nega.
Márcia conta que os seus
familiares, uma irmã por parte de pai e o cunhado, ficaram temporariamente com
as crianças, mas que acabaram por devolver os filhos ao abrigo. Ela teve poucas
visitas e foi pressionada a assinar papéis para desistir da guarda, o que nunca
fez. Os filhos foram adotados, e desde então ela perdeu completamente o contato
e a possibilidade de saber onde estão.
Segundo informações que
recebeu de uma funcionária do abrigo, as crianças foram levadas para a Itália,
em 2013, quando Murilo tinha 8 anos e Rafael 6 anos. Márcia descobriu que o
nome de Murilo foi alterado, pois ao pedir uma segunda via da certidão no
cartório, foi informada que a certidão dele foi cancelada, enquanto a do Rafael
permanece ativa.
Mesmo diante de tamanha
dor, Márcia mostra esperança: acredita que, ao tornar público o seu caso, seus filhos possam vir a ver
as publicações e talvez reconhecer a voz da mãe que nunca os esqueceu.
Ao ser questionada sobre
provas do paradeiro das crianças, Márcia explica que quem lhe deu essa
informação foi uma babá do abrigo, e que não tem documentos para comprovar,
apenas a certeza do que lhe foi dito.
Ela pede ajuda e conta que
tentou contato com uma amiga, Inaiara, que também teria se comprometido a
ajudar, mas sem sucesso até agora.
Em troca, a resposta que
recebe é a de que, embora haja solidariedade, os responsáveis pela divulgação
do caso, a Revista Repórter X, não têm meios para investigar, mas se
comprometem a dar voz, publicar e tornar visível essa situação para pressionar
os governantes e envolver a sociedade.
A mãe entende a dificuldade,
mas insiste na importância de levar o seu pedido para que, quem sabe, alguma
resposta inesperada surja.
Ao longo da conversa, Márcia
compartilha detalhes das dificuldades da sua vida, a ausência de emprego, a
luta para criar os filhos sozinha, a rejeição do pai e a dor imensa de perder
os filhos, sem nunca ter sido ouvida.
No final, ela aguarda
ansiosamente uma entrevista ao live para contar a sua história para o mundo, na
esperança de que seu clamor chegue até os filhos e às autoridades.
Esta é a voz de uma mãe que
sofre, que chora a perda dos seus filhos, mas que não se rende. Uma mãe que usa
as poucas forças que tem para lutar contra um sistema opressor e uma máfia
internacional que destrói famílias, roubando crianças e apagando identidades.
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