A GUERRA CONTINUA, E A
VERDADE FOGE COMO A BRUMA DO AMANHECER
Enquanto
os ventos de leste transportam o fumo da guerra entre a Rússia e a Ucrânia,
as Nações Unidas, esse velho monumento às intenções do pós-guerra, permanecem
mudas, paralisadas e irrelevantes. A guerra, que já não é nova nem breve,
tornou-se um hábito do mundo moderno, um negócio em série, uma rotina de morte
onde a diplomacia perdeu voz e vergonha.
Donald Trump, agora de novo no palco, mostra onde investe o
seu silêncio: na Ucrânia, ele não
se mexe. Não porque não possa, mas porque não quer. Se houvesse interesse real
em parar a guerra, tomaria medidas como o fez entre Israel e Irão,
forçando um fim abrupto daquilo a que chamam “guerra curta” mas que foi
apenas mais uma encenação para o mundo assistir de cadeira e bandeira.
A guerra entre Israel e o Hamas continua
como uma ferida aberta, purulenta, sem compaixão pelas crianças, sem respeito
pelos mortos. Os mortos não votam, não protestam, não perturbam o lucro. A
guerra tornou-se investimento. E os Estados
Unidos da América, tal como o G7,
sentam-se à mesa, com os copos cheios de petróleo, de armas e de especulação.
A Repórter X continua a afirmar com
convicção: estas guerras são premeditadas, orquestradas, manipuladas com o fim
vil de controlar a inflação mundial,
justificar o lucro dos mercados,
gerar notícias sensacionalistas,
e sobretudo, enriquecer os já poderosos. Cada míssil lançado é uma acção que
sobe. Cada prédio destruído é um índice que cresce. Cada cadáver ignorado é um
contrato assinado.
Os pobres pagam com a vida, com a fuga, com
o medo. E os ricos mantêm o controlo
absoluto. A guerra é o seguro de vida das elites. Um teatro com sangue
real.
E o
G7, essa encenação moral do
poder, finge que a Rússia está
excluída. Finge-se surpresa, finge-se moral. Mas a Rússia está lá. Está no
petróleo, no gás, nos interesses que não se nomeiam. Matematicamente está fora, mas moralmente está dentro,
como sempre esteve. A exclusão é uma farsa. Um espectáculo para os ingénuos.
As Nações Unidas já não são unidas. São
burocracia, silêncio e fracasso. Os discursos soam a oco, os apelos são pó. Não
há humanidade no discurso, só cálculo.
Enquanto
isso, o mundo arde. E arde devagar, para que dê lucro. Para que dure.
Autor: Quelhas.
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