O desmentido e contraditório sobre a adopção dos
filhos:
Plataforma que deu voz à Márcia, mãe biológica, exige provas para além de palavras.
A revista Repórter X propôs uma nova live
com direito ao contraditório, que será conduzida por João Quelhas, tal como a
primeira live.
Após a primeira entrevista pública com
Márcia, mãe biológica que denunciou a separação dos seus filhos por alegada
adopção irregular, surgiu uma mensagem enviada por uma conterrânea, voluntária
ligada à causa de desaparecidos e adopções no Brasil, com o objectivo de
desmentir parte do conteúdo da referida entrevista.
Segundo a voluntária, a adopção dos filhos
de Márcia terá ocorrido dentro da legalidade, sustentando que o processo foi
feito segundo os trâmites do ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente), em resultado da perda da guarda por parte da
mãe, alegadamente devido a um contexto familiar grave, envolvendo violência,
criminalidade e possível abuso sexual. A voluntária afirmou ainda que os
próprios familiares de Márcia terão entregue os menores a uma instituição e
que, hoje, ambos já seriam maiores de idade, podendo, se desejarem, aceder aos
processos de adopção e procurar a mãe.
No entanto, perante tais declarações, a
redacção da plataforma que deu voz à Márcia, e que continuará a garantir espaço
para todas as partes, afirma que não recebeu qualquer documento de prova por
parte da denunciante, nem da parte da voluntária. Ou seja, estamos perante
versões distintas, mas nenhuma delas foi apresentada com elementos materiais ou
judiciais que sustentem inequivocamente os factos.
Contraditório:
Segundo a Professora Ângela Tinoco,
responsável pela revisão editorial, o problema maior reside na possibilidade de
os nomes dos menores terem sido alterados durante o processo de adopção, o que
inviabilizaria qualquer reencontro por meio de testes de ADN, como sugerido
pela voluntária.
“A
frase ‘quando eles fizerem o teste, poderão encontrá-la’ parte do princípio de
que os dados usados na adopção são verdadeiros. Se houve manipulação, como se
suspeita, então isso torna-se improvável”, afirma a professora.
Para garantir justiça e equilíbrio, a
redacção prepara agora uma nova live com a presença da voluntária, onde será
dado pleno direito ao contraditório, tal como já havia sido feito na entrevista
anterior com a Márcia. Esta nova transmissão será conduzida por João Quelhas,
que já anteriormente deu a cara por esta história sensível, numa tentativa de
esclarecer a verdade.
Conclusão:
Nem a denúncia pública da mãe, nem o
desmentido da voluntária foram acompanhados de provas concretas. Esta
plataforma não tem por missão julgar, mas dar voz e visibilidade a quem a
solicita. No entanto, exige responsabilidade às partes envolvidas, e garante
que, sem documentos, nenhuma versão será validada como definitiva.
A
verdade, se existir, terá de ser construída com factos, não apenas com
palavras.
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