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terça-feira, 24 de junho de 2025

A negligência médica, despedimento e falta de atestado, levam funcionária à ruína emocional: instituições sob alvo de denúncia

A negligência médica, despedimento e falta de atestado, levam funcionária à ruína emocional: instituições sob alvo de denúncia

 


Uma funcionária com mais de uma década de dedicação exemplar a uma instituição educativa privada está hoje à beira do colapso emocional e profissional, depois de ser informada da cessação do seu contrato de trabalho e de continuar sem baixa médica formalizada, apesar do seu estado clínico justificar expressamente esse apoio. A situação é descrita como "alarmante" por fontes próximas do processo e vai ser levada às instâncias superiores, por se tratar de uma violação grave dos direitos humanos.

 

Desde Maio de 2025, a funcionária está a ser acompanhada em sessões terapêuticas semanais. Relata um trauma profundo relacionado com o parto da sua filha, experiência essa que desencadeou sintomas de tristeza intensa, exaustão física, esquecimento, crises de choro, ataques de pânico, e sentimentos de culpa relacionados com o desempenho do papel de mãe. Apesar do reconhecimento familiar do seu esforço e cuidado, a paciente manifesta também pensamentos de autodepreciação e sente que “parar não é saudável”, reconhecendo que o trabalho lhe faz bem.

 

Inicialmente acompanhada por uma psiquiatra, foi abandonada pela mesma quando esta recusou a responsabilidade de passar a baixa médica que o médico de família exigia. Mais tarde, o próprio médico de família, que transferiu a responsabilidade para a psiquiatra, também não interveio.

 

O seu médico assistente passou-lhe uma baixa de 50% em Janeiro, tendo em conta o contrato de 80% que mantinha. Porém, desde Maio a situação da baixa encontra-se indefinida, e poucos dias após essa indefinição, foi-lhe comunicada a cessação do vínculo laboral com efeitos para o final de Julho, uma decisão que agravou consideravelmente o seu estado emocional e psicológico. A ausência de apoio clínico formal e a decisão patronal de cessar o contrato criaram uma espiral de sofrimento e angústia.

 

A psicóloga que actualmente acompanha a paciente, e nunca a abandonou, reconhece sintomas compatíveis com um transtorno de adaptação com sinais depressivos e de ansiedade, e recomenda a manutenção de uma baixa médica de 50% até final de Junho, com retoma gradual. Salienta ainda que o trabalho, desde que respeitadas as suas limitações, é para esta paciente uma fonte de equilíbrio emocional e bem-estar. A própria psicóloga entregou documentação formal, tanto ao médico de família como à entidade empregadora, alertando para a gravidade da situação e defendendo o direito à continuidade da baixa.

 

A entidade empregadora, embora reconheça o trauma e a gravidade da condição clínica da funcionária, não interveio para impedir o despedimento, o que contrasta com os elogios expressos à competência, dedicação e longa trajectória da colaboradora. Ao longo dos anos, conquistou posições de liderança, formou estagiários e foi responsável por diversos grupos de crianças. A encarregada da firma e a profissional que acompanhou o pós-parto confirmaram o estado debilitado da colaboradora e a sua entrega total às crianças e ao serviço.

 

Contudo, o mais chocante é o impacto combinado da falta de resposta do médico de família e da passividade da entidade patronal, ambos responsáveis directos pelo agravamento da situação clínica da funcionária. "É inconcebível que, sabendo que o trabalho a ajuda, ambas as instituições, uma médica e outra pedagógica, tenham falhado no essencial: proteger a saúde e a dignidade da pessoa humana", refere uma fonte próxima da família.

 

"A funcionária pediu ajuda. A paciente explicou o quanto o trabalho lhe faz bem. E ainda assim, trataram-na com frieza. Como é possível que, perante tamanha vulnerabilidade, não haja empatia nem humanidade? Isto não é ausência de sensibilidade, é ter pedras no lugar do coração", acrescenta.

 

“É evidente que há aqui um pacto de silêncio, uma forma de proteger o sistema de saúde corrupto que não assume os seus erros. Médicos que não ajudam, que se demitem da sua função, e uma entidade patronal que vira a cara a quem serviu durante anos com dedicação. Que saúde é esta?”, questiona outra voz próxima da família.

 

Apesar do abandono institucional, a paciente encontra suporte emocional na família: pais, irmãos, marido, cunhados e sobrinhos têm sido a verdadeira rede terapêutica que a mantém de pé. Agora vê-se forçada a recorrer ao fundo de desemprego. Encarará esse tempo como um espaço para se reconstruir, embora admita já sentir saudades dos seus meninos e da adrenalina vivida no dia-a-dia: “Parar para mim não é saudável”, confidenciou. Por isso, promete adaptar-se e encontrar uma nova actividade que lhe devolva o brilho e a alegria que o sistema injusto tentou apagar.

 

Perante esta omissão e falha sistemática, tanto o médico de família como a direcção da instituição educativa serão denunciados às autoridades competentes, incluindo ordens profissionais e entidades de defesa dos direitos humanos. Perante um caso clínico claro, optaram por virar costas à funcionária, ignorando os princípios elementares da empatia, da medicina e da justiça laboral. Quem deveria cuidar, desprotegeu. Quem deveria respeitar, descartou. E quem deveria proteger, falhou. Agora, terão de responder por isso.

 

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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