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sábado, 28 de junho de 2025

Carta Aberta da Revista Repórter X à Patientenstelle Zürich Em nome de uma paciente que pediu ajuda e foi tratada como cliente pagante

Carta Aberta da Revista Repórter X à Patientenstelle Zürich
Em nome de uma paciente que pediu ajuda e foi tratada como cliente pagante


De:
Revista Repórter X
Para: Patientenstelle Zürich
Assunto: Resposta insuficiente e recusa de ajuda concreta perante uma queixa médica grave

Exmos. Senhores,

Não vos escrevemos em busca de serviços, nem como eventuais clientes. Dirigimo-nos a vós em nome de uma paciente que não foi ouvida. Esta paciente não solicitou qualquer adesão, não pediu aconselhamento pago, nem procurou preencher formulários online. Colocou apenas uma pergunta, clara e urgente:

“Pode um médico recusar uma baixa médica e obrigar um doente grave a trabalhar – mesmo que isso ponha em risco a sua vida?”

Eis a pergunta. Directa. Humana. Drástica. A vossa resposta foi um convite à adesão, uma tabela de preços, um link automático. Faltou o essencial: empatia, atenção e ajuda concreta. Falais em direitos dos pacientes, mas não os aplicais. No momento em que se exigia uma posição clara perante o abuso, a vossa instituição desviou o olhar.

A paciente está doente. E foi forçada a continuar a trabalhar, como se estivesse saudável. Um médico disse-lhe, com frieza e entrelinhas: “Esteja como estiver, vá trabalhar.” Mesmo que isso a matasse.

É isso que aqui denunciamos publicamente: a paciente quis reportar um abuso grave. Procurou apoio institucional. E o que encontrou foi um disfarce de ajuda com contornos comerciais. Um link, onde devia haver uma mão estendida. Uma fatura, onde se esperava justiça.

A vossa missão — como vós próprios anunciais — é defender os direitos dos doentes. Mas isso exige mais do que respostas automáticas ou serviços pagos. Exige firmeza. Exige coragem. Exige acção perante o evidente.

Acrescentamos ainda, com clareza: dispensam-se ajudas com rótulo comercial. Apesar de se apresentarem como uma entidade sem fins lucrativos, dependem de retorno para subsistir. Não somos contra tal modelo. Porém, o que anunciam — ajuda plena, especialmente a determinadas instituições ou cidadãos em situações frágeis — não passa de ficção. Um discurso de fachada. Treta da treta. E no fim, ajudar, não se vê nada.

Uns querem ganhar uns trocos, outros querem apenas saber mais da vida alheia, para alimentar registos em sistemas electrónicos que, um dia, serão usados contra os mesmos a quem prometeram auxílio.

A Revista Repórter X ergue a sua voz. Em nome desta e de outros pacientes. Em nome de todos os que sofrem e são ignorados. Em nome da verdade — essa não se vende, não se adia, nem se reduz a um botão de clique.

Estamos atentos. E não nos calamos. Quanto às vossas sugestões, não há condições de participar nas mesmas.

Revista Repórter X
Zürich, Junho de 2025.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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