Pesquisar neste blogue

Übersetzung in Ihre Sprache

Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Paciente sem baixa médica denuncia impasse entre necessidade de repouso, pressão para psiquiatria e omissão profissional

Paciente sem baixa médica denuncia impasse entre necessidade de repouso, pressão para psiquiatria e omissão profissional


João Gonçalves escreve à jurista Beatrice em nome de Maria Amélia, paciente impedida de trabalhar e sem apoio médico ou institucional

REVISTA REPÓRTER X — Junho de 2025

Numa carta de tom grave e directo, João Gonçalves, da Revista Repórter X, dirigiu-se à Exma. Senhora Beatrice, jurista da Ombudsstelle, para denunciar uma situação que considera absurda e lesiva dos direitos fundamentais de uma cidadã portuguesa a residir na Suíça.

A paciente em causa, Maria Amélia, encontra-se fisicamente e emocionalmente esgotada, sem condições para trabalhar. No entanto, o seu médico de família recusa-se a passar-lhe baixa médica, empurrando-a para uma consulta de psiquiatria como condição prévia para considerar essa possibilidade.

«Se a paciente não recebe baixa, não pode faltar ao trabalho. Mas se não pode trabalhar e não tem baixa, quem lhe paga o ordenado?», questiona João Gonçalves, alertando para a armadilha silenciosa em que Maria Amélia se encontra. Sem atestado de incapacidade, não tem acesso a qualquer subsídio da Segurança Social, nem a salário por parte da entidade patronal.

O ponto mais chocante, no entanto, reside na contradição do comportamento médico: «Ao não passar baixa, o médico afirma implicitamente que a paciente está apta a trabalhar. Mas ao mesmo tempo, remete-a para um psiquiatra, o que é admitir que algo está mal. Afinal, está doente ou não está? Se não está, por que razão é enviada para avaliação psiquiátrica? Se está, por que não tem direito ao repouso que necessita?»

Com franqueza brutal, Gonçalves escreve: «Um médico que recusa reconhecer a necessidade de repouso e insiste em forçar a paciente a procurar um psiquiatra precisa ele próprio de ser avaliado. Esta insistência é suspeita, desumana e contraditória.»

Recorda ainda que «o médico de família não serve apenas para passar receitas. Tem o dever de proteger, acompanhar e resguardar o doente no momento em que mais precisa.»

Na mesma comunicação, o autor da denúncia solicita também à jurista informações concretas sobre a próxima sessão do Amm Café, marcada para 23 de Junho de 2025, hora e local exactos, manifestando interesse em que Maria Amélia possa participar.

Por fim, Gonçalves questiona com firmeza: «A quem compete apresentar queixa nestes casos? Ordem dos Médicos? Tribunal da Segurança Social? Ou outra entidade?»

A Revista Repórter X continuará a acompanhar este caso com a seriedade e frontalidade que a caracterizam. Porque há silêncios que adoecem. E há palavras que, ditas a tempo, podem salvar uma vida.

Revista Repórter X Editora Schweiz

Sem comentários: