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sexta-feira, 6 de junho de 2025

Espera-se mais de Emídio Sousa, o novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

Espera-se mais de Emídio Sousa, o novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas:

 



O novo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas será Emídio Sousa, espera-se mais de Emídio Sousa do que a passividade de José Cesário!

 

Emídio Sousa até agora responsável pela pasta do Ambiente no anterior Executivo. A mudança surge no âmbito da orgânica do XXV Governo, liderado por Luís Montenegro (PSD/CDS-PP), que aposta assim num novo rosto para uma pasta sensível e de extrema importância para milhões de portugueses espalhados pelo mundo.

 

Emídio Sousa, natural de Fiães, presidiu à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira entre 2013 e 2024, tendo sido eleito Deputado no ano passado. Pouco tempo permaneceu no Parlamento, pois foi rapidamente chamado ao Governo como Secretário de Estado do Ambiente, sob a tutela da Ministra Maria da Graça Carvalho. Agora, assume a responsabilidade pelas Comunidades Portuguesas, cargo que exige não apenas presença institucional, mas acção firme, coragem e justiça social.

 

Contudo, importa sublinhar que Emídio Sousa não possui, até à data, qualquer percurso ligado à diáspora portuguesa nem experiência directa com as comunidades espalhadas pelo mundo. Isso obriga-o a um esforço redobrado de adaptação, escuta e estudo profundo da realidade dos portugueses emigrados. É essencial que o novo Secretário de Estado não actue à distância, mas que se envolva directamente com os problemas reais das comunidades, onde quer que elas se encontrem.

 

Terá de trabalhar em articulação com os Deputados eleitos pelo Círculo da Europa, Carlos Gonçalves (PSD) e José Dias Fernandes (Chega), bem como com os Conselheiros das Comunidades e a comunicação social independente, que tantas vezes denuncia situações ignoradas pelo poder político, principalmente a revista repórter X. A colaboração efectiva será a chave para uma actuação credível e justa.

 

A nomeação surge na sequência da saída de José Cesário, cuja actuação, embora marcada por anos de experiência, deixou muito a desejar em áreas cruciais que afectam diariamente os emigrantes portugueses. Foi visível o seu silêncio no escandaloso caso do roubo de crianças portuguesas pela KESB a pais residentes na Suíça, mas também em França e Luxemburgo, uma realidade que envergonha os direitos humanos e que merecia uma defesa intransigente por parte do Estado português.

 

José Cesário também demonstrou passividade quanto à situação dos lesados pela SUVA, (trabalhadores portugueses acidentados ou doentes, declarados inaptos para o trabalho, que continuam à espera de justiça.) Muitos vivem em condições dramáticas, esquecidos por um sistema que deveria protegê-los.

 

O mesmo se aplica ao Regime do Residente Não Habitual (RNH), cujas alterações recentes e o Duplo Imposto aplicado sobre a riqueza dos emigrantes reformados têm penalizado quem contribuiu ao longo de décadas tanto para a Segurança Social portuguesa como para a suíça. O cúmulo da injustiça dá-se quando as autoridades suíças ainda acrescentam à fórmula de cálculo das pensões o ordenado do cônjuge, criando uma perversidade legal que retira direitos adquiridos e castiga quem mais precisa. Tudo isto contraria os princípios fundamentais da justiça social e os direitos do cidadão que descontou individualmente para garantir a sua sobrevivência futura.

 

Emídio Sousa tem, assim, nas mãos um dossiê pesado e delicado. A ele caberá demonstrar que é possível mudar o paradigma da indiferença e dar resposta aos inúmeros pedidos de auxílio de quem vive entre dois sistemas que não se entendem, ou não querem entender-se, à custa do sacrifício dos seus cidadãos. Espera-se mais firmeza, mais presença, mais justiça e, acima de tudo, mais respeito pelas Comunidades Portuguesas.

 


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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