O Facebook compactua com conteúdos duvidosos e ignora denúncias de figuras públicas.
O Facebook continua a permitir a publicação de conteúdos questionáveis, contradizendo as suas próprias políticas de comunidade, ao mesmo tempo que responde com indiferença e burocracia a denúncias legítimas feitas por utilizadores de boa-fé, inclusive figuras públicas.
Nos últimos tempos,
multiplicam-se os casos de vídeos com conteúdo sexual disfarçado, jogos de
azar, páginas de sedução e propostas de encontros pagos, venda de animais
vivos, tarô, videntes, venda de roupas e produtos sem qualquer controlo de
qualidade, entre muitos outros abusos que o Facebook não só permite como
promove através do seu algoritmo. O que se esperaria ver censurado ou moderado,
é muitas vezes tolerado ou até impulsionado, enquanto denúncias sérias são
ignoradas.
O caso mais recente
envolve uma figura pública portuguesa; Quelhas, nome literário de João
Carlos Veloso Gonçalves, escritor, responsável por uma revista independente
e potencial candidato à Presidência da República Portuguesa. Segundo o próprio,
as suas denúncias foram desconsideradas, e a resposta automática enviada pelo
Facebook revela uma atitude fria, desumanizada e desequilibrada:
“Agradecemos a sua
denúncia. Com base nas informações que forneceu, reparámos que está a denunciar
conteúdo que, no seu entender, desrespeita os seus direitos de autor. No
entanto, para processar a sua denúncia, necessitamos do seguinte...”
A resposta — redigida num
tom impessoal e sem qualquer referência à gravidade das queixas, foi recebida
com indignação:
“Fiz mais que uma
denúncia ao longo dos tempos e não sei a que denúncia aqui se referem. Podem
ser vocês a ver o problema que sugere a reclamação! Denunciei várias vezes que
pessoas usam vídeos, postagens e voz da minha pessoa. Sou figura pública,
escritor, chefe de uma revista e possível candidato à Presidência da República
Portuguesa. O Facebook permite ataques cerrados à minha pessoa e não faz nada.
A mim, por qualquer pequena coisa, fazem advertências. O Facebook não é
isento!”
As denúncias referem-se a
situações concretas em que a imagem, a voz e até publicações do autor foram
usadas sem autorização, numa violação clara de direitos de autor e de direitos
de personalidade. Segundo Quelhas, a falta de acção por parte do Facebook
revela não apenas negligência, mas também uma escolha clara: tolerar abusos
contra quem defende a justiça e a ética, enquanto se promove o entretenimento
barato, o sensacionalismo e conteúdos que em nada contribuem para uma sociedade
informada e equilibrada.
Este caso levanta sérias
questões sobre a forma como as grandes plataformas digitais escolhem moderar o
conteúdo: será que o Facebook se tornou numa ferramenta de propaganda, onde se
silencia a verdade e se protege o que é rentável, mesmo que seja imoral ou
ilegal?
A Revista Repórter X
Editora Schweiz continuará a acompanhar e a denunciar estes atropelos,
exigindo que se faça justiça e que o respeito pelos direitos dos cidadãos, figuras
públicas ou não, seja garantido.
Sem comentários:
Enviar um comentário