Passarela Bülach inicia
construção a 30 de Junho de 2025
Repórter X – 18 de Junho de 2025
Este
projecto de gerações, erguido sob o olhar atento da cidade e com o ruído diário
de 260 comboios em operação, vem unir o que o tempo e a ferrovia separaram: os
bairros de Glasi e Guss, os residentes de Bülach Norte, os utentes da estação,
os que caminham entre o presente e o futuro.
Calendário das obras
30 de Junho 2025: Início da instalação do estaleiro.
11
de Julho 2025: Cerimónia oficial do Spatenstich
(lançamento da primeira pá), com representantes da câmara, do governo cantonal,
dos CFF e das entidades privadas. Cerimónia simbólica e não pública.
Até
Setembro 2025: Construção dos acessos na Nordstrasse e junto ao edifício Haus
T.
Outubro
2025 – Agosto 2026: Construção das estruturas de escadas e pilares entre os
cais.
Agosto
– Dezembro 2026: Montagem dos módulos metálicos sobre os trilhos.
Janeiro
– Junho 2027: Trabalhos finais.
Verão
de 2027: Inauguração da Passerelle.
Condições de obra e impacto local
A cidade de Bülach compromete-se a informar residentes e interessados através
do site www.buelach.ch/passerelle e de um boletim informativo. Para mitigar
o impacto no tráfego ferroviário, parte das obras ocorrerá à noite e aos
fins-de-semana, com interrupções parciais da linha e corte da corrente nas
catenárias. Não se prevê alteração nas ligações de comboio e autocarro.
O
corredor pedonal temporário do Freiverlad, criado em 2022 como ligação
provisória entre os bairros e o centro, manter-se-á aberto durante a maior
parte do tempo, embora possa ser encerrado pontualmente por razões logísticas
ou de segurança.
Mais do que uma ponte
A zona norte da cidade, que em poucos anos acolheu mais de 5200 habitantes e
trabalhadores, exige novas ligações. A Passerelle responde a essa urgência com
acessibilidade total, ligando com rampas, elevadores e escadas, cada pedaço da
malha urbana.
Esta
ponte, símbolo de ligação e continuidade, é também uma promessa de futuro: não
apenas uma estrutura funcional, mas um gesto arquitectónico que honra as
raízes, acolhe o presente e prepara o terreno para o crescimento até 2040 e
além.
Como
sublinha a nota oficial da cidade, trata-se de uma “infra-estrutura de
gerações”. Um acto de engenharia e urbanismo que rasga o horizonte em nome da
proximidade, da mobilidade e da memória.
Olhos atentos sobre o terreno
A Repórter X tem trocado ideias com a
cidade de Bülach, mais propriamente com o director de estradas, apontando
fragilidades que persistem, apesar das promessas de progresso. Uma delas diz
respeito à passadeira que dá acesso ao túnel, tanto para Glasi como para a zona
de Im Guss, passagem esta que atravessa uma curva perigosa. Os condutores nem
sempre reduzem a velocidade, e muitos nem se apercebem da passadeira ali
colocada. O risco de um acidente grave não é remoto, e quando acontecer —
porque tudo indica que acontecerá — não será por falta de aviso.
No
novo bairro de Bülach, chamado Glasi, dividido pela estrada que conduz à cidade
velha e à auto-estrada a escassos 100 metros, existem duas paragens de
autocarro recentes e duas passadeiras. Sugerimos uma terceira passadeira ao
centro, permitindo uma ligação directa à Coop e à rua de Im Guss. Além disso,
tanto Glasi como Im Guss padecem da escassez de estacionamento — e todos pagos.
Meia dúzia de lugares à superfície ou ocultos nos edifícios não bastam para as
necessidades de quem vive, visita ou trabalha. Se nada for feito, as lojas
ficarão condenadas: não se pode parar 5 minutos para descarregar mercadoria,
visitar um familiar, comprar pão. A polícia municipal aparece célere, não para
proteger, mas para multar.
É
imperativo que os estacionamentos junto às lojas sejam, no mínimo, de uso livre
por 30 minutos. Um gesto simples, mas essencial à vida de uma cidade que se
quer viva.
Pontes sim, mas com sentido
Fazer pontes metálicas e gastar milhões em betão e aço tem valor, sim. Mas tal
investimento mereceria ser acompanhado por melhorias concretas nas
infra-estruturas à volta, nas passadeiras, nos acessos, nos estacionamentos, na
segurança dos peões e no quotidiano real dos habitantes. Porque a mobilidade
urbana não se mede apenas pelo tamanho das pontes, mas pela sabedoria com que
se cruza a vida que nelas passa.
NOTA BREVE: Há, e continuará a
haver, muitas crianças a crescer nesta zona até à idade escolar — estimo que já
ultrapassem as duzentas — e, no entanto, nem sequer existe um local digno onde
o autocarro escolar possa recolher ou deixar os alunos em segurança, pois a manobra
é feita junto ao Denner, numa zona de trânsito automóvel, onde, apesar do
limite de 20 km/h, o risco é constante, agravado pelo facto de ali
descarregarem camiões de mercadorias para o supermercado.
Repórter X acompanhará este percurso com olhos atentos e
espírito crítico, como quem atravessa não apenas uma cidade, mas também a ponte
do tempo.
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