A crítica das férias pandémicas
e a mudança Pós-Covid nos dias de hoje:
Durante a pandemia, as férias no
Algarve foram marcadas por um cenário peculiar e restritivo. O Airbus A320
partiu da Suíça, cruzando suavemente os céus de França e Espanha até aterrar em
Faro, onde o panorama entre o céu, a terra e o mar era deslumbrante. Tanto o
aeroporto de Zürich como o de Faro tinham um movimento reduzido, com as lojas e
restaurantes a operar a meio gás devido às limitações impostas. Nas praias
algarvias, desinfetantes estavam estrategicamente colocados nas entradas,
enquanto nos supermercados longas filas se formavam devido ao acesso controlado
com seguranças à porta. O uso de máscara era obrigatório em praticamente todo o
lado, menos na via pública, mas nos restaurantes o “põe e tira” da máscara a
cada movimento era um exagero que gerava desconforto.
Apesar das restrições, locais como
Quarteira, Vilamoura, Albufeira e Guia continuavam a destacar-se pela qualidade
do peixe grelhado, reflexo da proximidade com o mar. O Zoomarine cresceu
durante esse período, com a adição de atrações como dinossauros, mas os
golfinhos no mar de Albufeira tornaram-se cada vez mais raros, vítimas da
quantidade de plástico que o homem despeja no oceano. Em Quarteira, a exposição
“Lixo X Arte” reutilizava criativamente o lixo marinho, mas a via
pública era uma verdadeira catástrofe: passeios desnivelados, obstáculos,
buracos e perigos constantes dificultavam a circulação. Por fim, encontrei
Cláudio Alegre, ex-concorrente da Casa dos Segredos, que celebrava a
paternidade ao lado de Cristiana, também figura do programa televisivo.
O tempo passou e, com o fim da
pandemia, as mudanças não foram tão positivas quanto se esperava. Os aviões
continuaram a levantar voo e a aterrar, mas agora sob o peso do Inverno e das
suas várias densas camadas de nuvens, se não aterrarem é mau sinal. O mar
algarvio, antes calmo, apresentava-se mais agitado, até os tufões o visitaram, tal
como a economia, que ficou devastada no pós-Covid. As lojas operavam com
dificuldades e hoje muitas fecharam, os restaurantes tentavam manter-se à tona
enquanto os cartões de crédito não chegavam ao limite de valor, assim está a
economia e a ausência das máscaras, hoje apenas vistas no Carnaval ou em casos
de extrema necessidade, já não ocultava o verdadeiro sufoco que ficou para
trás.
O Zoomarine, que outrora cresceu, já
não recebia tantas visitas. Os golfinhos no mar de Albufeira continuaram a
rarear, quase como uma memória distante, enquanto o lixo nos oceanos se
acumulava. A exposição “Lixo X Arte” poderia ser maior, mas talvez os
golfinhos já tivessem roído o lixo antes de chegar às mãos dos artistas.
Entretanto, as ruas de Quarteira
mantinham-se num estado vergonhoso: os mesmos obstáculos nos passeios, buracos
perigosos e superfícies desniveladas que permaneciam ignoradas. O tempo passou,
mas os problemas continuaram ali, firmes e inalterados.
E Cláudio Alegre? Figura tão comentada durante a pandemia, acabou por se perder na memória colectiva. Hoje, a pergunta ressoa vazia: Quem é o Cláudio? Sabemos quem é o Leomarte e nada aprendemos com os acontecimentos da vida actual, pelo menos sabemos que a Síria pode definitivamente ter paz!?
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