Mais da metade dos medicamentos expostos nas farmácias
são ineficazes
Segundo um estudo efectuado recentemente, conduzido
por uma equipe de médicos de um conceituado Hospital Suíço, quase 60% dos medicamentos expostos nas montras das
farmácias na Suíça e em todo o mundo, não têm eficácia médicamente comprovada,
segundo o mesmo estudo, publicado em 04. Outubro 2023
O estudo, conduzido por uma equipe de médicos do
Biel/Bienne, Hospital Centre e publicado nos diversos órgãos de comunicação,
analisou fotos de vitrinas de 68 farmácias seleccionadas aleatoriamente na
Suíça. A equipa descobriu que, dos 970 medicamentos examinados, apenas 418 (ou
43,1%) tinham alguma eficácia comprovada, estamos a falar de um país onde
existe algum rigor nas vendas de medicamentos, imagine-se o que será em
Portugal ou noutros países equiparados.
Os dados sobre os 556 medicamentos restantes (ou
56,9%) são muito escassos para que se possa tirar conclusões confiáveis sobre
sua eficácia, mas de algo se tem a certeza, quem os produz e comercializa ganha
dinheiro com o risco da saúde de quem os consome.
Esses resultados podem ser explicados, em parte, pelo
facto de que as farmácias não têm permissão para anunciar medicamentos
prescritos, como antibióticos, nas suas vitrinas, observa o estudo publicado no
British Medical Journal Open.
"A maioria deles, são medicamentos homeopáticos
que nunca se mostraram eficazes em nenhum estudo. Portanto, você pode beber
litros deles e provavelmente não terá nem efeitos primários nem efeitos
colaterais", explicou o professor Daniel Genné, que dirigiu o estudo.
Segundo este especialista os suíços consomem cada vez
mais medicamentos e o mesmo não é excepção em todos os países do mundo onde se
usa e abusa deste tipo de medicamentos que se adquirem facilmente, até em
superfícies comerciais.
Este mesmo estudo confirma que as maiorias dos
medicamentos são meras ilusões para quem os consome, a maioria não são nocivos
para a saúde, mas outros há que apenas atrasam o tratamento eficaz duma doença
que pode ser grave
É na verdade lamentável a presença de tantos
medicamentos sem eficácia comprovada nas vitrinas das lojas, pior ainda
entram-nos pela casa dentro através dos canais de televisão publicidades muitas
vezes enganosas e em alguns casos “ composição melhorada”, a pergunta é: o que
era o produto vendido anteriormente se esta nova composição é mais eficaz?
Presumo que ao dar tanta visibilidade, as farmácias,
as superfícies comerciais e até os canais televisivos, estão indirectamente
recomendando-os ao público, que está recorrendo cada vez mais à automedicação.
Entretanto, alguns doentes não sabem que os medicamentos sem prescrição médica
podem interagir com outros medicamentos.
Daí penso ser importante o que os pesquisadores estão
propondo, a introdução de um rótulo em todos os medicamentos isentos de
prescrição que indique seu nível de eficácia, "assim como os aparelhos
eléctricos foram classificados de A a F de acordo com seu nível de eficiência
energética". Isso permitiria que os pacientes tomassem decisões informadas
sobre os medicamentos que escolhem comprar.
Mas nunca os pacientes devem recorrer a este tipo de
medicamentos, sem um aconselhamento médico, pois se há alguns com alguma
eficácia outros há cuja eficácia é apenas nas contas bancárias de quem os vende
e quem os produz.
José Maria Ramada
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