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sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Mais da metade dos medicamentos expostos nas farmácias são ineficazes

Mais da metade dos medicamentos expostos nas farmácias são ineficazes

 


Segundo um estudo efectuado recentemente, conduzido por uma equipe de médicos de um conceituado Hospital Suíço, quase 60% dos medicamentos expostos nas montras das farmácias na Suíça e em todo o mundo, não têm eficácia médicamente comprovada, segundo o mesmo estudo, publicado em 04. Outubro 2023

 

O estudo, conduzido por uma equipe de médicos do Biel/Bienne, Hospital Centre e publicado nos diversos órgãos de comunicação, analisou fotos de vitrinas de 68 farmácias seleccionadas aleatoriamente na Suíça. A equipa descobriu que, dos 970 medicamentos examinados, apenas 418 (ou 43,1%) tinham alguma eficácia comprovada, estamos a falar de um país onde existe algum rigor nas vendas de medicamentos, imagine-se o que será em Portugal ou noutros países equiparados.

 

Os dados sobre os 556 medicamentos restantes (ou 56,9%) são muito escassos para que se possa tirar conclusões confiáveis sobre sua eficácia, mas de algo se tem a certeza, quem os produz e comercializa ganha dinheiro com o risco da saúde de quem os consome.

 

Esses resultados podem ser explicados, em parte, pelo facto de que as farmácias não têm permissão para anunciar medicamentos prescritos, como antibióticos, nas suas vitrinas, observa o estudo publicado no British Medical Journal Open.

 

"A maioria deles, são medicamentos homeopáticos que nunca se mostraram eficazes em nenhum estudo. Portanto, você pode beber litros deles e provavelmente não terá nem efeitos primários nem efeitos colaterais", explicou o professor Daniel Genné, que dirigiu o estudo.

 

Segundo este especialista os suíços consomem cada vez mais medicamentos e o mesmo não é excepção em todos os países do mundo onde se usa e abusa deste tipo de medicamentos que se adquirem facilmente, até em superfícies comerciais.

 

Este mesmo estudo confirma que as maiorias dos medicamentos são meras ilusões para quem os consome, a maioria não são nocivos para a saúde, mas outros há que apenas atrasam o tratamento eficaz duma doença que pode ser grave

É na verdade lamentável a presença de tantos medicamentos sem eficácia comprovada nas vitrinas das lojas, pior ainda entram-nos pela casa dentro através dos canais de televisão publicidades muitas vezes enganosas e em alguns casos “ composição melhorada”, a pergunta é: o que era o produto vendido anteriormente se esta nova composição é mais eficaz?

 

Presumo que ao dar tanta visibilidade, as farmácias, as superfícies comerciais e até os canais televisivos, estão indirectamente recomendando-os ao público, que está recorrendo cada vez mais à automedicação. Entretanto, alguns doentes não sabem que os medicamentos sem prescrição médica podem interagir com outros medicamentos.

 

Daí penso ser importante o que os pesquisadores estão propondo, a introdução de um rótulo em todos os medicamentos isentos de prescrição que indique seu nível de eficácia, "assim como os aparelhos eléctricos foram classificados de A a F de acordo com seu nível de eficiência energética". Isso permitiria que os pacientes tomassem decisões informadas sobre os medicamentos que escolhem comprar.

 

Mas nunca os pacientes devem recorrer a este tipo de medicamentos, sem um aconselhamento médico, pois se há alguns com alguma eficácia outros há cuja eficácia é apenas nas contas bancárias de quem os vende e quem os produz.

 

José Maria Ramada

 


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

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