Pesquisar neste blogue

Übersetzung in Ihre Sprache

Número total de visualizações de páginas

domingo, 16 de março de 2025

Sistema suíço de desemprego: uma rede de manipulação que penaliza os trabalhadores

Sistema suíço de desemprego: uma rede de manipulação que penaliza os trabalhadores


Na Suíça, o sistema de apoio ao desemprego, operado pela RAV (Reintegração no Mercado de Trabalho), é alvo de inúmeras críticas pela forma como prejudica os trabalhadores, através de erros de cálculo, falta de transparência e uma rede de manipulação entre instituições. Um trabalhador recentemente denunciou publicamente os erros cometidos pela RAV, ao destacar uma série de falhas na gestão do seu caso, que exemplificam como o sistema pode ser injusto e confuso.

 

O erro de registo e cálculo do período de benefício:

Um exemplo claro da falha do sistema é o erro que foi encontrado em relação ao saldo de dias de benefício. No caso relatado, a RAV enviou uma carta informando que o trabalhador tinha um saldo de 45,1 dias de benefício pendente até 01/01/2026. No entanto, 45,1 dias correspondem a cerca de dois meses, e a data indicada está a 10 meses de distância, o que torna os cálculos completamente incorretos. A falta de clareza sobre como é feito o cálculo e quais critérios são utilizados é um dos maiores problemas, o que leva os trabalhadores a questionar onde está o erro real.

 

O direito ao prolongamento do período de subsídio:

Outro exemplo de falha grave é a falta de recálculo do período de benefício após o trabalhador ter regressado ao trabalho. No caso, o trabalhador trabalhou até dezembro de 2024 e voltou a trabalhar em março de 2025. Ao fazer isso, ele tem direito a um prolongamento do seu período de subsídio, conforme as regras. No entanto, a RAV não parece ter considerado este regresso ao trabalho no cálculo do seu direito ao subsídio. A RAV está a tratar o período de trabalho como se fosse um não-desemprego, o que é injusto, pois o trabalhador continua a descontar e cumpre com os seus deveres.

 

A desinformação e abuso da inscrição na RAV:

Outro exemplo de como o sistema está a falhar ocorre com os trabalhadores temporários. Quando há pouco trabalho disponível, muitos trabalhadores são forçados a voltar para casa, enquanto os trabalhadores fixos continuam empregados. Nesses casos, o trabalhador deve inscrever-se na RAV para garantir que o subsídio de desemprego seja pago. No entanto, como o trabalhador pode ser forçado a regressar ao trabalho a qualquer momento, o simples ato de se inscrever e desinscrever da RAV cria uma confusão adicional. Uma situação específica envolve a Baraterine, que pediu ao trabalhador para se desinscrever da RAV, e quando ele voltou a ficar em casa, não recebeu o pagamento durante algum tempo. Isso resultou em um sentimento de engano e frustração, já que o trabalhador fez tudo conforme as regras e ainda assim não recebeu os devidos benefícios.

 

A rede de manipulação e a falta de responsabilidade da RAV:

Esses exemplos deixam claro que a RAV tem um controlo absoluto sobre o processo, enquanto sindicatos como a Unia Arbeitslosenkasse são usados como ferramentas para mascarar o verdadeiro problema. A RAV manipula o sistema e cria uma rede onde a responsabilidade nunca é clara, levando os trabalhadores a ficar à mercê de um sistema onde a transparência é inexistente. A crítica central é que a RAV tem o domínio total, usando sindicatos como a Unia para desviar a culpa, criando uma fachada de responsabilidades externas.

 

Conclusão:

A situação é um reflexo de um sistema que, ao invés de proteger os trabalhadores, cria uma rede de manipulação onde as falhas são constantemente escondidas. A falta de uma explicação clara sobre como são feitos os cálculos, a confusão causada pelas mudanças de status no trabalho, e os erros no registo do saldo de dias de benefício, tudo isso contribui para um sistema injusto que não respeita os direitos dos trabalhadores. Esses erros não são apenas falhas administrativas, mas sim uma demonstração de como o sistema suíço de desemprego pode ser manipulativo, criando obstáculos artificiais e prejudiciais para aqueles que mais precisam do apoio.

 

Os trabalhadores merecem mais do que respostas evasivas. Eles merecem um sistema transparente que garanta que os seus direitos sejam respeitados de forma clara e justa.

 

Nota Breve:

É essencial que os trabalhadores temporários compreendam que não devem ignorar o Fundo de Desemprego da RAV em situações de trabalho instável. Como é sabido, muitos trabalhadores temporários, quando o trabalho escasseia, acabam por regressar a casa, enquanto os trabalhadores fixos permanecem. Além disso, poucas são as empresas que respondem aos trabalhos enviados, o que leva a uma sensação de discriminação.

 

Nessa situação, quando regressam ao trabalho depois de um período em casa, os trabalhadores não podem deixar de se inscrever na RAV, pois, caso contrário, voltam a ficar em casa e a RAV não paga. Há relatos de trabalhadores que, uma vez inscritos na RAV, foram instruídos pela Baraterine a desinscreverem-se, e quando voltaram a ficar em casa, não receberam durante algum tempo, o que gerou a sensação de terem sido enganados.

 

Esses trabalhadores sabem bem o que fazem, conhecem os seus deveres e os seus direitos, e, caso estejam errados, procurarão a verdade. A língua nunca será um obstáculo para eles.



Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Pedido de Pensão de Invalidez levanta dúvidas sobre procedimentos oficiais

Pedido de Pensão de Invalidez levanta dúvidas sobre procedimentos oficiais


Um cidadão que aguarda a decisão sobre o seu pedido de pensão de invalidez em Portugal manifestou preocupação com a comunicação oficial recebida da entidade responsável. Apesar de se tratar de um documento formal, a carta de resposta apresenta sinais de falta de profissionalismo, levantando dúvidas sobre a seriedade do processo.

A carta recebida solicita o envio do NIB sem antes esclarecer se a pensão foi aprovada, quais os valores atribuídos e a partir de que data. Além disso, a Segurança Social suíça também se pronunciou sobre o pedido, mas sem fornecer detalhes concretos. O requerente estranha a falta de rigor na resposta, pois no pedido inicial foram incluídos todos os períodos de descontos efectuados ao longo da carreira contributiva. No entanto, ao contactar telefonicamente os serviços, foi informado de que apenas constavam os descontos da última entidade empregadora, ignorando os de outras duas firmas. Esta omissão pode afectar directamente o cálculo final da pensão.

Face à gravidade da situação e ao impacto que qualquer erro pode ter no pagamento das prestações devidas, o beneficiário exige esclarecimentos completos e detalhados antes de avançar com qualquer procedimento. Em anexo à carta, enviou a comunicação entre as entidades portuguesa e suíça, aguardando uma resposta célere e rigorosa por parte das autoridades competentes.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sábado, 15 de março de 2025

Carlos Lopes

Carlos Lopes, 
uma das maiores lendas do atletismo português, tinha métodos de treino e histórias curiosas que marcaram a sua carreira. Aqui estão algumas curiosidades sobre os seus treinos:


Treinos Longos e Intensos: Carlos Lopes era conhecido por fazer treinos de grande volume, muitas vezes correndo mais de 200 km por semana. O seu foco era na resistência, mas nunca deixava de incluir sessões de velocidade.
Corrida na Serra da Estrela: Nos seus períodos de preparação, Carlos treinava frequentemente em altitude na Serra da Estrela, aproveitando o ar rarefeito para melhorar a sua capacidade aeróbica.
Disciplina Inigualável: Mesmo quando as condições meteorológicas eram adversas, Carlos nunca faltava aos treinos. Corria à chuva, ao vento e ao frio, o que contribuiu para a sua mentalidade de ferro.
Treinos Intervalados Inovadores: O seu treinador, Mário Moniz Pereira, introduzia treinos intervalados adaptados, com séries de curta duração, mas em ritmo muito intenso, algo relativamente avançado para a época.
Treino com Sacos de Farinha: Uma curiosidade peculiar é que, antes de se dedicar ao atletismo, Carlos treinava a força e resistência carregando sacos de farinha enquanto trabalhava num moinho. Essa experiência ajudou a construir a base física que mais tarde o levou ao sucesso.
Aliança com o Ciclismo: Em algumas fases de preparação, Carlos complementava os treinos de corrida com ciclismo, aumentando o volume de treino sem sobrecarregar demasiado as articulações.
Paciência nos Resultados: Apesar de se tornar campeão olímpico em 1984, Carlos Lopes não teve uma ascensão meteórica. A sua carreira foi marcada por anos de trabalho árduo e consistência antes de atingir o auge.
Corrida no Parque Florestal de Monsanto: Muitos dos seus treinos foram realizados em Monsanto, em Lisboa, aproveitando o relevo irregular para treinos de força e resistência.
Treinos Noturnos: Durante algum tempo, conciliou treinos com o trabalho, o que o obrigava a treinar em horários pouco convencionais, muitas vezes à noite.
Alimentação Simples: Apesar da crescente atenção à nutrição desportiva na altura, Carlos mantinha uma alimentação simples e tradicional, baseada em alimentos como pão, sopa e carne magra, sem estratégias sofisticadas de suplementação.
Carlos Lopes tornou-se um exemplo de dedicação e perseverança, e os seus métodos de treino, combinados com a orientação de Moniz Pereira, influenciaram gerações futuras de atletas.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

"Eu sou a favor da Lei dos Solos, Luís Montenegro cavou o solo onde foi enterrado"

"Eu sou a favor da Lei dos Solos, Luís Montenegro cavou o solo onde foi enterrado"


O Governo da Aliança Democrática (AD), liderado por Luís Montenegro, caiu após perder uma votação de confiança na Assembleia da República. A crise política, alimentada por alegações de irregularidades e uma crescente insatisfação com a gestão do executivo, precipitou o colapso do governo apenas 11 meses após a sua tomada de posse.

O motivo central da queda foi a polémica em torno da ligação de Montenegro a negócios familiares, que levantaram dúvidas sobre conflitos de interesses. A oposição socialista intensificou as críticas, acusando o primeiro-ministro de falta de transparência e de não se desvincular completamente de empresas onde mantinha interesses financeiros. Perante a pressão, Montenegro optou por convocar a votação de confiança, uma jogada que acabou por ditar o seu próprio fim político.

Com a dissolução do governo, Portugal enfrenta novas eleições legislativas, que poderão ocorrer em Maio. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, terá agora de decidir os próximos passos, num cenário político marcado por instabilidade e pelo crescimento de forças políticas à direita.Quiça o Chega, na pessoa de André Ventura não chegue a primeiro-ministro! "apesar de me sentir usado pelo Chega, a ser condidato à Presidência da República, apoiado pelo mesmo, filiei-me no partido, embora independentemente rumo à Presidência no qual ainda sou apenas pré-candidato."

João Carlos Quelhas, pré-candidato à Presidência da República Portuguesa, posiciona-se contra os partidos tradicionais do sistema e apela ao eleitorado para não votar no PSD e no PS, partidos que considera viciados e responsáveis pela situação política e económica do país. Defende que é tempo de quebrar o sistema e explorar outras opções políticas, como o Chega, o Livre, a Iniciativa Liberal e outros partidos com assento parlamentar, à excepção do Bloco de Esquerda, CDU, CDS e Partido Popular Monárquico, que já fizeram parte de coligações com os dois maiores partidos do poder desde o 25 de Abril de 1974 e nada fizeram.

"Estamos em 2025, queremos mudar Portugal, porque Portugal somos todos nós", declara João Carlos Quelhas, reforçando a necessidade de uma nova abordagem política para devolver a esperança aos portugueses. Apela ainda aos emigrantes e residentes em Portugal para copiar, preencher, assinar e devolver o Formulário de Recolha de Assinaturas para ser candidato oficial à Presidência da República Portuguesa, no qual se encontra nas redes sociais e ainda no site oficial: joaocarlosquelhasrumoapresidencia.pt


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Trabalho pela comunidade e pelos Direitos Humanos: KESB e SUVA

Esta carta, resposta oficial do governo à correspondência de João Carlos Quelhas, mantém a força da mensagem original que se inicia com a frase:


“Trabalho pela comunidade. Um dia destes deixei uma carta de resposta da presidência e agora deixo do governo, sobre Lesados da SUVA e mães portuguesas que lhes roubaram os seus filhos para a Kesb.”

O documento reafirma o compromisso em tratar de denúncias graves: por um lado, os prejuízos sofridos pelos lesados da SUVA e, por outro, a situação crítica vivenciada por mães portuguesas, cujos filhos foram indevidamente encaminhados para a Kesb. Publicar esta carta é reforçar a importância do diálogo entre a sociedade e as autoridades, demonstrando a necessidade de transparência, reparação e responsabilização das instituições envolvidas.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

(o cão e o gato) Caro Paulo Pisco, está na hora de me conhecer melhor, eu sou um crítico e não sou um ofensor

(o cão e o gato)

Caro Deputado Paulo Pisco, 




está na hora de me conhecer melhor, eu sou um crítico e não sou um ofensor e digo o que penso sem rodeios. Vocemecê nunca veio a um convite da Revista Repórter X para defender as mães afectadas que lhe roubaram os seus filhos e nem os Lesado do sistema de seguros, apenas veio duas vezes na altura das eleições, portanto tenho toda a legitimidade de lhe dizer Não para Deputado, eu não como com todos, como na minha casa e como disse e bem eu ataco todos, melhor, quase todos, até o Chega leva pela tabela, digo as verdades e somente as verdades. A mim chegou-me este texto e portanto se não for verdade eu chamo-o a entrevista live com quem escreveu para se enfrentarem. O problema é que os partidos são do contra. São rivais, senão votava a favor dos emigrantes e não do Deputado José Fernandes. 

Ex. O texto: 
(Requerimento do Chega apresentado na Comissão dos Negócios Estrangeiros para audição do Secretário de Estado e do Embaixador da SUÍÇA Denis knobel.
Foi chumbado pelo PS na pessoa de Paulo Pisco e pelo PSD, como podem estes partidos apresentarem candidatos pelo círculo da Emigração!?)

Estou aberto ao diálogo e estarei cá sempre para o receber como sempre, a si e aos demais no papel da revista Repórter X. 

Abraço


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sexta-feira, 14 de março de 2025

Envio para validação do(a) Pergunta sobre Iminência de despejo da Santa Casa da Misericórdia de Paris

Envio para validação da Pergunta sobre Iminência de despejo da Santa Casa da Misericórdia de Paris

Junto em anexo, envio a pergunta ao Governo sobre a situação de potencial despejo da Santa Casa da Misericórdia de Paris, que pode afetar as suas atividades de apoio solidário à comunidade portuguesa em situação de precariedade. Pergunta também se irá ou não ser realizado o protocolo previsto entre a SCMP e a União das Misericórdias Portuguesas, ou, em alternativa, se haverá alguma intervenção do Governo para impedir o despejo.

Para aceder à pergunta parlamentar, é necessário abrir o PDF do “comprovativo_ Requerimento” e, após entrar, consultar a pergunta localizada no lado esquerdo ao alto, onde diz “requerimento 31852”.

Melhores cumprimentos,

Paulo Pisco
Grupo Parlamentar do Partido Socialista
Deputado pelo Círculo da Europa
Coordenador na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas
Member of the National Parliament
Coordinator in the Foreign Affairs Committee

Assembleia da República - Palácio de S. Bento - 1249-068 Lisboa, Portugal
Tel: +351 21 391 7316
E-mail: ppisco@ps.parlamento.pt
www.ps.parlamento.pt

---

Informa-se V.Exª que a Pergunta sobre a Iminência de despejo da Santa Casa da Misericórdia de Paris foi enviada para validação, processo nº 31852.

Para monitorização dos seus Requerimentos/Perguntas, pode a qualquer momento aceder à Consulta de processos.

Atenção: Esta mensagem é apenas informativa e foi criada automaticamente pelo sistema. Pede-se o favor de não responder a esta mensagem. Para qualquer dúvida, contactar CINF, ext: 11888.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

DEPUTADO PAULO PISCO EM CLERMONT-FERRAND E LUXEMBURGO


CLERMONT-FERRAND E LUXEMBURGO

PAULO PISCO – DEPUTADO PELO CÍRCULO DA EUROPA


Estarei em Clermont-Ferrand e no Luxemburgo, entre os dias 14 e 16 de março, para participar num encontro com empresários portugueses, em Clermont-Ferrand, e para estar no Festival das Migrações, que anualmente se realiza no Luxemburgo e em que a presença portuguesa é muito relevante.

No dia 14, encontro-me com a professora Laury Pereira, que leciona cursos de Português na Universidade de Clermont-Ferrand e com Carlos Costa e Philippe da Costa, do Grupo de Informação Luso France. O encontro será no café Português New York.

Pelas 19h00, participo no encontro mensal do Portugal Business Club de Clermont-Ferrand, onde farei uma intervenção sobre a situação política e económica e o investimento em Portugal.

No dia 15 e 16 estarei presente no Festival das Migrações, onde me encontro com membros e associações da comunidade e dos partidos políticos. No

sábado, tenho também um encontro com o representante da ASTI-Association de Soutien aux Travailleurs Immigrés, Sérgio Ferreira.

Paulo Pisco

Grupo Parlamentar do Partido Socialista

Deputado pelo Círculo da Europa

Coordenador na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Member of the National Parliament

Coordinator in the Foreign Affairs Committee

Assembleia da República - Palácio de S. Bento - 1249-068 Lisboa, Portugal

Tel: +351.21.391 7316

E-mail: ppisco@ps.parlamento.pt
http://www.ps.parlamento.pt

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Escândalo na Assembleia: PS e PSD chumbam pedido de audição sobre roubo de crianças na Suíça

Escândalo na Assembleia: PS e PSD chumbam pedido de audição sobre roubo de crianças na Suíça




O Partido Socialista e o Partido Social Democrata mostraram mais uma vez a sua verdadeira face ao chumbarem o requerimento apresentado pelo CHEGA para a audição do Secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, e do Embaixador da Suíça, Denis Knobel. O objectivo era discutir as denúncias graves sobre a retirada forçada e injustificada de crianças portuguesas na Suíça, mas PS e PSD decidiram proteger o sistema em vez de defenderem os seus próprios cidadãos.

A Revista Repórter X, que há anos denuncia este escândalo, levou o caso ao deputado do PS Paulo Pisco, que sempre declinou qualquer acção com a desculpa de que "não podemos meter-nos na lei da Suíça". Agora, quando finalmente um deputado, José Dias Fernandes, do CHEGA, decidiu levar a questão ao Parlamento, PS e PSD voltaram a fechar a porta aos emigrantes portugueses que são vítimas deste sistema.

Paulo Pisco, que gosta de se apresentar como o defensor das comunidades portuguesas, acaba de mostrar que não passa de um fantoche do partido. O chumbo desta audição prova que o PS e o PSD estão mais preocupados em manter as suas carreiras políticas do que em defender os direitos dos portugueses no estrangeiro.

Se Paulo Pisco ainda tem a ousadia de pisar solo suíço, que se prepare para ser enxovalhado pelos portugueses que não esquecem a sua traição. Os emigrantes não são tolos e nas próximas eleições vão lembrar-se muito bem de quem os abandonou. A mensagem é clara: PS e PSD já não têm lugar na política das comunidades. Chegou a hora de os pôr a andar!


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quinta-feira, 13 de março de 2025

Saudades da minha terra, Medelo

Saudades da minha terra, Medelo


Por; José Maria Ramada

Porque será que de Medelo me esqueço?
E, sempre te traga a minha aldeia no coração
Talvez porque sem visitar esta terra não passo
Dos familiares, amigos e conhecidos sinto saudades
Dando-lhes um abraço ou simplesmente um aperto de mão
Saudades… Saudades que tenho de outros tempos
Das Antas, do Rio, Pinheiros, Mó, Vale, Rua nova e tantos outros
Da fruta que às escondidas apanhava-mos (roubava-mos)
Dos banhos no tanque das Paredes e na Ribeira
Das malandrices inocentes, tomando banho nus
Na poça do Vale, na ponte do Soeiro ou na Pedreira

Saudades… Tantas saudades da minha terra
Dos lugares de outrora hoje ruas
Jogar á pião, á beta, trocar cromos de futebol e cowboys.
Dos carrinhos de arame, das rodas de aros e do futebol
Ver as raparigas saltar á corda e jogar á macaca
Dos carrinhos de rolamentos e da bola de trapos
Nas ruas de terra ou no saudoso campo das Antas

Porque será que Medelo nunca esqueci?
Quando para trabalhar na Suíça 
E em Outubro de 1981 parti!
Porque será que sempre volto Medelo?
Encontro aconchego, carinho e amizade?
Que saudades do anoitecer de verão
Com fisgas atirávamos aos morcegos
Jogar ao moucha, ao lencinho e às corridas 
Á volta da velha casa de pedra 
Saudades das noites de lua cheia 
E os conselhos dos mais velhos
Hoje longe de ti como tantas vezes
Recordo com imensas saudades,
Os pássaros nas árvores, os gatos e os rafeiros dos vizinhos
Quando sentado no balcão de casa, nesta ilha encantada
Olhando o mar e pensar que do outro lado fica Medelo
Os meus olhos perdem-se no horizonte pensando na minha terra
As gargalhadas alegres das suas gentes
É tudo tão belo, fecho os olhos para te sentir dentro de mim
Inspirando a minha poesia
Envoltos no misterioso perfume das dálias, rosas e jasmim
Um copo de tinto verde, tirado da pipa
Ai Medelo de outros tempos, que saudades
Sonhando com um cozido ou a vitela assada
Entre uma feijoada ou até um estufado
Um golo da tigela de barro e um pedaço de bolo com sardinhas.

São sonhos do meu tempo de criança às vezes rebelde
São desejos de cada dia voltar
Todos os mais velhos e amigos abraçar
Saudades da minha mãe e do meu pai que tão cedo partiu
Saudades de Medelo, terra querida
Mesmo numa ilha belíssima e encantada
Tenho saudades da minha terra…. Medelo.
Mas quando a noite cai e a penumbra te abraça
És a minha terra muito mimada
Que tanto me deste e eu a ti quase nada
Entre tanta emoção e paixão
És meu porto de abrigo, esteja onde estiver
Medelo….Tenho-te sempre no coração.

 Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

A vida de Franz Liszt

A vida de Franz Liszt 


Foi uma mistura de gênio musical e cultura de celebridades, e suas experiências como o primeiro "astro do rock" da música clássica continuam a intrigar os entusiastas da música até hoje.
O termo "Lisztomania" foi cunhado para descrever a adoração frenética que ele recebia durante seus concertos no século XIX.

1. Concertos Frenéticos. Quando Liszt se apresentava, especialmente na década de 1840, seus concertos frequentemente se transformavam em eventos caóticos. Mulheres jogavam flores, cartas de amor e até mesmo joias no palco na tentativa de chamar sua atenção. A excitação era tão intensa que as salas de concerto às vezes tinham que contratar segurança extra para controlar a multidão.

2. O "Efeito Liszt". O carisma e a virtuosidade de Liszt tiveram um impacto tão profundo que criaram o que ficou conhecido como o "Efeito Liszt". Esse fenômeno se referia à maneira como suas apresentações deixavam o público em um estado de êxtase, com muitas mulheres desmaiando ou gritando de pura emoção de testemunhar seu talento. Não era incomum que os frequentadores do show ficassem tão emocionados que precisassem ser carregados por amigos ou familiares.

3. Cartas e presentes de fãs. Liszt recebeu inúmeras cartas de admiradores, algumas das quais eram bem elaboradas. Um fã teria lhe enviado um presente extravagante de um piano feito de madeira exótica, esperando ganhar seu favor. Ele frequentemente respondia graciosamente, mas o grande volume de cartas de fãs se tornou uma piada recorrente entre seus amigos, que o provocavam sobre seus seguidores devotados.

4. O fenômeno "Lisztomania". O termo "Lisztomania" foi popularizado pelo compositor Richard Wagner, que notou o frenesi em torno de Liszt. Ele até inspirou uma peça satírica e, mais tarde, um filme, ambos destacando o absurdo da idolatria que Liszt experimentou. O fenômeno foi visto como uma prova de seu talento e um reflexo das emoções intensas que a música pode evocar.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Emigrante de sucesso na Suíça, também bem-sucedido no automobilismo

Emigrante de sucesso na Suíça, também bem-sucedido no automobilismo


Equipa sediada no Porto brilha em Braga e em diferentes categorias.

Júnior Racing Team conquista Rotax Cup 2025



Na terceira edição da Rotax Cup, disputada este fim de semana no Kartódromo Internacional de Braga, a Júnior Racing Team conquistou o lugar mais alto do pódio da categoria Mini Max, por intermédio de Vicente Capela. A equipa, sediada no Porto, ainda garantiu mais quatro lugares no pódio nas categorias Micro Max, Sénior Max e DD2 Master. Boas indicações da Júnior Racing Team para a prova de abertura do Campeonato de Portugal Rotax, que arranca nos dias 22 e 23 de março, no Kartódromo Internacional do Algarve, em Portimão.

Vicente Capela – campeão em título da categoria Micro Max – não poderia ter tido melhor estreia na categoria Mini Max. O piloto da Júnior Racing Team deu logo o mote nos treinos cronometrados ao estabelecer o melhor tempo em 58,686s, tendo depois ganho a Pré-Final e batido toda a concorrência na Final.

Na categoria Micro Max, o jovem madeirense Thiago Carvalhais, apesar de ter sido desclassificado dos treinos cronometrados, fez uma excelente recuperação na Pré-Final até ao segundo lugar, tendo na Final sido novamente um honroso segundo classificado. Por sua vez, José Gonçalves, que se estreou na categoria Micro Max, também mostrou o seu talento ao ser o terceiro mais rápido nos treinos cronometrados, para depois terminar no quarto lugar tanto na Pré-Final como na Final.

Pedro Barbosa alinhou na categoria Sénior Max e começou por ser apenas o oitavo mais rápido nos treinos cronometrados. Contudo, o piloto da Júnior Racing Team fez uma prova em crescendo e, na Pré-Final, viu a bandeira xadrez na quinta posição para depois, na Final, conquistar o terceiro lugar do pódio.

Por fim, na categoria DD2 Master, cujos karts estão equipados com caixa de velocidades, António Teixeira, empresário da firma Interkran na Suíça, também foi evoluindo, dado que, depois de ser o quinto mais rápido nos ‘cronos’, terminou a Pré-Final na 4.ª posição e a Final num meritório 2.º lugar. Por sua vez, Christophe Adams também se destacou ao ser o terceiro mais rápido nos ‘cronos’ e, depois, segundo classificado na Pré-Final. Já na Final, o piloto belga garantiu o terceiro lugar do pódio.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Carta do Grupo Parlamentar do CHEGA à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Carta do Grupo Parlamentar do CHEGA à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Assunto: Pedido de Audição Parlamentar

Exmo. Senhor Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas,

O Grupo Parlamentar do CHEGA vem, nos termos regimentais aplicáveis, requerer a audição do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Dr. José Cesário, e do Senhor Embaixador da Suíça em Portugal, Denis Knobel, no âmbito das denúncias de alegadas situações de retirada de crianças portuguesas na Suíça pelo organismo KESB e pelo SPJ, que têm gerado grande preocupação entre a comunidade emigrante portuguesa.

O objetivo desta audição é obter esclarecimentos sobre as medidas que têm sido tomadas pelo Governo português para proteger os direitos das famílias portuguesas na Suíça e sobre a atuação das autoridades suíças nestes processos.

Solicitamos a V. Exa. que esta audição seja agendada com a máxima brevidade possível, dada a urgência e gravidade das denúncias apresentadas.

Com os melhores cumprimentos,

José Dias Fernandes
Deputado do CHEGA

-------------------------------

Resposta da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas

Assunto: Pedido de Audição Parlamentar – Indeferimento

Exmo. Senhor Deputado José Dias Fernandes,

Acuso a receção do requerimento apresentado pelo Grupo Parlamentar do CHEGA, solicitando a audição do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e do Senhor Embaixador da Suíça em Portugal, sobre a questão das retiradas de crianças portuguesas na Suíça pelo KESB e pelo SPJ.

Após discussão e votação em sede da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, foi decidido indeferir o pedido de audição parlamentar.

Agradecemos o interesse demonstrado na proteção das comunidades portuguesas no estrangeiro e informamos que o Governo continua a acompanhar estas matérias no âmbito das suas competências.

Com os melhores cumprimentos,

Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

quarta-feira, 12 de março de 2025

Os funcionários da ERZ denunciam condições de trabalho, mas o sistema suíço protege as grandes empresas:

Os funcionários da ERZ denunciam condições de trabalho, mas o sistema suíço protege as grandes empresas:


Os funcionários da ERZ – Entsorgung + Recycling Zürich, responsável pela gestão de resíduos e limpeza urbana na cidade de Zurique, têm vindo a denunciar más condições de trabalho e um ambiente hostil dentro da empresa. Entre as principais queixas estão a sobrecarga laboral, a falta de reconhecimento e um sistema que, segundo os trabalhadores, está estruturado para favorecer a administração em detrimento dos direitos dos empregados.

Os trabalhadores recorreram ao Provedor da Justiça e enviaram uma carta à Câmara Municipal de Zurique, expondo as suas reclamações. No entanto, a resposta das autoridades tem sido evasiva. A Direcção do ERZ e o Departamento das Infraestruturas e Gestão de Resíduos descartaram qualquer necessidade de uma investigação mais profunda, considerando que o processo de mediação interna seria suficiente para resolver os problemas relatados.

A administração da ERZ mantém uma posição firme, argumentando que a empresa cumpre com todas as normas estabelecidas e que qualquer descontentamento deve ser tratado internamente. No entanto, os funcionários relatam que os processos de mediação não passam de uma formalidade sem efeitos práticos, servindo apenas para silenciar os trabalhadores sem realmente resolver os problemas estruturais.

A Revista Repórter X vê a Suíça como um país incorrecto quando os tribunais estão sempre do lado das grandes empresas, como a ERZ, mas também entidades como a SUVA, a IV/AI, a AHB, o SVA, a EKZ, a KESB, a RAV, a Sozialamt, a Betreibungamt, a Spitex, a Strassenverkehrsamt, a Caritas, a Mobility, a Ecap, a SBB, as Redes Móveis e TV, as Telecomunicações, os Seguros, os Bancos e os Hospitais, etc. Pouco ou nada vale a pena reclamar, porque os tribunais raramente são a favor de funcionários ou clientes. Tudo o que esteja encostado ao Estado, seja empresas públicas ou entidades que beneficiam de influência estatal, acaba por ser protegido, enquanto os trabalhadores e cidadãos comuns enfrentam um sistema injusto e impenetrável.

Na prática, reclamar ou não reclamar resulta no mesmo: um sistema fechado e intocável que continua a operar sem qualquer escrutínio real. Os funcionários da ERZ acusam mesmo a empresa de assédio moral e psicológico. A Revista Repórter X reforça a ideia de que a Suíça tem um sistema injusto que mais parece uma bola de neve dos Alpes suíços, já sendo uma frase consistente no nosso vocabulário para criticar o sistema que lesa o cidadão comum e protege o país. Na Suíça, nem tudo o que reluz é ouro, pode ser luz do gelo.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

O abismo social na Suíça: Pensões de invalidez e a destruição da qualidade de vida

O abismo social na Suíça: Pensões de invalidez e a destruição da qualidade de vida


A Suíça, um país conhecido pelo seu elevado nível de vida, esconde por trás da sua imagem de prosperidade um sistema de segurança social que empurra muitas famílias para a pobreza e para a exclusão. O cálculo das pensões de invalidez, em vez de garantir uma vida digna aos seus beneficiários, tem-se revelado um mecanismo de injustiça e precariedade.

Muitos cidadãos que contribuíram regularmente para o sistema de segurança social ao longo de anos descobrem que os seus descontos não são integralmente considerados. Há casos em que, apesar de terem trabalhado em várias empresas na Suíça e descontado para a segurança social, apenas parte desses descontos é contabilizada no cálculo da pensão. Este tipo de erro ou manipulação reduz drasticamente os rendimentos das pessoas afectadas, impedindo-as de cobrir despesas básicas como habitação, alimentação e cuidados de saúde.

Além disso, o sistema insiste em incluir os rendimentos do cônjuge e de outros familiares no cálculo da pensão, mesmo quando esses rendimentos são temporários ou irregulares. Esta prática injusta ignora a realidade dos pensionistas, que deveriam receber os seus direitos independentemente da situação financeira de terceiros. O resultado é uma distribuição desigual e arbitrária das pensões, prejudicando os que mais necessitam.

O impacto desta política é devastador. Muitas pessoas são empurradas para a miséria, tornando-se sem-abrigo e recorrendo ao álcool, às drogas e até à prostituição para sobreviver e esquecer a realidade cruel que enfrentam. Casais são obrigados a divorciar-se para conseguirem um valor de pensão mais digno, criando um ciclo vicioso que destrói famílias.

A Suíça exige que as pessoas trabalhem até ao limite das suas forças, até à exaustão e, em muitos casos, até à morte. A falta de apoio empurra muitos para a depressão e, em situações extremas, para o suicídio. Apesar de se apresentar como um país de direitos e igualdade, a Suíça conduz milhares de pessoas ao abismo, levando mesmo muitos cidadãos suíços reformados a procurar outros países da Europa onde possam viver com mais dignidade.

Não se pode aceitar que um país com tantos recursos trate os seus pensionistas como um fardo descartável. A luta por justiça social na Suíça é mais urgente do que nunca, e as vítimas deste sistema não podem continuar a ser silenciadas.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

terça-feira, 11 de março de 2025

ÁGUIA E MENINA CEGA

ÁGUIA E MENINA CEGA


1. A MONTANHA E SEU SILÊNCIO

O vento sussurrava entre os pinheiros da montanha, levando consigo os ecos de um mundo distante. Sofia, uma menina de 8 anos, estava sozinha. Sua cegueira não era o único peso que carregava; tinha sido abandonada por aqueles que a deveriam proteger. Enrolada em um cobertor raído, o seu corpo pequeno tremia com cada rajada gelada.

A montanha parecia indiferente, mas não estava deserta. Sobrevoando os picos de neve, uma águia careca observava o panorama. Majestosa e poderosa, tinha testemunhado a dureza da vida, mas aquela figura minúscula, sentada à beira da ravina, capturou sua atenção.

A águia, que os moradores chamavam Falcão por seu tamanho e acuidade, desceu lentamente. Com uma batida suave, aterrissou a poucos metros de Sofia. Ela virou a cabeça sentindo o vento provocado pelas asas, mas não mostrou medo.

"Quem está aí? " murmurou a menina, sua voz apenas um sussurro na imensidão. Falcão, claro, não podia responder, mas o instinto dele o empurrou a aproximar-se.

2. UM ENCONTRO INESPERADO

Falcão deu alguns passos em direção a Sofia, seu olhar fixo nela, como se pudesse entender sua fragilidade. A menina estendeu a mão com cautela, sentindo o ar, e a águia, surpreendentemente, não se afastou. Em um ato que desafiou a própria natureza, Sofia conseguiu tocar as penas macias do seu peito.

"Você é um anjo? " perguntou com um vislumbre de esperança na sua voz. Para ela, o calor que emanava de Falcão era uma resposta. O pássaro abaixou a cabeça, como se entendesse o seu desespero.

A noite começou a cair e a temperatura baixou ainda mais. Falcão, em um movimento quase instintivo, abriu uma das suas asas e colocou-a em volta da menina. Aquela imagem era algo que nenhum humano teria acreditado possível: uma águia cuidando de uma criança cega.

Enquanto a escuridão envolvia a montanha, Sofia adormeceu, segura pela primeira vez em dias. Hawk ficou acordado, vigiando os arredores, protegendo-a como se fosse sua cria.

3. A TRAVESSIA PARA O VALE

Ao amanhecer, Sofia acordou com o canto das aves. Embora não pudesse ver, sabia que o mundo estava vivo ao seu redor. Falcão, inquieto, começou a caminhar em direção a um caminho. A menina, como se compreendesse a intenção do pássaro, levantou-se e seguiu-o, seus pezinhos apertando o chão.

O caminho era difícil, cheio de pedras e galhos. Sofia tropeçava muitas vezes, mas sempre que caía, Hawk esperava pacientemente, emitindo um leve som, como se a encorajasse a continuar.

Em um momento, ao chegar a uma clareira, Falcão deixou escapar um grito agudo. Do alto, outras águias responderam. Era como se estivesse a pedir ajuda. Momentos depois, um bando de pássaros começou a sobrevoar a área, guiando Sofia para o vale.

A viagem durou horas, mas ao cair da tarde, Sofia ouviu algo que a fez acelerar o passo: o murmúrio de um rio e vozes humanas à distância.

4. O MILAGRE NA CIDADE

Quando Sofia chegou à beira da cidade, as pessoas ficaram paralisadas ao ver a cena: uma menina cega, guiada por uma águia e seguida por outras aves. A imagem era quase sobrenatural.

Um homem, Andrés, 42 anos, correu para ela. "Estás bem, pequena? " perguntou, ajoelhando-se diante dela. Sofia sorriu pela primeira vez em dias.

"Estou bem graças a Hawk", respondeu, apontando para o pássaro, que agora estava pousada em uma rocha próxima. Andrés levantou os olhos para a águia, impressionado. Era como se o pássaro entendesse tudo o que estava acontecendo.

Os habitantes da aldeia, comovidos com a história de Sofia, decidiram cuidar dela. Ela foi acolhida por Clara, uma mulher de 50 anos que tinha perdido a filha anos atrás. Clara levou-a para casa, e a partir desse momento, Sofia encontrou não apenas um lar, mas uma família que a amava.

5. UM NOVO COMEÇO

Meses depois, a história de Sofia e Falcão tornou-se uma lenda. A águia continuava visitando-a, posando na árvore em frente à sua janela, como se quisesse ter certeza de que ela estava bem.

Com o tempo, Sofia aprendeu a se adaptar à sua cegueira. Andrés, que acabou por ser um músico, ensinou-o a tocar guitarra. Clara lia-lhe livros e ensinava-lhe sobre o mundo através das palavras.

Um dia, enquanto tocava uma melodia em frente à cidade, Hawk apareceu mais uma vez, lançando um grito que ecoou nas montanhas. Para Sofia, aquele som não era apenas um chamado; era uma promessa de que eu nunca estaria sozinha.

A menina abandonada encontrou numa montanha gelada o calor de um protetor improvável e, em uma pequena cidade, um amor que curou todas as suas feridas.

FIM 
NC
Namastê

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Consulado-Geral de Portugal em Zurique: Problema de marcação resolvido apenas após intervenção do Cônsul

Consulado-Geral de Portugal em Zurique: Problema de marcação resolvido apenas após intervenção do Cônsul


Uma família portuguesa residente na Suíça enfrentou dificuldades no Consulado-Geral de Portugal em Zurique para obter o Cartão de Cidadão e o Passaporte do seu filho menor. A impossibilidade de marcar uma consulta online impediu o início do processo burocrático, levando a família a contactar repetidamente os serviços consulares sem sucesso.

O caso só foi resolvido após a intervenção direta do Cônsul Dr. Gonçalo Motta, que, ao ser informado da situação, garantiu um agendamento para a contribuinte. Este episódio levanta uma questão preocupante: quando os cidadãos informam o Consulado de que não conseguem aceder ao portal do governo para marcação de serviços, a resposta automática deveria ser a marcação imediata da consulta, em vez de manter uma insistência no erro e criar dificuldades desnecessárias.

Burocracia impede acesso a documentos essenciais

A urgência do pedido devia-se ao facto de a criança precisar dos documentos portugueses para realizar duas viagens já programadas: uma dentro da Europa, na Páscoa, e outra para o sul da América. Sem o Passaporte e o Cartão de Cidadão, a criança não poderia viajar nem sequer ir a Portugal para resolver presencialmente a questão.

A família cumpria todos os requisitos para o registo da criança e a emissão dos documentos. No entanto, a impossibilidade de marcar a consulta online tornou-se um obstáculo intransponível. Os pais enviaram vários e-mails ao Consulado, explicando a situação e solicitando um agendamento manual, mas apenas receberam respostas evasivas.

Intervenção do Cônsul foi decisiva

Perante a falta de resposta concreta, a família recorreu ao Cônsul Dr. Gonçalo Motta, pedindo que os serviços consulares entrassem em contacto diretamente com a contribuinte para resolver a questão. Inicialmente, os serviços tentaram ligar-lhe durante o horário de trabalho, quando esta não podia atender. Foi necessário um novo contacto, solicitado pela Revista Repórter X, para que se conseguisse finalmente marcar a consulta.

O Cônsul esclareceu que o processo burocrático segue quatro passos fundamentais:

1. Registo do casamento dos pais no sistema português;


2. Registo de nascimento da criança;


3. Emissão do Cartão de Cidadão;


4. Emissão do Passaporte.



Alertou ainda que os documentos de viagem só podem ser emitidos após a conclusão dos registos necessários e recomendou que não fossem marcadas viagens sem que, pelo menos, o Cartão de Cidadão estivesse emitido.

O problema da marcação online e a necessidade de mudança

Apesar da solução encontrada para este caso em particular, a situação continua a evidenciar um problema maior: o sistema de marcação online do Consulado não funciona de forma eficiente para todos os cidadãos. Muitos emigrantes portugueses enfrentam dificuldades semelhantes, sem conseguir ultrapassar os entraves burocráticos e sem obter respostas concretas dos serviços consulares.

A Revista Repórter X tem vindo a acompanhar vários casos de cidadãos que, perante a ineficácia do portal de marcação, são obrigados a recorrer a contactos diretos e insistência prolongada para conseguir o atendimento a que têm direito.

A grande questão que se coloca é: por que motivo os funcionários não asseguram uma marcação imediata assim que recebem um pedido justificado por e-mail? A insistência em manter um sistema ineficaz causa frustração desnecessária aos cidadãos e sobrecarrega o próprio Consulado com trocas de mensagens que poderiam ser evitadas com um simples agendamento manual.

Este caso demonstra que há margem para melhorias nos serviços consulares, especialmente no que diz respeito ao atendimento de casos urgentes. A eficiência do Consulado não pode depender apenas da intervenção direta do Cônsul, mas sim de um sistema funcional que garanta respostas rápidas e eficazes para todos os cidadãos portugueses residentes no estrangeiro.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

segunda-feira, 10 de março de 2025

Escola básica da Gandra em Ermesinde em risco devido a lixo próximo:

Escola básica da Gandra em Ermesinde em risco devido a lixo próximo:
 

Denúncia de problemas sanitários na cidade de Ermesinde, concelho de Valongo.

Chegou à redação da Revista Repórter X, por parte de uma instituição pública de Valongo, a seguinte informação:

"Na Rua Portocarreiro 551, encontra-se um imóvel ocupado ilegalmente por indivíduos que têm vindo a depositar lixo nas traseiras da propriedade, incluindo resíduos domésticos e excrementos. Tal prática tem gerado condições propícias para a proliferação de pragas, nomeadamente ratos e outros vetores de doença.

A situação tem-se agravado ao ponto de colocar em causa a segurança sanitária dos residentes da área envolvente, bem como da Escola Básica da Gandra, localizada nas proximidades, onde estudam diversas crianças da 1.a à 4.a classe, sujeitas a potenciais riscos de saúde devido à contaminação ambiental.

Até ao momento, os proprietários do imóvel em questão, não tomaram qualquer iniciativa para resolver a situação, muito por receio de represálias, pois os ocupantes já demonstraram ser violentos, estando mesmo sinalizados por tráfico de armas pela Polícia de Segurança Pública. Tal inação em cumprir com as suas responsabilidades legais não pode afetar o bem estar da comunidade. Por este motivo, solicito a intervenção urgente da Câmara Municipal de Valongo para proceder à desinfestação e desratização da referida propriedade e adoção de medidas necessárias para eliminar a fonte de contaminação e garantir a segurança sanitária da comunidade.

Face à gravidade da situação, solicita-se ainda a avaliação da possibilidade de aplicação de sanções aos infratores pelo incumprimento das suas obrigações legais, conforme previsto na legislação aplicável.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

O fim de uma era baseada em valores

O fim de uma era baseada em valores


Paulo Pisco

A União Europeia está desorientada com a mudança radical da nova Administração norte-americana. Os Estados Unidos mudaram de campo e estão agora alinhados com a Rússia e claramente determinados em enfraquecer a UE. Como já tinha demonstrado no primeiro mandato, Donald Trump admira mais as autocracias do que as democracias e isso terá repercussões funestas em todo o mundo. O alinhamento dos EUA com a Rússia, depois de três anos de destruição e morte com a invasão da Ucrânia, só pode causar choque e pavor.

Se o mundo estava perigoso, agora pode mesmo estar à beira do abismo. A UE baseou sempre a sua ação na defesa do multilateralismo, do direito internacional, dos direitos humanos e numa ética global, mesmo com as suas imperfeições. O oposto total do que Trump agora impõe na geopolítica, a que se acrescenta um desprezo pelos aliados históricos.

Está hoje muito claro que os EUA estão dispostos a abandonar não apenas a Ucrânia, o que já mostraram com o congelamento da ajuda militar, mas também a UE, com consequências muito imprevisíveis devido a um maior envolvimento que os europeus terão de assumir nos esforços de guerra e na instabilidade e incerteza que isso vai criar nas nossas sociedades.

A degradante encenação em direto da humilhação do Presidente Zelensky na Sala Oval revela não apenas indiferença pelo destino da Ucrânia e por todo o sofrimento causado pela guerra, mas também uma forma de desprezo pelos europeus e pelos esforços que têm sido feitos para salvar a relação transatlântica, de que os recentes encontros de Emmanuel Macron e Keir Starmer com Donald Trump são apenas um exemplo. É o fim de um consenso no mundo ocidental que nasceu dos escombros da Segunda Guerra Mundial e da construção da União Europeia.

A questão agora é saber até onde poderão ir os EUA neste alinhamento com a Rússia, que pode trazer humilhações irreparáveis e tensões muito mais graves do que as guerras comerciais com o aumento das tarifas ou mesmo com as absurdas propostas de anexar o Canadá, expulsar dois milhões de palestinianos da Faixa de Gaza ou usar a força para ficar com a Gronelândia. À conta dos caprichos e delírios do Presidente dos Estados Unidos, a situação geopolítica está cada vez mais instável e a transformar-se num pesadelo a nível global.

O grande problema é que a UE não tem apenas inimigos e adversários fora do seu espaço geográfico. Eles estão também entre os Estados-membros e dentro deles, que surpreendentemente e paradoxalmente são os amigos da Rússia e fazem o seu jogo de querer destruir a UE, e também do Presidente Trump e do que ele representa, como claramente o demonstram os partidos de extrema-direita e as suas agendas radicais inspiradas nas autocracias, nos fascismos, nos nacionalismos e no ultraconservadorismo, que têm destruído a coesão das nossas sociedades, sempre apoiados na manipulação dos factos e na desinformação.

Trump tem poder e está a usá-lo de maneira imperial, obrigando todos a seguirem-no como nas autocracias e fazendo purgas que envergonham qualquer democracia. Como grande potência global democrática, ou pós-democrática, já não se sabe bem, os Estados Unidos tinham o dever de proteger uma ética global em defesa da democracia, da Carta das Nações Unidas e dos direitos humanos.

Em vez disso, um poder muito inquietante está a consolidar-se nos EUA, com raízes na supremacia branca, com alianças com quem despreza o direito internacional e faz prova de desumanidade extrema, como a Rússia ou Israel. É um sinal de como as forças destrutivas estão a marchar contra as democracias, as liberdades e os direitos dos povos e das nações. Os EUA estão a destruir a atual ordem global assente em regras e valores, no multilateralismo como forma de evitar e apaziguar conflitos e trazer estabilidade, justiça e desenvolvimento.

Este é o momento, pois, para os europeus estarem unidos, preencherem o vazio deixado pelo afastamento dos Estados Unidos e também para todos aqueles que seguem a extrema-direita internacional perceberem que, se o mundo tal como o conhecemos ruir, também eles ficarão debaixo dos escombros.

Deputado do PS

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

domingo, 9 de março de 2025

Atrocidades medievais

Atrocidades medievais
 

Sentado em agonia: o legado escuro da cadeira de ferro em tempos medievais.
Nas sombras da história medieval espreita um dispositivo tão assustador que ainda arrepia os espinhos daqueles que ouvem a sua história. A Cadeira de Ferro, um trono de tormento, é um lembrete sombrio da capacidade da humanidade para a crueldade.
Imagine uma cadeira, não de conforto, mas de pura angústia. Centenas de espigões afiados adornaram a sua superfície, prontas para perfurar a carne à menor pressão. Mas o horror não acabou aí. Debaixo do assento, um fogão aceso, transformando esta engenhoca já de pesadelo em um verdadeiro inferno de sofrimento.
Entre as muitas vítimas deste dispositivo brutal, um nome ecoa através do tempo: Jean Calas. Protestante na França católica do século XVIII, Calas foi falsamente acusado de assassinar o próprio filho. Apesar de suas inabaláveis afirmações de inocência, ele foi submetido ao abraço implacável da Cadeira de Ferro.

Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Aumento do preço da electricidade na Suíça gera preocupação

Aumento do preço da electricidade na Suíça gera preocupação:

A Revista Repórter X recebeu recentemente uma resposta oficial da EKZ (Elektrizitätswerke des Kantons Zürich) que confirma um aumento de aproximadamente 48% nas tarifas de electricidade na Suíça desde 1 de Janeiro de 2024. A principal razão apontada para esta subida é o elevado custo da aquisição de energia, que a EKZ realiza com dois anos de antecedência. O período de compra do fornecimento para 2024 decorreu entre Maio de 2021 e Abril de 2023, e os preços elevados do mercado energético em 2022 e 2023 reflectem-se agora no custo final para os consumidores.


Além disso, o aumento das tarifas para serviços gerais da Swissgrid e a introdução de uma reserva estratégica de electricidade pelo governo suíço para garantir o abastecimento no Inverno também contribuíram para o acréscimo dos custos.


Um dos problemas estruturais da Suíça na produção de electricidade é a sua geografia. Apesar de possuir muitos lagos, o país não tem uma vasta rede de rios como Portugal e Espanha, que permitem a construção de canais para movimentar turbinas hidroeléctricas. Além disso, a Suíça ainda conta com poucas centrais eólicas para compensar a sua dependência de energia importada.


Para tentar reduzir essa dependência, o país tem apostado nos painéis solares. No entanto, devido ao seu clima gélido, ao Verão curto e ao Inverno rigoroso, essa solução não é a mais eficiente para garantir um abastecimento energético estável ao longo do ano.


Os consumidores têm sentido o impacto directo destes aumentos. Numa reclamação enviada à EKZ, um cliente questionou o atraso na recepção da factura e a contínua escalada dos preços da electricidade. Apesar das queixas, a empresa reforçou que os preços seguem a tendência do mercado energético europeu e, que o envio da factura por e-mail foi pedida, o que é mentira, talvez lhes interessa para ganhar mais uns milhões a poupar nos correios!?


A Revista Repórter X continuará a acompanhar este tema e a trazer actualizações sobre o impacto dos custos energéticos na vida dos cidadãos.


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

sábado, 8 de março de 2025

Carta aberta: Caros membros do Executivo da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso

Caros membros do Executivo da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, eleitos pelo Partido Socialista


A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso tomou posse de um terreno para construir uma estrada de acesso a um parque de estacionamento sem consultar todos os moradores. Esse terreno, avaliado em mais de 200 mil euros, foi obtido gratuitamente pela Câmara. O caso está em tribunal, mas, infelizmente, sabemos como funciona a justiça em Portugal e que há tendência para favorecer o poder político. Pedimos ao executivo e ao tribunal o documento que dizem ter encontrado nos arquivos velhos na Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, que, segundo um carrasco, diz possuir e que o mesmo diz que o terreno é público, mas não o apresenta, porque não existe e, caso apresente, é falso e os problemas aumentarão com a justiça por alguma possível falsificação de documentação sobre o referido terreno.

Pedimos ao Executivo que apresente provas de um documento que um certo elemento da Câmara alegou ter encontrado num fundo de arquivos antigos. No entanto, nem a Câmara nem o tribunal apresentam esse documento. Os vereadores também não respondem. Apenas o tal "carrasco", que sempre se intrometeu em tudo e que, vezes sem conta, se dirigiu de forma arrogante ao telefone.

A única pessoa que demonstrou alguma disponibilidade foi a Vereadora da Cultura, mas mesmo ela se contém devido à pressão imposta por esse "carrasco". Aliás, suspeitamos que seja ele quem impede que os e-mails cheguem aos seus verdadeiros destinatários, o que é ainda mais grave do que simplesmente não lhes responder.

Quer o Executivo da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso abrir as portas ao diálogo e esclarecer esta situação?

Fico a aguardar uma resposta. Obrigado.

João Carlos Veloso Gonçalves
Glasis
8180 Bülach


Revista Repórter X Editora Schweiz Oficial

Mãe e filha menor vive sem água potável há meses e denuncia negligência das autoridades

Mãe e filha menor vive sem água potável há meses e denuncia negligência das autoridades


Mãe e filha menor vivem sem água potável há meses e denunciam negligência das autoridades 

Chegou à redacção da Revista Repórter X já pela terceira ou quarta vez o caso de uma mulher reformada por invalidez e mãe monoparental que, há meses, vive sem acesso a água potável em sua casa, localizada numa rua em Ermesinde. A situação tem vindo a agravar-se sem que qualquer autoridade assuma responsabilidade ou providencie uma solução.

Desta vez, além do relato detalhado, recebemos um vídeo que retrata o estado deplorável das imediações e do interior do prédio onde reside. As imagens mostram uma lixeira dentro do condomínio, provocada por um grupo de etnia que ocupou ilegalmente o edifício. A acumulação de lixo, a destruição de contadores e a utilização clandestina de recursos agravam ainda mais as condições de vida dos moradores.

Uma dívida inesperada e um corte de água sem aviso

O problema começou em Setembro passado, quando a residente foi surpreendida com três cartas da empresa Be Water, exigindo o pagamento de uma dívida inesperada e de valores exorbitantes. Até então, as suas facturas rondavam os 22 euros, um consumo normal para a sua casa, onde vive com a filha menor. Agora a dívida é de milhares de euros indevidamente!

Perplexa com a situação, entrou em contacto com a empresa e, após várias diligências, foi-lhe confirmado que havia um consumo anómalo e contadores destruídos. A própria Be Water reconheceu que não era responsável pelo consumo excessivo e participou o caso ao Ministério Público.

Para tentar resolver a situação, assinou um novo contrato de fornecimento de água em seu nome, tendo tudo legalizado. No entanto, no final de Outubro, sem qualquer aviso, o abastecimento foi cortado.

Foi então informada de que o prédio onde reside não possui licença de utilização e, por esse motivo, não pode ter fornecimento legal de água. No entanto, a habitação está legal, inclusive nas Finanças. Quando ali se instalou, já existiam contadores de água e electricidade em funcionamento, e a sua luz está legal, com contador instalado correctamente dentro da habitação.

Sobrevivência sem água; uma situação insustentável

Sem alternativa, a residente e a sua filha têm sobrevivido carregando garrafões de água, lavando roupa à mão e recorrendo a máquinas apenas quando conseguem. A falta de acesso regular à água potável tornou-se um verdadeiro problema de sobrevivência.

Com muitas dificuldades económicas, procurou ajuda na Junta de Freguesia de Ermesinde e na Câmara Municipal de Valongo, mas não obteve qualquer apoio. No dia 24 de Dezembro, durante uma Assembleia de Freguesia, conseguiu relatar o seu caso. Foi-lhe indicado que procurasse ajuda jurídica junto do gabinete da Câmara, mas, quando lá chegou, informaram-na de que teria de contratar um advogado, algo que não tem condições para fazer.

Foi graças à Segurança Social que lhe foi atribuído um advogado, com cuja ajuda apresentou uma participação criminal ao Ministério Público contra os responsáveis pelos danos causados. A Be Water, por sua vez, processou-a, exigindo o pagamento da dívida, o que a levou a recorrer a outro pedido de advogado do Estado para renúncia da mesma.

A residente sempre teve tudo legalizado no que diz respeito ao fornecimento de água, até ser vítima de um furto. O contador da água encontra-se ao nível da cave, sendo que nunca teve acesso ao mesmo.

A empresa Be Water exige agora uma nova instalação de canos e a renovação completa da rede de abastecimento ao nível do primeiro andar, onde reside. No entanto, o senhorio recusa-se a realizar a obra devido ao risco de novo furto de água. Apesar de o contador estar no nome da residente e a situação estar regularizada, continua sem abastecimento.

Ocupação ilegal e ambiente degradante

A situação tornou-se ainda mais grave quando um grupo de etnia ocupou ilegalmente parte do edifício e começou a utilizar água e electricidade de forma clandestina. Os "indivíduos roubam" luz directamente do poste, enquanto a residente mantém o seu fornecimento eléctrico legalizado.

Além da ocupação ilegal das habitações, o espaço envolvente transformou-se num autêntico aterro sanitário, colocando em risco a saúde pública. As imagens enviadas à Revista Repórter X mostram o estado lastimável das áreas comuns do edifício, repletas de lixo, destroços e deterioração.

A residente, apesar das sucessivas denúncias à Be Water, à Câmara Municipal e à Polícia de Segurança Pública (PSP), não viu qualquer entidade tomar medidas eficazes para resolver o problema. Chegou a pagar aproximadamente 75 euros para que fosse realizada uma vistoria e denúncia sobre a rede predial, tendo sido detectadas anomalias com três derivações, sendo apenas uma delas referente à sua habitação.

A residente e a sua filha menor têm sido alvo de ameaças de morte, o que as obrigou a abandonar temporariamente a residência por questões de segurança. Quando procurou ajuda da PSP após receber ameaças, foi-lhe recomendado que tomasse um calmante e descansasse, o que a deixou ainda mais revoltada com a passividade das autoridades.

Impossível continuar a viver assim

Dada a insustentabilidade da situação, a residente procura agora uma nova habitação, preferencialmente na região da Póvoa de Lanhoso, onde acredita que poderá recomeçar a sua vida longe da criminalidade e da negligência das autoridades. No entanto, os elevados preços das rendas dificultam essa mudança.

A Junta de Freguesia de Ermesinde e a Câmara de Valongo continuam a ignorar o caso, sem oferecer soluções concretas. Enquanto isso, a Be Water mantém-se inflexível, escudando-se na falta de licença do prédio para não restabelecer o fornecimento de água.

Entretanto, a residente continua no "jogo do empurra", sem que ninguém resolva a situação. Nem mesmo a remoção do entulho foi feita, apesar de constituir um risco para a saúde pública e, por si só, configurar crime.

A Constituição Portuguesa, no seu artigo 64.º, reconhece o direito à água como fundamental. Além disso, a ONU considera o acesso à água potável um direito humano inalienável.

Como é possível que, após cinco meses de denúncias, nenhuma entidade tenha tomado medidas para corrigir esta situação degradante?

A Revista Repórter X Editora Schweiz continuará a acompanhar o caso e a pressionar as autoridades para uma resposta urgente.

Vídeo: https://youtu.be/HSbksNzIvzo?si=Wurn65N_IyCvGd4i

Revista Repórter X Editora Schweiz